Ainda sobre Zé Peixe
Íamos navegar até Aracaju. Mas a Marinha deu um aviso de ressaca, só permitindo a saída dos navios. Embarcações pequenas como a nossa deveriam permanecer no porto. Decidimos telefonar para o prático que, em 1984, nos guiou na barra do rio Sergipe: o Zé Peixe, agora com 76 anos. Ele nos disse:
– O mar não está para brincadeira! Essa semana um barco de pesca tentou entrar na barra, virou e um pescador morreu. Melhor não se arriscarem. Melhor ir de carro!
Assim, trocamos o Aysso pelo nosso Nissan X-TERRA, que estava nos acompanhando nesta expedição pela costa brasileira, como apoio em terra. Com ele, nossas explorações pelo interior do Brasil ficaram mais fáceis, com conforto para a tripulação e espaço para a bagagem e os equipamentos.
Saímos de Salvador em direção a Sergipe na sexta-feira. O X-TERRA estava lotado: Vilfredo, David, Gabriela, Emmanuel, Kat e eu. Fomos pela Linha Verde, uma estrada ecológica no litoral norte de Salvador, um caminho natural para lugares maravilhosos, ricos de ecossistemas, praias entrecortadas por rios e seus estuários, dunas, coqueirais, lagoas e manguezais e reservas ecológicas. Nossa conversa era interrompida por ahs!, ohs! e que lindo!
Em Aracaju estacionamos na barra do Rio Sergipe, no fim da tarde. As ondas quebravam por todos os lados e não havia sinal de um canal de entrada. De balsa, atravessamos o rio e chegamos em Pirambu, cidade nascida de uma colônia de pescadores, que foi batizada com o nome de um peixe da região. E por quê viemos parar aqui nessa cidade?
Porque a garrafinha que a Kat jogou ao mar em 1999, na costa da Namíbia, na África, atravessou o oceano Atlântico durante 267 dias, percorrendo 4.885 km, e foi parar ali na praia de Pirambu, norte de Sergipe. Em agosto de 2000, o jovem Carlos Roberto Ramos dos Santos, com 17 anos, trabalhava recolhendo amostras de óleo na areia da praia, quando o grupo a sua frente encontrou a garrafa com nossa mensagem. Mas não se interessaram por ela e a jogaram na areia. Carlos Roberto, que vinha logo atrás, pegou a garrafinha e a levou para casa. Ele respondeu à nossa mensagem e lhe enviamos camiseta e posters da Família Schürmann. Quatro anos depois desse primeiro contato, batemos na porta de sua casa para conhecê-lo pessoalmente! Que surpresa! Ele não acreditava que estávamos todos lá.
Feliz, ele nos levou ao local onde encontrou a mensagem, uma praia deserta de 42 quilômetros de extensão! Para chegar a praia, foi outra aventura! Nosso X-TERRA, passou por dentro de riachos, picadas no meio da mata, e dunas de areia. Kat e Emmanuel adoraram a aventura! A garrafinha levou uma mensagem e nos deu um novo amigo.
sábado, 8 de novembro de 2008
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