Caracteristica da Anonáceas
ANONÁCEAS
Englobam um grupo de plantas frutíferas de importância econômica no Brasil e em algumas regiões do mundo, pertencentes aos gêneros Rollinia a Annona.Classificação Botânica:Reino: VegetalDivisão: AngiospermaeClasse: DicotyledoneaeOrdem: MagnolialesFamília: AnnonaceaeSubfamília: AnnonoideaeGêneros: ±120 Annona, Rollinia, AberonoaEspécies: + 2000Rollinia: R. mucosa, R. jimenezii, R. sensoniana, R. sylvatica e R. emarginata.Frutos conhecidos como biribás e ou araticuns (folha-miúda e cagão).Características: inflorescência trilobada, forma de hélice usados como porta-enxerto.Annona: principais espécies cultivadas, composta de 5 grupos:Guanabani: grupo das graviolasBilaeflorae: anonas com cerasAcutiflorae: pétalas afiladasAnnonellae: anonas anãsAttae: anonas comuns (A. squamosa, reticulata, cherimola e atemoya)Annonas: 118 espécies (108 da América Tropical e 10 da África Tropical)13 comestíveis;9 são normalmente cultivadas e 5 destas importantes: fruta-do-conde, atemoya, cherimoya, graviola e condessa.Importância Econômica:Cherimoya – importante em várias regiões: Chile, Espanha, Portugal, Califórnia. Pequenas áreas: Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Israel, África do Sul.Fruta-do-Conde - países e regiões tropicais como Brasil.Graviola - países americanos, Índia, países asiáticos.Atemoya – países tropicais e subtropicais, condições intermediárias entre fruta-do-conde e cherimoya.Cultivo no BrasilFruta-do-conde10.000 ha (NE, SP e outros estados)produção = 80.000 tGraviola 2.500 haAtemóia 500 haCherimóia 120 haProdução em função das chuvasFevereiro - Março - SPAbril - Maio - BahiaJunho – Julho - Alagoas
MELHORAMENTO GENETICO - Objetiva:Qualidade interna do fruto: aroma, sabor, textura fina, não arenosa, sem fibras, semente solta, poucas e alto rendimento em polpa;Aparência do fruto: forma simétrica, desenho atrativo da casca, cor clara e brilhante, sem defeitos ou manchas;Consistência do fruto: casca dura, resistente ao ataque de insetos e sol, boa capacidade de armazenamento sob refrigeração;Resistência da planta: vigorosa, sadia, de bom crescimento, resistente a pragas e doenças, frio, sol e seca, compatibilidade com porta-enxertos;Viabilidade do pólen: ser fértil e efetivo;Flores: numerosas, com aroma atrativo e polinizadores;Facilidade de cultivo: adaptação a solo e clima, ramos não necessitem muita poda, fácil colheita, fruto mostre o ponto de colheita, sem amolecer;Época de produção: fora da época normal de colheita de outras cultivares ou espécies da mesma família – oferta durante ano inteiro;Produção: produtiva e sem alternância.FRUTA-DO-CONDE, Pinha ou Ata ( Annona squamosa L.) Origem: Antilhas na América tropical, provavelmente Ilha Trindade.Propagação: predominantemente sexuada, grande variação.Melhoramento: maior pegamento flores, menor taxa de malformação dos frutos, maior resistência a pragas e doenças, frutos com maior n.º de carpelos, lisos e de coloração verde-escuro, intercarpelos rosados, menor tendência a rachamento, doce, pouca ou nenhuma célula pétrea.Porte: pequeno, até 5 m, esgalhada.Sistema Radicular: pivotante, proporcionalmente maior que a parte aérea. Crescimento: SP em 6 meses/ano = 10-70cm, tronco e inserções frágeis.Folha: lanceolada, 5-15 x 2-6cm, cerosa, alternas, caem p/ liberar gemas.Flores: únicas ou em pencas, com 3 sépalas que recobrem as 3 pétalas. Na base interna numerosos estames e pistilos, gineceu com 50-150 carpelos.Frutos: codiforme, arredondado, composto por segmentos salientes e individualizados (carpelos) lisos ou rugosos, verde escuro a amarelo-esverdeado separados por tecido intercarpelar de cor creme até róseo. Internamente, carpelos de coloração branca consistente com e sem sementes e um enchimento de cor creme claro com células pétreas.Composição média: Frutos 250-350g, 53% casca e talo, 41% polpa comestível e 6% sementes (65), pH 4,5, brix 24º, SST 20-28%, acidez 0,3-0,9%.Ciclo: novo após cada período de repouso, intensa brotação (folhas, ramos e flores) após a queda das folhas.Polinização: dicogamia protogínica (amadurecimento das estruturas femininas só depois das masculinas), autopolinização praticamente nula, entomofílica.Colheita: 110-120 dias; plantas bem nutridas até 4 ciclos de florescimento. Produtividade: média 3,2 t/ha, SP até 8,0 t/ha.
