História do Club Sportivo Sergipe
O CLUB SPORTIVO SERGIPE, foi fundado no dia 17 de outubro de 1909,tendo surgido, uma semana depois do primeiro clube esportivo de Aracaju o Cotinguiba Esporte Clube, depois de uma dicidencia com o proprio cotinguiba. Dedicado exclusivamente aos esportes náuticos. Existe até hoje de que o Sergipe nasceu de uma facção de Cotinguiba, que, contrariada com o nome dado a este Clube, em homenagem ao rio que banha a Capital Sergipana, resolveram imediatamente convocar os "dissidentes" para fundar outro clube, com o verdadeiro nome do rio que é, realmente, "Sergipe". Entretanto, embora pareça lógica esta versão, as minuciosas pesquisas (inclusive o testemunho de um dos fundadores do C.S.Sergipe, o Sr. JOSÉ COUTO DE FARIAS) não comprova este fato. A verdade é que havia a necessidade de outro clube de regatas a fim de que este esporte se desenvolvesse entre aqueles jovens ávidos e emoções novas e desejosos de utilizar o leito do rio tão propício às disputas de um esporte que aprenderam a gostar, quando em contactos no Sul do País. Assim, comandados por Adalberto Ribeiro Monteiro e mais Euclides Porto, Adalgiso Rosal, José Couto de Farias, Tancredode Sousa Campos, Américo Silva, Francisco Bessa e outros que a história não registrou; reuniram-se no dia seguinte da fundação do Cotinguiba, no meio dia de 11 de outubro, na sede da Associação Comercial e deliberam que, no domingo seguinte, dia 17, seria fundado o CLUB SPORTIVO SERGIPE. E foi o que aconteceu! Novamente no mesmo horário, e no mesmo local anterior, Aquele grupo de jovens idealistas fundavam o Clube cujas cores representavam vigôr, vontade de vencer, progredir. Sua diretoria foi assim organizada:
PRESIDENTE: Tancredo Sousa Campos. VISE-PRESIDENTE: José Victor de Matos. 1º SECRETÁRIO: José Couto de Farias. 2º SECRETÁRIO: Adalberto Ribeiro Monteiro. TESOUREIRO: José Fernandes de Oliveira. ORADOR: Hemetério Gouveia. DIRETOR DE REGATAS: Américo Silva.
Na comissão Fiscal figuravam os Srs. Dr. Alexandre Lobão, Cel. Terêncio Sampaio e Jucundino Sousa Filho. Como presidente de honra foi escolhido o Coronel Lourenço Pinto Monteiro. Nascia naquele momento o CLUBE SPORTIVO SERGIPE, cujo destino histórico o tornaria o maior Clube Esportivo do Estado. A turma rubra não perdeu tempo entrando logo em ação, encomendando barcos, arrumando local para a sede, angariando novos sócios e levantando fundos financeiros para a efetivação dos planos. Os frutos não tardaram a aparecer: Em janeiro de 1910 era "batizado" o primeiro barco rubro com o nome "NEREIDA". Em 08 de janeiro de ano seguinte debaixo de muito entusiasmo e muitas festas inaugurava-se a sede do Sergipe. Era apenas uma pequena garagem, construida no bairro da fundição (atual, Avenida Ivo do Prado) às margens do rio Sergipe. Na primeira disputa náutica realizada no dia 11 de junho de 1910, o clube Rubro foi o vencedor, diante do Cotinguiba. O feito foi entusiasticamente comemorado com festas! Este foi o início de muitas outras conquistas com o C.S.Sergipe em memoráveis disputas com o Alvi-Azul, que arrastavam multidões à antiga rua da Frente. Em meados de 1916 surgia o Futebol. Inicialmente foi praticado pelos sócios do Sergipe e Cotinguiba sem distinção clubística, em animados treinos realizados pelos "Team Green" e "Team Black" num campo improvisado da Praça Pinheiro Machado. Somente no final do ano é que oficialmente, os dois clubes resolveram adatar o esporte bretão que transformaria rapidamente o time Colorado no mais popular entre todos e, disparadamente o de maior números de conquistas. A tragetória futebolística do C.S.Sergipe envolve dezenas de campeonatos conquistados, triunfos em torneios locais e interestaduais, vitórias memoráveis sobre campeões de outros Estados e troféus valiosíssimos.
Craques do passado.
Pelas suas equipes de futebol já passaram vários craques de renome em todo Estado e além fronteiras, principalmente na Bahia, que na década de 1940 se alimentava de nossos craques (naquela época simples amadores). Do Sergipe brilharam entre outros no futebol baiano, Zé Grilo, Zaluar, Pirricha, Dário, Arnaldo e Gringo, este imediatamente negociado com o Flamengo do Rio.
Triunfos.
Entre os triunfos memoráveis do Sergipe destacam-se a vitória de 1 X 0 sobre a seleção do Ceará (1926), 4 X 2 sobre o Botafogo Campeão Baiano (1936) 3 X 1 sobre a seleção de Alagoas (1940), a histórica goleada imposta ao Vitória da Bahia por 8 X 2 (1942), 2 X 0 sobre o Bangu campeão carioca(1967) e a vitória Internacional sobre a seleção de novos Argentinos por 3 X 1(1968) no primeiro jogo deste gênero em Sergipe. O Sergipe é o único clube sergipano com batismo em jogos internacionais até o momento além da seleção de novos Argentinos, enfrentou o Sparta da Tchecoslovaquia, Alianza de Lima (Peru) e a seleção de Ghana(África). Foi o primeiro clube do estado a participar do Campeonato Nacional (1972) integrado pela nata do Futebol Brasileiro. O Time Rubro também é o único clube que participou de todos os campeonatos Oficiais, desde o primeiro em 1918.
Base.
O Clube também foi o primeiro a organizar oficialmente uma seção de futebol juvenil (em 1937). Atualmente o departamento de "Juniors" tem merecido atenção especial dos seus dirigentes, colhendo com isto revelações de autênticos craques para o futebol profissional como Joãozinho, Paulinho, Gena, Alex, Lêniton, Sandoval, Elenilson entre outros.
Os presidentes do Clube.
Foram mais de cinquenta abnegados que aceitaram a incumbência de dirigir os destinos do Clube Colorado. A grande maioria deles, contando com o imprescidível apoio dos componentes de suas diretorias, foram responsáveis pela trajetória de conquistas do Clube "Mais Querido" do Estado. Entretanto alguns se destacaram pelo denodo e abnegação com que abraçaram as causas do Clube: Alcebpiades Paes, Nino Porto, Hormindo Menezes, Jeferson Silva, João Bezerra, Péricles Hora, Robério Garcia, Eduardo Abreu e os notáveis Zoroastro(Zozó) Rodrigues, João Hora de Oliveira e, atualmente , o incansável ANTÔNIO SOARES DA MOTA (Motinha), que dirige o Gigante Rubro desde 07 de abril de 1980.
É esta, em resumo, a história do CLUBE SPORTIVO SERGIPE, que, graças a imensa grandeza alicerçada em quase 100 anos de vida, representa a própria história do Futebol Sergipano.
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
clube sportivo sergipe
Estádio João Hora de Oliveira
Av. Rio de Janeiro, S/N- sede própria- Aracaju SE.
Considerado de utilidade pública-lei estadual. nº 3675 de 06/12/1995.
O Estádio foi reformado para treino. Só que teve que ser aberto para jogos oficiais até o Batistão ser totalmente reformado. Com capacidade de 10 000 espectadores o João Hora é chamado pelo seu torcedor de "Caldeirão Rubro".
Sede Social
O patrimônio físico do Sergipe é o maior do Estado. Na sua imensa área, localizada no bairro Siqueira Campos, consta um estádio (ainda incompleto) para mais de 10 mil pessoas, quadra de esportes,piscinas, concentração para atletas, salão de festas e outras dependências que ganharam impulso graças ao dinamismo das diretorias, cuja meta é entregar o mais breve possível à torcida Rubra este complexo esportivo-social.
Av. Rio de Janeiro, S/N- sede própria- Aracaju SE.
Considerado de utilidade pública-lei estadual. nº 3675 de 06/12/1995.
O Estádio foi reformado para treino. Só que teve que ser aberto para jogos oficiais até o Batistão ser totalmente reformado. Com capacidade de 10 000 espectadores o João Hora é chamado pelo seu torcedor de "Caldeirão Rubro".
Sede Social
O patrimônio físico do Sergipe é o maior do Estado. Na sua imensa área, localizada no bairro Siqueira Campos, consta um estádio (ainda incompleto) para mais de 10 mil pessoas, quadra de esportes,piscinas, concentração para atletas, salão de festas e outras dependências que ganharam impulso graças ao dinamismo das diretorias, cuja meta é entregar o mais breve possível à torcida Rubra este complexo esportivo-social.
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Zoneamento economico e ecologico
O ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO (ZEE) DO MUNICÍPIO DE ROSARIO
Buscando a harmonização entre as questões urbanas e socio- ambientais, o Município de Rosario do Catete, em apoio à implantação e implementação dos instrumentos de planejamento físico-territorial , desenvolve o projeto Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE). Para Pensar e “repensar” o espaço rural do nosso território,esse é o nosso grande desafio. Definir como um espaço privilegiado na Agenda 21 e com diretrizes específicas da politica nacional de meio ambiente, deve ser provido de mecanismos e serviços fundamentais para sua ocupação de maneira planejada. O ZEE estabelecerá diálogos com outros instrumentos de planejamento físico-territorial instituídos pelo Plano Diretor, em especial o Mapeamento dos Vazios Urbanos e a Carta de Risco, onde estas três ferramentas são correlatas e interdependentes. A experiência de Goiânia insere-se no cenário dos municípios brasileiros pioneiros na elaboração de ZEE na escala Municipal/Local, que avançam na descentralização das ações previstas na Política Ambiental. Mapas Sínteses do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) e da Carta de Risco e Planejamento do Meio Físico do Município de Rosario do Catete.
Carta de Risco
Relatório Técnico Volume I
Relatório Técnico Volume II
Mapa Síntese
Zoneamento Ecológico Econômico
Relatório Técnico
Mapa Síntese
Buscando a harmonização entre as questões urbanas e socio- ambientais, o Município de Rosario do Catete, em apoio à implantação e implementação dos instrumentos de planejamento físico-territorial , desenvolve o projeto Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE). Para Pensar e “repensar” o espaço rural do nosso território,esse é o nosso grande desafio. Definir como um espaço privilegiado na Agenda 21 e com diretrizes específicas da politica nacional de meio ambiente, deve ser provido de mecanismos e serviços fundamentais para sua ocupação de maneira planejada. O ZEE estabelecerá diálogos com outros instrumentos de planejamento físico-territorial instituídos pelo Plano Diretor, em especial o Mapeamento dos Vazios Urbanos e a Carta de Risco, onde estas três ferramentas são correlatas e interdependentes. A experiência de Goiânia insere-se no cenário dos municípios brasileiros pioneiros na elaboração de ZEE na escala Municipal/Local, que avançam na descentralização das ações previstas na Política Ambiental. Mapas Sínteses do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) e da Carta de Risco e Planejamento do Meio Físico do Município de Rosario do Catete.
Carta de Risco
Relatório Técnico Volume I
Relatório Técnico Volume II
Mapa Síntese
Zoneamento Ecológico Econômico
Relatório Técnico
Mapa Síntese
plano nacional de mudanças climaticas
PLANO NACIONAL
SOBRE MUDANÇA DO CLIMA
– PNMC –
BRASIL
BRASÍLIA
DEZEMBRO DE 2008
Casa Civil da Presidência da República
Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Ministério da Ciência e Tecnologia
Ministério da Defesa
Ministério da Educação
Ministério da Fazenda
Ministério da Integração Nacional
Ministério da Saúde
Ministério das Cidades
Ministério das Relações Exteriores
Ministério de Minas e Energia
Ministério do Desenvolvimento Agrário
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Ministério do Meio Ambiente
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Ministério dos Transportes
Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas
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APRESENTAÇÃO
A mudança global do clima é tema que ganha a cada dia maior relevância na
agenda de governos, das empresas e da sociedade como um todo. Embora ainda
seja marcado por muita polêmica, o aquecimento do planeta fruto da atividade
humana é, hoje, reconhecido pela comunidade científica internacional e demanda
grande disposição política para sua mitigação.
O Brasil muito tem feito para o enfrentamento do problema, tornando-se uma das
principais referências mundiais quanto à conquista de soluções adequadas perante
esse gigantesco desafio – a exemplo de nossa matriz energética – e estamos
engajados a fazer ainda mais, no âmbito de um esforço verdadeiramente global
de combate à mudança do clima.
Nesse sentido, atuamos tanto no plano interno, quanto nas negociações internacionais
relativas ao tema, nas quais buscamos viabilizar um amplo esforço internacional
justo e eqüitativo, para evitar que as populações, especialmente as mais pobres e
que nada fizeram para gerar o problema, sofram ainda mais com as conseqüências
de padrões insustentáveis de produção e consumo dos países mais ricos.
O Plano Nacional sobre Mudança do Clima que ora apresentamos ao país, constituise
em um marco relevante para a integração e harmonização de políticas públicas,
seguindo as diretrizes gerais da Política Nacional encaminhada este ano ao
Congresso Nacional. É fruto do trabalho do Comitê Interministerial sobre Mudança
do Clima e de seu Grupo-Executivo, instituídos há cerca de um ano para cumprir
esse propósito, com a colaboração de outros colegiados e instâncias como o
Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, a Comissão Interministerial de Mudança
Global do Clima, a III Conferência Nacional do Meio Ambiente, bem como Fóruns
Estaduais de Mudanças Climáticas e organizações da sociedade.
Os objetivos estabelecidos no Plano são audaciosos, se comparados com os de
outros países. O potencial de contribuição para a redução das emissões de gases
de efeito estufa dele decorrente é um dos maiores – se não o maior – dentre todas
as nações.
Ao mesmo tempo em que reconhecemos neste plano um marco relevante para
qualificar a elaboração e implementação das políticas públicas no país, assumimos
o compromisso de avaliá-lo e aperfeiçoá-lo regularmente de forma cada vez
mais participativa, conceito e prática que fomentamos por considerá-los os
mais adequados para integrar, harmonizar, qualificar e fortalecer os esforços e
compromissos dos governos e da sociedade voltados à construção solidária de um
futuro melhor para os brasileiros e para a humanidade como um todo.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Presidente da República Federativa do Brasil
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Princípios
A mudança global do clima é um dos mais significativos desafios
da atualidade. O Plano Nacional sobre Mudança do Clima pretende
incentivar o desenvolvimento das ações do Brasil colaborativas ao
esforço mundial de combate ao problema e criar as condições internas
para o enfrentamento de suas conseqüências.
O aquecimento do planeta pela interferência humana, apesar de
incerto quanto a sua magnitude, tornou-se um fato aceito pela
comunidade científica. Para isso contribuiu o Quarto Relatório
do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC),
publicado em 2007, reforçado por pesquisas científicas posteriores.
Por ser global, o problema une a todos na busca por caminhos e
soluções que permitam que a civilização continue a prosperar em
sua trajetória futura.
A mudança do clima é o resultado de um processo de acúmulo de gases
de efeito estufa na atmosfera, que está em curso desde a revolução
industrial. Os países apresentam diferentes responsabilidades
históricas pelo fenômeno, segundo os volumes de suas emissões
antrópicas. Isso contribui para a definição, hoje, de responsabilidades
comuns porém diferenciadas, que norteiam, por um lado, as obrigações
de países desenvolvidos e, por outro, de países em desenvolvimento
no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança
do Clima (CQNUMC). Cabe ao Brasil harmonizar suas ações nesse
campo com os processos de crescimento sócio-econômico, no marco
do desenvolvimento sustentável.
Quais as reais possibilidades sócio-econômicas das nações
individualmente e qual sua disposição para enfrentar as causas e
conseqüências do problema são questões que se impõem nos nossos
dias. Cada país deve tentar equacionar suas respostas e organizar
suas ações.
Nesse contexto, mesmo não tendo obrigações quantificadas de redução
de emissões no âmbito da CQNUMC, por não ter responsabilidade
histórica significativa pelo acúmulo de gases de efeito estufa na
atmosfera, o Brasil vem buscando encontrar um caminho onde o
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esforço de mitigação da mudança do clima seja efetivo e a garantia
do bem-estar de seus cidadãos a principal variável.
Nesse duplo propósito, o País implementou ações e tem buscado
soluções adicionais com a finalidade de aliar o crescimento
econômico com as medidas que, direta e indiretamente, são
favoráveis ao clima.
Alguns indicadores como emissões per capita e por área de seu
território, nos gráficos a seguir, demonstram a reduzida contribuição
corrente do País ao problema, comparativamente a outras economias
desenvolvidas e emergentes no mundo.
Como bem mostram os indicadores, o Brasil tem feito sua parte
na mitigação da mudança do clima e está determinado e engajado
a fazer mais, aproveitando plenamente sua capacidade nacional,
no âmbito de um esforço global de combate à mudança do clima.
Fluxo adequado de financiamento, transferência tecnológica e
capacitação, oriundos da cooperação internacional, serão elementos
importantes para auxiliar no pleno cumprimento dos objetivos
definidos no Plano Nacional.
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O Brasil não subordina sua disposição de agir à existência de cooperação
internacional. Tal cooperação, contudo, fortaleceria a capacidade
nacional. Vale ressaltar, nesse contexto, que o fornecimento de apoio
financeiro e tecnológico em benefício dos países em desenvolvimento
representa um compromisso dos países desenvolvidos, previsto na
Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.
Mas, o que pretende o Brasil para o futuro próximo? São inúmeras
as respostas e as possibilidades. A mudança do clima é uma questão
estratégica para o presente e o futuro do desenvolvimento nacional.
Envolve-se aqui não só uma questão de escolhas produtivas e
tecnológicas, mas também a preservação e, sempre que possível, o
aumento da competitividade da economia e dos produtos brasileiros
em um mundo globalizado. As escolhas são feitas à medida que
a sociedade reconhece o problema, compreende a dinâmica das
múltiplas forças que o provocam, define-se como parte da solução e
se vê como beneficiária das decisões tomadas.
Pode-se assegurar, portanto, que a premissa dos esforços do Brasil
é o seu compromisso em reduzir a desigualdade social e a aumentar
sua renda buscando uma dinâmica econômica cuja trajetória de
emissões não repita o modelo e os padrões dos países que já se
industrializaram.
Duas são as vertentes principais que se apresentam: a difícil tarefa
de equacionar a questão das mudanças do uso da terra com suas
implicações de grande magnitude nas emissões brasileiras de gases
de efeito estufa e a instigante tarefa de aumentar continuamente
a eficiência no uso dos recursos naturais do País.
O enfrentamento desses desafios será calcado em esforços
coordenados, concatenados, contínuos e sinérgicos, para os
quais o Plano Nacional sobre Mudança do Clima foi concebido. O
Plano define ações e medidas que visam à mitigação, bem como
à adaptação à mudança do clima, sendo os seguintes os seus
objetivos específicos:
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1. Fomentar aumentos de eficiência no desempenho dos
setoresda economia na busca constante do alcance das
melhores práticas
Para que o desenvolvimento do País ocorra em bases sustentáveis,
as ações governamentais dirigidas ao setor produtivo deverão
buscar, cada vez mais, a promoção do uso mais eficiente dos
recursos naturais, científicos, tecnológicos e humanos. Os esforços
em fomentar um nível de desempenho nos setores da economia,
pautado nas melhores práticas em cada um dos setores específicos,
serão uma forma de se buscar reduzir o conteúdo de carbono do
produto interno bruto brasileiro, aumentar a competitividade dos
produtos brasileiros no mercado internacional, fazer crescer a renda
e gerar excedentes econômicos que possam garantir maiores níveis
de bem-estar social.
Ademais, são necessários esforços na direção da eficiência energética
e da conservação de energia, como forma de redução de consumo,
evitando geração adicional e reduzindo as emissões de gases de
efeito estufa. A implementação de uma Política Nacional de Eficiência
Energética representará a redução no consumo de energia elétrica
da ordem de 10% no ano de 2030, equivalente a uma economia de
106 TWh, o que poderá evitar a emissão de 30 milhões de toneladas
de CO2 naquele ano, em uma estimativa conservadora.
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Ações Principais
• Eficiência Energética – economia paulatina de energia até alcançar
106 TWh, em 2030, com a implementação de uma Política Nacional
de Eficiência Energética, que representam a não emissão de cerca
de 30 milhões de toneladas de CO2.
• Carvão Vegetal – aumento do consumo de carvão vegetal sustentável
em substituição ao carvão mineral, preferencialmente por meio de
incentivo ao plantio de florestas em áreas degradadas, via estímulo
à Siderurgia Mais Limpa.
• Geladeiras – troca de 1 milhão de geladeiras antigas por ano, em
10 anos, resultando em coleta de gases que agridem a camada de
ozônio: 3 milhões tCO2eq/ano de CFCs.
• Solar Térmica - Estímulo à utilização de sistemas de aquecimento
solar de água, reduzindo o consumo de energia em 2.200 GWh/ano
no ano de 2015.
• Substituição de gases refrigerantes – estimam-se emissões evitadas
de 1.078 bilhões de tCO2eq de HCFCs, no período 2008-2040. Parte
deste ganho será abatida pela emissão dos gases substitutos.
• Resíduos Sólidos Urbanos – aumento da reciclagem em 20% até 2015.
• Cana-de-açúcar – eliminação gradual do emprego do fogo, como
método despalhador e facilitador do corte de cana-de-açúcar em
áreas passíveis de mecanização da colheita, não podendo ser
inferior a 25% área mecanizável de cada unidade agroindustrial, a
cada período de cinco anos. Revisão deste percentual, determinado
pelo Decreto nº 2.661/98. Estabelecimento de acordos com o setor
produtivo, articulação com os Estados da Federação em que esta
prática ainda ocorre e implantação de sistema de monitoramento
das áreas sujeitas à queima.
• Sistemas agropecuários – incentivos a práticas sustentáveis
destinados a: recuperação de grande parte dos atuais 100 milhões
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de ha de pastos degradados; seqüestro de carbono via integração
lavoura-pecuária, sistemas agroflorestais ou agrossilvopastoris;
adoção do plantio direto e redução do uso de fertilizantes
nitrogenados; e enriquecimento orgânico das pastagens para reduzir
emissões de metano pelo gado.
2. Buscar manter elevada a participação de energia renovável
na matriz elétrica, preservando posição de destaque que
o Brasil sempre ocupou no cenário internacional
O setor energético brasileiro, relativamente aos demais países, é
extremamente limpo e, um dos maiores desafios é sustentar esta
condição, considerando a crescente demanda de energia elétrica.
Atualmente a matriz energética conta com uma participação de 45,8%
de renováveis enquanto a média mundial é de 12,9 %.
