Christian Friedrich Samuel Hahnemann, o Pai da homeopatia
Vida e Obra.
Até o início do século XVIII, a Alemanha estava dividida em inúmeros condados, ducados e
principados.
Mesmo os pequenos príncipes queriam viver como os grandes reis, em palácios, com seus
jardins, seu teatro e sua corte.
Um duque, da Saxônia, Mersebourg, havia escolhido o povoado de Lauchstedt, no limite da
Saxônia com a Turingia, para a sua residência de verão.
Este belo povoado, com a presença de um duque, se tornou centro de referência atraindo
vária famílias da pequena nobreza assim como também vários artesãos. Johann Wolfgang von
Goethe, o genial filósofo, também freqüentou este local.
Dois irmãos Hahnemann vieram a se instalar neste povoado, um deles, Christian Hahnemann e o outro Christoph Hahnemann
(pintor), que teve sete filhos, quatro mulheres e três homens.
Segundo os registros paroquiais do povoado, o segundo filho homem de Christoph (quinto filho), foi Christian Gottfriedt Hahnemann,
nascido em 1720, e que veio a ser o pai de Christian Friedrich Samuel Hahnemann.
As atas de batismo de seus filhos, por seus padrinhos e madrinhas serem da alta sociedade da época, indicaram ser boa a situação
econômica desta família Hahnemann.
A partir de 1733, desaparecem de Lauchstedt os registros desta família.
A nobreza germânica desta época queria se igualar em ostentação à suntuosidade da corte francesa, que porém era muito mais rica,
e estes viviam então em dificuldades econômicas e sempre buscando novas fontes possíveis de riqueza para sustentar seus desejos.
Alguns destes nobres desta época, acreditavam que poderiam conseguir esta riqueza através dos alquimistas com a transmutação de
outros metais em ouro.
Um destes, Auguste Le Fort, da Saxônia, encarregou o alquimista Boëtger desta
transmutação. Claro que não alcançou seu objetivo, mas veio a descobrir a
porcelana.
No castelo do príncipe de Meissen, veio a ser então instalada uma fábrica de
porcelanas, que se tornou mundialmente famosa.
É na cidade de Meissem, em 1748, que voltamos a ter registros de Christian
Gottfriedt Hahnemann, pai de Hahnemann, como pintor nesta fábrica de porcelanas.
Os dotes artísticos do avô foram passados para o pai que se tornou um talentoso pintor de porcelanas.
Em 1748, casou-se com Jeanne Eléonore Deerem, porém perde a esposa quando esta dá a
luz a um casal de gêmeos, um natimorto e outro que falece aos nove meses.
Logo em seguida, em 1750, casa-se novamente com Johana
Christiana Spiess, filha do capitão e contramestre de
Kötzschenbroda, com quem teve quatro filhos, uma mulher e três
homens.
Christian Friedrich Samuel Hahnemann
Meissen
Porcelana de Meissen
Leque
Dois anos e meio após, em 1753, já com uma filha, Charlotta, nascida em 1752,
adquire uma casa de três andares em Meissem, na esquina das ruas Neumarkt e
Fleichsteg.
Em 1754, nasce o primeiro irmão de Hahnemann, Carl Gerhard.
Em 1755, nasce Christian Friedrich Samuel Hahnemann, em Meissen, na
Saxônia, Alemanha, na virada do dia 10 para o dia 11 de abril. Ele mesmo
sempre comemorou o seu aniversário no dia 10, embora no registro de seu
nascimento na Igreja de Frauenkirche esteja escrito que o seu nascimento
ocorreu no início da manhã de sexta feira, 11 de abril de 1755.
Seu irmão caçula, Samuel Auguste, nasceu em 1757.
Em relação à infância de Hahnemann, são raras as fontes de informação. Podemos nos basear mais em sua autobiografia, escrita em
30 de agosto de 1791:
“Nasci no dia 10 de abril de 1755, no Distrito Eleitoral da Saxônia, uma das regiões mais belas da Alemanha. Isto pode ter
contribuído em grande medida para minha veneração pelas belezas da natureza, conforme ia crescendo para a humanidade”.
Meu pai, Christian Gottfried Hahnemann, junto com minha mãe, Johana Christiana, Nascida Spiess, ensinaram-me como ler
e escrever enquanto brincava. Meu pai faleceu há quatro anos atrás. Sem ser profundamente versado em ciência – ele era um pintor
para a fábrica de porcelana daquela cidade, e autor de um pequeno ensaio sobre aquarela – ele descobriu sozinho as mais profundas
concepções daquilo que é bom e pode ser considerado digno de um homem.
Estas idéias ele implantou em mim. “Agir e viver sem pretensões nem ostentações”, era o seu conceito mais notável, o que
me impressionava mais pelo seu exemplo do que pelas suas palavras. Ele estava freqüentemente presente conquanto sem ser
notado, onde alguma coisa boa estivesse para se realizar! Não deveria eu segui-lo?
