quinta-feira, 3 de julho de 2008

Sobre a banana

Você sabia que: a banana não nasce de uma semente? Embora raras na natureza, as bananeiras sem semente são cultivadas para o comércio
(Ilustração: Cavalcante)Gostar ou não de banana é uma opção nossa, mas fazer a fruta sem sementes é uma obra rara da natureza que o ser humano percebeu e soube aproveitar para produzir bananas agradáveis ao seu paladar. É isso aí! A banana, ou melhor, a maioria das bananas cultivadas – essas que a gente compra na feira ou no supermercado – não tem sementes. Opa! Então, como é que faz para brotar uma bananeira nova? Para usar um termo moderno da biologia, diremos que toda bananeira cultivada é um clone, ou seja, é uma planta idêntica à sua planta-mãe. E antes que alguém pergunte: aqueles pontinhos pretos da banana são óvulos não fecundados, isto é, que não se desenvolveram em sementes. Agora, vejamos... A bananeira pertence à família das Musáceas, cujos membros possuem um caule subterrâneo cheio de escamas, chamado rizoma, que é o verdadeiro e único caule da bananeira. Aquela parte verde que vemos e que aparenta ser o caule é, na realidade, um conjunto de camadas das folhas, umas dentro das outras, que brotam do rizoma. Pois, então, é a partir desse caule subterrâneo que nasce uma planta nova! Em outras palavras, toda bananeira cultivada é obtida exclusivamente a partir de mudas do rizoma de outra planta – em alguns lugares a muda é conhecida como “olho da bananeira”. Existem muitos tipos de bananas cultivadas assim: maçã, prata, ouro, da-terra, nanica... Todas elas recebem o nome científico de Musa x paradisiaca L., sendo a letra “x” uma referência ao fato de serem cruzamentos de espécies diferentes. Esses cruzamentos são necessários para tornar as bananeiras mais resistentes a pragas e doenças e possibilitar o cultivo em grande escala. Como dissemos lá no começo do texto, na natureza as bananeiras sem semente são raras. Muitas bananeiras selvagens apresentam sementes duras, que ocupam boa parte da massa comestível do fruto e, por isso, não são ideais para o comércio, sendo utilizadas no cruzamento das bananas cultivadas ou como plantas ornamentais. Geraldo Alves Damasceno Júnior e Paulo Robson de Souza Departamento de Biologia Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

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