ATEMOYA, Atemoia, Atemolia ( Annona squamosa L. x Annona cherimola Mill)Propagação: predominantemente assexuada, enxertia e estaquia.Melhoramento: maior % pegamento, menor taxa de malformação frutos, maior resistência a pragas e doenças, frutos arredondados, simétricos, alta relação polpa/semente, produtividade, doces, baixa acidez, resistente.Porte: e conformação variável, até 10 m de altura e diâmetro, ramos fracos e longos.Crescimento: rápido e muito vigorosa quando bem nutrida, requer podas.Folhas: variam de forma em uma mesma planta, 10-20 x 4-8cm, caem no inverno.Flores: únicas ou em pencas, composta de 3 pétalas carnosas nas axilas das folhas recém nascidas ou em ramos do ano anterior.Frutos: formato variável com a variedade: cordiforme, cônicos ou ovados, lisos ou com protuberâncias, cor verde-amarelado, polpa branca, doce, ligeiramente ácida, sucosa, mais saborosa que a pinha, muitos carpelos sem sementes, em média com 150 a 500g.Ciclo: novo após cada período de repouso, intensa brotação após queda de folhas.Polinização: dicogamia protogínica, autopolinização praticamente nula, entomofílica.Colheita: aos 120 dias; variando com a variedade de março a agosto.Produtividade: média 100 frutos/ano, 6 a 8 caixetas/planta.GRAVIOLA (Annona muricata L.)Origem: América tropical, América Central e vales peruanos.Propagação: sementes ou enxertia.Melhoramento: maior % pegamento, menor taxa de malformação, maior tolerância pragas e doenças (brocas), frutos grandes, polpa c/ altos teores de açucares.Porte: pequeno, 3,5 a 8m, folhagem compacta e coloração verde intenso, ramos e inserções frágeis.Sistema Radicular: pivotante.Folhas: ovadas, elípticas, 5-18 x 2-7cm, cerosas, verde brilhante.Flores: únicas ou em pencas, formato subgloboso (capulho), em ramos ou no tronco, composta de 3 sépalas que recobrem 6 pétalas. Internamente: grande número de estames e pistilos e o gineceu.Frutos: compostos, ovóides e muito variável, grandes 1-10 kg, carpelos separados por sulco fino, casca verde-escura, quando desenvolvido verde-clara brilhante, pseudo-espinhos recurvados, fácil de descascar, polpa suculenta, branca, odor agradável, rica em vitaminas A e C, com 95 a 180 sementes/fruto.Ciclo: algumas regiões floresce e vegeta quase o ano todo, necessita de um período de estresse na formação e vingamento dos frutos.Polinização: dicogamia protogínica, autopolinização praticamente nula, entomofílica (Colatus truncatus).Colheita: aos 180 dias.Produtividade: média de 1,2 a 8 t/ha.