Em seus atos ele diferenciava entre o nobre e ignóbil a um tal grau de sutileza de correção e delicadeza prática de
sentimentos, como era altamente honroso para ele; neste sentido ele foi meu mestre. Suas idéias a respeito dos princípios iniciais da
criação, da dignidade do homem, e seu elevado destino, pareciam consistentes em todas as formas com o seu modo de vida. Isto foi
o fulcro da minha educação moral.
Aqui percebemos a filosofia de educação com que seu pai se orientou para criá-lo, ou seja segundo os
ensinamentos de Rousseau, que permeavam a Europa na época.
Jean-Jacques Rousseau foi um dos mais considerados pensadores europeus no século XVIII. Sua obra inspirou
reformas políticas e educacionais, e tornou-se, mais tarde, a base do chamado Romantismo. Formou, com
Montesquieu e os liberais ingleses, o grupo de brilhantes pensadores pais da ciência política moderna. Em filosofia
da educação, enalteceu a "educação natural" conforme um acordo livre entre o mestre e o aluno, levando assim o
pensamento de Montaigne a uma reformulação que se tornou a diretriz das correntes pedagógicas nos séculos
seguintes. Foi um dos filósofos da doutrina que ele mesmo chamou "materialismo dos sensatos", ou "teísmo", ou
"religião civil". Lançou sua filosofia não somente através de escritos filosóficos formais, mas também em
romances, cartas e na sua autobiografia.
No tocante ao mundo exterior, eu passei diversos anos na Escola da Cidade de
Meissen, quando por volta dos dezesseis anos de idade eu freqüentei a Escola Principesca
daquela cidade. Não há algo de especial a ser mencionado sobre mim naquela escola,
exceto que o reitor da Escoa Principesca, Magister Müller, me amava como se eu fosse seu
próprio filho. Ele foi meu professor de línguas antigas e de composição germânica; ele
ainda vive e o mundo e eu temos para com ele uma grande dívida de gratidão, pois em
honestidade e diligência poucos poderiam se igualar a ele. Ele me concedeu liberdade em
meus estudos, pelo que sou grato até hoje, e que exerceram uma influência perceptível
em meus subseqüentes estudos.
Casa Natal de Hahnemann em Meissen
Jean-Jacques
Rousseau
Escola de St. Afra - Escola Principesca -
Onde Hahnemann estudou em Meissen
Em meu 12º ano de idade, ele me autorizou a transmitir aos outros os rudimentos da língua grega. Ele também escutava
com delicadeza, durante as aulas particulares que eu mesmo dava aos seus pensionistas, minhas exposições críticas dos antigos
escritores, e ele freqüentemente preferia minha opinião à sua própria. Apenas eu – estava amiúde me queixando de estudar em
demasia – apenas eu obtive consentimento de ausentar-me das aulas que considerasse inadequadas, de abster-me de enviar os
exercícios e cópias escritas dos outros cadernos, e de não ler livros estrangeiros durante as aulas. Tinha livre acesso a ele a qualquer
hora do dia; em muitos aspectos eu freqüentemente tinha a preferência, em detrimento de muitos outros alunos, e não obstante, é
estranho dizer que todos os meus companheiros me estimavam. Tudo isto junto significa muita coisa, considerando que se tratava de
uma Escola Principesca, da Saxônia. Aqui, determinei como meu dever aprender aquilo que estava lendo, ao invés de ler em excesso,
ler pouco mas corretamente, e classificar em minha mente o trecho já lido antes de continuar com a leitura.
Meu pai não queria absolutamente que eu estudasse; ele repetidamente me tirava da escola da cidade, durante períodos de
mais de ano por vez, de modo que eu pudesse buscar alguma ocupação mais adequada aos seus rendimentos. Meus professores
impediram isso recusando todo pagamento pela minha escolarização ao longo dos últimos oito anos; rogaram a ele que me deixasse
aos cuidados deles para que eu pudesse prosseguir em minha inclinação pelo estudo. Meu pai não resistiu aos seus rogos, mas não
poderia fazer mais coisa alguma por mim.
Na páscoa, no ano de 1755, tive a oportunidade de ir para Leipzig com a quantia de 20
táleres para meu sustento, o último dinheiro que recebi de suas mãos. Ele tinha vários outros
filhos para educar a partir de seus parcos recursos. Isto é desculpa suficiente para justificar o
melhor dos pais.
Ensinando alemão e francês para um jovem grego de posses, oriundo de Jassy na
Moldávia, bem como por meio de traduções do inglês, procurei eu mesmo, durante um tempo, os
meios de subsistência, pois eu pretendia sair de Leipzig após uma permanência de dois anos.
Posso testemunhar por mim mesmo que também em Leipzig pratiquei a máxima de meu pai, nunca ser um ouvinte ou
um aprendiz passivo. Mas aqui eu não esqueci de modo algum de garantir, através de exercícios físicos e de ar puro, aquela
energia e o vigor corporais os quais, sozinhos, capacitam o corpo a suportar exitosamente o esforço de um esforço mental
contínuo.
