Sua voz ecoa na atmosfera sergipana Data: 15/09/2006
Desde a década de 70, quando participava do Coral da Universidade Federal de Sergipe até o início dos anos 90, Adélia Vieira se destacou como a melhor soprano do nosso Estado, sempre solicitada para solos em casamentos e diversas outras solenidades, além de recitais com grupos de cordas e orquestra de Câmara. "Falar de Adélia é falar da história da música vocal em Sergipe. Com sua belíssima voz e solos contagiantes, foi precursora do movimento que resultou no surgimento de diversos solistas, a exemplo da soprano Marília Teixeira", João Paulo Neto, do coral Staccatto, e secretário-executivo da Rede Sergipe de Cultura e presidente da Associação de Autores e Intérpretes Musicais (Assaim).
Sua trajetória traz participações brilhantes no Coral da UFS, do Grupo Vocal Staccato e do Grupo de Música Antiga Renantique, além de óperas e concertos com a Orquestra Sinfônica de Sergipe.João Paulo acrescenta que sem dúvida! Adélia Vieira seguiu o seu sonho de ser uma das maiores divas do canto em Sergipe. Belíssima voz, incomparável, nutria dentro de si um esplendor jamais visto por essas bandas. "Adélia sempre será a nossa inspiração e verdadeira harmonia entre uma nota e uma canção", revela emocionado.Quanto a representatividade dessa soprano no canto, ele diz "ela representou e ainda representa referência de qualidade musical para todos os amantes da música, seja no canto coral ou canto lírico. Suas inovações e propostas, serão lembradas e cultuadas ainda por muitas gerações", enalteceu João Paulo.Sergipana, educada no Colégio Imaculada Conceição em Capela/SE, onde cursou estudos fundamentais e secundários, Adélia Vieira sempre esteve ligada às atividades desta entidade, desenvolvendo um gosto pelo belo e tenacidade pela conquista de ideais. De professora dedicada, no grupo escolar "Dr. Edélzio Vieira de Melo" - Capela/SE, passou mais tarde à assistente social graduada pela Universidade Federal de Sergipe, trabalhando 20 anos na FEBEM-SE, junto à população excluída. Como cantora, participou durante 15 anos do coral da UFES, tendo então um contato mais profundo com a música erudita, imensamente prestigiada com a influência do então regente Antonio Carlos Plech (in memorian). Dedicou-se por 10 anos ao grupo vocal Stacatto, onde adquiriu um maior conhecimento em técnica vocal. Durante todo este período participou de diversos festivais nacionais e internacionais, ampliando sobre maneira sua experiência musical. Durante sete anos, muniu-se de inúmeros cursos de técnica vocal e interpretação em Sergipe e outros Estados da Federação. Dentre os instrutores que colaboraram para o seu aperfeiçoamento encontram-se: Atenilde Cunha (soprano), Francisco Bento Júnior (tenor), Francisco Campos (barítono/SP), Mara Campos/SP, Marcos Julio Sergal/SP, Nety Spilman (soprano/RJ), Soraia de Almeida/AL e Daniela Faber/Austria. Foi fundadora e integrante do Conjunto de Música Antiga Renantique. De acordo com o maestro Joel Magalhães, regente do Coral da Secretaria de Estado da Educação, da Assembléia Legislativa e da Secretaria da Fazenda, Adélia Vieira era uma pessoa alegre, disposta e tinha uma ligação bem profunda com a música. Fato comprovado quando a mesma aderiu o Programa de Demissão Voluntária - PDV, para se dedicar ao canto. Parte da quantia recebida pelo programa foi investida em seu CD "Páginas Barrocas". Nessa época, desenvolvia atividades na Fundação Renascer. Entre tantas apresentações marcantes, o regente chama a atenção de "La Traviata", primeira opera montada em Sergipe, onde Adélia Vieira participou como a Nina. O concerto realizado no Teatro Teodoro em Salvador, quando ela aproveitou para divulgar seu único CD. Adélia se destacava por ser um soprano ligeiro (que alcança com facilidade as notas agudas). Segundo o maestro, existem três tipos de sopranos: dramático, lírico e ligeiro. Em comemoração aos 10 anos de criação do conjunto Renantique, haverá um concerto no dia 3 de outubro, às 21h30, no teatro Tobias Barreto. Na oportunidade, haverá uma homenagem à cantora lírica Adélia Vieira.
domingo, 27 de julho de 2008
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