Com relação à matriz elétrica, este percentual é ainda mais expressivo,
alcançando 89%. O cenário de referência do Plano Nacional de Energia – PNE
2030 prevê ainda que a expansão da oferta de eletricidade, entre o ano de
2005 e 2030, contempla a implantação de 95.000 MW de geração, oriundos
de aproveitamentos hidrelétricos. Entretanto, a demanda crescente e a
perspectiva de esgotamento em longo prazo do potencial hidrelétrico
nacional, acrescida das questões de natureza sócio-ambientais, não
obstante a prioridade que possa merecer a hidroeletricidade na expansão
da oferta do sistema elétrico, permitem admitir que outras fontes deverão
compor essa expansão.
Oferta Interna de Energia Elétrica 2007
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Nesse sentido, o Brasil dispõe de diversas alternativas para a expansão
da oferta de energia elétrica, livres de emissões de CO2, adicionalmente
à hidroeletricidade. Entre elas, destaca-se a geração a partir de fontes
renováveis - cogeração com bagaço de cana-de-açúcar e outras formas
de biomassa, eólica e solar - e de fontes não convencionais como os
resíduos sólidos e os efluentes. No caso da cogeração, estima-se um
aumento da oferta de energia elétrica de modo a que represente um
percentual de 11,4% da oferta total de eletricidade no País em 2030, o
que representa a geração de 136 TWh.
O esforço para a redução no desperdício de energia também é
importante. Com base nas informações apresentadas no primeiro e no
segundo ciclos de revisão tarifária da ANEEL, as perdas não-técnicas
de energia são da ordem de 22.000 GWh por ano. Pretende-se reduzir
este montante nos próximos 10 anos à taxa de 1.000 GWh por ano.
Isso representa uma redução no desperdício de energia de 400 GWh
por ano. Em média, cerca de 25% (100 GWh por ano) dessa energia
deixará de ser produzida por usinas termoelétricas.
Assim, esforços governamentais serão empreendidos para que
a variável sócio-ambiental, e, portanto, a referente à mudança do
clima, seja introduzida, cada vez mais, no processo de planejamento
da expansão da oferta de eletricidade de modo que seja mantida
elevada a participação das fontes renováveis.
Ações Principais
• Co-geração – aumento da oferta de energia elétrica de co-geração,
principalmente a bagaço de cana-de-açúcar, para um percentual
de 11,4% da oferta total de eletricidade no País, em 2030, o que
corresponde à geração de 136 TWh
• Redução das perdas não-técnicas na distribuição de energia elétrica
à taxa de 1.000 GWh por ano, nos próximos 10 anos, que atualmente
são da ordem de 22.000 GWh por ano. Isto representará uma
redução no desperdício de energia de 400 GWh por ano. Em média,
cerca de 25% (100 GWh por ano) dessa energia deixará de ser
produzida por usinas termoelétricas.
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• Hidroeletricidade – agregação ao sistema de 34.460 MW, provenientes
de novas hidrelétricas, de acordo com a programação de obras do
Plano Decenal de Energia (PDE 2007-2016).
• Energia eólica e a bagaço de cana-de-açúcar – Estímulo ao aumento
da participação destas fontes na matriz elétrica por meio dos leilões
específicos de energias renováveis. Até 2010 serão instalados mais
de 7.000 MW de fontes renováveis considerando os resultados do
Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica –
PROINFA e dos leilões já realizados.
• Energia Solar fotovoltaica – fomento à expansão da industria
fotovoltaica nacional e a utilização desta fonte de energia em
sistemas isolados e conectados à rede.
3. Fomentar o aumento sustentável da participação de
biocombustíveis na matriz de transportes nacional e,
ainda, atuar com vistas à estruturação de um mercado
internacional de biocombustíveis sustentáveis
Os biocombustíveis brasileiros como o etanol, e em menor escala o
biodiesel, são fontes de riqueza inconteste para o País. Sua produção
gera renda no campo e sua utilização desloca fontes fósseis que tanto
impactam no clima, quanto na qualidade do ar que se respira.
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O fomento à crescente substituição de fontes fósseis no setor de
transportes brasileiro poderá permitir um aumento médio anual do
uso de etanol de 11% nos próximos anos. No caso do biodiesel, o
Governo tem anunciado a intenção de antecipar, de 2013 para 2010,
a obrigatoriedade de adição de 5% deste biocombustível ao diesel, o
que poderá aumentar em mais de 60% sua participação em relação
ao atual nível de consumo na matriz de transportes brasileira.
Ao mesmo tempo, a cooperação técnica com outros países com
potencial agrícola para o plantio de cana-de-açúcar visa contribuir
para a desconcentração da oferta de etanol no mercado internacional,
o que o tornaria mais estável e equilibrado permitindo, assim,
a expansão sustentável da demanda. Com isso, o País estará
contribuindo para a mitigação das emissões de gases de efeito
estufa para além de suas fronteiras e proporcionando uma grande
oportunidade aos países de economia predominantemente agrícola
de aumentar suas receitas de exportação.
Ações Principais
• Etanol – fomento à indústria para alcançar um aumento médio
anual de consumo de 11% nos próximos 10 anos. Produzido a partir
de uma lavoura estabelecida em áreas definidas pelo Programa de
Zoneamento da Cana-de-Açúcar, em fase de implantação, deverá
evitar a emissão de 508 milhões de tCO² no período.
• Biodiesel – estudos, em curso, para antecipar de 2013 para 2010, a
obrigatoriedade de adição de 5% ao diesel.
• Agro-energia – implementação do Plano Nacional de Agro-Energia,
em fase de concepção, com o objetivo de realizar pesquisa,
desenvolvimento, inovação e transferência de tecnologia para garantir
sustentabilidade e competitividade às cadeias de agro-energia.
• Estímulo à formação de um mercado internacional de etanol -
cooperação técnica com outros países de alto potencial de plantio de
cana de açúcar para desconcentrar a oferta de etanol, tornando-a
mais estável e equilibrada.
14
Os objetivos 4 e 5 são complementares.
4. Buscar a redução sustentada das taxas de desmatamento,
em sua média quadrienal, em todos os biomas brasileiros,
até que se atinja o desmatamento ilegal zero
Especificação do Objetivo: Redução do desmatamento em 40%
no período 2006-2010, relativamente à média dos dez anos do
período de referência do Fundo Amazônia (1996-2005), e 30% a
mais em cada um dos dois quadriênios seguintes, relativamente
aos quadriênios anteriores.
No caso do bioma Amazônia o alcance deste objetivo específico
poderá evitar emissões em torno de 4,8 bilhões de toneladas
de dióxido carbono, no período de 2006 a 2017, considerando a
ordem de grandeza de 100 tC/ha. Este valor será reavaliado após
a conclusão do inventário de estoques de carbono no âmbito do
inventário florestal.
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Condicionante: existência de recursos nacionais e internacionais,
novos e adicionais, para fiscalização e reorientação econômica da
região florestada, incluindo os captados pelo Fundo Amazônia.
Inúmeras são as variáveis a serem controladas para que se reduza
o desmatamento, o que dificulta o alcance do objetivo pretendido.
Apesar dos constantes esforços de monitoramento e fiscalização, a
demanda por produtos que ocupam os locais florestados e mesmo pela
madeira produzida com a própria floresta oscila ao longo do tempo,
fazendo com que tais esforços ora apresentem resultados bastante
satisfatórios, ora se mostrem completamente insuficientes.
O que se busca obter com a adoção das medidas previstas no Plano
é lograr uma redução consistente das taxas de desmatamento em
períodos quadrienais. O objetivo é reduzir o desmatamento em 40%
no período 2006-2009, relativamente à média dos dez anos do período
de referência do Fundo Amazônia (1996-2005), e 30% a mais em cada
um dos dois quadriênios seguintes, relativamente aos quadriênios
anteriores. Combater o desmatamento e estimular a reorientação
econômica da região florestada são atividades que demandam grande
quantidade de recursos. A consecução dessas reduções dependerá
necessariamente de recursos nacionais e internacionais, novos e
adicionais, incluindo os captados pelo Fundo Amazônia, em níveis
correspondentes à dimensão do problema.
Esta é uma tarefa desafiadora que exigirá do governo uma estratégia
de ação para além das tradicionais ações de monitoramento e
vigilância. Nesse sentido, vem sendo empreendido um grande
esforço por parte do Governo Federal consubstanciado no Plano de
Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia
Legal (PPCDAM), que resultou na diminuição de 59% da taxa anual
de desmatamento nesse bioma por três anos consecutivos – 2004 a
2007. Embora o PPCDAM tenha como eixos temáticos o ordenamento
fundiário e territorial, o monitoramento e controle e o fomento às
atividades produtivas sustentáveis, cabe fortalecer esse último
componente, conforme preconizado nas diretrizes do Plano Amazônia
Sustentável (PAS). A experiência do PPCDAM será estendida para os
outros biomas brasileiros através da elaboração de planos similares
16
adequados às peculiaridades de cada um deles, com o envolvimento
dos estados, municípios, sociedade civil e setor produtivo.
Para isso, será implementado o Programa de Monitoramento do
Desmatamento nos Biomas Brasileiros por Satélite, com vistas
a quantificar desmatamentos e a embasar ações de fiscalização e
combate a desmatamentos ilegais nesses biomas.
Ações Principais
Implantação do Cadastro Nacional de Florestas • Públicas (CNFP),
estabelecido pelo Serviço Florestal Brasileiro – identificação das
florestas públicas a serem protegidas, conservadas e manejadas,
uma vez que as áreas de maior risco para o desflorestamento e
ocupação ilegal são as terras sem destinação.
• Ordenamento territorial e fundiário, monitoramento e controle, e
fomento a atividades produtivas sustentáveis - implementação do
Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na
Amazônia Legal (PPCDAM) e de planos similares nos demais biomas
para reduzir as taxas de desmatamento, envolvendo parcerias
entre órgãos federais, governos estaduais, prefeituras, entidades
da sociedade civil e o setor privado.
• Monitoramento de alta precisão – implantação do Programa de
Monitoramento do Desmatamento nos Biomas Caatinga, Cerrado,
Mata Atlântica, Pampa e Pantanal, por Satélite, tal como já ocorre
na Amazônia.
• Aumento da fiscalização - Incremento do efetivo de fiscalização,
através da realização de concursos públicos específicos, aumento
do nível de especialização e desenvolvimento de atividades de
Inteligência voltadas para a fiscalização.
• Fundo Amazônia – criado em 2008, visa captar recursos nacionais
e internacionais para redução do desmatamento, uso sustentável e
conservação, principalmente da floresta Amazônica.
• Fundo Clima – criação submetida ao Congresso Nacional para,
entre outros fins, financiar ações voltadas para o combate ao
desmatamento.
17
• Extrativismo florestal – política de preço mínimo já fixado para sete
produtos de extrativismo (ações voltadas aos povos e comunidades
tradicionais) para fortalecer as cadeias produtivas que geram riqueza
com a exploração sustentável de florestas naturais.
5. Eliminar a perda líquida da área de cobertura florestal no
Brasil, até 2015
Especificação do Objetivo: além de conservar a floresta nos
níveis estabelecidos no objetivo anterior, dobrar a área de florestas
plantadas de 5,5 milhões de ha para 11 milhões de ha em 2020,
sendo 2 milhões de ha com espécies nativas.
As florestas nativas têm um valor intrínseco acima dos serviços
ambientais atualmente percebidos. São depositárias de um patrimônio
genético incalculável e ainda desconhecido em grande parte. As florestas
plantadas, sejam para fins de reconstituição de ecossistemas, sejam
para utilização econômica, geram serviços ambientais de grande monta,
pois preservam fluxos d’água, diminuem ou impedem o assoreamento
dos rios e lagos, melhoram o micro-clima e permitem a preservação de
espécies nativas da fauna. As florestas homogêneas geram produtos que
substituem o uso de inúmeros recursos naturais não renováveis, como
carvão mineral e matéria-prima de construção civil, além de reduzir a
pressão econômica sobre as próprias florestas nativas.
Dentre as razões de toda a ordem para se estabilizar a cobertura
florestal em patamares elevados, ressalta-se o fato de que florestas –
latu sensu – são reservatórios ou sumidouros de carbono, cujo estoque
na vegetação e no solo dá-se pela remoção de CO2 da atmosfera por
meio do processo de fotossíntese.
Dessa forma, além das medidas anunciadas no objetivo específico
anterior, voltadas a reduzir de forma significativa o desmatamento,
serão incentivadas atividades de reflorestamento. O intuito é dobrar
a área de florestas plantadas no Brasil dos atuais 5,5 milhões de ha
para 11 milhões de ha em 2020, sendo 2 milhões de ha com espécies
nativas, promovendo o plantio prioritariamente em áreas de pastos
degradados, visando à recuperação econômica e ambiental destas. O
18
impacto positivo deste objetivo específico poderá ser mensurado tão
logo se conclua o inventário de estoques de carbono no âmbito do
inventário florestal.
A área anual de florestas plantadas já cresceu de 320 mil hectares
em 2002 para 640 mil em 2007 (incluindo replantio) com aumento
de participação dos pequenos produtores de 7% para 25% no
mesmo período. Mas, para atingir o objetivo específico pretendido,
será preciso aumentar mais ainda o plantio anual até que se alcance
1 milhão de hectares em 2011, e 1,2 milhão em 2015.
Em termos gerais, a área de cobertura florestal deverá corresponder
à soma das áreas destinadas à conservação com aquelas propícias ao
florestamento e ao reflorestamento, estas a serem estabelecidas onde
os retornos ambientais ou econômicos da constituição de florestas
superem os ganhos aferidos pelas lavouras e rebanhos.
Serão, portanto, desenvolvidos esforços para o ordenamento dessas
ações e mobilizados instrumentos que contribuam para o alcance
deste objetivo, inclusive por meio de atividades de reflorestamento e
florestamento implementadas no Brasil no âmbito do MDL, preservando
a adicionalidade desse importante instrumento econômico. Ademais,
é necessário o aumento tanto das linhas de crédito adequadas à
atividade florestal, quanto da assistência técnica e da pesquisa
tecnológica.
Tendo presente a dimensão deste desafio, é necessário um salto
significativo de meios de implementação, internos e externos, de
modo a poder assegurar sua plena materialização.
Ações Principais
• Revisão das exigências bancárias atuais para tornar mais atraente
a atividade de florestamento e reflorestamento, incluindo as áreas
para produção de carvão vegetal.
• Estímulo à recuperação de áreas degradadas de reserva legal e de
preservação permanente, conforme Lei nº 11.775, de 2008, com
19
recursos do Sistema Nacional de Crédito Rural, que tem encargos
financeiros e taxas de juros baixos.
• Inventário Florestal Nacional para prover informações sobre todas as
florestas do País, permitindo a maximização do aproveitamento das
áreas destinadas ao reflorestamento e permitindo uma avaliação do
conteúdo de carbono estocado.
• Desenvolvimento de aplicações de produtos florestais na produção
de energia - Programa Florestas Energéticas, coordenado pela
Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (EMBRAPA Florestas),
conta com a participação do Serviço Florestal Brasileiro através
do Laboratório de Produtos florestais, o Ministério da Indústria e
Comércio, diversas universidades e centros de pesquisa além da
iniciativa privada. O programa trabalha toda a cadeia produtiva,
da floresta até aplicação do produto final, contribuindo para a
viabilidade econômica do florestamento.
• Outorga florestal – concessão de florestas públicas para a prática do
manejo e exploração de produtos e serviços de florestais de forma
sustentável. O Plano Anual de Outorga Florestal projeta a concessão
de 4 milhões de ha até o fim de 2009. Firmado um Pacto pela
Madeira Legal entre o Ministério do Meio Ambiente e os produtores
de madeira do Estado do Pará.
• Combate ao Consumo de Madeira Oriunda de Desmatamento Ilegal
na Indústria da Construção Civil - a partir de janeiro de 2009,
exigência de comprovação da origem legal da madeira por parte
das construtoras e empresas do segmento imobiliário responsáveis
por obras financiadas.
6. Fortalecer ações intersetoriais voltadas para redução das
vulnerabilidades das populações
O processo de mudança do clima apresenta-se à sociedade e aos setores
governamentais como um desafio. Os efeitos dessa mudança sobre
a população são de origem multi-causal, em diversas intensidades e
setores (culturais, educacionais, econômicos, sociais, entre outros),
e a sua avaliação é complexa e requer uma abordagem integrada e
20
interdisciplinar dos profissionais de saúde, climatologistas, cientistas
sociais, biólogos, físicos, químicos, epidemiologistas, educadores,
dentre outros, para analisar as relações entre os sistemas sociais,
econômicos, biológicos, ecológicos e físicos e suas relações com as
alterações climáticas.
A necessidade de fortalecer as ações intersetoriais decorre do fato de
que a atual vulnerabilidade da população influencia na sua capacidade
de responder às conseqüências da mudança do clima. Identificar os
grupos populacionais mais vulneráveis, que não estão preparados
para fazer frente a esses impactos, e promover ações voltadas para
fortalecer a resiliência desses grupos são fundamentais para criar
estratégias de adaptação eficazes.
Ressalta-se que, quanto menor for a vulnerabilidade de um sistema
e maior for a sua capacidade de auto-organização, melhores serão
as condições de adaptação desse sistema aos efeitos da mudança
do clima.
Ações Principais
• Incentivo aos estudos, pesquisas e capacitação para aprofundar
o nível de conhecimento sobre os impactos da mudança do clima
sobre a saúde humana.
• Fortalecimento das medidas de saneamento ambiental.
• Fortalecimento das ações de comunicação e educação ambiental.
• Identificação de ameaças, vulnerabilidades e recursos (financeiros,
logísticos, materiais, humanos, etc.) para elaboração de planos de
prevenção, preparação e respostas a emergências de saúde pública.
• Estímulo e ampliação da capacidade técnica dos profissionais do
Sistema Único de Saúde (SUS) em saúde e mudança do clima.
• Estabelecimento de sistemas de alerta precoce de agravos
relacionados a eventos climáticos.
21
• Criação de um painel de informações e indicadores para
monitoramento de eventos climáticos e seus impactos na saúde.
• Implementação de programas de espaços educadores sustentáveis
com readequação de prédios (escolares e universitários) e da
gestão, além da formação de professores e da inserção da temática
mudança do clima nos currículos e materiais didáticos.
7. Procurar identificar os impactos ambientais decorrentes
da mudança do clima e fomentar o desenvolvimento
de pesquisas científicas para que se possa traçar uma
estratégia que minimize os custos sócio-econômicos de
adaptação do País.
Alguns estudos já vêm sendo desenvolvidos no País buscando
compreender a dinâmica regional do clima e os impactos ambientais,
sociais e econômicos, nacionais e locais, que poderão ocorrer com a
mudança do clima ao longo do século. Serão envidados esforços para
aumentar a produção do conhecimento científico a respeito de todos
os aspectos que se inter-relacionam com a problemática, de modo a
promover uma adaptação que minimize os custos do País às novas
condições climáticas.
Ações Principais
• Fortalecimento da Rede Clima (que congrega inúmeros centros
de pesquisa no País) para realização de estudos sobre impactos
das mudanças climáticas com ênfase nas vulnerabilidades do País
e alternativas de adaptação dos sistemas sociais, econômicos e
naturais; e contribuição para a formulação e acompanhamento de
políticas públicas sobre mudanças climáticas globais no território
brasileiro (além de ações voltadas à mitigação).
• Ampliação da capacidade de desenvolvimento e análise de cenários
regionais de mudança do clima em escalas temporais longas, usando
os supercomputadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE), que servirão de subsídios para desenvolver estudos de
Vulnerabilidade e Adaptação para a América do Sul.
22
• Estabelecimento de parceria entre o Ministério do Meio Ambiente e
o Instituto de Pesquisas Espaciais para implementação de Sistema
de Alerta Precoce de Secas e Desertificação.
• Desenvolvimento de modelos hidroclimáticos para grandes bacias;
fortalecimento da Sala de Situação para Monitoramento de Eventos
Críticos da Agência Nacional de Águas (ANA), incentivo a práticas
de conservação, e otimização do uso da água; e reforço ao Sistema
Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos visando o uso
eficiente da água.
23
Mecanismos Econômicos, Técnicos, Políticos e Institucionais
O MDL é o principal instrumento econômico existente para a promoção
de medidas voluntárias de mitigação de emissões de GEE. O sucesso
deste instrumento no Brasil e o potencial ainda existente para a
implementação de novas atividades de projeto no âmbito do MDL
merecem destaque. Nesse sentido, o Plano Nacional preservará a
adicionalidade de atividades de projeto de MDL no Brasil, considerando
que este é um efetivo instrumento econômico de promoção de ações
de mitigação das emissões de gases de efeito estufa no País.
Para alcançar os objetivos do Plano, serão criados novos mecanismos
econômicos, técnicos, políticos e institucionais que:
• Promovam um desenvolvimento científico e tecnológico do setor
produtivo que inclua as considerações ambientais a favor da
coletividade.
• Aumentem a consciência coletiva sobre os problemas ambientais da
atualidade e propiciem o desenvolvimento de uma sociedade mais
justa, fraterna e solidária.
• Valorizem a floresta em pé e façam com que a conservação florestal
seja uma atividade atraente, que gere riqueza e bem-estar àqueles
que dela vivem.
• Incentivem e estimulem medidas regionais que sejam adequadas às
condições diferenciadas, onde cada região e mesmo cada estado da
nação possa identificar suas melhores oportunidades de redução de
emissões e remoção de carbono, e suas necessidades de adaptação
à mudança do clima.
24
Processo de Elaboração do Plano
Para trazer o tema ao seio da sociedade, o Decreto Presidencial nº
3.515 de 20 de junho de 2000, complementado pelos Decretos
de 28 de agosto de 2000 e de 14 de novembro de 2000, criou o
Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC) que tem o objetivo
”conscientizar e mobilizar a sociedade para a discussão e tomada de
decisão” sobre os impactos das emissões de gases, por atividades
humanas, que intensificam o efeito estufa.
O FBMC é presidido pelo Presidente da República, e tem como
membros Ministros de Estado, Presidentes de Agências Reguladoras,
Secretários Estaduais de Meio Ambiente, representantes do Setor
Empresarial, da Sociedade Civil, da Academia e de Organizações
Não-Governamentais.
Em abril de 2007, o Presidente da República colocou na pauta de
atividades de governo a elaboração do Plano, orientado a estruturar
e coordenar as ações de governo concernentes às repercussões do
aquecimento global advindo das atividades antropogênicas.
Em novembro de 2007, foi então promulgado o Decreto presidencial
n° 6.263/2007, pelo qual o governo criou o Comitê Interministerial
sobre Mudança do Clima (CIM) com a função de elaborar a Política
Nacional sobre Mudança do Clima e o Plano Nacional sobre Mudança
do Clima.