Em Leipzig, eu comparecia apenas às aulas que eu considerava proveitosas, apesar do fato de
que Bergrath Pörner, de Meissen, teve a gentileza de usualmente me fornecer passes livres
para as aulas de todos os professores de medicina. Eu estudava privativamente o tempo todo,
sempre lendo o que era melhor adquirível e apenas na medida em que eu podia assimilar.
A inclinação para o lado prático da medicina, para o qual não existia instituição alguma em
Leipzig, induziu-me a ir para Viena às minhas próprias custas.
Uma maliciosa armadilha gracejada comigo, e que me espoliou de minhas economias
adquiridas em Leipzig (arrependimento exige reconciliação e farei silêncio sobre nomes e circunstâncias)
teve por conseqüência o fato de que eu fui compelido a abandonar Viena após uma estadia de nove
meses. Durante esta época eu possuía apenas 68 florins e 12 kreuzers para minha subsistência. Sou
grato por meu instinto médico, ao hospital dos Irmãos de Caridade de Leopoldstadt, ou melhor, ao
grande gênio prático do Dr. von Quarin, médico a serviço da família do príncipe. Eu contava com sua amizade, poderia quase
dizer, com o seu amor; eu era o único, naquela ocasião, que ele permitia acompanhá-lo nas suas consultas aos seus pacientes
particulares.
Hahnemann não revelou em sua autobiografia o que foi descoberto pelos historiadores:
que um jovem grego havia lhe roubado 20 thaleres que ele havia juntado para sua
estadia em Viena, perdendo-os no jogo. Como o jovem implorou perdão a Hahnemann,
este não relata o fato e apena diz: “arrependimento exige reconciliação e guardarei
silêncio sobre o nome e as circunstâncias”.
Ele me elegeu, estimou e me ensinou como se eu tivesse sido um de seus
primeiros pupilos em Viena, ou mais do que isso, e tudo sem jamais ser capaz de
esperar de minha parte qualquer remuneração.
Universidad de Leipzig
Quarto de Hahnemann
em Leipzig
Hospital de la Misericordia en Viena
Minhas últimas migalhas de subsistência estavam prestes a desaparecer quando o Governador
da Transilvânia, Barão von Bruckenthal, convidou-me em termos honrosos a ir para Hermanstadt com
ele, como seu médico de família e guardião de sua importante biblioteca.
Aqui eu tive a oportunidade de aprender várias outras línguas
necessárias, e de adquirir conhecimento de algumas ciências colaterais, nas
quais eu ainda estava falho. Organizei e cataloguei sua incomparável
coleção de moedas antigas, bem como sua biblioteca, pratiquei medicina
por um ano e nove meses em sua populosa cidade, e depois me separei,
embora muito a contragosto, daquelas honradas pessoas, para receber em
Erlangen meu grau de Doutor em Medicina, algo que estava agora apto a fazer, a partir das minhas
próprias consecuções. Sou grato pelos muitos favores e pela grande instrução dada pelo Conselheiro
Particular Delius e pelos Conselheiros Isenflamm, Schreber e Wendt. Hofrath Schreber ensinou-me o
que ainda me faltava conhecer sobre botânica. Em 10 de agosto de 1779, defendi minha dissertação
e em conseqüência disto recebi meu grau de Doutor em Medicina.
Enquanto aguardava a realização da prova lecionava grego, latim, inglês, hebraico, italiano, sírio, espanhol e
alemão.
Sua tese em Erlangen: “Etiologia e terapêutica das afecções espasmódicas”,
recebendo o grau de doutor em medicina.
Em seguida instalou-se em Hettstadt, em Mansfeldschen, cidade de 3 a 4 mil habitantes,
centro de minas de cobre. Nesta época correspondia-se com José Bonifácio de Andrada e
Silva, o patriarca da independência, sobre assuntos de mineralogia. Redigiu diversos
escritos de medicina.
O anelo instintivo de um suíço por seus Alpes escarpados não pode ser mais irresistível do que o de um saxão por
sua terra natal. E retornei para lá a fim de começar minha carreira como médico praticante na pequena cidade mineira de
Hettstädt, em Mansfield. Ali era impossível se desenvolver mental ou fisicamente, e eu parti para Dessau na primavera de
1781, após uma estadia de nove meses.
Em 1781 vai morar em Dessau, a 50 quilômetros de Hettstädt. Aí se apaixona por Johanna
Henriette Leopoldina Küechler, nascida em 1 de janeiro de 1764. Hahnemann com 26 anos e
Henriqueta com 17 anos, jovem, ativa e bem educada. Vai para Gommern, a 40 quilômetros de
Dessau, à procura de recursos.
Depois de um ano e meio de solidão em Gommern vai à procura da noiva, casa-se em 17 de
novembro de 1782 e regressa a Gommern. Neste ano publica “os primeiros ensaios médicos”
onde há um artigo sobre o câncer, despertando o interesse do mundo médico para si. Escreveu
também “guia para tratamento das velhas chagas e úlceras”, publicado, em Leipzig, em 1784.
