segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Tempo de primavera

Tempo de primavera – por Lizaldo Vieira
Quando for o tempo
Da sombra passar
O calor aumentar
A ave depenar
A folhar cair
O colorido acabar
O cinzento na floresta chegar
O frescor do vento demorar
Folhas e sementes secas
Rolarem
Aromas e flores escassearem
E até mesmo que espécies morram
Não é tempo de desanimo
Não será nada estranho
Está previsto nas estações
É cheiro de vida nova
Na mata
No jardim do Éden
Na relva
No rio
E na selava
No nicho da terra
É chegada a estação
Do colorido
Dos odores
Da vida viva
Dos sabores e amores
Do tempero bom de respirar
Ar puro
Festa na floresta
Na praça
No pomar
É a primavera
Desabrochando beleza
Espantando tristeza
Renovando galhos secos
Retorcidos
Jogando o passado para história
É chegada a hora
De brotos e frutos sadios
Novos ventos balançando a biosfera
Anunciar tempos de quimera
Trocar de roupa
Sacudindo as ferrugens
Expurgar fungos
Tempo de soltar velhas penas
Trocar os ninhos
Escamas e peles
Já não será mais tempo de sombra encolhida
A umidade relativa tímida
Vento aquecido
Sol inclemente
Tempo tinindo e fervendo
Mesmo estando com folhas
E flores mortas
Não importa
É chegada a alegria
Das manhãs de setembro
Com o prenuncio da estação das flores
Nas mesmas árvores
No mesmo pomar
Na mesma floresta
No meso arvoredo
Que não ficarão menos verdes
Menos bonitos
Do que na primavera passada
É primavera
Vida rejuvenescida
Ás léguas
“Quando vier a primavera
Se eu já estiver morta
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes
“Que na primavera passada.”

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