O CIM é coordenado pela Casa Civil da Presidência da República,
sendo composto por dezessete órgãos federais e o FBMC. Os órgãos
federais que o compõem são: Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, Ministério da Ciência e Tecnologia, Ministério da
Defesa, Ministério da Educação, Ministério da Fazenda, Ministério da
Integração Nacional, Ministério da Saúde, Ministério das Cidades,
Ministério das Relações Exteriores, Ministério de Minas e Energia,
Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior, Ministério do Meio Ambiente, Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão, Ministério dos Transportes, e
Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.
25
A responsabilidade pela elaboração, implementação, monitoramento
e avaliação do Plano Nacional sobre Mudança do Clima ficou a cargo
do Grupo Executivo sobre Mudança do Clima (GEx), no âmbito do
CIM, que é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente.
Paralelamente às consultas no âmbito do próprio governo, o Decreto Nº
6263/2007 estabeleceu processos de consulta pública visando a garantia
da transparência do processo de elaboração do Plano e da participação
popular, por meio da manifestação dos agentes interessados. O processo
incluiu consultas públicas de extrema relevância: a III Conferência
Nacional do Meio Ambiente e as reuniões do Fórum Brasileiro de
Mudanças Climáticas, denominadas “Diálogos Setoriais”.
Estrutura do Plano
Este Plano, estabelecido a partir das diretrizes gerais da Política Nacional
sobre Mudança do Clima proposta pelo Poder Executivo ao Poder
Legislativo, por meio do Projeto de Lei n. 3.535/2008, está estruturado
em quatro eixos: (I) mitigação; (II) vulnerabilidade, impacto e
adaptação, (III) pesquisa e desenvolvimento; e (IV) capacitação e
divulgação. Transversalmente, para garantir a exeqüibilidade das
ações previstas em cada um dos eixos estruturantes, estão previstos
instrumentos de ordem econômica e legal.
26
Próximos Passos
O Plano será implementado em fases que se sucedem de modo que
haja uma constante avaliação dos objetivos almejados, bem como
a inclusão de tantos outros que venham ainda a ser identificados e
considerados viáveis.
Para que o Plano seja resultado de um diálogo permanente com a
sociedade civil, será mantido o canal de comunicação com vistas a
garantir a ampla participação da população em todas as suas fases.
Nesta sua primeira fase, o Plano busca organizar as ações em curso,
reforçar medidas existentes e identificar e criar novas oportunidades,
para permitir o intercâmbio de experiências e a integração de ações.
Tem a função principal de maximizar os resultados positivos do
conjunto dos esforços nacionais em favor do clima global e fortalecer
o processo adaptativo do País ao sistema climático.
Nas próximas fases, deverão ser incluídos os mecanismos de avaliação
do desempenho das ações em curso e respectivos resultados. Serão
também apresentadas ações e instrumentos complementares,
incluindo pactos com os estados da Federação, destinados a garantir
que os objetivos aqui preconizados possam ser alcançados em sua
plenitude. Nesse sentido, devem ser realizados estudos sobre novos
mecanismos econômicos de estímulo ao desenvolvimento sustentável,
contemplando incentivos fiscais e tributários, dentre outros.
O uso de ferramentas, baseadas tanto no estado da arte do
conhecimento científico quanto nas experiências adquiridas pelos
setores público e privado, será aprofundado no sentido de dar
subsídios para a tomada de decisão que incorporem variáveis relativas
à mudança global do clima.
É necessário também implementar uma política nacional de gestão
dos serviços ambientais, com previsão de pagamento por serviços
ambientais, o que auxiliará no alcance dos objetivos de redução do
desmatamento e aumento da cobertura florestal.
27
O Plano Nacional sobre Mudança do Clima é, portanto, um plano
dinâmico, obra em progresso, a ser reavaliado constantemente para
que possa ser implementado em consonância com os desejos e
desígnios da sociedade brasileira.
Versão completa
SOBRE MUDANÇA DO CLIMA
– PNMC –
BRASIL
BRASÍLIA
DEZEMBRO DE 2008
Casa Civil da Presidência da República
Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Ministério da Ciência e Tecnologia
Ministério da Defesa
Ministério da Educação
Ministério da Fazenda
Ministério da Integração Nacional
Ministério da Saúde
Ministério das Cidades
Ministério das Relações Exteriores
Ministério de Minas e Energia
Ministério do Desenvolvimento Agrário
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Ministério do Meio Ambiente
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Ministério dos Transportes
Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas
3
APRESENTAÇÃO
A mudança global do clima é tema que ganha a cada dia maior relevância na
agenda de governos, das empresas e da sociedade como um todo. Embora ainda
seja marcado por muita polêmica, o aquecimento do planeta fruto da atividade
humana é, hoje, reconhecido pela comunidade científica internacional e demanda
grande disposição política para sua mitigação.
O Brasil muito tem feito para o enfrentamento do problema, tornando-se uma das
principais referências mundiais quanto à conquista de soluções adequadas perante
esse gigantesco desafio – a exemplo de nossa matriz energética – e estamos
engajados a fazer ainda mais, no âmbito de um esforço verdadeiramente global
de combate à mudança do clima.
Nesse sentido, atuamos tanto no plano interno, quanto nas negociações internacionais
relativas ao tema, nas quais buscamos viabilizar um amplo esforço internacional
justo e eqüitativo, para evitar que as populações, especialmente as mais pobres e
que nada fizeram para gerar o problema, sofram ainda mais com as conseqüências
de padrões insustentáveis de produção e consumo dos países mais ricos.
O Plano Nacional sobre Mudança do Clima que ora apresentamos ao país, constituise
em um marco relevante para a integração e harmonização de políticas públicas,
seguindo as diretrizes gerais da Política Nacional encaminhada este ano ao
Congresso Nacional. É fruto do trabalho do Comitê Interministerial sobre Mudança
do Clima e de seu Grupo-Executivo, instituídos há cerca de um ano para cumprir
esse propósito, com a colaboração de outros colegiados e instâncias como o
Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, a Comissão Interministerial de Mudança
Global do Clima, a III Conferência Nacional do Meio Ambiente, bem como Fóruns
Estaduais de Mudanças Climáticas e organizações da sociedade.
Os objetivos estabelecidos no Plano são audaciosos, se comparados com os de
outros países. O potencial de contribuição para a redução das emissões de gases
de efeito estufa dele decorrente é um dos maiores – se não o maior – dentre todas
as nações.
Ao mesmo tempo em que reconhecemos neste plano um marco relevante para
qualificar a elaboração e implementação das políticas públicas no país, assumimos
o compromisso de avaliá-lo e aperfeiçoá-lo regularmente de forma cada vez
mais participativa, conceito e prática que fomentamos por considerá-los os
mais adequados para integrar, harmonizar, qualificar e fortalecer os esforços e
compromissos dos governos e da sociedade voltados à construção solidária de um
futuro melhor para os brasileiros e para a humanidade como um todo.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Presidente da República Federativa do Brasil
5
Princípios
A mudança global do clima é um dos mais significativos desafios
da atualidade. O Plano Nacional sobre Mudança do Clima pretende
incentivar o desenvolvimento das ações do Brasil colaborativas ao
esforço mundial de combate ao problema e criar as condições internas
para o enfrentamento de suas conseqüências.
O aquecimento do planeta pela interferência humana, apesar de
incerto quanto a sua magnitude, tornou-se um fato aceito pela
comunidade científica. Para isso contribuiu o Quarto Relatório
do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC),
publicado em 2007, reforçado por pesquisas científicas posteriores.
Por ser global, o problema une a todos na busca por caminhos e
soluções que permitam que a civilização continue a prosperar em
sua trajetória futura.
A mudança do clima é o resultado de um processo de acúmulo de gases
de efeito estufa na atmosfera, que está em curso desde a revolução
industrial. Os países apresentam diferentes responsabilidades
históricas pelo fenômeno, segundo os volumes de suas emissões
antrópicas. Isso contribui para a definição, hoje, de responsabilidades
comuns porém diferenciadas, que norteiam, por um lado, as obrigações
de países desenvolvidos e, por outro, de países em desenvolvimento
no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança
do Clima (CQNUMC). Cabe ao Brasil harmonizar suas ações nesse
campo com os processos de crescimento sócio-econômico, no marco
do desenvolvimento sustentável.
Quais as reais possibilidades sócio-econômicas das nações
individualmente e qual sua disposição para enfrentar as causas e
conseqüências do problema são questões que se impõem nos nossos
dias. Cada país deve tentar equacionar suas respostas e organizar
suas ações.
Nesse contexto, mesmo não tendo obrigações quantificadas de redução
de emissões no âmbito da CQNUMC, por não ter responsabilidade
histórica significativa pelo acúmulo de gases de efeito estufa na
atmosfera, o Brasil vem buscando encontrar um caminho onde o
6
esforço de mitigação da mudança do clima seja efetivo e a garantia
do bem-estar de seus cidadãos a principal variável.
Nesse duplo propósito, o País implementou ações e tem buscado
soluções adicionais com a finalidade de aliar o crescimento
econômico com as medidas que, direta e indiretamente, são
favoráveis ao clima.
Alguns indicadores como emissões per capita e por área de seu
território, nos gráficos a seguir, demonstram a reduzida contribuição
corrente do País ao problema, comparativamente a outras economias
desenvolvidas e emergentes no mundo.
Como bem mostram os indicadores, o Brasil tem feito sua parte
na mitigação da mudança do clima e está determinado e engajado
a fazer mais, aproveitando plenamente sua capacidade nacional,
no âmbito de um esforço global de combate à mudança do clima.
Fluxo adequado de financiamento, transferência tecnológica e
capacitação, oriundos da cooperação internacional, serão elementos
importantes para auxiliar no pleno cumprimento dos objetivos
definidos no Plano Nacional.
7
O Brasil não subordina sua disposição de agir à existência de cooperação
internacional. Tal cooperação, contudo, fortaleceria a capacidade
nacional. Vale ressaltar, nesse contexto, que o fornecimento de apoio
financeiro e tecnológico em benefício dos países em desenvolvimento
representa um compromisso dos países desenvolvidos, previsto na
Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.
Mas, o que pretende o Brasil para o futuro próximo? São inúmeras
as respostas e as possibilidades. A mudança do clima é uma questão
estratégica para o presente e o futuro do desenvolvimento nacional.
Envolve-se aqui não só uma questão de escolhas produtivas e
tecnológicas, mas também a preservação e, sempre que possível, o
aumento da competitividade da economia e dos produtos brasileiros
em um mundo globalizado. As escolhas são feitas à medida que
a sociedade reconhece o problema, compreende a dinâmica das
múltiplas forças que o provocam, define-se como parte da solução e
se vê como beneficiária das decisões tomadas.
Pode-se assegurar, portanto, que a premissa dos esforços do Brasil
é o seu compromisso em reduzir a desigualdade social e a aumentar
sua renda buscando uma dinâmica econômica cuja trajetória de
emissões não repita o modelo e os padrões dos países que já se
industrializaram.
Duas são as vertentes principais que se apresentam: a difícil tarefa
de equacionar a questão das mudanças do uso da terra com suas
implicações de grande magnitude nas emissões brasileiras de gases
de efeito estufa e a instigante tarefa de aumentar continuamente
a eficiência no uso dos recursos naturais do País.
O enfrentamento desses desafios será calcado em esforços
coordenados, concatenados, contínuos e sinérgicos, para os
quais o Plano Nacional sobre Mudança do Clima foi concebido. O
Plano define ações e medidas que visam à mitigação, bem como
à adaptação à mudança do clima, sendo os seguintes os seus
objetivos específicos:
8
1. Fomentar aumentos de eficiência no desempenho dos
setoresda economia na busca constante do alcance das
melhores práticas
Para que o desenvolvimento do País ocorra em bases sustentáveis,
as ações governamentais dirigidas ao setor produtivo deverão
buscar, cada vez mais, a promoção do uso mais eficiente dos
recursos naturais, científicos, tecnológicos e humanos. Os esforços
em fomentar um nível de desempenho nos setores da economia,
pautado nas melhores práticas em cada um dos setores específicos,
serão uma forma de se buscar reduzir o conteúdo de carbono do
produto interno bruto brasileiro, aumentar a competitividade dos
produtos brasileiros no mercado internacional, fazer crescer a renda
e gerar excedentes econômicos que possam garantir maiores níveis
de bem-estar social.
Ademais, são necessários esforços na direção da eficiência energética
e da conservação de energia, como forma de redução de consumo,
evitando geração adicional e reduzindo as emissões de gases de
efeito estufa. A implementação de uma Política Nacional de Eficiência
Energética representará a redução no consumo de energia elétrica
da ordem de 10% no ano de 2030, equivalente a uma economia de
106 TWh, o que poderá evitar a emissão de 30 milhões de toneladas
de CO2 naquele ano, em uma estimativa conservadora.
9
Ações Principais
• Eficiência Energética – economia paulatina de energia até alcançar
106 TWh, em 2030, com a implementação de uma Política Nacional
de Eficiência Energética, que representam a não emissão de cerca
de 30 milhões de toneladas de CO2.
• Carvão Vegetal – aumento do consumo de carvão vegetal sustentável
em substituição ao carvão mineral, preferencialmente por meio de
incentivo ao plantio de florestas em áreas degradadas, via estímulo
à Siderurgia Mais Limpa.
• Geladeiras – troca de 1 milhão de geladeiras antigas por ano, em
10 anos, resultando em coleta de gases que agridem a camada de
ozônio: 3 milhões tCO2eq/ano de CFCs.
• Solar Térmica - Estímulo à utilização de sistemas de aquecimento
solar de água, reduzindo o consumo de energia em 2.200 GWh/ano
no ano de 2015.
• Substituição de gases refrigerantes – estimam-se emissões evitadas
de 1.078 bilhões de tCO2eq de HCFCs, no período 2008-2040. Parte
deste ganho será abatida pela emissão dos gases substitutos.
• Resíduos Sólidos Urbanos – aumento da reciclagem em 20% até 2015.
• Cana-de-açúcar – eliminação gradual do emprego do fogo, como
método despalhador e facilitador do corte de cana-de-açúcar em
áreas passíveis de mecanização da colheita, não podendo ser
inferior a 25% área mecanizável de cada unidade agroindustrial, a
cada período de cinco anos. Revisão deste percentual, determinado
pelo Decreto nº 2.661/98. Estabelecimento de acordos com o setor
produtivo, articulação com os Estados da Federação em que esta
prática ainda ocorre e implantação de sistema de monitoramento
das áreas sujeitas à queima.
• Sistemas agropecuários – incentivos a práticas sustentáveis
destinados a: recuperação de grande parte dos atuais 100 milhões
10
de ha de pastos degradados; seqüestro de carbono via integração
lavoura-pecuária, sistemas agroflorestais ou agrossilvopastoris;
adoção do plantio direto e redução do uso de fertilizantes
nitrogenados; e enriquecimento orgânico das pastagens para reduzir
emissões de metano pelo gado.
2. Buscar manter elevada a participação de energia renovável
na matriz elétrica, preservando posição de destaque que
o Brasil sempre ocupou no cenário internacional
O setor energético brasileiro, relativamente aos demais países, é
extremamente limpo e, um dos maiores desafios é sustentar esta
condição, considerando a crescente demanda de energia elétrica.
Atualmente a matriz energética conta com uma participação de 45,8%
de renováveis enquanto a média mundial é de 12,9 %.
Com relação à matriz elétrica, este percentual é ainda mais expressivo,
alcançando 89%. O cenário de referência do Plano Nacional de Energia – PNE
2030 prevê ainda que a expansão da oferta de eletricidade, entre o ano de
2005 e 2030, contempla a implantação de 95.000 MW de geração, oriundos
de aproveitamentos hidrelétricos. Entretanto, a demanda crescente e a
perspectiva de esgotamento em longo prazo do potencial hidrelétrico
nacional, acrescida das questões de natureza sócio-ambientais, não
obstante a prioridade que possa merecer a hidroeletricidade na expansão
da oferta do sistema elétrico, permitem admitir que outras fontes deverão
compor essa expansão.
Oferta Interna de Energia Elétrica 2007
11
Nesse sentido, o Brasil dispõe de diversas alternativas para a expansão
da oferta de energia elétrica, livres de emissões de CO2, adicionalmente
à hidroeletricidade. Entre elas, destaca-se a geração a partir de fontes
renováveis - cogeração com bagaço de cana-de-açúcar e outras formas
de biomassa, eólica e solar - e de fontes não convencionais como os
resíduos sólidos e os efluentes. No caso da cogeração, estima-se um
aumento da oferta de energia elétrica de modo a que represente um
percentual de 11,4% da oferta total de eletricidade no País em 2030, o
que representa a geração de 136 TWh.
O esforço para a redução no desperdício de energia também é
importante. Com base nas informações apresentadas no primeiro e no
segundo ciclos de revisão tarifária da ANEEL, as perdas não-técnicas
de energia são da ordem de 22.000 GWh por ano. Pretende-se reduzir
este montante nos próximos 10 anos à taxa de 1.000 GWh por ano.
Isso representa uma redução no desperdício de energia de 400 GWh
por ano. Em média, cerca de 25% (100 GWh por ano) dessa energia
deixará de ser produzida por usinas termoelétricas.
Assim, esforços governamentais serão empreendidos para que
a variável sócio-ambiental, e, portanto, a referente à mudança do
clima, seja introduzida, cada vez mais, no processo de planejamento
da expansão da oferta de eletricidade de modo que seja mantida
elevada a participação das fontes renováveis.
Ações Principais
• Co-geração – aumento da oferta de energia elétrica de co-geração,
principalmente a bagaço de cana-de-açúcar, para um percentual
de 11,4% da oferta total de eletricidade no País, em 2030, o que
corresponde à geração de 136 TWh
• Redução das perdas não-técnicas na distribuição de energia elétrica
à taxa de 1.000 GWh por ano, nos próximos 10 anos, que atualmente
são da ordem de 22.000 GWh por ano. Isto representará uma
redução no desperdício de energia de 400 GWh por ano. Em média,
cerca de 25% (100 GWh por ano) dessa energia deixará de ser
produzida por usinas termoelétricas.
12
• Hidroeletricidade – agregação ao sistema de 34.460 MW, provenientes
de novas hidrelétricas, de acordo com a programação de obras do
Plano Decenal de Energia (PDE 2007-2016).
• Energia eólica e a bagaço de cana-de-açúcar – Estímulo ao aumento
da participação destas fontes na matriz elétrica por meio dos leilões
específicos de energias renováveis. Até 2010 serão instalados mais
de 7.000 MW de fontes renováveis considerando os resultados do
Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica –
PROINFA e dos leilões já realizados.
• Energia Solar fotovoltaica – fomento à expansão da industria
fotovoltaica nacional e a utilização desta fonte de energia em
sistemas isolados e conectados à rede.
3. Fomentar o aumento sustentável da participação de
biocombustíveis na matriz de transportes nacional e,
ainda, atuar com vistas à estruturação de um mercado
internacional de biocombustíveis sustentáveis
Os biocombustíveis brasileiros como o etanol, e em menor escala o
biodiesel, são fontes de riqueza inconteste para o País. Sua produção
gera renda no campo e sua utilização desloca fontes fósseis que tanto
impactam no clima, quanto na qualidade do ar que se respira.
13
O fomento à crescente substituição de fontes fósseis no setor de
transportes brasileiro poderá permitir um aumento médio anual do
uso de etanol de 11% nos próximos anos. No caso do biodiesel, o
Governo tem anunciado a intenção de antecipar, de 2013 para 2010,
a obrigatoriedade de adição de 5% deste biocombustível ao diesel, o
que poderá aumentar em mais de 60% sua participação em relação
ao atual nível de consumo na matriz de transportes brasileira.
Ao mesmo tempo, a cooperação técnica com outros países com
potencial agrícola para o plantio de cana-de-açúcar visa contribuir
para a desconcentração da oferta de etanol no mercado internacional,
o que o tornaria mais estável e equilibrado permitindo, assim,
a expansão sustentável da demanda. Com isso, o País estará
contribuindo para a mitigação das emissões de gases de efeito
estufa para além de suas fronteiras e proporcionando uma grande
oportunidade aos países de economia predominantemente agrícola
de aumentar suas receitas de exportação.
Ações Principais
• Etanol – fomento à indústria para alcançar um aumento médio
anual de consumo de 11% nos próximos 10 anos. Produzido a partir
de uma lavoura estabelecida em áreas definidas pelo Programa de
Zoneamento da Cana-de-Açúcar, em fase de implantação, deverá
evitar a emissão de 508 milhões de tCO² no período.
• Biodiesel – estudos, em curso, para antecipar de 2013 para 2010, a
obrigatoriedade de adição de 5% ao diesel.
• Agro-energia – implementação do Plano Nacional de Agro-Energia,
em fase de concepção, com o objetivo de realizar pesquisa,
desenvolvimento, inovação e transferência de tecnologia para garantir
sustentabilidade e competitividade às cadeias de agro-energia.
• Estímulo à formação de um mercado internacional de etanol -
cooperação técnica com outros países de alto potencial de plantio de
cana de açúcar para desconcentrar a oferta de etanol, tornando-a
mais estável e equilibrada.
14
Os objetivos 4 e 5 são complementares.
4. Buscar a redução sustentada das taxas de desmatamento,
em sua média quadrienal, em todos os biomas brasileiros,
até que se atinja o desmatamento ilegal zero
Especificação do Objetivo: Redução do desmatamento em 40%
no período 2006-2010, relativamente à média dos dez anos do
período de referência do Fundo Amazônia (1996-2005), e 30% a
mais em cada um dos dois quadriênios seguintes, relativamente
aos quadriênios anteriores.
No caso do bioma Amazônia o alcance deste objetivo específico
poderá evitar emissões em torno de 4,8 bilhões de toneladas
de dióxido carbono, no período de 2006 a 2017, considerando a
ordem de grandeza de 100 tC/ha. Este valor será reavaliado após
a conclusão do inventário de estoques de carbono no âmbito do
inventário florestal.
15
Condicionante: existência de recursos nacionais e internacionais,
novos e adicionais, para fiscalização e reorientação econômica da
região florestada, incluindo os captados pelo Fundo Amazônia.
Inúmeras são as variáveis a serem controladas para que se reduza
o desmatamento, o que dificulta o alcance do objetivo pretendido.
Apesar dos constantes esforços de monitoramento e fiscalização, a
demanda por produtos que ocupam os locais florestados e mesmo pela
madeira produzida com a própria floresta oscila ao longo do tempo,
fazendo com que tais esforços ora apresentem resultados bastante
satisfatórios, ora se mostrem completamente insuficientes.