Pela primeira vez Hahnemann ataca as concepções médicas, sem demonstrar respeito pela ciência da época e sem
consideração pelos seus colegas, censurando-os por se nivelavam a barbeiros e carrascos, praticando a medicina mais por
ignorância do que por convicção. Em Gommern, nasceu sua primeira filha, Henriqueta, em 1783.
“É a eleição do medicamento e a maneira de usá-lo que caracteriza o verdadeiro médico, o que não está ligado a nenhum
sistema, que recusa o que não é investigado por ele mesmo e não toma a palavra de outrem, tendo a coragem de pensar
por si mesmo e tratar de acordo com isto”. Hahnemann.
Nessa localidade eu encontrei uma sociedade mais adequada para mim e mais facilidade para obter conhecimentos.
O estudo da química ocupava minhas horas de lazer, e isto junto com pequenas viagens para aprender a ciência da
mineração e a metalurgia, preencheram algumas lacunas consideráveis em minha educação.
Próximo ao final do ano de 1781, recebi uma indicação insignificante como Oficial Médico de Saúde, para
Gommmern, próximo a Magdeburg. O salário razoavelmente substancial oferecido levou-me a procurar uma melhor fonte de
renda, bem como uma ocupação mais condizente neste posto, do que encontrei durante os dois anos e nove meses que
havia permanecido ali. Nenhum médico tinha ainda fixado residência naquele pequeno lugar e as pessoas não tinham
utilidade para um. Todavia ali eu comecei a gozar pela primeira vez das inocentes alegrias da vida doméstica, juntamente
Dr. Joseph Von QUARIN
Baron Samuel Von
Brukenthal
Universidad de Erlangen
Farmácia de Maure em Dessau
com as amenidades dos negócios, na companhia de minha companheira de vida, Henriette Küechler, enteada do boticário
Häseler de Dessau.
Dos 30 aos 35 anos, de 1785 a 1790, Hahnemann escreveu trabalhos originais e traduziu obras
estrangeiras que reunidas representam mais de 3.500 páginas. Destes trabalhos destaca-se o
“Envenenamento pelo arsênico”, determinando os meios de detectar seu envenenamento. Com isto
contribuiu para a proibição livre de sua venda como “pó para a febre”. Experimentou muitos
medicamentos em cães, documentando suas observações com 861 experiências recolhidas de vários
autores.
Depois de 2 anos e 9 meses em Gommern, Hahnemann retoma a vida nômade.
Permaneceu 4 anos em Dresden, dedicado à clínica, escritos e estudos. Estabeleceu relações com Lavoisier e substituiu o Dr.
Wagner como diretor de saúde pública, despertando a inveja de seus colegas e surgiram calúnias e críticas injustas.
Acusavam Hahnemann de não saber química.
Em 1786 nasceu seu filho Frederico, segundo dos onze filhos: Henriqueta, 1783.
Frederico, 1786. Guilhermina, 1788. Amélia, 1789. Carolina, 1792. Ernesto, 1794.
Duas meninas gêmeas, uma não sobreviveu e outra recebeu o nome de Frederica.
Eleonora, 1803. Carlota, 1805 e Luiza, 1806. Após o nascimento de Guilhermina, em
1788, Hahnemann foi morar num subúrbio de Dresden, chamado Lochwitz.
Mudou-se para São Miguel, em 1789, e instala-se em Stoetteritz, subúrbio a sudeste
de Leipzig, a cidade livre, fonte dos conhecimentos. Hahnemann atendia aos clientes e
dedicava-se aos estudos e trabalhos literários no tempo que sobrava.
Dresden foi o meu próximo local de estadia, onde porém não desempenhei papel de destaque, presumivelmente
porque não desejava fazê-lo. Não obstante, aqui também não me faltaram amigos nem oportunidades de aprender. O último
Oficial Médico da Saúde, Dr Wagner – ele mesmo modelo de retidão inabalável – honrou-me com sua íntima amizade,
mostrou-me os deveres de um médico na medicina forense (pois em seu próprio ramo de ciência ele era um mestre), e com
o consentimento do conselho da cidade ele passou às minhas mãos, devido à sua doença, durante um ano, a totalidade de
seus encargos nos hospitais – um campo vasto para um amigo da filantropia. Além do mais, o Superintendente da biblioteca
do Distrito Federal, Hofrath Adelung, passou a me apreciar bastante, e juntamente com o bibliotecário, Sr. Dassdorf,
contribuíram em grande escala para que minha estadia fosse interessante e agradável. Deste modo os quatro anos passaram
mais rapidamente para mim, em meio à minha família que aumentava, do que para um herdeiro inesperado de grandes
fortunas; e parti para Leipzig por volta da festa de São Miguel, no ano de 1789, a fim de ficar mais próximo da fonte da
ciência. Aqui aguardo quietamente o destino que a providência irá designar para cada um de meus dias, cujo número está
em suas mãos.
Quatro filhas e um filho junto com minha esposa constituem o tempero da vida.
No ano de 1791, a sociedade Econômica de Leipzig, e no dia 2 de agosto do mesmo ano, a Academia
Eleitoral de Mainz, elegeram-me membro associado.
