sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

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ACIDENTES ECOLÓGICOS: TRISTE DIVERTIMENTO
Criado em Seg, 24/03/2008 16h46
"Quando a última árvore cair, derrubada; quando o último rio for envenenado; quando o último peixe for pescado, só então nos daremos conta de que dinheiro é coisa que não se come".
(Índios Amazônicos)

Os inúmeros desastres ecológicos que vem conduzindo o mundo a um estado melancólico, não passam de discursos que se acomodam tranqüilamente no cotidiano da mídia.
A preocupação com o meio ambiente, com o equilíbrio ecológico é objeto de vários discursos da cultura dominante, mostrando as agressões e os perigos que nos ameaçam como uma naturalidade da era industrial. Ou um acidente apenas desagradável.
Essa racionalidade que rege o progresso do mundo moderno desprezou a afetividade como uma referência para a convivência das pessoas e estabeleceu uma dicotomia entre o homem e a natureza. O homem moderno é o principal predador do seu próprio meio ambiente, o dominador da natureza.
O meio ambiente nos meios de comunicação vive sua "oralidade", mas longe da reflexão, as questões passam para o plano do discurso, mantendo a natureza como produto de consumo. A fala sobre a preservação da natureza é filtrada por interesses políticos e econômicos.
Existe um cuidado da mídia em mostrar e investigar a realidade espetacularizando-a e disfarçando as causas principais. Fazendo do espectador um voyeur romântico de um divertimento triste. Nossa paixão é canalizada para saber mais sobre o fato, a denúncia, o esclarecimento minucioso e histérico da verdade, e não para reagir ao fato.
O humor da sociedade capitalista se apropria de tudo, inclusive dos protestos e dos discursos sobre as agressões ao meio ambiente, para seu próprio gozo ligado ao lucro e para disfarçar responsabilidades.
São irreversíveis os danos ecológicos e acabam por apressar o tempo do próprio homem. A estupidez da economia moderna em pensar o homem como exclusivamente força de trabalho, sem sentimento e sem emoção substituiu o desejo pelo desejo de consumo e conseqüentemente a psicologia dos sujeitos.
Nunca se falou tanto sobre meio ambiente e passivamente estamos assistindo os desastres ecológicos como um acontecimento ou um destino histórico, isto é, como se o modo de produção, o modelo de desenvolvimento econômico e os interesses de classe nada tivessem a ver com os fatos em questão. Essa idéia de desenvolvimento econômico é insustentável.
No desespero da ampliação produção / consumo, uma guerra é inevitável contra a natureza, a ética e quaisquer princípios de valores. No vale tudo por dinheiro não há limites.
Almandrade (artista plástico, arquiteto e poeta)
Um acidente Na paisagem Ninguém e nada Uma árvore Madeira e homem Solidão do mundo Natureza ácida.

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