O que se busca obter com a adoção das medidas previstas no Plano
é lograr uma redução consistente das taxas de desmatamento em
períodos quadrienais. O objetivo é reduzir o desmatamento em 40%
no período 2006-2009, relativamente à média dos dez anos do período
de referência do Fundo Amazônia (1996-2005), e 30% a mais em cada
um dos dois quadriênios seguintes, relativamente aos quadriênios
anteriores. Combater o desmatamento e estimular a reorientação
econômica da região florestada são atividades que demandam grande
quantidade de recursos. A consecução dessas reduções dependerá
necessariamente de recursos nacionais e internacionais, novos e
adicionais, incluindo os captados pelo Fundo Amazônia, em níveis
correspondentes à dimensão do problema.
Esta é uma tarefa desafiadora que exigirá do governo uma estratégia
de ação para além das tradicionais ações de monitoramento e
vigilância. Nesse sentido, vem sendo empreendido um grande
esforço por parte do Governo Federal consubstanciado no Plano de
Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia
Legal (PPCDAM), que resultou na diminuição de 59% da taxa anual
de desmatamento nesse bioma por três anos consecutivos – 2004 a
2007. Embora o PPCDAM tenha como eixos temáticos o ordenamento
fundiário e territorial, o monitoramento e controle e o fomento às
atividades produtivas sustentáveis, cabe fortalecer esse último
componente, conforme preconizado nas diretrizes do Plano Amazônia
Sustentável (PAS). A experiência do PPCDAM será estendida para os
outros biomas brasileiros através da elaboração de planos similares
16
adequados às peculiaridades de cada um deles, com o envolvimento
dos estados, municípios, sociedade civil e setor produtivo.
Para isso, será implementado o Programa de Monitoramento do
Desmatamento nos Biomas Brasileiros por Satélite, com vistas
a quantificar desmatamentos e a embasar ações de fiscalização e
combate a desmatamentos ilegais nesses biomas.
Ações Principais
Implantação do Cadastro Nacional de Florestas • Públicas (CNFP),
estabelecido pelo Serviço Florestal Brasileiro – identificação das
florestas públicas a serem protegidas, conservadas e manejadas,
uma vez que as áreas de maior risco para o desflorestamento e
ocupação ilegal são as terras sem destinação.
• Ordenamento territorial e fundiário, monitoramento e controle, e
fomento a atividades produtivas sustentáveis - implementação do
Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na
Amazônia Legal (PPCDAM) e de planos similares nos demais biomas
para reduzir as taxas de desmatamento, envolvendo parcerias
entre órgãos federais, governos estaduais, prefeituras, entidades
da sociedade civil e o setor privado.
• Monitoramento de alta precisão – implantação do Programa de
Monitoramento do Desmatamento nos Biomas Caatinga, Cerrado,
Mata Atlântica, Pampa e Pantanal, por Satélite, tal como já ocorre
na Amazônia.
• Aumento da fiscalização - Incremento do efetivo de fiscalização,
através da realização de concursos públicos específicos, aumento
do nível de especialização e desenvolvimento de atividades de
Inteligência voltadas para a fiscalização.
• Fundo Amazônia – criado em 2008, visa captar recursos nacionais
e internacionais para redução do desmatamento, uso sustentável e
conservação, principalmente da floresta Amazônica.
• Fundo Clima – criação submetida ao Congresso Nacional para,
entre outros fins, financiar ações voltadas para o combate ao
desmatamento.
17
• Extrativismo florestal – política de preço mínimo já fixado para sete
produtos de extrativismo (ações voltadas aos povos e comunidades
tradicionais) para fortalecer as cadeias produtivas que geram riqueza
com a exploração sustentável de florestas naturais.
5. Eliminar a perda líquida da área de cobertura florestal no
Brasil, até 2015
Especificação do Objetivo: além de conservar a floresta nos
níveis estabelecidos no objetivo anterior, dobrar a área de florestas
plantadas de 5,5 milhões de ha para 11 milhões de ha em 2020,
sendo 2 milhões de ha com espécies nativas.
As florestas nativas têm um valor intrínseco acima dos serviços
ambientais atualmente percebidos. São depositárias de um patrimônio
genético incalculável e ainda desconhecido em grande parte. As florestas
plantadas, sejam para fins de reconstituição de ecossistemas, sejam
para utilização econômica, geram serviços ambientais de grande monta,
pois preservam fluxos d’água, diminuem ou impedem o assoreamento
dos rios e lagos, melhoram o micro-clima e permitem a preservação de
espécies nativas da fauna. As florestas homogêneas geram produtos que
substituem o uso de inúmeros recursos naturais não renováveis, como
carvão mineral e matéria-prima de construção civil, além de reduzir a
pressão econômica sobre as próprias florestas nativas.
Dentre as razões de toda a ordem para se estabilizar a cobertura
florestal em patamares elevados, ressalta-se o fato de que florestas –
latu sensu – são reservatórios ou sumidouros de carbono, cujo estoque
na vegetação e no solo dá-se pela remoção de CO2 da atmosfera por
meio do processo de fotossíntese.
Dessa forma, além das medidas anunciadas no objetivo específico
anterior, voltadas a reduzir de forma significativa o desmatamento,
serão incentivadas atividades de reflorestamento. O intuito é dobrar
a área de florestas plantadas no Brasil dos atuais 5,5 milhões de ha
para 11 milhões de ha em 2020, sendo 2 milhões de ha com espécies
nativas, promovendo o plantio prioritariamente em áreas de pastos
degradados, visando à recuperação econômica e ambiental destas. O
18
impacto positivo deste objetivo específico poderá ser mensurado tão
logo se conclua o inventário de estoques de carbono no âmbito do
inventário florestal.
A área anual de florestas plantadas já cresceu de 320 mil hectares
em 2002 para 640 mil em 2007 (incluindo replantio) com aumento
de participação dos pequenos produtores de 7% para 25% no
mesmo período. Mas, para atingir o objetivo específico pretendido,
será preciso aumentar mais ainda o plantio anual até que se alcance
1 milhão de hectares em 2011, e 1,2 milhão em 2015.
Em termos gerais, a área de cobertura florestal deverá corresponder
à soma das áreas destinadas à conservação com aquelas propícias ao
florestamento e ao reflorestamento, estas a serem estabelecidas onde
os retornos ambientais ou econômicos da constituição de florestas
superem os ganhos aferidos pelas lavouras e rebanhos.
Serão, portanto, desenvolvidos esforços para o ordenamento dessas
ações e mobilizados instrumentos que contribuam para o alcance
deste objetivo, inclusive por meio de atividades de reflorestamento e
florestamento implementadas no Brasil no âmbito do MDL, preservando
a adicionalidade desse importante instrumento econômico. Ademais,
é necessário o aumento tanto das linhas de crédito adequadas à
atividade florestal, quanto da assistência técnica e da pesquisa
tecnológica.
Tendo presente a dimensão deste desafio, é necessário um salto
significativo de meios de implementação, internos e externos, de
modo a poder assegurar sua plena materialização.
Ações Principais
• Revisão das exigências bancárias atuais para tornar mais atraente
a atividade de florestamento e reflorestamento, incluindo as áreas
para produção de carvão vegetal.
• Estímulo à recuperação de áreas degradadas de reserva legal e de
preservação permanente, conforme Lei nº 11.775, de 2008, com
19
recursos do Sistema Nacional de Crédito Rural, que tem encargos
financeiros e taxas de juros baixos.
• Inventário Florestal Nacional para prover informações sobre todas as
florestas do País, permitindo a maximização do aproveitamento das
áreas destinadas ao reflorestamento e permitindo uma avaliação do
conteúdo de carbono estocado.
• Desenvolvimento de aplicações de produtos florestais na produção
de energia - Programa Florestas Energéticas, coordenado pela
Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (EMBRAPA Florestas),
conta com a participação do Serviço Florestal Brasileiro através
do Laboratório de Produtos florestais, o Ministério da Indústria e
Comércio, diversas universidades e centros de pesquisa além da
iniciativa privada. O programa trabalha toda a cadeia produtiva,
da floresta até aplicação do produto final, contribuindo para a
viabilidade econômica do florestamento.
• Outorga florestal – concessão de florestas públicas para a prática do
manejo e exploração de produtos e serviços de florestais de forma
sustentável. O Plano Anual de Outorga Florestal projeta a concessão
de 4 milhões de ha até o fim de 2009. Firmado um Pacto pela
Madeira Legal entre o Ministério do Meio Ambiente e os produtores
de madeira do Estado do Pará.
• Combate ao Consumo de Madeira Oriunda de Desmatamento Ilegal
na Indústria da Construção Civil - a partir de janeiro de 2009,
exigência de comprovação da origem legal da madeira por parte
das construtoras e empresas do segmento imobiliário responsáveis
por obras financiadas.
6. Fortalecer ações intersetoriais voltadas para redução das
vulnerabilidades das populações
O processo de mudança do clima apresenta-se à sociedade e aos setores
governamentais como um desafio. Os efeitos dessa mudança sobre
a população são de origem multi-causal, em diversas intensidades e
setores (culturais, educacionais, econômicos, sociais, entre outros),
e a sua avaliação é complexa e requer uma abordagem integrada e
20
interdisciplinar dos profissionais de saúde, climatologistas, cientistas
sociais, biólogos, físicos, químicos, epidemiologistas, educadores,
dentre outros, para analisar as relações entre os sistemas sociais,
econômicos, biológicos, ecológicos e físicos e suas relações com as
alterações climáticas.
A necessidade de fortalecer as ações intersetoriais decorre do fato de
que a atual vulnerabilidade da população influencia na sua capacidade
de responder às conseqüências da mudança do clima. Identificar os
grupos populacionais mais vulneráveis, que não estão preparados
para fazer frente a esses impactos, e promover ações voltadas para
fortalecer a resiliência desses grupos são fundamentais para criar
estratégias de adaptação eficazes.
Ressalta-se que, quanto menor for a vulnerabilidade de um sistema
e maior for a sua capacidade de auto-organização, melhores serão
as condições de adaptação desse sistema aos efeitos da mudança
do clima.
Ações Principais
• Incentivo aos estudos, pesquisas e capacitação para aprofundar
o nível de conhecimento sobre os impactos da mudança do clima
sobre a saúde humana.
• Fortalecimento das medidas de saneamento ambiental.
• Fortalecimento das ações de comunicação e educação ambiental.
• Identificação de ameaças, vulnerabilidades e recursos (financeiros,
logísticos, materiais, humanos, etc.) para elaboração de planos de
prevenção, preparação e respostas a emergências de saúde pública.
• Estímulo e ampliação da capacidade técnica dos profissionais do
Sistema Único de Saúde (SUS) em saúde e mudança do clima.
• Estabelecimento de sistemas de alerta precoce de agravos
relacionados a eventos climáticos.
21
• Criação de um painel de informações e indicadores para
monitoramento de eventos climáticos e seus impactos na saúde.
• Implementação de programas de espaços educadores sustentáveis
com readequação de prédios (escolares e universitários) e da
gestão, além da formação de professores e da inserção da temática
mudança do clima nos currículos e materiais didáticos.
7. Procurar identificar os impactos ambientais decorrentes
da mudança do clima e fomentar o desenvolvimento
de pesquisas científicas para que se possa traçar uma
estratégia que minimize os custos sócio-econômicos de
adaptação do País.
Alguns estudos já vêm sendo desenvolvidos no País buscando
compreender a dinâmica regional do clima e os impactos ambientais,
sociais e econômicos, nacionais e locais, que poderão ocorrer com a
mudança do clima ao longo do século. Serão envidados esforços para
aumentar a produção do conhecimento científico a respeito de todos
os aspectos que se inter-relacionam com a problemática, de modo a
promover uma adaptação que minimize os custos do País às novas
condições climáticas.
Ações Principais
• Fortalecimento da Rede Clima (que congrega inúmeros centros
de pesquisa no País) para realização de estudos sobre impactos
das mudanças climáticas com ênfase nas vulnerabilidades do País
e alternativas de adaptação dos sistemas sociais, econômicos e
naturais; e contribuição para a formulação e acompanhamento de
políticas públicas sobre mudanças climáticas globais no território
brasileiro (além de ações voltadas à mitigação).
• Ampliação da capacidade de desenvolvimento e análise de cenários
regionais de mudança do clima em escalas temporais longas, usando
os supercomputadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE), que servirão de subsídios para desenvolver estudos de
Vulnerabilidade e Adaptação para a América do Sul.
22
• Estabelecimento de parceria entre o Ministério do Meio Ambiente e
o Instituto de Pesquisas Espaciais para implementação de Sistema
de Alerta Precoce de Secas e Desertificação.
• Desenvolvimento de modelos hidroclimáticos para grandes bacias;
fortalecimento da Sala de Situação para Monitoramento de Eventos
Críticos da Agência Nacional de Águas (ANA), incentivo a práticas
de conservação, e otimização do uso da água; e reforço ao Sistema
Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos visando o uso
eficiente da água.
23
Mecanismos Econômicos, Técnicos, Políticos e Institucionais
O MDL é o principal instrumento econômico existente para a promoção
de medidas voluntárias de mitigação de emissões de GEE. O sucesso
deste instrumento no Brasil e o potencial ainda existente para a
implementação de novas atividades de projeto no âmbito do MDL
merecem destaque. Nesse sentido, o Plano Nacional preservará a
adicionalidade de atividades de projeto de MDL no Brasil, considerando
que este é um efetivo instrumento econômico de promoção de ações
de mitigação das emissões de gases de efeito estufa no País.
Para alcançar os objetivos do Plano, serão criados novos mecanismos
econômicos, técnicos, políticos e institucionais que:
• Promovam um desenvolvimento científico e tecnológico do setor
produtivo que inclua as considerações ambientais a favor da
coletividade.
• Aumentem a consciência coletiva sobre os problemas ambientais da
atualidade e propiciem o desenvolvimento de uma sociedade mais
justa, fraterna e solidária.
• Valorizem a floresta em pé e façam com que a conservação florestal
seja uma atividade atraente, que gere riqueza e bem-estar àqueles
que dela vivem.
• Incentivem e estimulem medidas regionais que sejam adequadas às
condições diferenciadas, onde cada região e mesmo cada estado da
nação possa identificar suas melhores oportunidades de redução de
emissões e remoção de carbono, e suas necessidades de adaptação
à mudança do clima.
24
Processo de Elaboração do Plano
Para trazer o tema ao seio da sociedade, o Decreto Presidencial nº
3.515 de 20 de junho de 2000, complementado pelos Decretos
de 28 de agosto de 2000 e de 14 de novembro de 2000, criou o
Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC) que tem o objetivo
”conscientizar e mobilizar a sociedade para a discussão e tomada de
decisão” sobre os impactos das emissões de gases, por atividades
humanas, que intensificam o efeito estufa.
O FBMC é presidido pelo Presidente da República, e tem como
membros Ministros de Estado, Presidentes de Agências Reguladoras,
Secretários Estaduais de Meio Ambiente, representantes do Setor
Empresarial, da Sociedade Civil, da Academia e de Organizações
Não-Governamentais.
Em abril de 2007, o Presidente da República colocou na pauta de
atividades de governo a elaboração do Plano, orientado a estruturar
e coordenar as ações de governo concernentes às repercussões do
aquecimento global advindo das atividades antropogênicas.
Em novembro de 2007, foi então promulgado o Decreto presidencial
n° 6.263/2007, pelo qual o governo criou o Comitê Interministerial
sobre Mudança do Clima (CIM) com a função de elaborar a Política
Nacional sobre Mudança do Clima e o Plano Nacional sobre Mudança
do Clima.
O CIM é coordenado pela Casa Civil da Presidência da República,
sendo composto por dezessete órgãos federais e o FBMC. Os órgãos
federais que o compõem são: Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, Ministério da Ciência e Tecnologia, Ministério da
Defesa, Ministério da Educação, Ministério da Fazenda, Ministério da
Integração Nacional, Ministério da Saúde, Ministério das Cidades,
Ministério das Relações Exteriores, Ministério de Minas e Energia,
Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior, Ministério do Meio Ambiente, Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão, Ministério dos Transportes, e
Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.
25
A responsabilidade pela elaboração, implementação, monitoramento
e avaliação do Plano Nacional sobre Mudança do Clima ficou a cargo
do Grupo Executivo sobre Mudança do Clima (GEx), no âmbito do
CIM, que é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente.
Paralelamente às consultas no âmbito do próprio governo, o Decreto Nº
6263/2007 estabeleceu processos de consulta pública visando a garantia
da transparência do processo de elaboração do Plano e da participação
popular, por meio da manifestação dos agentes interessados. O processo
incluiu consultas públicas de extrema relevância: a III Conferência
Nacional do Meio Ambiente e as reuniões do Fórum Brasileiro de
Mudanças Climáticas, denominadas “Diálogos Setoriais”.
Estrutura do Plano
Este Plano, estabelecido a partir das diretrizes gerais da Política Nacional
sobre Mudança do Clima proposta pelo Poder Executivo ao Poder
Legislativo, por meio do Projeto de Lei n. 3.535/2008, está estruturado
em quatro eixos: (I) mitigação; (II) vulnerabilidade, impacto e
adaptação, (III) pesquisa e desenvolvimento; e (IV) capacitação e
divulgação. Transversalmente, para garantir a exeqüibilidade das
ações previstas em cada um dos eixos estruturantes, estão previstos
instrumentos de ordem econômica e legal.
26
Próximos Passos
O Plano será implementado em fases que se sucedem de modo que
haja uma constante avaliação dos objetivos almejados, bem como
a inclusão de tantos outros que venham ainda a ser identificados e
considerados viáveis.
Para que o Plano seja resultado de um diálogo permanente com a
sociedade civil, será mantido o canal de comunicação com vistas a
garantir a ampla participação da população em todas as suas fases.
Nesta sua primeira fase, o Plano busca organizar as ações em curso,
reforçar medidas existentes e identificar e criar novas oportunidades,
para permitir o intercâmbio de experiências e a integração de ações.
Tem a função principal de maximizar os resultados positivos do
conjunto dos esforços nacionais em favor do clima global e fortalecer
o processo adaptativo do País ao sistema climático.
Nas próximas fases, deverão ser incluídos os mecanismos de avaliação
do desempenho das ações em curso e respectivos resultados. Serão
também apresentadas ações e instrumentos complementares,
incluindo pactos com os estados da Federação, destinados a garantir
que os objetivos aqui preconizados possam ser alcançados em sua
plenitude. Nesse sentido, devem ser realizados estudos sobre novos
mecanismos econômicos de estímulo ao desenvolvimento sustentável,
contemplando incentivos fiscais e tributários, dentre outros.
O uso de ferramentas, baseadas tanto no estado da arte do
conhecimento científico quanto nas experiências adquiridas pelos
setores público e privado, será aprofundado no sentido de dar
subsídios para a tomada de decisão que incorporem variáveis relativas
à mudança global do clima.
É necessário também implementar uma política nacional de gestão
dos serviços ambientais, com previsão de pagamento por serviços
ambientais, o que auxiliará no alcance dos objetivos de redução do
desmatamento e aumento da cobertura florestal.
27
O Plano Nacional sobre Mudança do Clima é, portanto, um plano
dinâmico, obra em progresso, a ser reavaliado constantemente para
que possa ser implementado em consonância com os desejos e
desígnios da sociedade brasileira.
Versão completa
domingo, 28 de dezembro de 2008
Bacias hidrograficas sergipanas
BACIAS HIDROGRÁFICAS de SERGIPE
O Estado de Sergipe possui 06 (seis) Bacias Hidrográficas, sendo as seguintes: bacia do rio São Francisco, Vaza Barris, Real, Japaratuba, Sergipe e Piauí. Os rios: São Francisco, Vaza Barris e Real são rios da esfera federal por que atravessam mais de um Estado. Enquanto os rios Japaratuba, Sergipe e Piauí são rios Estaduais, tendo em vistas que suas bacias se localizam dentro do Estado de Sergipe.
Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba
A Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba possui uma área geográfica de 1 734,59km2, equivalentes a 7,65% do território estadual e abrange 20 municípios, onde os mesmos estão totalmente inseridos em terras de três municípios: Carmópolis, Cumbe e General Maynard e parcialmente dezessete municípios: Aquidabã, Barra dos Coqueiros, Capela, Divina Pastora, Feira Nova, Graccho Cardoso, Japoatã, Japaratuba, Maruim, Malhada dos Bois, Muribeca, Nossa Senhora das Dores, Pirambu, Rosário do Catete, Santo Amaro das Brotas, São Francisco e Siriri, localizados na sua maioria na região Vale do Cotinguiba, com uma população urbana com 122.879 habitantes e na área rural com 79.052 habitantes.
A bacia hidrográfica do rio Japaratuba tem sua nascente na Serra da Boa Vista na divisa entre os municípios de Feira Nova e Graccho Cardoso e deságua no Oceano Atlântico, no município de Pirambu. No seu percurso o rio Japaratuba possui planície aluvial muito larga, principalmente nos municípios de Capela e Japaratuba, onde se desenvolve o cultivo da cana-de-açúcar.
A bacia hidrográfica do rio Japaratuba é constituída pelo rio que lhe empresta o nome e tem como principais afluentes: o rio japaratuba mirim, lagartixo, siriri, cancelo e riacho do Prata.
A exploração significativa em termos econômicos para a bacia hidrográfica e especialmente para o estado é o potencial mineral explorado a exemplo do: petróleo, gás natural, sal gema, potássio, calcareo, magnésio, turfa e areia, além da irrigação e expansão da cultura da cana-de-açúcar, também o turismo e lazer, pesca e abastecimento humano e animal. A exploração mineral e a expansão da cana-de-açúcar desperta certa preocupação no que se prende aos fatores de agressão ao meio ambiente, pouca são as ações incrementadas na bacia voltadas para os aspectos de preservação e conservação do ambiente.
Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe
A Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe abrange vinte e seis (26) municípios, sendo oito (08) totalmente inseridos: Laranjeiras, Malhador, Moita Bonita, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora do Socorro, Riachuelo, Santa Rosa de Lima, São Miguel do Aleixo e dezoito (18) parcialmente inseridos: Aracaju, Areia Branca, Barra dos Coqueiros, Carira, Divina Pastora, Feira Nova, Frei Paulo, Graccho Cardoso, Itabaiana Itaporanga D’Ajuda, Maruim, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora das Dores, Ribeirópolis, Rosário do Catete, Santo Amaro das Brotas, São Cristóvão, Siriri localizados em regiões diferenciadas – semi-árido agreste e zona costeira.
A população residente no território da bacia hidrográfica compreende 1.010.523 habitantes, equivalendo a 56,6% do total do Estado. A maioria expressiva da população, 86,8%, reside em áreas urbanas, ao passo que 13,2% situam-se na zona rural, fato que comprova o acelerado processo de urbanização em curso na bacia hidrográfica, nas últimas décadas, responsável pelo grande passivo ambiental da região e uma significativa transposição de águas provenientes do Rio São Francisco.