Leipzig, 30 de agosto de 1791
Apesar de ter atingido uma relativa prosperidade desde o tempo que residiu em Dresde, Hahnemann decide abandonar a
medicina. Um certo dia, à hora habitual das consultas, participa aos clientes que resolvera abandonar a prática profissional
da medicina. O que mais influenciou esta decisão foi sua incapacidade de tratar das graves doenças que acometeram seus
filhos.
Hahnemann observara a ausência de base científica da terapêutica, sem uma lei diretriz, sem previsão. Uma medicina que
fazia sofrer os doentes, onde era comum a aplicação de cáusticos violentos e sangrias. A gota que transbordou foi a moléstia
de um amigo. Hahnemann era o médico assistente de um dos seus melhores amigos, cujo estado era de prognóstico
sombrio. Tentando um último esforço, prescreveu um ou mais medicamentos de sua confiança, considerados heróicos. Seu
amigo, na manhã seguinte era um cadáver. Não suportou este golpe e com o cadáver do amigo foi sepultada a dúvida que
ainda poderia ter sobre o valor da terapêutica alopática de sua época.
Henriette Kuechler
DRESDEN
Henriette Küechler
“Onde pois achar recursos certos? Em torno de mim só encontro trevas e deserto. Nenhum conforto para meu coração
oprimido. Oito anos de prática, exercida com escrupuloso cuidado, fizeram-me conhecer a ausência do valor dos métodos
curativos ordinários. Não sei, em virtude da minha triste experiência, o que se deve esperar dos preceitos dos grandes
mestres. Talvez seja, entretanto, própria da medicina, como diversos autores já têm dito, não conseguirmos atingir a um
certo grau de certeza. Blasfêmia! Idéia vergonhosa!... A infinita sabedoria do Espírito que anima o universo não teria podido
produzir meios de debelar os sofrimentos causados pelas doenças que ele próprio consentiu viessem atingir os homens? A
soberana paternal bondade daquele que nenhum nome dignamente poderia designá-lo, que largamente proveu as
necessidades de animáculos invisíveis, espalhando em profusão a vida e o bem estar em toda a criação, seria capaz de um
ato tão tirânico, não permitindo que o homem, seu semelhante, com o sopro divino, pudesse encontrar, na imensidade das
coisas criadas, meios próprios para desembaraçar seus irmãos de sofrimentos muitas vezes piores do que a própria morte?
Ele, o Pai de tudo que existe, assistiria impassível ao martírio a que as moléstias condenam as mais queridas de suas
criaturas, sem permitir ao gênio do homem, a quem facilitou a possibilidade de perceber e criar, de achar uma maneira fácil
e segura de encarar as moléstias sob seu ponto de vista e de interrogar aos medicamentos para saber em que caso cada um
deles pode ser útil, a fim de fornecer um recurso real e preciso? Renunciarei a todos os sistemas do mundo a admitir tal
blasfêmia. Não! Há um Deus bom, que é a bondade e a própria sabedoria. Deve haver, pois, um meio criado por ele de
encarar as moléstias sob seu verdadeiro ponto de vista e curá-las com segurança. Um meio que não seja oculto nas
abstrações sem fim, nas hipóteses, cujas bases sejam constituídas pela imaginação. Por que esse meio já não foi
encontrado, há mais de vinte ou vinte e cinco séculos já passados, quando existiam homens que se diziam médicos? É
porque está muito próximo e muito fácil. Não há necessidade para lá chegar, nem de brilhantes sofismas, nem de sedutoras
hipóteses. Portanto, como deve haver um meio seguro e certo de curar, tal como há um Deus, o mais sábio e o melhor dos
seres, abandonarei o campo ingrato das explicações ontológicas. Não ouvirei mais as opiniões arbitrárias, embora tenham
sido reduzidas a sistemas. Não me inclinarei diante da autoridade de homens célebres! Procurarei onde se deve achar esse
meio que ninguém sonhou, porque é muito simples; porque ele não parece muito sábio, envolvido em coroas para os
mestres na arte de construir hipóteses e abstrações escolásticas.”
(trechos da carta que Hahnemann escreveu para Hufeland, em 1808).
Nos doze anos seguintes a 1789, Hahnemann mudou de residência vinte vezes, e vivia praticamente na miséria, com a
mulher e seus filhos em um único quarto. Tendo abandonado a medicina, vivia de traduções, trabalhando dia e noite e
fumando cachimbo para vencer o sono. Não clinicava, mas continuava estudando a medicina, à procura de algo que ele não
sabia, mas pressentia existir: uma lei racional de cura. Ele já compreendia que a primeira condição para usar com vantagem
os medicamentos era conhecer seus efeitos sobre o organismo humano.
Traduz a Matéria Médica de William Cullen, editada em Edimburgh, em 1788 e não se convence da ação terapêutica da China
ser devida a uma ação fortificante sobre o estômago.