Época de maturação de algumas anonáceas
Julho a agosto = entrada de cherimóia importada no BrasilTempo da Antese à Colheita (dias)Atemóia120 - 150 em SPCherimóia150 - 180 em SPFruta-do-conde110 - 120 em SP90 - 100 na BahiaCLIMALimitante para exploração comercial, preferência climas amenos, áreas livres de geadas, com inverno seco e chuvas bem distribuídas, Temperatura-27 ºC e UR-80% favorecem melhor pegamento dos frutos.Cherimoia: requer climas subtropicais (clima seco e fresco), acima 600m altitude suscetível a geadas e frio quando não em repouso, altas temperaturas afetam o desenvolvimento e produção.Fruta-do-conde: requer climas tropicais (temperatura e umidade elevadas) requer um período anual de repouso.Atemoya: exigências intermediárias.African Pride – Temperaturas amenas, igual e maior crescimento vegetativo e produtividadePR-3 – semelhante a fruta-do-condeGefner – intermediáriaGraviola: tipicamente tropical ou subtropical úmido, não suporta frioVentos fortes danificam frutos, escurecimento da casca, chilling em pinha, quebra de galhos em geral e tombamento de plantas em cherimóiaSOLO- solos profundos- drenados- textura leve ( arenosos são recomendados )Fruta-do-conde = sistema radicular até 6 m de profundidadeAtemóia e Cherimóia - sistema radicular superficialVARIEDADESFruta-do-conde: inexistem variedades melhoradas no BrasilHá um tipo sem sementes (mutação), pouco produtivo e frutos pequenosCherimóia: inexistem variedades comerciais selecionadas p/ BrasilWhite, Lisa, Booth, Fino de Jete, Golden Russet, Campa, outras.Atemoya: diversos híbridos naturais interessantes no mundoGefner – carpelos pequenos, salientes, individualizados na extremidade superior, 150-650g, poucas sementes, copa aberta, maturação medianaBradley – carpelos individualizados e separados, com 150 a 450g, poucas sementes, maior % de frutos defeituosos, copa compacta, precoce African Pride – carpelos bem unidos e saliências, com 250 a 750g, poucas sementes, copa semelhante a Bradley, tardiaPR-3 – carpelos grandes e salientes na extremidade superior, com 250 a 750g com muitas sementes, copa compacta, medianaGraviola: vários acessos no Brasil sendo avaliados no mundoSeleções: Graviola A, B, Blanca, FAO II, Lisa, Morada, Graviola I e II
PORTA-ENXERTOSFungos de Solo: Phytophthora, Pythium, Calonectria, Rhizoctonia,Cylindrocladium e bactérias Pseudomonas.Pinha – desenvolvimento rápido no viveiro, induz a plantas compactas, recomendado para FC e atemoya.Condessa – rápido no viveiro, produz plantas vigorosas, maior desenvolvimento do tronco do PE/copa, rachaduras e casos de morte (incompatibilidade).Araticum-de-folha-miúda - de clima ameno, desenvolvimento lento, induz a plantas compactas, aparentemente sem problemas de incompatibilidade, tolerante a Phytophthora.Anona glabra – induz a ananicamento e recomendada para áreas úmidas Porta-enxertos recomendados:Cherimoia: condessa, araticum, pinha, cherimoiaFruta-do-conde: pinha, condessa, (atemoia, anona do brejo) Graviola: condessa, anona do brejo, araticum, biribá, graviolaAtemoia: condessa, araticum, atemoiaPROPAGAÇÃORecomenda-se enxertia e alguns casos por semente.Cherimoia: borbulhia em janela, T normal, garfagem de topo e lateralFruta-do-conde: T invertido, placa, garfagem e