segunda-feira, 14 de julho de 2008

Poema matam o junco

Matam o Junco
Lizaldo Vieira - 24/06/2008
Essa mensagem é para os amigos e amigos que enxergam a mata atlântica, na sua realidade, no seu dia-dia. Ofereço meu poema MATAM o JUNCO em referência aos danos do nosso refúgio de Vida Silvestre (mata do junco)no município de Capela - Sergipe
Uma mata que assam
Devoram
Atacam
Devastam
E mal tratam
Do império da cana
Ao estagiário de "Nero’
O "queimador"..
Lá no junco é assim....
Uma mata ali se torra
Se estoura
Se detona
Sem dó e sem pudor
Só por bel prazer e festa
Só pra brancar de carnavalescos fora de época..
Acham que ali é um luxo
Ser preservado
É lixo
Pra ser queimado.
Nada presta.
Lê do engano.
Falo da mata
Que tem ciência
E cura doenças
Que tem riacho
Com água boa de beber
Que dá frutos aos cachos
Pra se comer...
Até a fonte dá-gua viva
Já ensaiaram de vender...
Mais lá resiste " guigó "
Resistem bichos e nichos
Da biosfera
Que é RESERVA.de oxigênio ...
Querendo livrar-se das feras
Querendo viver
Não adianta
Não tem previdência
Cadê consciência
Sobra ganância..
Do podre poder da arrogância ..
Pra acabar a fauna
Pra queimar a flora
Pra devorar a vida
Pra tudo corroer....
E tiram lenha,
E tiram madeira
E tiram do riacho a areia
E levam lixo
E levam esgoto pro lagartixo
Por ali já se vê caxixe
Já não se pode mais viver
Nem mesmo teia de aranha
Que no ar se desenha.
Naquele lugar não há lugar.
Pra que periquitos
Pra que teiús e preás,
Pra que paca e cotias
Tatus e tamanduás
Até já se vê jia
Virando petisco no bar.....
Pra que vida
Pra que água
Pra que beleza
Nessas terras escravas
De"neros " e "alibabas"...
Aí ! Meu Deus
Quem dera pernas
Quem asas
Nessas matas atlânticas
Pra andar e voar...
Pois sei bem
Se tivessem pés
E não os tens
Não seriam manes
Sumiriam com seus bichos
Rios e igarapés
Pra bem longe daquele lugar...
Onde o "bicho" inimigo
Contagiado de perigo
Jamais pudesse alcançar ...

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