Paleontologia - 07/05/2009 Vestígios de animais em Sergipe remontam a 110 milhões de anos
Se voltarmos na história da Terra entre 500 e 150 milhões de anos, a divisão dos continentes, assim como vemos hoje, não existia. Tudo estava resumido a um imenso bloco denominado Pangéia. Segundo a teoria da Deriva Continental, proposta pelo cientista alemão Alfred Wegener, em 1912, a separação começou há 200 milhões de anos no Hemisfério Norte e há 150 milhões no Hemisfério Sul. Isso após a fragmentação do megacontinente Gondwana, uma divisão seguinte à Pangéia. No espaço entre o que viria a ser chamado de África e América formou-se o Oceano Atlântico, que àquela época chegou a avançar 20 Km até um posterior afastamento, milhares de anos depois. Nesse avanço mar adentro pode ser contada a história daquele oceano e de Sergipe, comprovada através do acervo de fósseis que compõe o Laboratório de Paleontologia da UFS.Coletados na região litorânea, principalmente em pedreiras de calcário, os vestígios de animais do grupo dos Amonóides, representados por conchas e caramujos, por exemplo, têm idades que chegam a 110 milhões de anos. Além deles, há fósseis de mamíferos como a preguiça gigante, tigre dente de sabre e outras espécies de animais grandes, como elefantes, hipopótamos e cavalos pré-históricos, que foram encontrados no Agreste sergipano e possuem mais de 10 mil anos.O trabalho de identificação, cujo tempo depende do estado do fóssil, é feito com base na literatura disponível. Depois de catalogados, eles partem para a exposição no laboratório. "Alguns deles são característicos daqui do Estado, pertencentes a uma fauna contemporânea aos dinossauros e que viveram nessa região", explica a professora Maria Helena Zucon, chefe do laboratório. Esse material auxilia na construção da "Linha do Tempo Geológico", que conta a história da Terra em um período de 1 bilhão de anos, desde seu surgimento até o aparecimento do homem. Essa atividade é realizada por alunos da 6ª série de escolas públicas municipais de Aracaju através do projeto de extensão "Divulgando os Conhecimentos Paleontológicos de Sergipe". A "linha" é montada com materiais de apoio como tinta, papel e lápis de cor. "Além de estimular a criatividade, percepção e abstração dos alunos, conhecer a paleofauna traz recursos didáticos importantes, além de conscientizá-los com relação à preservação do planeta, que demorou muito para se criar e está sendo destruído rápido", diz a professora.Paleontologia x ArqueologiaDuas ciências parecidas, a Paleontologia e a Arqueologia apóiam-se no propósito de contar a história da vida na Terra. Elas distam, entretanto, em seus objetos de estudo: a primeira é uma ciência natural que estuda a vida do passado do planeta ao longo do tempo geológico analisando os fósseis ou vestígios de animais que viveram em outras eras. O estudo não contempla o homem, apenas a sua evolução a partir dos primatas. Já a Arqueologia, uma ciência social, trabalha com vestígios dos seres humanos e de suas culturas, procurando entendê-las em determinados períodos da história.Diógenes Souza (estagiário) e Luiz AmaroAgência UFS de Divulgação Científicacomunica@ufs.br
terça-feira, 12 de maio de 2009
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