Bacia Hidrográfica do Rio Vaza Barris
O rio Vaza Barris nasce no município de Uauá, no estado da Bahia, numa elevação de aproximadamente 500m. Seu comprimento total é de 3.300Km, dos quais apenas 152 km estão no Estado de Sergipe. A área total da bacia hidrográfica é de 17.000 km2, sua maior parte esta no Estado da Bahia, apenas 15% ou seja 2.559 km2 localiza-se no Estado de Sergipe, cobrindo 11,6% da área do Estado. Apesar de sua significativa área hidrográfica, a descarga na Bahia é intermitente e é apenas no Estado de Sergipe que o Vasa Barris se torna um rio perene.
Os tributários principais em Sergipe são os rios Salgado e Traíras, ambos desaguando no rio Vaza Barris em sua margem esquerda.
Quanto ao abastecimento urbano e grande rural, 97.3 mil m3/dia de água são desenvolvidos dentro da bacia, principalmente pelo Projeto da Barragem do Vaza Barris. Desta fonte hídrica, 20.0 mil m3/dia (21%) de água é fornecida à própria bacia e 77.3 m3/dia (79%) a outras bacias. A água consumida na bacia é 42% proveniente da própria bacia e 58% de outras bacias.
Municípios do Estado de Sergipe inseridos na bacia hidrográfica: Carira, Frei Paulo, Pedra Mole, Pinhão, Areia Branca, Campo do Brito, Itabaiana, Macambira, São Domingos, Simão Dias, Lagarto, . Aracajú, São Cristovão, Itaporanga D’ajuda.
Bacia Hidrográfica do Rio Piauí
A Bacia Hidrográfica do Rio Piauí possui uma área geográfica de 4.150 km², equivalentes a 19% do território estadual e abrange 15 municípios, onde estão totalmente inseridos terras de seis municípios: Salgado, Santa Luzia do Itanhy, Estância, Boquim, Pedrinhas e Arauá e parcialmente nove municípios: Indiaroba, Itabaianinha, Itaporanga D’Ajuda, Lagarto, Poço Verde, Riachão do Dantas, Simão Dias, Tobias Barreto e Umbaúba, localizados em sua maioria na região sul do estado e com uma população de 432.000 habitantes aproximadamente.
A sua bacia hidrográfica está localizada na parte sul do estado, sendo delimitada, aproximadamente, pelas coordenadas geográficas 10°45’ e 11°30’ de latitude sul e 37°15’ e 38°00’ de longitude oeste. Limita-se ao norte com a bacia do rio Vaza Barris; a oeste com o estado da Bahia e com a bacia do rio Real; ao sul com a bacia do rio Real; e, a leste, com o Oceano Atlântico, onde tem a sua desembocadura em terras do município de Estância, no complexo hídrico denominado Barra da Estância.
O rio Piauí constitui-se como um dos mais importantes componentes da rede hidrográfica do estado de Sergipe. O sistema hidrográfico é bastante desenvolvido, sendo constituído pelo curso d’água principal do rio Piauí, e por diversos afluentes de grande porte, destacando-se, pela margem direita, os rios Arauá e Pagão, e, pela margem esquerda, os rios Jacaré, Piauitinga e Fundo.
Os diversos usos das águas na Bacia Hidrográfica como: irrigação, mineração, indústrias, consumo humano e animal, pescam, turismo e lazer estão associados às atividades econômicas, ligados aos setores privado e público, bem como, os principais sistemas hídricos, naturais e construídos, que possibilitam o desenvolvimento da região.
Os problemas ambientais que têm relação direta com os recursos hídricos presentes na bacia hidrográfica do rio Piauí são inerentes a quase todos os municípios brasileiro como: lixeira, esgoto a céu aberto, assoreamento de rios e riachos, pesca predatória, uso indiscriminado de agrotóxicos, extração inadequada de minerais, desmatamento. Esse registro identifica o tipo de relação que a sociedade estabelece com o meio ambiente. Excetuando-se os problemas relacionados com os resíduos industriais presentes nos municípios de Estância, Itaporanga D’Ajuda, Lagarto, Salgado e Simão Dias, os demais estão presentes em todos os municípios.
Bacia Hidrográfica do Rio Real
O rio Real nasce no Estado da Bahia mas percorre até sua foz oito municípios do Estado de Sergipe: Poço Verde, Tobias Barreto, Riachão do Dantas,Cristinapólis. Itabaianinha, Tomar do Geru, Umbaúba, Indiaroba, tendo uma área de 2.568 km2 que corresponde 11,6% do Estado, sua vazão média é de 20,46 m3/seg.
O abastecimento urbano e grande rural tem 8.8 mil m3/dia de água desenvolvidos dentro da bacia, principalmente pelo projeto de elevação do dique da Barragem do Jabeberí. Desta fonte hídrica, 8.5 mil m3/dia (96%) de água são fornecidos à própria bacia e 0.4 mil m3/dia (4%) a outras bacias. A água consumida dentro da bacia é 42% proveniente da própria bacia e 58% de outras bacias hidrográficas.
O Estado de Sergipe possui 06 (seis) Bacias Hidrográficas, sendo as seguintes: bacia do rio São Francisco, Vaza Barris, Real, Japaratuba, Sergipe e Piauí. Os rios: São Francisco, Vaza Barris e Real são rios da esfera federal por que atravessam mais de um Estado. Enquanto os rios Japaratuba, Sergipe e Piauí são rios Estaduais, tendo em vistas que suas bacias se localizam dentro do Estado de Sergipe.
Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba
A Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba possui uma área geográfica de 1 734,59km2, equivalentes a 7,65% do território estadual e abrange 20 municípios, onde os mesmos estão totalmente inseridos em terras de três municípios: Carmópolis, Cumbe e General Maynard e parcialmente dezessete municípios: Aquidabã, Barra dos Coqueiros, Capela, Divina Pastora, Feira Nova, Graccho Cardoso, Japoatã, Japaratuba, Maruim, Malhada dos Bois, Muribeca, Nossa Senhora das Dores, Pirambu, Rosário do Catete, Santo Amaro das Brotas, São Francisco e Siriri, localizados na sua maioria na região Vale do Cotinguiba, com uma população urbana com 122.879 habitantes e na área rural com 79.052 habitantes.
A bacia hidrográfica do rio Japaratuba tem sua nascente na Serra da Boa Vista na divisa entre os municípios de Feira Nova e Graccho Cardoso e deságua no Oceano Atlântico, no município de Pirambu. No seu percurso o rio Japaratuba possui planície aluvial muito larga, principalmente nos municípios de Capela e Japaratuba, onde se desenvolve o cultivo da cana-de-açúcar.
A bacia hidrográfica do rio Japaratuba é constituída pelo rio que lhe empresta o nome e tem como principais afluentes: o rio japaratuba mirim, lagartixo, siriri, cancelo e riacho do Prata.
A exploração significativa em termos econômicos para a bacia hidrográfica e especialmente para o estado é o potencial mineral explorado a exemplo do: petróleo, gás natural, sal gema, potássio, calcareo, magnésio, turfa e areia, além da irrigação e expansão da cultura da cana-de-açúcar, também o turismo e lazer, pesca e abastecimento humano e animal. A exploração mineral e a expansão da cana-de-açúcar desperta certa preocupação no que se prende aos fatores de agressão ao meio ambiente, pouca são as ações incrementadas na bacia voltadas para os aspectos de preservação e conservação do ambiente.
Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe
A Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe abrange vinte e seis (26) municípios, sendo oito (08) totalmente inseridos: Laranjeiras, Malhador, Moita Bonita, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora do Socorro, Riachuelo, Santa Rosa de Lima, São Miguel do Aleixo e dezoito (18) parcialmente inseridos: Aracaju, Areia Branca, Barra dos Coqueiros, Carira, Divina Pastora, Feira Nova, Frei Paulo, Graccho Cardoso, Itabaiana Itaporanga D’Ajuda, Maruim, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora das Dores, Ribeirópolis, Rosário do Catete, Santo Amaro das Brotas, São Cristóvão, Siriri localizados em regiões diferenciadas – semi-árido agreste e zona costeira.
A população residente no território da bacia hidrográfica compreende 1.010.523 habitantes, equivalendo a 56,6% do total do Estado. A maioria expressiva da população, 86,8%, reside em áreas urbanas, ao passo que 13,2% situam-se na zona rural, fato que comprova o acelerado processo de urbanização em curso na bacia hidrográfica, nas últimas décadas, responsável pelo grande passivo ambiental da região e uma significativa transposição de águas provenientes do Rio São Francisco.
Bacia Hidrográfica do Rio Vaza Barris
O rio Vaza Barris nasce no município de Uauá, no estado da Bahia, numa elevação de aproximadamente 500m. Seu comprimento total é de 3.300Km, dos quais apenas 152 km estão no Estado de Sergipe. A área total da bacia hidrográfica é de 17.000 km2, sua maior parte esta no Estado da Bahia, apenas 15% ou seja 2.559 km2 localiza-se no Estado de Sergipe, cobrindo 11,6% da área do Estado. Apesar de sua significativa área hidrográfica, a descarga na Bahia é intermitente e é apenas no Estado de Sergipe que o Vasa Barris se torna um rio perene.
Os tributários principais em Sergipe são os rios Salgado e Traíras, ambos desaguando no rio Vaza Barris em sua margem esquerda.
Quanto ao abastecimento urbano e grande rural, 97.3 mil m3/dia de água são desenvolvidos dentro da bacia, principalmente pelo Projeto da Barragem do Vaza Barris. Desta fonte hídrica, 20.0 mil m3/dia (21%) de água é fornecida à própria bacia e 77.3 m3/dia (79%) a outras bacias. A água consumida na bacia é 42% proveniente da própria bacia e 58% de outras bacias.
Municípios do Estado de Sergipe inseridos na bacia hidrográfica: Carira, Frei Paulo, Pedra Mole, Pinhão, Areia Branca, Campo do Brito, Itabaiana, Macambira, São Domingos, Simão Dias, Lagarto, . Aracajú, São Cristovão, Itaporanga D’ajuda.
Bacia Hidrográfica do Rio Piauí
A Bacia Hidrográfica do Rio Piauí possui uma área geográfica de 4.150 km², equivalentes a 19% do território estadual e abrange 15 municípios, onde estão totalmente inseridos terras de seis municípios: Salgado, Santa Luzia do Itanhy, Estância, Boquim, Pedrinhas e Arauá e parcialmente nove municípios: Indiaroba, Itabaianinha, Itaporanga D’Ajuda, Lagarto, Poço Verde, Riachão do Dantas, Simão Dias, Tobias Barreto e Umbaúba, localizados em sua maioria na região sul do estado e com uma população de 432.000 habitantes aproximadamente.
A sua bacia hidrográfica está localizada na parte sul do estado, sendo delimitada, aproximadamente, pelas coordenadas geográficas 10°45’ e 11°30’ de latitude sul e 37°15’ e 38°00’ de longitude oeste. Limita-se ao norte com a bacia do rio Vaza Barris; a oeste com o estado da Bahia e com a bacia do rio Real; ao sul com a bacia do rio Real; e, a leste, com o Oceano Atlântico, onde tem a sua desembocadura em terras do município de Estância, no complexo hídrico denominado Barra da Estância.
O rio Piauí constitui-se como um dos mais importantes componentes da rede hidrográfica do estado de Sergipe. O sistema hidrográfico é bastante desenvolvido, sendo constituído pelo curso d’água principal do rio Piauí, e por diversos afluentes de grande porte, destacando-se, pela margem direita, os rios Arauá e Pagão, e, pela margem esquerda, os rios Jacaré, Piauitinga e Fundo.
Os diversos usos das águas na Bacia Hidrográfica como: irrigação, mineração, indústrias, consumo humano e animal, pescam, turismo e lazer estão associados às atividades econômicas, ligados aos setores privado e público, bem como, os principais sistemas hídricos, naturais e construídos, que possibilitam o desenvolvimento da região.
Os problemas ambientais que têm relação direta com os recursos hídricos presentes na bacia hidrográfica do rio Piauí são inerentes a quase todos os municípios brasileiro como: lixeira, esgoto a céu aberto, assoreamento de rios e riachos, pesca predatória, uso indiscriminado de agrotóxicos, extração inadequada de minerais, desmatamento. Esse registro identifica o tipo de relação que a sociedade estabelece com o meio ambiente. Excetuando-se os problemas relacionados com os resíduos industriais presentes nos municípios de Estância, Itaporanga D’Ajuda, Lagarto, Salgado e Simão Dias, os demais estão presentes em todos os municípios.
Bacia Hidrográfica do Rio Real
O rio Real nasce no Estado da Bahia mas percorre até sua foz oito municípios do Estado de Sergipe: Poço Verde, Tobias Barreto, Riachão do Dantas,Cristinapólis. Itabaianinha, Tomar do Geru, Umbaúba, Indiaroba, tendo uma área de 2.568 km2 que corresponde 11,6% do Estado, sua vazão média é de 20,46 m3/seg.
O abastecimento urbano e grande rural tem 8.8 mil m3/dia de água desenvolvidos dentro da bacia, principalmente pelo projeto de elevação do dique da Barragem do Jabeberí. Desta fonte hídrica, 8.5 mil m3/dia (96%) de água são fornecidos à própria bacia e 0.4 mil m3/dia (4%) a outras bacias. A água consumida dentro da bacia é 42% proveniente da própria bacia e 58% de outras bacias hidrográficas.
sábado, 27 de dezembro de 2008
Mata Atlantica
Para garantir a prweservação da mata atlantica,principalmente a grande parte da cobertura vegetal que está próxima ou dentro de grandes concentrações urbanas e sofre a ofensiva de agentes do mercado imobiliário, será necessário o envolviemnto de todos os atores sociais. O decreto traça os parâmetros para a elaboração do Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica, com o objetivo de mobilizar os prefeitos para a realização dessa tarefa. O governo federal quer que os governos locais dos Estados por onde a mata atlântica se estende recuperem a cobertura vegetal, passando dos 7% que restam da cobertura vegetal original para, pelo menos, 27%.
A Lei da Mata Atlântica dá nova orientação aos órgãos de fiscalização e às secretarias estaduais de meio ambiente na definição das licenças para abertura de estradas e instalação de novos empreendimentos no bioma. Cria também incentivos financeiros para restauração dos ecossistemas, estimula doações da iniciativa privada para projetos de conservação, regulamenta artigo da Constituição que define a mata atlântica como Patrimônio Nacional, delimita o seu domínio, proíbe o desmatamento de florestas primárias e cria regras para exploração econômica.
Enfim, há agora um instrumento legal para que os governos dos Estados onde ainda há remanescentes da mata atlântica, como é o caso de São Paulo, liderem a união dos prefeitos das suas respectivas regiões metropolitanas na tarefa de reconstituir o máximo do que foi devastado e de evitar a continuidade da destruição.
A Lei da Mata Atlântica dá nova orientação aos órgãos de fiscalização e às secretarias estaduais de meio ambiente na definição das licenças para abertura de estradas e instalação de novos empreendimentos no bioma. Cria também incentivos financeiros para restauração dos ecossistemas, estimula doações da iniciativa privada para projetos de conservação, regulamenta artigo da Constituição que define a mata atlântica como Patrimônio Nacional, delimita o seu domínio, proíbe o desmatamento de florestas primárias e cria regras para exploração econômica.
Enfim, há agora um instrumento legal para que os governos dos Estados onde ainda há remanescentes da mata atlântica, como é o caso de São Paulo, liderem a união dos prefeitos das suas respectivas regiões metropolitanas na tarefa de reconstituir o máximo do que foi devastado e de evitar a continuidade da destruição.
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
ecologia
ECOLOGIA.
Durante muito tempo o termo ecologia foi desconhecido do grande público em geral e o assunto se restringia apenas para biólogos e o publico da academia, enquanto a questão socio-ambiental e politica era relegada ao segundo plano pela maioria dos pesquisadores e cientistas. no entanto, as preocupações com a ecologia só eclodiram pra valer a partir do século XX como uma das maiores preocupações populares devido aos graves aspectos sócio ambientais e sua interferência na natureza. Isto porque tornou-se evidente que a maioria dos problemas que o homem está enfrentando hoje, como crescimento populacional, poluição ambiental, fome e todos os problemas sociológicos e políticos atuais, são em sua grande maioria decorrentes da problemática sócio-ambiental.A palavra ecologia vem (do grego oikos, que quer dizer "casa") e foi alcunhada no século XIX pelo zoólogo alemão Ernst Haeckel, para designar a "relação dos animais com seu meio ambiente orgânico e inorgânico". A expressão meio ambiente inclui tanto outros organismos quanto o meio físico circundante. Envolve relações entre indivíduos de uma mesma população e entre indivíduos de diferentes populações. Essas interações entre os indivíduos, as populações e os organismos e seu ambiente formam sistemas ecológicos, ou ecossistemas. A ecologia também é definida como "o estudo das inter-relações dos organismos e seu ambiente, e vice-versa", como "a economia da natureza", e como "a biologia dos ecossistemas".
Histórico. A ecologia não tem um início muito bem delineado. Encontra seus primeiros antecedentes na história natural dos gregos, particularmente em um discípulo de Aristóteles, Teofrasto, que foi o primeiro a descrever as relações dos organismos entre si e com o meio. As bases posteriores para a ecologia moderna foram lançadas nos primeiros trabalhos dos fisiologistas sobre plantas e animais.O aumento do interesse pela dinâmica das populações recebeu impulso especial no início do século XIX e depois que Thomas Malthus chamou atenção para o conflito entre as populações em expansão e a capacidade da Terra de fornecer alimento. Raymond Pearl (1920), A. J. Lotka (1925), e Vito Volterra (1926) desenvolveram as bases matemáticas para o estudo das populações, o que levou a experiências sobre a interação de predadores e presas, as relações competitivas entre espécies e o controle populacional. O estudo da influência do comportamento sobre as populações foi incentivado pelo reconhecimento, em 1920, da territorialidade dos pássaros. Os conceitos de comportamento instintivo e agressivo foram lançados por Konrad Lorenz e Nikolaas Tinbergen, enquanto V. C. Wynne-Edwards estudava o papel do comportamento social no controle das populações.No início e em meados do século XX, dois grupos de botânicos, um na Europa e outro nos Estados Unidos, estudaram comunidades vegetais de dois diferentes pontos de vista. Os botânicos europeus se preocuparam em estudar a composição, a estrutura e a distribuição das comunidades vegetais, enquanto os americanos estudaram o desenvolvimento dessas comunidades, ou sua sucessão. As ecologias animal e vegetal se desenvolveram separadamente até que os biólogos americanos deram ênfase à inter-relação de comunidades vegetais e animais como um todo biótico.Alguns ecologistas se detiveram na dinâmica das comunidades e populações, enquanto outros se preocuparam com as reservas de energia. Em 1920, o biólogo alemão August Thienemann introduziu o conceito de níveis tróficos, ou de alimentação, pelos quais a energia dos alimentos é transferida, por uma série de organismos, das plantas verdes (produtoras) aos vários níveis de animais (consumidores). Em 1927, C. S. Elton, ecologista inglês especializado em animais, avançou nessa abordagem com o conceito de nichos ecológicos e pirâmides de números. Dois biólogos americanos, E. Birge e C. Juday, na década de 1930, ao medir a reserva energética de lagos, desenvolveram a idéia da produção primária, isto é, a proporção na qual a energia é gerada, ou fixada, pela fotossíntese.A ecologia moderna atingiu a maioridade em 1942 com o desenvolvimento, pelo americano R. L. Lindeman, do conceito trófico-dinâmico de ecologia, que detalha o fluxo da energia através do ecossistema. Esses estudos quantitativos foram aprofundados pelos americanos Eugene e Howard Odum. Um trabalho semelhante sobre o ciclo dos nutrientes foi realizado pelo australiano J. D. Ovington.O estudo do fluxo de energia e do ciclo de nutrientes foi estimulado pelo desenvolvimento de novas técnicas -- radioisótopos, microcalorimetria, computação e matemática aplicada -- que permitiram aos ecologistas rotular, rastrear e medir o movimento de nutrientes e energias específicas através dos ecossistemas. Esses métodos modernos deram início a um novo estágio no desenvolvimento dessa ciência -- a ecologia dos sistemas, que estuda a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas.
Conceito unificador. Até o fim do século XX, faltava à ecologia uma base conceitual. A ecologia moderna, porém, passou a se concentrar no conceito de ecossistema, uma unidade funcional composta de organismos integrados, e em todos os aspectos do meio ambiente em qualquer área específica. Envolve tanto os componentes sem vida (abióticos) quanto os vivos (bióticos) através dos quais ocorrem o ciclo dos nutrientes e os fluxos de energia. Para realizá-los, os ecossistemas precisam conter algumas inter-relações estruturadas entre solo, água e nutrientes, de um lado, e entre produtores, consumidores e decomponentes, de outro.Os ecossistemas funcionam graças à manutenção do fluxo de energia e do ciclo de materiais, desdobrado numa série de processos e relações energéticas, chamada cadeia alimentar, que agrupa os membros de uma comunidade natural. Existem cadeias alimentares em todos os habitats, por menores que sejam esses conjuntos específicos de condições físicas que cercam um grupo de espécies. As cadeias alimentares costumam ser complexas, e várias cadeias se entrecruzam de diversas maneiras, formando uma teia alimentar que reproduz o equilíbrio natural entre plantas, herbívoros e carnívoros.Os ecossistemas tendem à maturidade, ou estabilidade, e ao atingi-la passam de um estado menos complexo para um mais complexo. Essa mudança direcional é chamada sucessão. Sempre que um ecossistema é utilizado, e que a exploração se mantém, sua maturidade é adiada.A principal unidade funcional de um ecossistema é sua população. Ela ocupa um certo nicho funcional, relacionado a seu papel no fluxo de energia e ciclo de nutrientes. Tanto o meio ambiente quanto a quantidade de energia fixada em qualquer ecossistema são limitados. Quando uma população atinge os limites impostos pelo ecossistema, seus números precisam estabilizar-se e, caso isso não ocorra, devem declinar em conseqüência de doença, fome, competição, baixa reprodução e outras reações comportamentais e psicológicas. Mudanças e flutuações no meio ambiente representam uma pressão seletiva sobre a população, que deve se ajustar. O ecossistema tem aspectos históricos: o presente está relacionado com o passado, e o futuro com o presente. Assim, o ecossistema é o conceito que unifica a ecologia vegetal e animal, a dinâmica, o comportamento e a evolução das populações.