Relata:
“Eu tomei, durante vários dias, a título de
experiência, quatro dracmas de boa quinina, duas
vezes por dia. Meus pés e a ponta dos meus dedos
ficaram primeiramente frios; eu fiquei cansado e
sonolento; em seguida meu coração começou a
palpitar; meu pulso ficou duro e rápido; uma
ansiedade intolerável e tremedeiras (mas sem
calafrios); cansaço em todos os membros; depois
pulsações na cabeça, rubor na face, sede; em
breve todos os sintomas habitualmente associadas
à febre intermitente aparecerem sucessivamente,
sem apresentar os reais calafrios. Para resumir, todos estes sintomas que para
mim são típicos de febre intermitente apareceram sucessivamente, como a
estupefação dos sentidos, um tipo de enrijecimento de todas as articulações, mas,
acima de tudo, o entorpecimento, uma sensação desagradável que parece ter sua
sede no periósteo de todos os ossos do corpo. Tudo apareceu. Esta crise durava,
cada vez, de duas a três horas e se reproduzia quando eu repetia a dose e não de
outra forma. Eu parei o remédio, e me reencontrei uma vez mais em boa saúde”.
“A casca peruana, que é utilizada como remédio contra a febre intermitente, age
porque ela pode produzir sintomas similares aos da febre intermitente no homem
são.”
Materia Médica de Cullen
Dr. William Cullen (1712 - 1790)
A primeira experimentação de China permitiu reformular o antigo princípio da similitude. Assim, 1790 é considerado o ano do
nascimento da Matéria Médica Homeopática.
O falecimento do imperador da Áustria, Leopoldo II, foi uma oportunidade para Hahnemann atacar abertamente a medicina
da época.
Hahnemann experimentou diversas substâncias e esperava a oportunidade de comprová-las publicamente. Em 1792,
influenciado pelo interesse do duque Ernesto de Saxe-Gotha, transferiu-se para Gotha. O duque colocou à disposição de
Hahnemann uma parte de seu castelo de caça para servir de casa de saúde para enfermos mentais. Klockenbring era um
escritor famoso e foi acometido de mania violenta em 1792. Foi tratado por 6 meses, sem sucesso, pelo Dr. Wichmann,
notável alienista. Pinel tratou dele no Hospital de Bicetre, também sem sucesso. Klockenbring foi o primeiro cliente que
Hahnemann tratou em Gotha.
Hahnemann acolheu Klockenbring com cuidado e gentileza. Observou,
durante duas semanas o paciente, sem prescrever qualquer medicamento,
tentando obter sua confiança. Depois realizou a prescrição que o
restabeleceu e em 1793, Klockenbring regressou a Hanover, completamente
restabelecido. Hahnemann curou outros casos de loucura e prescrevia por
correspondência. Como não conseguiu atrair muitos doentes para o castelo,
resolveu abandonar a hospitalidade do duque, em maio de 1793, pouco
depois da cura de Klockenbring.
Instalou-se em Molschleben, uma vila a alguns quilômetros de Gotha. Surgiu uma epidemia de crosta láctea e seus filhos a
contraíram, tendo sido curados por hepar sulphur.
Em 1794, instala-se em Pyrmont, em condições de grande miséria. Na viagem morre, em acidente, seu filho Ernesto.
Em 1796 foi morar em Königslutter, onde em 1799, a Belladona curou vários casos de uma epidemia de escarlatina.
Ainda em 1796 publica o primeiro ensaio sobre a nova doutrina: “Ensaio sobre um novo princípio
para descobrir as virtudes curativas das substâncias medicinais.” Escreveu um pequeno trabalho
“pequeno opúsculo de segredos úteis”. Seus adversários encontraram nele pretexto para atacá-lo.
Os farmacêuticos o odiavam, pois Hahnemann reclamava para os médicos o direito de preparar
seus medicamentos.
No outono de 1799, Hahnemann foge da cidade e é assaltado por seus inimigos, a filha sofreu
fratura de perna e foram obrigados a passar 6 semanas em estado de miséria na aldeia de
Muhlhau.
Depois foi para Altona e em 1880 transferiu-se para Hamburgo. Em 1801 se
instalou em Machern, aldeia perto de Leipzig.
Em 1808, Hahnemann entrou num período de glória. A clientela aumentava
pelos resultados que obtinha com a nova medicina.
Em 1811, instala-se pela terceira vez em Leipzig, em condições econômicas
bem mais favoráveis. Hahnemann solicitou autorização para realizar
conferências na universidade de Leipzig. Fez sua primeira conferência, em 26
de junho de 1812, em latim: dissertação histórica e médica sobre o
helleborismo.
Em 28 de setembro de 1812 foram inauguradas as suas conferências com grande assistência.
Hahnemann tinha, então, 57 anos de idade. Abria o Organon e começava a comentá-lo com entusiasmo
e atacava a alopatia, provocando desagrado de muitos. Apesar disto conseguiu reunir seus primeiros
discípulos: Franz Hartmann, Gustav Wilhelm Gross, Christian Gottlob Hornburg, Langhamer, os dois
irmãos Ernst Ferdinand e Théodor Johann Rückert, Johann Ernst Stapf e W. E. Wislicenus.
