domingo, 27 de julho de 2008

sobre a capelense Rosa Faria

Rosa Faria Fonte:Memorial de Sergipe
Rosa Moreira Faria nasceu no dia 28 de abril, na cidade de Capela. Filha de João Guilherme Faria e Arminda Moreira Faria, sua avó Rosa Moreira Frião, era filha de portugueses e, por sinal, o pai de sua avó Joaquim Carneiro Frião, foi o primeiro secretário da Associação Comercial de Sergipe. Na cidade de Capela fez seus estudos primários e secundário. O primeiro no grupo Escolar Coelho e Campos, o segundo no Colégio Imaculada Conceição onde recebeu o diploma de normalista e o prêmio de uma cadeira por ter sido classificada em primeiro lugar em todo o curso no ano de 1941. Em relação a sua cidade natal, para Rosa Faria, Capela sempre foi uma cidade de muita vida onde os filhos zelavam pela cidade. Sua avó contribuía muito pelo civismo, pelo patriotismo. Seu pai era um grande artista e dava um grande sentido à vida da cidade de Capela. Rosa Faria, no ano de l942 iniciou sua vida pública no povoado de Boa Vista, no município de Capela, na ocasião o secretário de educação era Dr. José Rollemberg Leite, de quem ela muito aprendeu para a vida profissional. Em 45, a professora foi removida para o grupo Escolar Coelho e Campos, na cidade de Capela. No mesmo ano fez o curso de aperfeiçoamento para professores primários no departamento de educação, na capital do Estado. No ano de l946 foi removida para o grupo Barão de Maruim, em Aracaju. No mesmo ano no mês de setembro, foi requisitada para o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), através do Dr. José Rollemberg Leite. No ano de l950, no Rio de Janeiro, fez curso de artes plásticas, no Departamento Nacional do Serviço de Aprendizagem Industrial, no período de l8 meses, sendo classificada em primeiro lugar. Ainda no Rio de Janeiro fez curso de extensão universitária sobre psicologia do adolescente, na universidade do Brasil. Em l952 fez curso de desenho - registro n.D-l6399, com autorização de lecionar desenho em todo território Nacional. Em l953, ministrou em Petrolina, curso Nacional para jovens de Artes Aplicadas. No ano de l955, concorreu a um concurso de pintura, promovido pela prefeitura de Aracaju, para apresentação de uma tela a óleo, com assunto alusivo ao 1o Centenário de Aracaju como capital, recebendo o prêmio por ser classificada em primeiro lugar, depois em 56, curso didático pela Faculdade Católica de Filosofia de Sergipe. Rosa foi professora, artista, pesquisadora, telegrafista, jornalista, taquígrafa e poetisa. Suas primeiras telas expostas ao público foram doadas ao acervo da Associação Sergipana de Imprensa, da qual foi uma das sócias fundadoras. Em 17 de março de l968, foi fundado o Museu de Arte e História Rosa Faria. Seu museu era único em Aracaju e ela o construiu sem ajuda de ninguém, de orgão nenhum. Eram suas economias, sua pequena aposentadoria, distribuídas entre mais de mil peças de azulejos, porcelanas (alguns bordados de ouro), telas, pincéis e molduras. Por seu trabalho, recebeu diversas comendas de Honra ao Mérito, da prefeitura de Aracaju, medalha Amigo da Marinha como reconhecimento aos serviços prestados em favor da Marinha do Brasil e de igual forma pelo Exército que gravou com sua orquestra o hino que ela escreveu para o 4o Centenário do Inicio da Civilização de Sergipe. No dia primeiro de maio de l997 faleceu Rosa Faria, vítima de uma aneurisma cerebral, que acometeu no dia de seu aniversário, 28 de abril e a deixou na UTI por 03 dias. Rosa faleceu sem deixar orientação do que deveria ser feito do Museu. Carmelita sua irmã, não teria condições para manter funcionando o Museu, ela e os amigos entendiam que Rosa não gostaria de deixar simplesmente para o governo, fosse ele municipal ou estadual. Eles nunca a ajudaram em vida a manter o Museu, nem demonstravam entender a necessidade do Estado cultivar para seus filhos o que existe registrado em suas obras. Como não era de bajular qualquer um, ao contrário, era franca e muito positiva em mostrar as mazelas das autoridades quanto à cultura e principalmente cobrar o cuidado com a nossa história, atraía para si, mais críticas que apoio. No dia l4 de julho de l997, foi assinado no Museu de Arte e História Rosa Faria um contrato de transferência do acervo daquele museu para o Memorial de Sergipe, órgão implantado pela Universidade Tiradentes -UNIT, após um mês de conversação entre os interessados. Na ocasião foi estabelecido em contrato, entre o reitor Jubert Uchôa de Mendonça, pela UNIT, e a irmã e herdeira da falecida Rosa Moreira Faria, Maria Carmelita Moreira Faria. O documento foi feito em cartório e acompanhado pela advogada Cáscia Freire de Barros, também relações públicas do Museu, que estabelecia compromissos com cláusulas de obrigatoriedade por parte da UNIT. Além de peças constituídas de quadros, pratos de porcelana, azulejos, e documentos históricos, registros de tudo que Rosa imprimiu com sua arte, existem mais de mil livros, encadernados com capa dura, um apanhado de algumas obras que Rosa mandou imprimir e cujo título "Sergipe passo a passo pela sua história" simboliza pela sua importância. A Gráfica J. Andrade foi testemunha do esforço de Rosa para publicar este livro, um verdadeiro álbum da história de Sergipe. Ela esperava que todas as escolas de Sergipe pudessem ter em suas bibliotecas, pelo menos um exemplar para conhecimento dos alunos. O governo do Estado não demonstrou interesse até o dia de sua morte. O governo municipal idem. Suas obras, mais que peças de arte, contam a história de nossa terra.

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