segunda-feira, 14 de julho de 2008

Degração da Mata do Junco

Degradação de mata preocupa ecologista Data: 26/05/2005
No dia 26 de maio é comemorado o Dia da Mata Atlântica, porém Sergipe tem pouco o que comemorar. Em uma área estadual de 22.050,40 km², apenas 5.750 km² são cobertos por ecossistemas da região de Mata Atlântica, compreendendo uma faixa litorânea de 40 km² (litoral/ interior), desde a foz do São Francisco até a região de Mangue Seco, na Bahia. As principais representações da Mata Atlântica estão presentes na Mata do Junco (município de Capela) e Mata do Crasto (município de Santa Luzia do Itanhi), embora, remanescentes da mata possam ser encontradas em Pirambu, Itabaiana, Estância, Itaporanga e Pacatuba.
Mesmo com a presença de reminiscência da mata, os locais mais representativos do Estado não possuem proteção e vêm sendo constantemente degradados através da retirada de lenha para serem utilizadas nas padarias, especulações imobiliárias, assentamentos rurais, despejos de dejetos nos rios e desmatamento para dar lugar à pastagem. "Estamos chegando numa situação preocupante, num estado primitivo. Infelizmente o controle é muito difícil, mas existem saídas, a exemplo de criação de unidades de preservação permanente", destacou Lizaldo Vieira, coordenador geral do Movimento Popular Ecológico de Sergipe e membro da coordenação Nacional da Rede Mata Atlântica.
Ele destacou que no litoral Norte a principal causa de devastação das áreas remanescentes da Mata Atlântica é a devastação por conta da criação de gado. Já no litoral Sul, a especulação imobiliária é apontada como o principal agente devastador. Lizaldo Vieira observou ainda que o manguezal é o principal ecossistema integrante da Mata Atlântica no Estado, por conseguinte, é o que mais sofre com a ação do homem, principalmente na Grande Aracaju. "A Mata do Junco, em Capela, está inserida numa região de conflito que fica difícil preservar. Existe lá um acampamento do Movimento Sem-Terra. Em Aracaju o problema é imobiliário, como no litoral Sul", destacou.
Conforme Lizaldo Vieira, Sergipe é o Estado que dispõe dos piores índices, no que se refere à Mata Atlântica. Para ele, o causador dessa má pontuação é pertencer a região Nordeste que participou de três ciclos exploradores do país: o da cana-de-açúcar, do gado e da extração do pau-brasil. Ele acrescentou que 12 bilhões de brasileiros vivem no domínio da Mata Atlântica e 80% do PIB brasileiro está nesse bioma ecológico.

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