quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Bacia do Rio Sergipe

Bacia do Rio Sergipe

CARACTERÍSTICAS DA BACIA
Localização: Contando com uma extensão de 210 quilômetros, o Rio Sergipe nasce na Serra Negra,na divisa com o Estado da Bahia, e atravessa o estado no sentido oeste/leste até desaguar no Oceano Atlântico, entre os municípios de Aracaju e Barra dos Coqueiros, perfazendo uma área de 3.673 Km², o que corresponde a 16,70% do território sergipano.
Afluentes: Entre os principais afluentes que compõem a Bacia Hidrográfica, destacam-se pela margem direita os rios Sovacão, Lages, Campanha, Jacoca, Vermelho, Jacarecica e Pitanga Poxim e pela margem esquerda os rios Salgado, Cágado, Ganhamoroba, Parnamirim e Pomomba; a Lagoa dos Mastros, o Açude da Macela, em Itabaiana e as Barragens Jacarecica I e II. Clima: Na Bacia do Rio Sergipe, como todo o Estado, predomina o clima quente, com verão seco. No sertão, que corresponde a 58% da Bacia, o clima é semi-árido, enquanto na parte do agreste, que cobre 24% das terras, é sub-úmido. Na faixa litorânea (18% da área), o clima é classificado como úmido. As chuvas, normalmente, se concentram nos meses de março e agosto. Na grande Aracaju, a precipitação média anual é de 1.333mm e a temperatura média anual é de 25,2%ºC.
Uso do Solo: Ao longo da Bacia predomina a ocupação das terras com pastagem, correspondendo a 46% da área física da Bacia. Este fato torna a pecuária uma atividade econômica de natureza predatória, sendo responsável por grande parte do desmatamento, As matas pouco densas ocupam 22,6% da área, enquanto 18,5% estão ocupadas pelas lavouras; 5,1% por florestas; 2,2% por mangues; 2% por áreas urbanas; 1,6% por vegetação de dunas; 1,3% por superfícies com água e 0,7% por áreas expostas. (SEPLANTEC, 2002).
Municípios pertencentes à Bacia Hidrográfica: A Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe é constituída por 26 municípios, dos quais oito possuem suas terras inseridas integralmente na área da bacia: Laranjeiras, Nossa Senhora Aparecida, Malhador, Riachuelo, Santa Rosa de Lima, Moita Bonita, São Miguel do Aleixo e Nossa Senhora do Socorro. Os demais estão parcialmente inseridos, destacando-se Aracaju, Areia Branca, Barra dos Coqueiros, Carira, Divina Pastora, Feira Nova, Frei Paulo, Graccho Cardoso, Itabaiana, Itaporanga D 'Ajuda, Maruim, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora das Dores, Rosário do Catete, Santo Amaro da Brotas, São Cristóvão, Siriri e Ribeirópolis. Ao longo do seu percurso, 16 outros rios e vários riachos vão lançando suas águas na calha principal do rio, contribuindo para sua formação e culminando no Oceano Atlântico, através de seu extenso estuário.
Principais usos da água: Abastecimento humano através dos rios Pxim, Jacarecica e poços arterianos perfurados na Bacia, atendendo a população urbana e rural. As barragens Jacarecica I e II e o Açude da Macela são importantes reservatórios de água para a irrigação de hortaliças e frutas. As atividades pesqueiras artesanais, aqüicultura, recreação náutica, turismo e transporte hidroviário lignado a cidade de Aracaju aos municípios vizinhos. O crescimento urbano e o desenvolvimento industrial submetem a Bacia à intensa poluição, resultante dos efluentes domésticos e industriais.
Ocupação Urbana: Dos 1.784.475 habitantes do Estado de Sergipe (IBGE, 2000), 1.010.523 habitam a área de influência da Bacia, o que corresponde a 56,6% da população estadual. Aracaju, capital com 461.561 habitantes, representa 45,67% da população residente na Bacia. O Rio Sergipe se constitui num importante curso d 'água para o desenvolvimento econômico do Estado, contribuindo para as atividades econômicas e tornando-se um corredor atrativo para a implantação de empreendimentos nos setores industrial e de agropecuária.
Problemas da Bacia: Os principais problemas hídricos e ambientais da Bacia são: lixeiras a céu aberto; deficiência de sistema de esgoto; desmatamento; contaminação por fontes diversas e irregularidades no abastecimento de água; má qualidade da água; uso intensivo de agrotóxicos; desperdício de água; exploração de areia/argila; queimadas; deficiência de educação ambiental; pesca e caça predatórias e enchentes.
Fonte: Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambientaml CONDURB - Prefeitura de Aracaju
Grande parte dos efluentes industriais, domésticos e agrotóxicos contribui para a degradação da qualidade da água da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe. Segundo o Atlas do IBGE, ano 2000, a maioria da população sergipana (76,8%) não é atendida por rede de esgoto. Isto significa que, de alguma forma, o lançamento dos dejetos se dá diretamente nos corpos d 'água, sem nenhum tratamento. Outro fator é a inexistência de aterros sanitários para a disposição adequada do lixo que, geralmente acumulado a céu aberto, acaba poluindo e contaminando os corpos hídricos que deságuam na Bacia.
Ações que podem contribuir para a recuperação da Bacia Hidrográfica:
• Políticas públicas de saneamento básico; • Gestão participativa e democrática das ações, no que diz respeito à Bacia Hidrográfica; • Compromisso, pela iniciativa privada, de tratar os efluentes oriundos da atividade industrial antes de lançá-los ao rio. • Enraizamento do curso de educação ambiental em todos os níveis de ensino; • Mudança de comportamento da população através de uma consciência ecológica; • Empoderamento do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe; • Compromisso dos gestores públicos federais, estaduais e municipais com ações de melhoria da qualidade da ágrua da Bacia.

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