Gotha
Casa en Königslutter
Monumento de Hahnemann em Leipzig –
Praça Richard Wagner
Dr. Frans Hartmann
(1796 - 1853)
Hahnemann conseguiu chamar a atenção para a nova medicina.
Inaugurou, em sua residência, o Instituto homeopático, onde recebia os
discípulos e ministrava um curso de 6 meses de duração.
Em 1813, uma epidemia de tifo atingiu Leipzig e o êxito de Hahnemann,
obtendo curas fantásticas, foi excepcional. Porém a Homeopatia sofria
sucessivos ataques.
Em 1820, Hahnemann tratou do príncipe Scwarzenberg, acometido de hemiplegia direita. O
príncipe consegue alguma melhora com as indicações dietéticas de Hahnemann, mas logo as
desobedece, abusa do álcool e falece de um ataque de apoplexia, cinco semanas após. Os
professores da universidade de Leipzig atribuíram a Hahnemann a morte do príncipe. O
professor Clarus, que autopsiou o cadáver, apresentou argumentos capciosos para difamar
Hahnemann, caluniando-o terrivelmente.
Em 1821, abandona Leipzig e vai para Koethen, sendo acolhido pelo
duque de Anhalt, príncipe Fernando e a duquesa Júlia. Apesar desta
proteção, o povo não o acolheu devidamente. Durante os 15 anos
que viveu em Koethen, Hahnemann quase não saia de casa. Sua
clientela, seus estudos e o carinho da família lhe bastavam.
Os ataques às teorias
homeopáticas atingem o auge em
1825, com o emprego das doses
infinitesimais. Até então
Hahnemann utilizara os
medicamentos em tinturas e
baixas diluições.
Em 31 de março de 1830 falece sua esposa.
Na tarde de 8 de outubro de 1834, desce de uma carruagem um jovem
estrangeiro; um francês, conforme pareceu aos que presenciaram o
desembarque. Tratava-se, no entanto, de uma senhorita francesa que usava
roupas masculinas e viajava só, para proteger-se. Seu nome era D’Ervilly. Três
meses depois estavam casados e 5 meses depois se
mudaram para Paris. Estes episódios estão
romanceados em. A homeopathic love story.
Hahnemann and Melanie. Rima, Handley, 1990.
Caso notável foi a cura da filha de Ernest Legouvé,
membro da academia francesa. Sua filha de 4 anos fora desenganada pelos
médicos mais famosos de Paris. Hahnemann a observou durante algum
tempo e no dia seguinte iniciou o tratamento. Houve uma agravação no
décimo dia e por fim a menina se curou. Isto provocou muita discussão e a academia de medicina
solicitou ao ministro Guizot que proibisse Hahnemann de exercer a homeopatia. O ministro negou o
pedido com estas considerações:
“Hahnemann é um sábio de grande mérito. A ciência deve ser para todos. Se a homeopatia é uma
quimera ou um sistema sem valor próprio, cairá por si mesma. Se for, ao contrário, um progresso,
se difundirá apesar de todas as nossa medidas de preservação; e a academia, antes que ninguém,
deve desejá-lo, pois tem a missão de fazer progredir a ciência e de alentar seus descobrimentos”.
Dr. Johann Ernst Stapf
(1788 - 1860)
Dr. Gustav Wilhelm
Gross (1794 - 1847)
Dr. Théodor Johann
Rückert (1800-1885)
Príncipe Schwarzenberg
KOETHEN
Casa de Hahnemann en Koethen
Monument
Marie Mélanie
d'Hervilly
Paris, Rue de Milan,
nº 1 - Casa de
Hahnemann
Hahnemann falece de uma afecção brônquica no dia 3 de julho de 1843, às 5 horas da
manhã, aos 88 anos de idade, em sua casa em Paris, à Rua de Milan, n° 1. Foi Jahr que o
assistiu nos últimos momentos e assinou com o Dr. Croserio a declaração de óbito.
Quando Hahnemann faleceu, sua esposa
Melanie, escolheu para o seu sepultamento o
cemitério da colina de Montmartre, aonde veio
a ser sepultado somente no dia 11 de julho
de1843.
A Sra. Melanie faleceu em 27 de maio de 1878 e foi
sepultada em um jazigo à esquerda do de
Hahnemann em Montmartre.
Porém, cerca de 50 anos mais tarde, através de uma subscrição internacional, foi erguido um
túmulo-monumento no cemitério Père-Lachaise, em Paris, em homenagem ao fundador da
Homeopatia, para onde os seus restos mortais foram transferidos. Ali, além do busto de
Hahnemann e as datas e locais de seu nascimento e morte, estão registrado os nomes de suas
principais obras e o ano de sua publicação.
PERÍODO PRÉ-HOMEOPÁTICO DE HAHNEMANN
Medicina
• Assepsia – publica trabalho sobre a assepsia com a proposta de uso de um sublimado mercurial, isto por ter observado os
barbeiros drenando abscessos e as parteiras atendendo as parturientes.
• Saúde pública - desenvolveu um método para a purificação da água que naquela época já estava suja e contaminada,
através do uso do nitrato de prata e a seguir o sal, provocando floculação e desidratação.