Áreas de estudo. A ecologia é uma ciência multidisciplinar, que envolve biologia vegetal e animal, taxonomia, fisiologia, genética, comportamento, meteorologia, pedologia, geologia, sociologia, antropologia, física, química, matemática e eletrônica. Quase sempre se torna difícil delinear a fronteira entre a ecologia e qualquer dessas ciências, pois todas têm influência sobre ela. A mesma situação existe dentro da própria ecologia. Na compreensão das interações entre o organismo e o meio ambiente ou entre organismos, é quase sempre difícil separar comportamento de dinâmica populacional, comportamento de fisiologia, adaptação de evolução e genética, e ecologia animal de ecologia vegetal.A ecologia se desenvolveu ao longo de duas vertentes: o estudo das plantas e o estudo dos animais. A ecologia vegetal aborda as relações das plantas entre si e com seu meio ambiente. A abordagem é altamente descritiva da composição vegetal e florística de uma área e normalmente ignora a influência dos animais sobre as plantas. A ecologia animal envolve o estudo da dinâmica, distribuição e comportamento das populações, e das inter-relações de animais com seu meio ambiente. Como os animais dependem das plantas para sua alimentação e abrigo, a ecologia animal não pode ser totalmente compreendida sem um conhecimento considerável de ecologia vegetal. Isso é verdade especialmente nas áreas aplicadas da ecologia, como manejo da vida selvagem.A ecologia vegetal e a animal podem ser vistas como o estudo das inter-relações de um organismo individual com seu ambiente (auto-ecologia), ou como o estudo de comunidades de organismos (sinecologia).A auto-ecologia, ou estudo clássico da ecologia, é experimental e indutiva. Por estar normalmente interessada no relacionamento de um organismo com uma ou mais variáveis, é facilmente quantificável e útil nas pesquisas de campo e de laboratório. Algumas de suas técnicas são tomadas de empréstimo da química, da física e da fisiologia. A auto-ecologia contribuiu com pelo menos dois importantes conceitos: a constância da interação
Durante muito tempo o termo ecologia foi desconhecido do grande público em geral e o assunto se restringia apenas para biólogos e o publico da academia, enquanto a questão socio-ambiental e politica era relegada ao segundo plano pela maioria dos pesquisadores e cientistas. no entanto, as preocupações com a ecologia só eclodiram pra valer a partir do século XX como uma das maiores preocupações populares devido aos graves aspectos sócio ambientais e sua interferência na natureza. Isto porque tornou-se evidente que a maioria dos problemas que o homem está enfrentando hoje, como crescimento populacional, poluição ambiental, fome e todos os problemas sociológicos e políticos atuais, são em sua grande maioria decorrentes da problemática sócio-ambiental.A palavra ecologia vem (do grego oikos, que quer dizer "casa") e foi alcunhada no século XIX pelo zoólogo alemão Ernst Haeckel, para designar a "relação dos animais com seu meio ambiente orgânico e inorgânico". A expressão meio ambiente inclui tanto outros organismos quanto o meio físico circundante. Envolve relações entre indivíduos de uma mesma população e entre indivíduos de diferentes populações. Essas interações entre os indivíduos, as populações e os organismos e seu ambiente formam sistemas ecológicos, ou ecossistemas. A ecologia também é definida como "o estudo das inter-relações dos organismos e seu ambiente, e vice-versa", como "a economia da natureza", e como "a biologia dos ecossistemas".
Histórico. A ecologia não tem um início muito bem delineado. Encontra seus primeiros antecedentes na história natural dos gregos, particularmente em um discípulo de Aristóteles, Teofrasto, que foi o primeiro a descrever as relações dos organismos entre si e com o meio. As bases posteriores para a ecologia moderna foram lançadas nos primeiros trabalhos dos fisiologistas sobre plantas e animais.O aumento do interesse pela dinâmica das populações recebeu impulso especial no início do século XIX e depois que Thomas Malthus chamou atenção para o conflito entre as populações em expansão e a capacidade da Terra de fornecer alimento. Raymond Pearl (1920), A. J. Lotka (1925), e Vito Volterra (1926) desenvolveram as bases matemáticas para o estudo das populações, o que levou a experiências sobre a interação de predadores e presas, as relações competitivas entre espécies e o controle populacional. O estudo da influência do comportamento sobre as populações foi incentivado pelo reconhecimento, em 1920, da territorialidade dos pássaros. Os conceitos de comportamento instintivo e agressivo foram lançados por Konrad Lorenz e Nikolaas Tinbergen, enquanto V. C. Wynne-Edwards estudava o papel do comportamento social no controle das populações.No início e em meados do século XX, dois grupos de botânicos, um na Europa e outro nos Estados Unidos, estudaram comunidades vegetais de dois diferentes pontos de vista. Os botânicos europeus se preocuparam em estudar a composição, a estrutura e a distribuição das comunidades vegetais, enquanto os americanos estudaram o desenvolvimento dessas comunidades, ou sua sucessão. As ecologias animal e vegetal se desenvolveram separadamente até que os biólogos americanos deram ênfase à inter-relação de comunidades vegetais e animais como um todo biótico.Alguns ecologistas se detiveram na dinâmica das comunidades e populações, enquanto outros se preocuparam com as reservas de energia. Em 1920, o biólogo alemão August Thienemann introduziu o conceito de níveis tróficos, ou de alimentação, pelos quais a energia dos alimentos é transferida, por uma série de organismos, das plantas verdes (produtoras) aos vários níveis de animais (consumidores). Em 1927, C. S. Elton, ecologista inglês especializado em animais, avançou nessa abordagem com o conceito de nichos ecológicos e pirâmides de números. Dois biólogos americanos, E. Birge e C. Juday, na década de 1930, ao medir a reserva energética de lagos, desenvolveram a idéia da produção primária, isto é, a proporção na qual a energia é gerada, ou fixada, pela fotossíntese.A ecologia moderna atingiu a maioridade em 1942 com o desenvolvimento, pelo americano R. L. Lindeman, do conceito trófico-dinâmico de ecologia, que detalha o fluxo da energia através do ecossistema. Esses estudos quantitativos foram aprofundados pelos americanos Eugene e Howard Odum. Um trabalho semelhante sobre o ciclo dos nutrientes foi realizado pelo australiano J. D. Ovington.O estudo do fluxo de energia e do ciclo de nutrientes foi estimulado pelo desenvolvimento de novas técnicas -- radioisótopos, microcalorimetria, computação e matemática aplicada -- que permitiram aos ecologistas rotular, rastrear e medir o movimento de nutrientes e energias específicas através dos ecossistemas. Esses métodos modernos deram início a um novo estágio no desenvolvimento dessa ciência -- a ecologia dos sistemas, que estuda a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas.
Conceito unificador. Até o fim do século XX, faltava à ecologia uma base conceitual. A ecologia moderna, porém, passou a se concentrar no conceito de ecossistema, uma unidade funcional composta de organismos integrados, e em todos os aspectos do meio ambiente em qualquer área específica. Envolve tanto os componentes sem vida (abióticos) quanto os vivos (bióticos) através dos quais ocorrem o ciclo dos nutrientes e os fluxos de energia. Para realizá-los, os ecossistemas precisam conter algumas inter-relações estruturadas entre solo, água e nutrientes, de um lado, e entre produtores, consumidores e decomponentes, de outro.Os ecossistemas funcionam graças à manutenção do fluxo de energia e do ciclo de materiais, desdobrado numa série de processos e relações energéticas, chamada cadeia alimentar, que agrupa os membros de uma comunidade natural. Existem cadeias alimentares em todos os habitats, por menores que sejam esses conjuntos específicos de condições físicas que cercam um grupo de espécies. As cadeias alimentares costumam ser complexas, e várias cadeias se entrecruzam de diversas maneiras, formando uma teia alimentar que reproduz o equilíbrio natural entre plantas, herbívoros e carnívoros.Os ecossistemas tendem à maturidade, ou estabilidade, e ao atingi-la passam de um estado menos complexo para um mais complexo. Essa mudança direcional é chamada sucessão. Sempre que um ecossistema é utilizado, e que a exploração se mantém, sua maturidade é adiada.A principal unidade funcional de um ecossistema é sua população. Ela ocupa um certo nicho funcional, relacionado a seu papel no fluxo de energia e ciclo de nutrientes. Tanto o meio ambiente quanto a quantidade de energia fixada em qualquer ecossistema são limitados. Quando uma população atinge os limites impostos pelo ecossistema, seus números precisam estabilizar-se e, caso isso não ocorra, devem declinar em conseqüência de doença, fome, competição, baixa reprodução e outras reações comportamentais e psicológicas. Mudanças e flutuações no meio ambiente representam uma pressão seletiva sobre a população, que deve se ajustar. O ecossistema tem aspectos históricos: o presente está relacionado com o passado, e o futuro com o presente. Assim, o ecossistema é o conceito que unifica a ecologia vegetal e animal, a dinâmica, o comportamento e a evolução das populações.
Áreas de estudo. A ecologia é uma ciência multidisciplinar, que envolve biologia vegetal e animal, taxonomia, fisiologia, genética, comportamento, meteorologia, pedologia, geologia, sociologia, antropologia, física, química, matemática e eletrônica. Quase sempre se torna difícil delinear a fronteira entre a ecologia e qualquer dessas ciências, pois todas têm influência sobre ela. A mesma situação existe dentro da própria ecologia. Na compreensão das interações entre o organismo e o meio ambiente ou entre organismos, é quase sempre difícil separar comportamento de dinâmica populacional, comportamento de fisiologia, adaptação de evolução e genética, e ecologia animal de ecologia vegetal.A ecologia se desenvolveu ao longo de duas vertentes: o estudo das plantas e o estudo dos animais. A ecologia vegetal aborda as relações das plantas entre si e com seu meio ambiente. A abordagem é altamente descritiva da composição vegetal e florística de uma área e normalmente ignora a influência dos animais sobre as plantas. A ecologia animal envolve o estudo da dinâmica, distribuição e comportamento das populações, e das inter-relações de animais com seu meio ambiente. Como os animais dependem das plantas para sua alimentação e abrigo, a ecologia animal não pode ser totalmente compreendida sem um conhecimento considerável de ecologia vegetal. Isso é verdade especialmente nas áreas aplicadas da ecologia, como manejo da vida selvagem.A ecologia vegetal e a animal podem ser vistas como o estudo das inter-relações de um organismo individual com seu ambiente (auto-ecologia), ou como o estudo de comunidades de organismos (sinecologia).A auto-ecologia, ou estudo clássico da ecologia, é experimental e indutiva. Por estar normalmente interessada no relacionamento de um organismo com uma ou mais variáveis, é facilmente quantificável e útil nas pesquisas de campo e de laboratório. Algumas de suas técnicas são tomadas de empréstimo da química, da física e da fisiologia. A auto-ecologia contribuiu com pelo menos dois importantes conceitos: a constância da interação
tabela do campeonato sergipano de 2009
Confira os jogos do Campeonato Sergipano 2009
Fase classificatória começa dia 18 de janeiro e segue até 2 de abril. Campeão será conhecido em 3 de maio
19/11/2008 - 10:59
Veja os jogos da 1ª rodada
Datas
Horários
Partidas
Locais:
21/01/09
15h15
América X Confiança
Durval Feitosa/Propriá
21/01/09
15h15
São Cristóvão X Olímpico
Campo do Limão/S.Cristóvão
21/01/09
15h15
Sergipe X Sete de Junho
João Hora/Aracaju
21/01/09
15h15
Guarany X Itabaiana
Caio Feitosa/Porto da Folha
21/01/09
15h15
São Domingos X Canindé
Arnaldo Pereira/S. Domingos
Rodada 2 - Jogo de volta: 1º de março
Data
Horário
Partida
Local
24/01/09
16h
Confiança X Olímpico
Batistão/Aracaju
25/01/09
15h
Sete de Junho X América
Brejeirão/Tobias Barreto
25/01/09
16h
Itabaiana X São Cristóvão
Pres. Médici/Itabaiana
25/01/09
15h15
Canindé X Sergipe
Andrezão/Canindé
25/01/09
15h15
São Domingos X Guarany
Arnaldo Pereira/S. Domingos
Rodada 3 - Jogo de volta: 8 de março
Data
Horário
Partida
Local
01/02/09
15h15
Guarany X Confiança
Caio Feitosa/Porto da Folha
01/02/09
15h15
Sergipe X São Domingos
João Hora/Aracaju
01/02/09
15h15
São Cristóvão X Canindé
Campo do Limão/S. Cristóvão
01/02/09
15h15
América X Itabaiana
Durval Feitosa/Propriá
01/02/09
15h15
Olímpico X Sete de Junho
Souzão/Itabaianinha
Rodada 4 - Jogo de volta: 12 de março
Data
Horário
Partida
Local
05/02/09
20h30
Confiança X São Cristóvão
Batistão/Aracaju
05/02/09
15h15
América X Sergipe
Durval Feitosa/Propriá
05/02/09
15h15
Olímpico X Guarany
Souzão/Itabaianinha
05/02/09
15h15
Sete de Junho X São Domingos
Brejeirão/Tobias Barreto
05/02/09
20h30
Itabaiana X Canindé
Pres. Médici/Itabaiana
Rodada 5 - Jogo de volta: 15 de março
Data
Horário
Partida
Local
08/02/09
15h15
Canindé X Confiança
Andrezão/Canindé
08/02/09
15h15
São Domingos X Itabaiana
Arnaldo Pereira/S. Domingos
08/02/09
15h15
Guarany X Sete de Junho
Caio Feitosa/Porto da Folha
08/02/09
15h15
Sergipe X Olímpico
João Hora/Aracaju
08/02/09
15h15
São Cristóvão X América
Campo do Limão/S. Cristóvão
Rodada 6 - Jogo de volta: 19 de março
Data
Horário
Partida
Local
12/02/09
20h30
Confiança X Itabaiana
Batistão/Aracaju
12/02/09
15h15
Sete de Junho X Canindé
Brejeirão/Tobias Barreto
12/02/09
15h15
Olímpico X São Domingos
Souzão/Itabaianinha
12/02/09
15h15
América X Guarany
Durval Feitosa/Propriá
12/02/09
15h15
São Cristóvão X Sergipe
Campo do Limão/S. Cristóvão
Rodada 7 - Jogo de volta: 22 de março
Data
Horário
Partida
Local
15/02/09
16h
Sergipe X Confiança
Batistão/Aracaju
15/02/09
15h15
Guarany X São Cristóvão
Caio Feitosa/Porto da Folha
15/02/09
15h15
São Domingos X América
Arnaldo Pereira/S. Domingos
15/02/09
15h15
Canindé X Olímpico
Andrezão/Canindé
15/02/09
16h
Itabaiana X Sete de Junho
Pres. Médici/Itabaiana
Rodada 8 - Jogo de volta: 28 de março
Data
Horário
Partida
Local
21/02/09
16h
Sete de Junho X Confiança
Brejeirão/Tobias Barreto
21/02/09
15h15
Itabaiana X Olímpico
Pres. Médici/Itabaiana
21/02/09
15h15
Canindé X América
Andrezão/Canindé
21/02/09
15h15
S. Domingos X S. Cristóvão
Arnaldo Pereira/S. Domingos
21/02/09
16h
Sergipe X Guarany
João Hora/Aracaju
Rodada 9 - Jogo de volta: 2 de abril
Fase classificatória começa dia 18 de janeiro e segue até 2 de abril. Campeão será conhecido em 3 de maio
19/11/2008 - 10:59
Veja os jogos da 1ª rodada
Datas
Horários
Partidas
Locais:
21/01/09
15h15
América X Confiança
Durval Feitosa/Propriá
21/01/09
15h15
São Cristóvão X Olímpico
Campo do Limão/S.Cristóvão
21/01/09
15h15
Sergipe X Sete de Junho
João Hora/Aracaju
21/01/09
15h15
Guarany X Itabaiana
Caio Feitosa/Porto da Folha
21/01/09
15h15
São Domingos X Canindé
Arnaldo Pereira/S. Domingos
Rodada 2 - Jogo de volta: 1º de março
Data
Horário
Partida
Local
24/01/09
16h
Confiança X Olímpico
Batistão/Aracaju
25/01/09
15h
Sete de Junho X América
Brejeirão/Tobias Barreto
25/01/09
16h
Itabaiana X São Cristóvão
Pres. Médici/Itabaiana
25/01/09
15h15
Canindé X Sergipe
Andrezão/Canindé
25/01/09
15h15
São Domingos X Guarany
Arnaldo Pereira/S. Domingos
Rodada 3 - Jogo de volta: 8 de março
Data
Horário
Partida
Local
01/02/09
15h15
Guarany X Confiança
Caio Feitosa/Porto da Folha
01/02/09
15h15
Sergipe X São Domingos
João Hora/Aracaju
01/02/09
15h15
São Cristóvão X Canindé
Campo do Limão/S. Cristóvão
01/02/09
15h15
América X Itabaiana
Durval Feitosa/Propriá
01/02/09
15h15
Olímpico X Sete de Junho
Souzão/Itabaianinha
Rodada 4 - Jogo de volta: 12 de março
Data
Horário
Partida
Local
05/02/09
20h30
Confiança X São Cristóvão
Batistão/Aracaju
05/02/09
15h15
América X Sergipe
Durval Feitosa/Propriá
05/02/09
15h15
Olímpico X Guarany
Souzão/Itabaianinha
05/02/09
15h15
Sete de Junho X São Domingos
Brejeirão/Tobias Barreto
05/02/09
20h30
Itabaiana X Canindé
Pres. Médici/Itabaiana
Rodada 5 - Jogo de volta: 15 de março
Data
Horário
Partida
Local
08/02/09
15h15
Canindé X Confiança
Andrezão/Canindé
08/02/09
15h15
São Domingos X Itabaiana
Arnaldo Pereira/S. Domingos
08/02/09
15h15
Guarany X Sete de Junho
Caio Feitosa/Porto da Folha
08/02/09
15h15
Sergipe X Olímpico
João Hora/Aracaju
08/02/09
15h15
São Cristóvão X América
Campo do Limão/S. Cristóvão
Rodada 6 - Jogo de volta: 19 de março
Data
Horário
Partida
Local
12/02/09
20h30
Confiança X Itabaiana
Batistão/Aracaju
12/02/09
15h15
Sete de Junho X Canindé
Brejeirão/Tobias Barreto
12/02/09
15h15
Olímpico X São Domingos
Souzão/Itabaianinha
12/02/09
15h15
América X Guarany
Durval Feitosa/Propriá
12/02/09
15h15
São Cristóvão X Sergipe
Campo do Limão/S. Cristóvão
Rodada 7 - Jogo de volta: 22 de março
Data
Horário
Partida
Local
15/02/09
16h
Sergipe X Confiança
Batistão/Aracaju
15/02/09
15h15
Guarany X São Cristóvão
Caio Feitosa/Porto da Folha
15/02/09
15h15
São Domingos X América
Arnaldo Pereira/S. Domingos
15/02/09
15h15
Canindé X Olímpico
Andrezão/Canindé
15/02/09
16h
Itabaiana X Sete de Junho
Pres. Médici/Itabaiana
Rodada 8 - Jogo de volta: 28 de março
Data
Horário
Partida
Local
21/02/09
16h
Sete de Junho X Confiança
Brejeirão/Tobias Barreto
21/02/09
15h15
Itabaiana X Olímpico
Pres. Médici/Itabaiana
21/02/09
15h15
Canindé X América
Andrezão/Canindé
21/02/09
15h15
S. Domingos X S. Cristóvão
Arnaldo Pereira/S. Domingos
21/02/09
16h
Sergipe X Guarany
João Hora/Aracaju
Rodada 9 - Jogo de volta: 2 de abril
mais catrastrofes ambientais
Sete catástrofes internacionais...
Produtos nucleares e derivados do petróleo foram os grandes vilões
Petróleo
Derrame do Prestige (2002) - Presente de grego
Em novembro do ano passado, o petroleiro grego Prestige naufragou na costa da Espanha, despejando 11 milhões de litros de óleo no litoral da Galícia. A sujeira afetou 700 praias e matou mais de 20 mil aves. Em comparação com o Exxon Valdez, a quantidade de óleo derramado foi menor, e a biodegradação do produto foi facilitada pelas temperaturas mais altas. Nos meses seguintes ao desastre, o submarino-robô Nautile soldou o navio afundado a 3 600 metros de profundidade. Mas, como a vigilância diminuiu, os ambientalistas alertam que vazamentos pequenos ainda podem acontecer.
Queima de petróleo no golfo Pérsico (1991) - Crime de guerra
Obrigado a deixar o Kuwait, nação que havia invadido, o ditador iraquiano Saddam Hussein ordenou a destruição de cerca de 700 poços de petróleo no país. Mais de 1 milhão de litros de óleo foram lançados no golfo Pérsico ou queimados. Como a fumaça dos poços bloqueou a luz do Sol e jogou um mar de fuligem no ar, ao menos mil pessoas morreram de problemas respiratórios. A mancha viscosa de 1 500 km2 matou 25 mil aves e emporcalhou 600 quilômetros da costa. Como o petróleo se infiltrou no solo, as sementes não germinam, 40% da água subterrânea foi contaminada e a terra quase não absorve água.
Derrame do errame do Exxon Valdez (1989) - Gelada ecológica
Em março de 1989, o petroleiro Exxon Valdez colidiu com rochas submersas na costa do Alasca e deu início ao mais danoso derramamento de óleo por um navio. O saldo do despejo de 40 milhões de litros de óleo incluiu 100 mil aves mortas e 2 mil quilômetros de praias contaminadas. O problema se agravou porque, no frio, o óleo demora para se tornar solúvel e ser consumido por microorganismos marítimos - a biodegradação ocorre com eficácia apenas a partir dos 15 ºC. Apesar da limpeza (foto maior), que mobilizou 10 mil pessoas, cerca de 2% do petróleo continuam poluindo a costa da região.
Químico
Poluição em Minamata (1956) - Vergonha oriental
Em 1956, pescadores dessa baía japonesa começaram a ter uma doença batizada de mal de Minamata, que causava paralisias e podia matar. Logo ficou claro que os casos surgiram porque uma indústria de fertilizantes, a Chisso Corporation, lançou durante quatro décadas 27 toneladas de mercúrio no oceano, contaminando peixes e frutos do mar. Mais de 3 mil pessoas adoeceram e centenas morreram. A região só foi declarada livre de mercúrio em 1997, quando as redes que impediam os peixes contaminados de nadar para outras águas foram retiradas.
Vazamento em azamento em Bhopal (1984) - Omissão fatal
Na madrugada de 3 de dezembro de 1984, 45 toneladas de gases tóxicos vazaram de um tanque da fábrica de agrotóxicos da Union Carbide, em Bhopal, na Índia. Depois do acidente, a empresa simplesmente abandonou o local e 2 500 pessoas morreram pelo contato com as substâncias letais. Outras 150 mil sofreram com queimaduras nos olhos e pulmões. Os protestos pela limpeza da área são constantes (na foto abaixo, uma manifestação de 2002). Até hoje, o solo e a água têm altos níveis de metais pesados e derivados de cloro cancerígenos.