escudoAtemoia: borbulhia em placa, garfagemGraviola: borbulhia T normal e placa, fenda cheia e garfagem inglês simplesESPAÇAMENTOEm função das condições climáticas locais, espécie e porta-enxerto.Cherimoia: USA e Espanha 5x7 a 7x7, Br 6x8 mFruta-do-conde: 4x6 a 5x7 mGraviola: 4x4,5; 6x7,5; 7x8; 8x8 mAtemoia: 6x4 em pinha, 6x7 a 6x8 mCONSÓRCIOS:PLANTIOAnálise de solo e calagem p/ V%= 70-80Preparo do solo: subsolagem, aração e gradagemCOVASulcar nas linhasAplicar200g calcário/m.linear30 litros esterco curral curtido/cova10g Bórax e 20g Sulf. Zinco / cova (solos baixo teor)ou Covas 40 x 40 x 40 cmMolharAguardar 30 diasPlantarIrrigar
ADUBAÇÃO1) 30 dias - 50g de nitrocalcio, repetir a cada 60 dias2º ano: 100g nitrocalcio, 5 x anoa partir 3º ano função da produtividade esperada2) formação: 50g de 10-10-10 até 300g em 4 xProdução: 600g/pl de 12-6-12outubro/novembrodezembro/janeirojaneiro/fevereiro + 75 g KClfevereiro/março + 75 g KClPulverização Foliar:Ácido Bórico 50 gSulf. De Zinco 250 gSulf. De Manganês 200 gUréia 500 gÁgua 100 L (3 x/ano) IRRIGAÇÃO GotejamentoAspersãoMicroaspersãoKc = 0,70 a 0,95PODA - Formação: 40 cm (somente no inverno)- 3 - 4 pernadas- encurtamento de ramos (no inverno)- conformação da copa - compacta (poda verde no verão)- Anualmente: poda de limpeza e abertura da copa=> Inicio da brotação, após repouso hibernalGraviola: poda de limpeza após a colheitaDESBASTEAtemoia: frutos com 1,5 a 3 cm, deixar 80 e 60 frutos nas 2 safras do ano FC: frutos com 1,5 cm, deixar 50 e 30 frutosPRAGAS E DOENÇASBroca-do-tronco: Cratosomus sppColeoptero, galerias no tronco, exudação de escura e serragemControle: injeções com inseticidas nos orificíos e pulverizações dirigidas Broca-do-fruto: Cerconota anonellaLepidoptera, roe a casca e penetra na polpa, qualquer tamanho,deformação, enegrecidos, caemControle: catação de frutos, pulverizações dirigidas 15 em 15 diasBroca-da-semente: Bephratelloides maculicolisHymenoptera, perfura da casca e faz postura diretamente nas sementes,larva destroi fruto, sai do fruto vespa adultaSe fecundada = machos e fêmeasSe não fecundada = machosControle: pulverizações dirigidas 15 em 15 dias Cochonilhas: Fosforado com óleo mineralMosca-branca, ÁcarosNão pulverizar durante as floradasNematoide: Radopholus similisAntracnose: Colletotrichum gloeosporioidesFrutos a partir do florescimento e folhasFrutos novos pretos e presos na planta = mumificadosControle: Cúpricos e BenomylCancrose: Calonectria rigidiusculaA partir de bifurcação de ramos até morte do ramoControle: eliminação e queima do ramosOutras: Cercosporiose, BotryodiplodiaFungos de Solo: raízes e troncoPhytophthora nicotianeaePythium spRhizoctonia solaniCylindrocladiumoutrosbactérias Pseudomonas
PRODUÇÃO Cherimoia: SP, de Março a JulhoAtemoia: SP, de Março a AgostoFC: SP, a partir de Janeiro até Julho-AgostoPico: Janeiro a MarçoCaixa 3,7 kg = 2 a 30 U$ (Fev-Out)Graviola: praticamente o ano todoPRODUTIVIDADEAtemoia e Cherimoia - 12 t/haFruta-do-conde - 8 t/haGraviola - 15 t/haCUSTO DE PRODUÇÃOR$ 2.000,00 / haMão-de-obraGoiaba de mesa ensacam./podas = 100 pls/ha/homemFruta-do-conde poda/desbaste, poliniz. = 300 pls/ha/homem.
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
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