Mineração
• Publica trabalho sobre a intoxicação dos mineradores nas minas de prata, por cobalto e cobre.
Indústria
• Trabalho sobre a intoxicação das pessoas que usavam roupas vermelhas coloridas com cobalto.
• Trabalho sobre a intoxicação das pessoas que cozinhavam com panelas de chumbo.
• Trabalho sobre a intoxicação pelo carvão mineral nas cidades que o usavam na calefação ao invés do carvão vegetal.
Observa e destaca a cura dos problemas respiratórios destas pessoas quando estas usavam o pó do carvão mineral em
pomada com vaselina no peito.
• Aperfeiçoou vários testes de bromatologia e criou métodos para a tintura dos tecidos.
• Criou testes para pesquisa de adulteração dos vinhos.
Farmácia
• Trabalho sobre a intoxicação pelo arsênico, através do levantamento de inúmeros casos de intoxicação por este, que na
época era amplamente vendido nas farmácias como febrífugo. Realizou um trabalho de intoxicação experimental com o
arsênico em 350 cachorros – as farmácias foram então proibidas da venda deste após ter mostrado este seu trabalho no
parlamento.
Cementerio de Montmartre
Cementerio du Père Lachaise
Christian Fredrich
Samuel Hahnemann
• Começou a trabalhar com o chá da folha de salgueiro como febrífugo. Trabalhou durante um período procurando
quimicamente a substância ali contida que abaixava a febre. Não prosseguiu neste trabalho, senão teria descoberto o
ácido acetil salicílico 50 anos antes de ele ser isolado da casca do salgueiro por químicos ingleses, ou 100 anos antes dele
ser sintetizado pelos estadunidenses.
Foram estes e outros tantos trabalhos de Hahnemann que levaram ao seguinte comentário de
Christoph Wilhelm Hufland (o principal comentador científico do século XVIII na Europa):
“Hahnemann era o mais ilustre médico entre todos os químicos e o mais ilustre químico entre todos
os médicos, um consultor honesto, dedicado ao progresso industrial e ao bem estar do seu
semelhante, e que o seu compromisso era com a humanidade”.
PRINCIPAIS OBRAS DE HAHNEMANN
1779 – Etiologia e terapêutica das afecções espasmódicas, que foi sua tese para receber o grau de doutor em
medicina na Universidade de Erlangen.
1784 – Guia para curar radicalmente as feridas antigas e as úlceras pútridas.
1786 – Sobre o envenenamento pelo arsênico, seu tratamento e sua constatação do ponto de vista legal, 276
páginas.
1787 – Os caracteres de pureza e de falsificação dos remédios, 350 páginas.
1789 – Instruções para os cirurgiões sobre as doenças venéreas, com a indicação de uma nova preparação
mercurial, 292 páginas.
1792 – O amigo da saúde, 100 páginas.
1793 – Dicionário de Farmácia (A/E), 280 páginas. 1795 - Dicionário de Farmácia (F/K), 244 páginas. 1798 -
Dicionário de Farmácia (L/P). 1799 - Dicionário de Farmácia (Q/Z).
1796 – Manual para as mães.
1796 - Descrição de klockenbring em sua loucura, 9 páginas.
1796 - Ensaio sobre um novo princípio para descobrir as virtudes curativas das substâncias medicinais, seguido
de alguns comentários sobre os princípios admitidos até nossos dias, 144 páginas e primeira publicação sobre a
nova doutrina.
1801 - Cura e profilaxia da escarlatina.
1801 - Sobre o poder das pequenas doses de medicamentos em geral e da belladona em particular.
1801 - Observações sobre os três métodos correntes de tratamento.
1803 - Sobre os efeitos do café, 30 páginas.
1805 - Esculápio na balança, 40 páginas.
1805 - Fragmenta de viribus medicamentorum positivis in sano corpore humano observatis.
1805 - A medicina da experiência, 55 páginas.
1808 - Valor dos sistemas especulativos em medicina, 11 paginas.
1810 - Organon da Medicina Racional, com 222 páginas. A segunda edição foi publicada em 1819 com o título
Organon da Medicina, que preservou nas demais edições, com 371 páginas. A terceira edição foi publicada em
1824, com 281 páginas. A quarta edição, em 1829, com 307 páginas. A quinta edição, em 1833, com 304
páginas. Os originais da sexta edição, estavam prontos, antes da morte de Hahnemann, para serem editados.
Porém, foi Richard Hael, com a ajuda financeira de William Boericke, quem comprou, anos após, dos herdeiros
de Hahnemann toda a sua obra literária, constituída de 54 caixas, com arquivos das histórias clínicas de seus
pacientes, quatro volumes de 1500 páginas de um repertório alfabético, ainda não publicado, 1300 cartas de
médicos de todas as partes do mundo e a sexta edição do Organon, constituída pela quinta edição, com
anotações de Hahnemann e correções à margem, datada de fevereiro de 1842, em Paris, e que veio a ser
publicada somente em 1923.