Nuclear
Explosão de Chernobyl (1986) - O preço do descaso
"Camaradas, pela primeira vez, enfrentaremos a energia nuclear fora de controle." Com essas palavras, o presidente da União Soviética Mikhail Gorbachev anunciava, em abril de 1986, o pior acidente nuclear da história: a explosão de um dos quatro reatores de Chernobyl, na Ucrânia (uma ex-república soviética).Foi liberada uma radiação 90 vezes maior que a das bombas de Hiroshima e Nagasáki. Além das 32 pessoas que morreram na hora, outras 10 mil perderam a vida nos anos seguintes. A nuvem nuclear que atingiu a Europa contaminou milhares de quilômetros de florestas e causou doenças em mais de 40 mil pessoas.
Bombas de bombas de Hiroshima e Nagasáki (1945) - Pesadelo atômico
Tidas como um marco do horror nuclear, as duas explosões de agosto de 1945 mataram entre150 mil e 220 mil japoneses - as estimativas não são precisas porque os documentos militares da época foram destruídos. Até 1 quilômetro do centro da explosão, quase todos os animais e plantas morreram com as ondas de choque e calor. Em 58 anos, a radiação aumentou em 51% a ocorrência de leucemia. Hoje, as duas cidades já possuem índices de radiação aceitáveis.
...E uma brasileira
Poluição em Cubatão produziu bebês sem cérebro e chocou a opinião pública do planeta
Químico
Em 1980, o jornal americano The New York Times batizou esse pólo petroquímico paulista de "Vale da Morte". Na época, as indústrias cuspiam mil toneladas de gases tóxicos por dia, alimentando uma névoa venenosa que afetava o sistema respiratório e gerava bebês com deformidades físicas. A sujeira também contaminou a água e o solo da região, trazendo chuvas ácidas e deslizamentos na serra do Mar. Com o controle da poluição industrial, a situação melhorou, mas o lugar está longe de ser um paraíso. O Greenpeace afirma que há riscos de contaminação no depósito de organoclorados (substâncias tóxicas que podem causar câncer) da Rhodia e pede a retirada do material. A empresa, por sua vez, diz que eliminou os contaminantes em dez áreas clandestinas da década 70 e que o depósito atual possui sistemas de segurança, além de passar por inspeções da Cetesb, órgão de controle ambiental do governo paulista.
Produtos nucleares e derivados do petróleo foram os grandes vilões
Petróleo
Derrame do Prestige (2002) - Presente de grego
Em novembro do ano passado, o petroleiro grego Prestige naufragou na costa da Espanha, despejando 11 milhões de litros de óleo no litoral da Galícia. A sujeira afetou 700 praias e matou mais de 20 mil aves. Em comparação com o Exxon Valdez, a quantidade de óleo derramado foi menor, e a biodegradação do produto foi facilitada pelas temperaturas mais altas. Nos meses seguintes ao desastre, o submarino-robô Nautile soldou o navio afundado a 3 600 metros de profundidade. Mas, como a vigilância diminuiu, os ambientalistas alertam que vazamentos pequenos ainda podem acontecer.
Queima de petróleo no golfo Pérsico (1991) - Crime de guerra
Obrigado a deixar o Kuwait, nação que havia invadido, o ditador iraquiano Saddam Hussein ordenou a destruição de cerca de 700 poços de petróleo no país. Mais de 1 milhão de litros de óleo foram lançados no golfo Pérsico ou queimados. Como a fumaça dos poços bloqueou a luz do Sol e jogou um mar de fuligem no ar, ao menos mil pessoas morreram de problemas respiratórios. A mancha viscosa de 1 500 km2 matou 25 mil aves e emporcalhou 600 quilômetros da costa. Como o petróleo se infiltrou no solo, as sementes não germinam, 40% da água subterrânea foi contaminada e a terra quase não absorve água.
Derrame do errame do Exxon Valdez (1989) - Gelada ecológica
Em março de 1989, o petroleiro Exxon Valdez colidiu com rochas submersas na costa do Alasca e deu início ao mais danoso derramamento de óleo por um navio. O saldo do despejo de 40 milhões de litros de óleo incluiu 100 mil aves mortas e 2 mil quilômetros de praias contaminadas. O problema se agravou porque, no frio, o óleo demora para se tornar solúvel e ser consumido por microorganismos marítimos - a biodegradação ocorre com eficácia apenas a partir dos 15 ºC. Apesar da limpeza (foto maior), que mobilizou 10 mil pessoas, cerca de 2% do petróleo continuam poluindo a costa da região.
Químico
Poluição em Minamata (1956) - Vergonha oriental
Em 1956, pescadores dessa baía japonesa começaram a ter uma doença batizada de mal de Minamata, que causava paralisias e podia matar. Logo ficou claro que os casos surgiram porque uma indústria de fertilizantes, a Chisso Corporation, lançou durante quatro décadas 27 toneladas de mercúrio no oceano, contaminando peixes e frutos do mar. Mais de 3 mil pessoas adoeceram e centenas morreram. A região só foi declarada livre de mercúrio em 1997, quando as redes que impediam os peixes contaminados de nadar para outras águas foram retiradas.
Vazamento em azamento em Bhopal (1984) - Omissão fatal
Na madrugada de 3 de dezembro de 1984, 45 toneladas de gases tóxicos vazaram de um tanque da fábrica de agrotóxicos da Union Carbide, em Bhopal, na Índia. Depois do acidente, a empresa simplesmente abandonou o local e 2 500 pessoas morreram pelo contato com as substâncias letais. Outras 150 mil sofreram com queimaduras nos olhos e pulmões. Os protestos pela limpeza da área são constantes (na foto abaixo, uma manifestação de 2002). Até hoje, o solo e a água têm altos níveis de metais pesados e derivados de cloro cancerígenos.
Nuclear
Explosão de Chernobyl (1986) - O preço do descaso
"Camaradas, pela primeira vez, enfrentaremos a energia nuclear fora de controle." Com essas palavras, o presidente da União Soviética Mikhail Gorbachev anunciava, em abril de 1986, o pior acidente nuclear da história: a explosão de um dos quatro reatores de Chernobyl, na Ucrânia (uma ex-república soviética).Foi liberada uma radiação 90 vezes maior que a das bombas de Hiroshima e Nagasáki. Além das 32 pessoas que morreram na hora, outras 10 mil perderam a vida nos anos seguintes. A nuvem nuclear que atingiu a Europa contaminou milhares de quilômetros de florestas e causou doenças em mais de 40 mil pessoas.
Bombas de bombas de Hiroshima e Nagasáki (1945) - Pesadelo atômico
Tidas como um marco do horror nuclear, as duas explosões de agosto de 1945 mataram entre150 mil e 220 mil japoneses - as estimativas não são precisas porque os documentos militares da época foram destruídos. Até 1 quilômetro do centro da explosão, quase todos os animais e plantas morreram com as ondas de choque e calor. Em 58 anos, a radiação aumentou em 51% a ocorrência de leucemia. Hoje, as duas cidades já possuem índices de radiação aceitáveis.
...E uma brasileira
Poluição em Cubatão produziu bebês sem cérebro e chocou a opinião pública do planeta
Químico
Em 1980, o jornal americano The New York Times batizou esse pólo petroquímico paulista de "Vale da Morte". Na época, as indústrias cuspiam mil toneladas de gases tóxicos por dia, alimentando uma névoa venenosa que afetava o sistema respiratório e gerava bebês com deformidades físicas. A sujeira também contaminou a água e o solo da região, trazendo chuvas ácidas e deslizamentos na serra do Mar. Com o controle da poluição industrial, a situação melhorou, mas o lugar está longe de ser um paraíso. O Greenpeace afirma que há riscos de contaminação no depósito de organoclorados (substâncias tóxicas que podem causar câncer) da Rhodia e pede a retirada do material. A empresa, por sua vez, diz que eliminou os contaminantes em dez áreas clandestinas da década 70 e que o depósito atual possui sistemas de segurança, além de passar por inspeções da Cetesb, órgão de controle ambiental do governo paulista.
quais os maiores acidentes ecol´´ogicos?
Quais foram os maiores desastres ecológicos do mundo?
Vários crimes contra a natureza são dolorosamente memoráveis. O primeiro a chamar atenção mundial foi a destruição atômica em Hiroshima e Nagasáki, no Japão, que matou pelo menos 150 mil japoneses e deixou o ambiente local radioativo por décadas. Outra tragédia nuclear, a explosão de um reator na usina de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, tirou a vida de 10 mil pessoas e afetou milhares de quilômetros de florestas. Outras tristes lembranças são os derramamentos de óleo no mar do Alasca, em 1989, e na costa espanhola, no ano passado. Ou o vazamento de gases tóxicos em Bhopal, na Índia, em 1984, considerado o pior acidente químico da história. Em nosso mosaico de desastres ecológicos, entraram fatos causados pelo homem que provocaram grande dano à natureza em um curto espaço de tempo.
"São catástrofes sérias por causa das perdas de vidas, mas são desastres pontuais. As verdadeiras tragédias ambientais ocorrem durante décadas e destroem ecossistemas locais", afirma a naturalista Dejanira de Franceschi de Angelis, professora da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro (SP). Exemplos disso são o avanço do buraco na camada de ozônio ou do efeito estufa, que podem comprometer a vida no planeta. Ou ainda o desmatamento das florestas brasileiras. Nos 503 anos de colonização, a Mata Atlântica perdeu 93% de sua cobertura original. Em um tempo bem menor - cerca de 30 anos - sumiram 20% da área da Amazônia e 80% do cerrado. "Esse último ecossistema deve levar milhões de anos para se recompor", diz o biólogo José Maria Cardoso da Silva, da ONG Conservation International.
Isso sem contar o lado invisível do drama da devastação: junto com as árvores e os animais mortos, desaparece também a vida microscópica. "Sem os microorganismos, a vida na Terra está seriamente comprometida
Vários crimes contra a natureza são dolorosamente memoráveis. O primeiro a chamar atenção mundial foi a destruição atômica em Hiroshima e Nagasáki, no Japão, que matou pelo menos 150 mil japoneses e deixou o ambiente local radioativo por décadas. Outra tragédia nuclear, a explosão de um reator na usina de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, tirou a vida de 10 mil pessoas e afetou milhares de quilômetros de florestas. Outras tristes lembranças são os derramamentos de óleo no mar do Alasca, em 1989, e na costa espanhola, no ano passado. Ou o vazamento de gases tóxicos em Bhopal, na Índia, em 1984, considerado o pior acidente químico da história. Em nosso mosaico de desastres ecológicos, entraram fatos causados pelo homem que provocaram grande dano à natureza em um curto espaço de tempo.
"São catástrofes sérias por causa das perdas de vidas, mas são desastres pontuais. As verdadeiras tragédias ambientais ocorrem durante décadas e destroem ecossistemas locais", afirma a naturalista Dejanira de Franceschi de Angelis, professora da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro (SP). Exemplos disso são o avanço do buraco na camada de ozônio ou do efeito estufa, que podem comprometer a vida no planeta. Ou ainda o desmatamento das florestas brasileiras. Nos 503 anos de colonização, a Mata Atlântica perdeu 93% de sua cobertura original. Em um tempo bem menor - cerca de 30 anos - sumiram 20% da área da Amazônia e 80% do cerrado. "Esse último ecossistema deve levar milhões de anos para se recompor", diz o biólogo José Maria Cardoso da Silva, da ONG Conservation International.
Isso sem contar o lado invisível do drama da devastação: junto com as árvores e os animais mortos, desaparece também a vida microscópica. "Sem os microorganismos, a vida na Terra está seriamente comprometida
os 8 maiores desastre ecológicos do mundo
Os oito maiores desastres ecológicos do mundo
Conheça as oito piores coisas que só o ser humano poderia ter feito com o meio ambiente:1 - Derrame do Prestige (2002) Presente de gregoEm novembro de 2002, o petroleiro grego Prestige naufragou na costa da Espanha, despejando 11 milhões de litros de óleo no litoral da Galícia. A sujeira afetou 700 praias e matou mais de 20 mil aves. Em comparação com o Exxon Valdez, a quantidade de óleo derramado foi menor, e a biodegradação do produto foi facilitada pelas temperaturas mais altas. Nos meses seguintes ao desastre, o submarino-robô Nautile soldou o navio afundado a 3 600 metros de profundidade. Mas, como a vigilância diminuiu, os ambientalistas alertam que vazamentos pequenos ainda podem acontecer.
2- Queima de petróleo no Golfo Pérsico (1991)Crime de guerraObrigado a deixar o Kuwait, nação que havia invadido, o ditador iraquiano Saddam Hussein ordenou a destruição de cerca de 700 poços de petróleo no país. Mais de 1 milhão de litros de óleo foram lançados no golfo Pérsico ou queimados. Como a fumaça dos poços bloqueou a luz do Sol e jogou um mar de fuligem no ar, ao menos mil pessoas morreram de problemas respiratórios.A mancha viscosa de 1 500 km2 matou 25 mil aves e emporcalhou 600 quilômetros da costa.Como o petróleo se infiltrou no solo, as sementes não germinam, 40% da água subterrânea foi contaminada e a terra quase não absorve água.
3- Poluição em Minamata (1956)
Vergonha oriental
Em 1956, pescadores dessa baía japonesa começaram a ter uma doença batizada de mal de Minamata, que causava paralisias e podia matar. Logo ficou claro que os casos surgiram porque uma indústria de fertilizantes, a Chisso Corporation, lançou durante quatro décadas 27 toneladas de mercúrio no oceano, contaminando peixes e frutos do mar. Mais de 3 mil pessoas adoeceram e centenas morreram. A região só foi declarada livre de mercúrio em 1997, quando as redes que impediam os peixes contaminados de nadar para outras águas foram retiradas.
4- Vazamento em Bhopal (1984)
Omissão fatal
Na madrugada de 3 de dezembro de 1984, 45 toneladas de gases tóxicos vazaram de um tanque da fábrica de agrotóxicos da Union Carbide, em Bhopal, na Índia. Depois do acidente, a empresa simplesmente abandonou o local e 2 500 pessoas morreram pelo contato com as substâncias letais. Outras 150 mil sofreram com queimaduras nos olhos e pulmões. Os protestos pela limpeza da área são constantes. Até hoje, o solo e a água têm altos níveis de metais pesados e derivados de cloro cancerígenos.
5- Derrame do Exxon Valdez (1989)
Gelada ecológica
Em março de 1989, o petroleiro Exxon Valdez colidiu com rochas submersas na costa do Alasca e deu início ao mais danoso derramamento de óleo por um navio. O saldo do despejo de 40 milhões de litros de óleo incluiu 100 mil aves mortas e 2 mil quilômetros de praias contaminadas. O problema se agravou porque, no frio, o óleo demora para se tornar solúvel e ser consumido por microorganismos marítimos a biodegradação ocorre com eficácia apenas a partir dos 15 ºC. Apesar da limpeza (foto maior), que mobilizou 10 mil pessoas, cerca de 2% do petróleo continuam poluindo a costa da região.
6- Explosão de Chernobyl (1986)
O preço do descaso
Camaradas, pela primeira vez, enfrentaremos a energia nuclear fora de controle. Com essas palavras, o presidente da União Soviética Mikhail Gorbachev anunciava, em abril de 1986, o pior acidente nuclear da história: a explosão de um dos quatro reatores de Chernobyl, na Ucrânia (uma ex-república soviética).
Foi liberada uma radiação 90 vezes maior que a das bombas de Hiroshima e Nagasáki. Além das 32 pessoas que morreram na hora, outras 10 mil perderam a vida nos anos seguintes. A nuvem nuclear que atingiu a Europa contaminou milhares de quilômetros de florestas e causou doenças em mais de 40 mil pessoas.
7- Bombas de Hiroshima e Nagasáki (1945)
Pesadelo atômico
Tidas como um marco do horror nuclear, as duas explosões de agosto de 1945 mataram entre150 mil e 220 mil japoneses - as estimativas não são precisas porque os documentos militares da época foram destruídos. Até 1 quilômetro do centro da explosão, quase todos os animais e plantas morreram com as ondas de choque e calor. Em 58 anos, a radiação aumentou em 51% a ocorrência de leucemia. Hoje, as duas cidades já possuem índices de radiação aceitáveis.
8- Césio em Goiânia
Descaso público
O acidente radiológico de Goiânia foi um grave episódio de contaminação por radioatividade ocorrido no Brasil. A contaminação teve início em 13 de Setembro de 1987, quando um aparelho utilizado em radioterapias foi furtado das instalações de um hospital abandonado, na zona central de Goiânia.O instrumento roubado foi, posteriormente, desmontado e repassado para terceiros, gerando um rastro de contaminação o qual afetou seriamente a saúde de centenas de pessoas.
Fiz este postagem para lembrar a todos, as grandes burradas do ser humano com relação ao seu ambiente. Acho que as vítimas dessas atrocidades devem ser lembradas sempre para que nunca mais esquecessemos do que somos capazes.
Conheça as oito piores coisas que só o ser humano poderia ter feito com o meio ambiente:1 - Derrame do Prestige (2002) Presente de gregoEm novembro de 2002, o petroleiro grego Prestige naufragou na costa da Espanha, despejando 11 milhões de litros de óleo no litoral da Galícia. A sujeira afetou 700 praias e matou mais de 20 mil aves. Em comparação com o Exxon Valdez, a quantidade de óleo derramado foi menor, e a biodegradação do produto foi facilitada pelas temperaturas mais altas. Nos meses seguintes ao desastre, o submarino-robô Nautile soldou o navio afundado a 3 600 metros de profundidade. Mas, como a vigilância diminuiu, os ambientalistas alertam que vazamentos pequenos ainda podem acontecer.
2- Queima de petróleo no Golfo Pérsico (1991)Crime de guerraObrigado a deixar o Kuwait, nação que havia invadido, o ditador iraquiano Saddam Hussein ordenou a destruição de cerca de 700 poços de petróleo no país. Mais de 1 milhão de litros de óleo foram lançados no golfo Pérsico ou queimados. Como a fumaça dos poços bloqueou a luz do Sol e jogou um mar de fuligem no ar, ao menos mil pessoas morreram de problemas respiratórios.A mancha viscosa de 1 500 km2 matou 25 mil aves e emporcalhou 600 quilômetros da costa.Como o petróleo se infiltrou no solo, as sementes não germinam, 40% da água subterrânea foi contaminada e a terra quase não absorve água.
3- Poluição em Minamata (1956)
Vergonha oriental
Em 1956, pescadores dessa baía japonesa começaram a ter uma doença batizada de mal de Minamata, que causava paralisias e podia matar. Logo ficou claro que os casos surgiram porque uma indústria de fertilizantes, a Chisso Corporation, lançou durante quatro décadas 27 toneladas de mercúrio no oceano, contaminando peixes e frutos do mar. Mais de 3 mil pessoas adoeceram e centenas morreram. A região só foi declarada livre de mercúrio em 1997, quando as redes que impediam os peixes contaminados de nadar para outras águas foram retiradas.
4- Vazamento em Bhopal (1984)
Omissão fatal
Na madrugada de 3 de dezembro de 1984, 45 toneladas de gases tóxicos vazaram de um tanque da fábrica de agrotóxicos da Union Carbide, em Bhopal, na Índia. Depois do acidente, a empresa simplesmente abandonou o local e 2 500 pessoas morreram pelo contato com as substâncias letais. Outras 150 mil sofreram com queimaduras nos olhos e pulmões. Os protestos pela limpeza da área são constantes. Até hoje, o solo e a água têm altos níveis de metais pesados e derivados de cloro cancerígenos.
5- Derrame do Exxon Valdez (1989)
Gelada ecológica
Em março de 1989, o petroleiro Exxon Valdez colidiu com rochas submersas na costa do Alasca e deu início ao mais danoso derramamento de óleo por um navio. O saldo do despejo de 40 milhões de litros de óleo incluiu 100 mil aves mortas e 2 mil quilômetros de praias contaminadas. O problema se agravou porque, no frio, o óleo demora para se tornar solúvel e ser consumido por microorganismos marítimos a biodegradação ocorre com eficácia apenas a partir dos 15 ºC. Apesar da limpeza (foto maior), que mobilizou 10 mil pessoas, cerca de 2% do petróleo continuam poluindo a costa da região.
6- Explosão de Chernobyl (1986)
O preço do descaso
Camaradas, pela primeira vez, enfrentaremos a energia nuclear fora de controle. Com essas palavras, o presidente da União Soviética Mikhail Gorbachev anunciava, em abril de 1986, o pior acidente nuclear da história: a explosão de um dos quatro reatores de Chernobyl, na Ucrânia (uma ex-república soviética).
Foi liberada uma radiação 90 vezes maior que a das bombas de Hiroshima e Nagasáki. Além das 32 pessoas que morreram na hora, outras 10 mil perderam a vida nos anos seguintes. A nuvem nuclear que atingiu a Europa contaminou milhares de quilômetros de florestas e causou doenças em mais de 40 mil pessoas.
7- Bombas de Hiroshima e Nagasáki (1945)
Pesadelo atômico
Tidas como um marco do horror nuclear, as duas explosões de agosto de 1945 mataram entre150 mil e 220 mil japoneses - as estimativas não são precisas porque os documentos militares da época foram destruídos. Até 1 quilômetro do centro da explosão, quase todos os animais e plantas morreram com as ondas de choque e calor. Em 58 anos, a radiação aumentou em 51% a ocorrência de leucemia. Hoje, as duas cidades já possuem índices de radiação aceitáveis.
8- Césio em Goiânia
Descaso público
O acidente radiológico de Goiânia foi um grave episódio de contaminação por radioatividade ocorrido no Brasil. A contaminação teve início em 13 de Setembro de 1987, quando um aparelho utilizado em radioterapias foi furtado das instalações de um hospital abandonado, na zona central de Goiânia.O instrumento roubado foi, posteriormente, desmontado e repassado para terceiros, gerando um rastro de contaminação o qual afetou seriamente a saúde de centenas de pessoas.
Fiz este postagem para lembrar a todos, as grandes burradas do ser humano com relação ao seu ambiente. Acho que as vítimas dessas atrocidades devem ser lembradas sempre para que nunca mais esquecessemos do que somos capazes.
mais noticias de acidentes ecológicos
ACIDENTES ECOLÓGICOS: TRISTE DIVERTIMENTO
Criado em Seg, 24/03/2008 16h46
"Quando a última árvore cair, derrubada; quando o último rio for envenenado; quando o último peixe for pescado, só então nos daremos conta de que dinheiro é coisa que não se come".
(Índios Amazônicos)
Os inúmeros desastres ecológicos que vem conduzindo o mundo a um estado melancólico, não passam de discursos que se acomodam tranqüilamente no cotidiano da mídia.
A preocupação com o meio ambiente, com o equilíbrio ecológico é objeto de vários discursos da cultura dominante, mostrando as agressões e os perigos que nos ameaçam como uma naturalidade da era industrial. Ou um acidente apenas desagradável.
Essa racionalidade que rege o progresso do mundo moderno desprezou a afetividade como uma referência para a convivência das pessoas e estabeleceu uma dicotomia entre o homem e a natureza. O homem moderno é o principal predador do seu próprio meio ambiente, o dominador da natureza.
O meio ambiente nos meios de comunicação vive sua "oralidade", mas longe da reflexão, as questões passam para o plano do discurso, mantendo a natureza como produto de consumo. A fala sobre a preservação da natureza é filtrada por interesses políticos e econômicos.
Existe um cuidado da mídia em mostrar e investigar a realidade espetacularizando-a e disfarçando as causas principais. Fazendo do espectador um voyeur romântico de um divertimento triste. Nossa paixão é canalizada para saber mais sobre o fato, a denúncia, o esclarecimento minucioso e histérico da verdade, e não para reagir ao fato.
O humor da sociedade capitalista se apropria de tudo, inclusive dos protestos e dos discursos sobre as agressões ao meio ambiente, para seu próprio gozo ligado ao lucro e para disfarçar responsabilidades.
São irreversíveis os danos ecológicos e acabam por apressar o tempo do próprio homem. A estupidez da economia moderna em pensar o homem como exclusivamente força de trabalho, sem sentimento e sem emoção substituiu o desejo pelo desejo de consumo e conseqüentemente a psicologia dos sujeitos.
Nunca se falou tanto sobre meio ambiente e passivamente estamos assistindo os desastres ecológicos como um acontecimento ou um destino histórico, isto é, como se o modo de produção, o modelo de desenvolvimento econômico e os interesses de classe nada tivessem a ver com os fatos em questão. Essa idéia de desenvolvimento econômico é insustentável.
No desespero da ampliação produção / consumo, uma guerra é inevitável contra a natureza, a ética e quaisquer princípios de valores. No vale tudo por dinheiro não há limites.
Almandrade (artista plástico, arquiteto e poeta)
Um acidente Na paisagem Ninguém e nada Uma árvore Madeira e homem Solidão do mundo Natureza ácida.
Criado em Seg, 24/03/2008 16h46
"Quando a última árvore cair, derrubada; quando o último rio for envenenado; quando o último peixe for pescado, só então nos daremos conta de que dinheiro é coisa que não se come".
(Índios Amazônicos)
Os inúmeros desastres ecológicos que vem conduzindo o mundo a um estado melancólico, não passam de discursos que se acomodam tranqüilamente no cotidiano da mídia.
A preocupação com o meio ambiente, com o equilíbrio ecológico é objeto de vários discursos da cultura dominante, mostrando as agressões e os perigos que nos ameaçam como uma naturalidade da era industrial. Ou um acidente apenas desagradável.
Essa racionalidade que rege o progresso do mundo moderno desprezou a afetividade como uma referência para a convivência das pessoas e estabeleceu uma dicotomia entre o homem e a natureza. O homem moderno é o principal predador do seu próprio meio ambiente, o dominador da natureza.
O meio ambiente nos meios de comunicação vive sua "oralidade", mas longe da reflexão, as questões passam para o plano do discurso, mantendo a natureza como produto de consumo. A fala sobre a preservação da natureza é filtrada por interesses políticos e econômicos.
Existe um cuidado da mídia em mostrar e investigar a realidade espetacularizando-a e disfarçando as causas principais. Fazendo do espectador um voyeur romântico de um divertimento triste. Nossa paixão é canalizada para saber mais sobre o fato, a denúncia, o esclarecimento minucioso e histérico da verdade, e não para reagir ao fato.
O humor da sociedade capitalista se apropria de tudo, inclusive dos protestos e dos discursos sobre as agressões ao meio ambiente, para seu próprio gozo ligado ao lucro e para disfarçar responsabilidades.
São irreversíveis os danos ecológicos e acabam por apressar o tempo do próprio homem. A estupidez da economia moderna em pensar o homem como exclusivamente força de trabalho, sem sentimento e sem emoção substituiu o desejo pelo desejo de consumo e conseqüentemente a psicologia dos sujeitos.
Nunca se falou tanto sobre meio ambiente e passivamente estamos assistindo os desastres ecológicos como um acontecimento ou um destino histórico, isto é, como se o modo de produção, o modelo de desenvolvimento econômico e os interesses de classe nada tivessem a ver com os fatos em questão. Essa idéia de desenvolvimento econômico é insustentável.
No desespero da ampliação produção / consumo, uma guerra é inevitável contra a natureza, a ética e quaisquer princípios de valores. No vale tudo por dinheiro não há limites.
Almandrade (artista plástico, arquiteto e poeta)
Um acidente Na paisagem Ninguém e nada Uma árvore Madeira e homem Solidão do mundo Natureza ácida.
Desatres nataurais pelo mundo e no Brasil
Desastres naturais afetaram 197 mi no mundo em 2007Publicado em 18.01.2008, às 14h22
Em 2007, 16,5 mil pessoas perderam suas vidas em todo o mundo por causa de desastres naturais e cerca de 197 milhões de pessoas foram afetadas, das quais 164 milhões por enchentes. No Brasil, em torno de 1 milhão de pessoas foram atingidas diretamente pela seca, com importante impacto para a agricultura. Os dados foram divulgados ontem pela ONU em levantamento sobre os desastres naturais que atingiram o mundo no ano passado.
Segundo a entidade, os prejuízos em todo o mundo com chuvas, secas, tufões e outros desastres foi de US$ 62,5 bilhões em 2007, mais que o dobro das perdas registradas em 2006. No total, cinco importantes desastres naturais foram registrados no Brasil em 2007. Um número bem menor que nos Estados Unidos, com 22 casos, e da China, com 20 desastres. Enquanto o Brasil sofria com a seca, a Ásia passava por um dos piores períodos de chuvas da década.O número de desastres em 2007 também ficou acima da média dos últimos sete anos. Foram 399 desastres, contra uma média de 394. "As tendências estão comprovando o que os especialistas sobre mudanças climáticas já estavam nos avisando sobre o impacto do meio ambiente na vida das pessoas", afirmou Debarati Guha sapir, diretora do Centro de Estudos sobre Desastres, entidade que fornece os dados à ONU. Tudo indica também que os custos dos desastres ficarão cada vez mais altos. Apenas o terremoto no Japão em julho custou à economia local US$ 12,5 bilhões. As enchentes na Inglaterra ainda consumiram outros US$ 8 bilhões dos ingleses.Fonte: Agência Estado
Em 2007, 16,5 mil pessoas perderam suas vidas em todo o mundo por causa de desastres naturais e cerca de 197 milhões de pessoas foram afetadas, das quais 164 milhões por enchentes. No Brasil, em torno de 1 milhão de pessoas foram atingidas diretamente pela seca, com importante impacto para a agricultura. Os dados foram divulgados ontem pela ONU em levantamento sobre os desastres naturais que atingiram o mundo no ano passado.
Segundo a entidade, os prejuízos em todo o mundo com chuvas, secas, tufões e outros desastres foi de US$ 62,5 bilhões em 2007, mais que o dobro das perdas registradas em 2006. No total, cinco importantes desastres naturais foram registrados no Brasil em 2007. Um número bem menor que nos Estados Unidos, com 22 casos, e da China, com 20 desastres. Enquanto o Brasil sofria com a seca, a Ásia passava por um dos piores períodos de chuvas da década.O número de desastres em 2007 também ficou acima da média dos últimos sete anos. Foram 399 desastres, contra uma média de 394. "As tendências estão comprovando o que os especialistas sobre mudanças climáticas já estavam nos avisando sobre o impacto do meio ambiente na vida das pessoas", afirmou Debarati Guha sapir, diretora do Centro de Estudos sobre Desastres, entidade que fornece os dados à ONU. Tudo indica também que os custos dos desastres ficarão cada vez mais altos. Apenas o terremoto no Japão em julho custou à economia local US$ 12,5 bilhões. As enchentes na Inglaterra ainda consumiram outros US$ 8 bilhões dos ingleses.Fonte: Agência Estado
Sobre os desastre nATURAIS
Desastres naturais são reflexos dos limites da sustentabilidade
Jornalista Washington Novaes destaca problemas econômicos causados pelo aquecimento global; no Brasil, o aumento de um grau está inviabilizando o cultivo de café, soja, feijão e milho
Alessandro Soares, enviado especial da ASN
Henrique Caldas
Jornalista Washington Novaes profere palestra no Amazontech em São Luís (MA)
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São Luís - A atual tragédia provocada pelas chuvas em Santa Catarina e o furacão que chegou à costa desse Estado em 2004, o primeiro da história no Brasil, parecem claros exemplos dos limites da sustentabilidade. É o que defende o jornalista Washington Novaes em palestra no Amazontech em São Luís (MA). Em seis meses de 2008, segundo Novaes, os 400 desastres naturais mais graves deixaram centenas de milhares de mortos no mundo, algo em torno de 157 milhões de vítimas, com prejuízos de US$ 82 bilhões. E o Brasil aponta como o 11º país em vítimas.O palestrante cita Nicholas Stern, ex-economista-chefe do Banco Mundial, cujo relatório afirma que o mundo enfrentará a pior recessão econômica de todos os tempos se as emissões de gases que intensificam o efeito estufa não baixarem cerca de 80%. De acordo com o estudo, é preciso resolver o problema em menos de uma década, aplicando 1% do produto mundial, US$ 600 bilhões, por ano. “Não se trata mais de proteger o meio ambiente, mas de não ultrapassar limites que põem em risco a própria vida”, defende Novaes.De fato, os números impressionam. Para o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, se o ritmo atual de emissões de gases for mantido, a temperatura da terra se elevará entre 1,4 e 5,8 graus Celsius ainda no século 21, enquanto o nível dos oceanos subirá entre 18 e 59 centímetros, com aumento de secas, inundações e outros desastres. Mas independentemente do que seja feito agora, a temperatura vai aumentar mais de 1,3 graus até 2050. E para evitar que se ultrapassem dois graus, será preciso diminuir em 66% o volume de emissões. Aumento de gasesMas não há expectativa de redução. Só de aumento. Em 2007, as emissões de gases no mundo estiveram acima de 25 bilhões de toneladas. A China já se tornou a maior emissora (24% do total), seguida pelos Estados Unidos (21%). E o Brasil já é o quarto maior emissor, com mais de um bilhão de toneladas de CO2 (dados de 1994) e mais de 30 milhões de toneladas de metano. O estudo do Banco Mundial de 2007 aponta para o Brasil mais de dois bilhões de toneladas de carbono em 2004, cerca de 40% mais que os números do inventário de 1994.Confirmando o crescimento da poluição planetária, Washington Novaes, destaca que os países do G8 emitiram, em 2007, 14,3 bilhões de toneladas, 2% mais que em 2000. E 0,7% acima de 1990 (quando deveriam estar 5,2% abaixo). Já os Estados Unidos emitiram 16,3% mais que em 1990 e 1,6% mais que em 2000. Só Alemanha, Inglaterra e França reduziram suas emissões. “Mesmo assim, Agência Internacional de Energia indica que o consumo de energia no mundo aumentará 71% até 2030”.Poluição bovinaMas é sempre intrigante constatar que no Brasil quase 75% das emissões se devem a mudanças no uso do solo, desmatamentos e queimadas, principalmente na Amazônia. De 2000 para cá, o Brasil já desmatou quase 150 mil quilômetros. “Já temos nível elevado de emissão de metano na pecuária, pois cada boi emite 57 quilos de metano por ano, segundo a Embrapa. São 205 milhões de bois emitindo quase 12 milhões de toneladas anuais. E temos de lembrar que o metano é 23 vezes mais nocivo que o CO2”, frisa Novaes.Além disso, o Brasil se tornou uma espécie de grande exportador virtual de água na agropecuária. Segundo o relatório da ONU de 2002, para se produzir um quilo de carne bovina são necessários 15 mil litros de água. Para os suínos, o gasto de água é de oito mil litros, enquanto nas aves o consumo é de quatro mil litros. Cereais são responsáveis por um mil a 1,5 mil litros. “No atual modelo, precisamos exportar cada vez mais para equilibrar o balanço de pagamentos, sem sermos remunerados quanto aos custos sociais e ambientais. E não saímos do lugar. Se em 1964, tínhamos 1% do comércio exterior, hoje temos 1,2%. Sem falar que não temos controle dos preços de exportação, que são ditados fora do País. Há até produtos que exportamos hoje a valor real inferior ao da Grande Depressão”.Produção de grãosA exportação de grãos, por sua vez, pode sofrer grandes perdas. Um estudo da Embrapa/Unicamp mostra que o aumento de um grau na temperatura média de São Paulo e Norte do Paraná está inviabilizando o cultivo do café nessas áreas, já que a floração não chega a se completar e afeta gravemente a produtividade. Por isso, a cultura está migrando para regiões altas de Minas Gerais. E o mesmo problema já está ocorrendo nas culturas de soja, feijão e milho. Para os cenários do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o pior está por vir, pois ainda neste século haverá aumento de seis a oito graus na temperatura da Amazônia, e de três a quatro graus no Centro-Oeste, além da possível perda de 20% a 25% nos recursos hídricos do semi-árido. No fundo, a economia brasileira é altamente dependente de boas condições de clima.“Isso mostra o quanto vivemos uma crise de padrão civilizatório. Nossos modos de viver são incompatíveis com os recursos do planeta, mesmo com 800 milhões de pessoas passando fome e mais de 2,5 bilhões abaixo da linha de pobreza (US$2 por dia)”, destaca o palestrante.Novaes ressalta ainda os dados do Pnud, que afirma que se todas as pessoas consumissem como norte-americanos, europeus ou japoneses, precisaríamos de mais dois ou três planetas para suprir os recursos e serviços naturais necessários. Mas, segundo ele, o problema central é que não há nem instituições, nem regras universais, capazes de promover as mudanças necessárias na escala global. As reuniões de convenções da ONU exigem consenso para tomar decisões, o que são dificílimos, por causa dos interesses contraditórios.Novas energiasO que se pode fazer? Para a Agência Internacional de Energia, é preciso investir US$ 45 trilhões nos próximos 15 anos em novas fontes de energia para se chegar a uma matriz energética com emissão zero. Este valor custa menos do que pagar o preço das conseqüências do modelo tradicional de desenvolvimento.Mas Washington Novaes questiona as novas tecnologias. “Fala-se em grandes depósitos para lixo nuclear, como o de Nevada, nos Estados Unidos. Mas esses resíduos têm sobrevida de milhares de anos. E os abalos sísmicos? Outro dia aquela região registrou 5,3 pontos na escala Richter e nada aconteceu. Mas o que acontece quando o abalo é mais forte?”Preocupação semelhante acontece com relação aos projetos de seqüestro e sepultamento de carbono no fundo do mar ou campos de petróleo esgotados. “Se houver problemas de infiltrações, as conseqüências serão incalculáveis”. Sem dar maiores sugestões de como resolver esses problemas, Novaes finalizou a palestra reforçou algumas das recomendações do que é preciso fazer nos próximos dez anos, já citadas em sua fala. Mas tom central era de que o limite da sustentabilidade há muito já foi ultrapassado e de que a sociedade precisa se informar. “A imprensa precisa mudar, informar permanentemente das questões em jogo e das soluções possíveis. Para que a sociedade, informada, se organize e passe a levar esses problemas para as campanhas eleitorais, exija dos candidatos que se posicionem”.
Jornalista Washington Novaes destaca problemas econômicos causados pelo aquecimento global; no Brasil, o aumento de um grau está inviabilizando o cultivo de café, soja, feijão e milho
Alessandro Soares, enviado especial da ASN
Henrique Caldas
Jornalista Washington Novaes profere palestra no Amazontech em São Luís (MA)
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São Luís - A atual tragédia provocada pelas chuvas em Santa Catarina e o furacão que chegou à costa desse Estado em 2004, o primeiro da história no Brasil, parecem claros exemplos dos limites da sustentabilidade. É o que defende o jornalista Washington Novaes em palestra no Amazontech em São Luís (MA). Em seis meses de 2008, segundo Novaes, os 400 desastres naturais mais graves deixaram centenas de milhares de mortos no mundo, algo em torno de 157 milhões de vítimas, com prejuízos de US$ 82 bilhões. E o Brasil aponta como o 11º país em vítimas.O palestrante cita Nicholas Stern, ex-economista-chefe do Banco Mundial, cujo relatório afirma que o mundo enfrentará a pior recessão econômica de todos os tempos se as emissões de gases que intensificam o efeito estufa não baixarem cerca de 80%. De acordo com o estudo, é preciso resolver o problema em menos de uma década, aplicando 1% do produto mundial, US$ 600 bilhões, por ano. “Não se trata mais de proteger o meio ambiente, mas de não ultrapassar limites que põem em risco a própria vida”, defende Novaes.De fato, os números impressionam. Para o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, se o ritmo atual de emissões de gases for mantido, a temperatura da terra se elevará entre 1,4 e 5,8 graus Celsius ainda no século 21, enquanto o nível dos oceanos subirá entre 18 e 59 centímetros, com aumento de secas, inundações e outros desastres. Mas independentemente do que seja feito agora, a temperatura vai aumentar mais de 1,3 graus até 2050. E para evitar que se ultrapassem dois graus, será preciso diminuir em 66% o volume de emissões. Aumento de gasesMas não há expectativa de redução. Só de aumento. Em 2007, as emissões de gases no mundo estiveram acima de 25 bilhões de toneladas. A China já se tornou a maior emissora (24% do total), seguida pelos Estados Unidos (21%). E o Brasil já é o quarto maior emissor, com mais de um bilhão de toneladas de CO2 (dados de 1994) e mais de 30 milhões de toneladas de metano. O estudo do Banco Mundial de 2007 aponta para o Brasil mais de dois bilhões de toneladas de carbono em 2004, cerca de 40% mais que os números do inventário de 1994.Confirmando o crescimento da poluição planetária, Washington Novaes, destaca que os países do G8 emitiram, em 2007, 14,3 bilhões de toneladas, 2% mais que em 2000. E 0,7% acima de 1990 (quando deveriam estar 5,2% abaixo). Já os Estados Unidos emitiram 16,3% mais que em 1990 e 1,6% mais que em 2000. Só Alemanha, Inglaterra e França reduziram suas emissões. “Mesmo assim, Agência Internacional de Energia indica que o consumo de energia no mundo aumentará 71% até 2030”.Poluição bovinaMas é sempre intrigante constatar que no Brasil quase 75% das emissões se devem a mudanças no uso do solo, desmatamentos e queimadas, principalmente na Amazônia. De 2000 para cá, o Brasil já desmatou quase 150 mil quilômetros. “Já temos nível elevado de emissão de metano na pecuária, pois cada boi emite 57 quilos de metano por ano, segundo a Embrapa. São 205 milhões de bois emitindo quase 12 milhões de toneladas anuais. E temos de lembrar que o metano é 23 vezes mais nocivo que o CO2”, frisa Novaes.Além disso, o Brasil se tornou uma espécie de grande exportador virtual de água na agropecuária. Segundo o relatório da ONU de 2002, para se produzir um quilo de carne bovina são necessários 15 mil litros de água. Para os suínos, o gasto de água é de oito mil litros, enquanto nas aves o consumo é de quatro mil litros. Cereais são responsáveis por um mil a 1,5 mil litros. “No atual modelo, precisamos exportar cada vez mais para equilibrar o balanço de pagamentos, sem sermos remunerados quanto aos custos sociais e ambientais. E não saímos do lugar. Se em 1964, tínhamos 1% do comércio exterior, hoje temos 1,2%. Sem falar que não temos controle dos preços de exportação, que são ditados fora do País. Há até produtos que exportamos hoje a valor real inferior ao da Grande Depressão”.Produção de grãosA exportação de grãos, por sua vez, pode sofrer grandes perdas. Um estudo da Embrapa/Unicamp mostra que o aumento de um grau na temperatura média de São Paulo e Norte do Paraná está inviabilizando o cultivo do café nessas áreas, já que a floração não chega a se completar e afeta gravemente a produtividade. Por isso, a cultura está migrando para regiões altas de Minas Gerais. E o mesmo problema já está ocorrendo nas culturas de soja, feijão e milho. Para os cenários do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o pior está por vir, pois ainda neste século haverá aumento de seis a oito graus na temperatura da Amazônia, e de três a quatro graus no Centro-Oeste, além da possível perda de 20% a 25% nos recursos hídricos do semi-árido. No fundo, a economia brasileira é altamente dependente de boas condições de clima.“Isso mostra o quanto vivemos uma crise de padrão civilizatório. Nossos modos de viver são incompatíveis com os recursos do planeta, mesmo com 800 milhões de pessoas passando fome e mais de 2,5 bilhões abaixo da linha de pobreza (US$2 por dia)”, destaca o palestrante.Novaes ressalta ainda os dados do Pnud, que afirma que se todas as pessoas consumissem como norte-americanos, europeus ou japoneses, precisaríamos de mais dois ou três planetas para suprir os recursos e serviços naturais necessários. Mas, segundo ele, o problema central é que não há nem instituições, nem regras universais, capazes de promover as mudanças necessárias na escala global. As reuniões de convenções da ONU exigem consenso para tomar decisões, o que são dificílimos, por causa dos interesses contraditórios.Novas energiasO que se pode fazer? Para a Agência Internacional de Energia, é preciso investir US$ 45 trilhões nos próximos 15 anos em novas fontes de energia para se chegar a uma matriz energética com emissão zero. Este valor custa menos do que pagar o preço das conseqüências do modelo tradicional de desenvolvimento.Mas Washington Novaes questiona as novas tecnologias. “Fala-se em grandes depósitos para lixo nuclear, como o de Nevada, nos Estados Unidos. Mas esses resíduos têm sobrevida de milhares de anos. E os abalos sísmicos? Outro dia aquela região registrou 5,3 pontos na escala Richter e nada aconteceu. Mas o que acontece quando o abalo é mais forte?”Preocupação semelhante acontece com relação aos projetos de seqüestro e sepultamento de carbono no fundo do mar ou campos de petróleo esgotados. “Se houver problemas de infiltrações, as conseqüências serão incalculáveis”. Sem dar maiores sugestões de como resolver esses problemas, Novaes finalizou a palestra reforçou algumas das recomendações do que é preciso fazer nos próximos dez anos, já citadas em sua fala. Mas tom central era de que o limite da sustentabilidade há muito já foi ultrapassado e de que a sociedade precisa se informar. “A imprensa precisa mudar, informar permanentemente das questões em jogo e das soluções possíveis. Para que a sociedade, informada, se organize e passe a levar esses problemas para as campanhas eleitorais, exija dos candidatos que se posicionem”.
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