T e m p o- do- t e m p o – Lizaldo Vieira
Hoje
Todo tempo é do tempo
Não sou carga
Nem jumento
Nada pensar em trabalho
Todo truanesco
Sem tempo pra pensar em nada
Quero deitar e rolar
Sem acordar
Nem botar o pé estrada
Ir ao batente
Quero não ser gente
Não ser nada
Viver sem viver
Imaginando nada
Só escutar vozes naturais
Gargalhar com o vento
Assoviar com os pássaros
Cantarolar com as águas
Fugir do rebanho humano
Ser nada pontual
Racional
Gado largado
Ovelha perdida
Quero virar bicho
Do mato
Fazer corridas sem saco
Ter teimosia sem pedir perdão
Comer se tiver fome
Vadiar por instinto
Berrar se der na telha
Pedir rapé a vovó
Espirrar
E bufar á vontade
Quero não pensar em nada
Nas grades da casa
Nem portas fechadas
O cadeado é um nó
Que a vida sem graça
Deitar e rolar na praça
Ser réu
Á revelia
Nada de roupa ou calçado
De marca
Quero soprar as cinzas do fogão
Tirar frutas madura
E futucar bicho no pé
Comer com a mão
Lamber os dedos
Ser eu mesmo
Bicho gente
João torrão
Enfiado no chão
terça-feira, 31 de março de 2009
quarta-feira, 25 de março de 2009
Arthur Bispo do Rosario
Arthur Bipo do Rosario - Lizaldo Vieira
Um sábio
Um louco
De tudo um pouco
De Japaratuba
Sergipe
Um rosario de arte
Um artezão com sadia loucura
Um pispo sem paroquia
Um rei sem palacio
Tecendo a louca arte da vida
Arthur
Bispo
Do
Rosario
Um descendente afro
Um escravo
Da Africa
Sergipana
Negro
Marinheiro
Um bispo não comum
Não foi mais um
Queria preparar a pasagem de Deus
Na terra de farizeus
E tudo se esbarrou na colonia juliano moreira
No nada
Sobru a arte
De Arthur
Mais um
Na lista dos loucos descriminados
Em Sergipe
No Brasil
Arthur Bispo
Um poeta lunatico
Da louca arte do povono
No mundo dos loucos sabios
Um sábio
Um louco
De tudo um pouco
De Japaratuba
Sergipe
Um rosario de arte
Um artezão com sadia loucura
Um pispo sem paroquia
Um rei sem palacio
Tecendo a louca arte da vida
Arthur
Bispo
Do
Rosario
Um descendente afro
Um escravo
Da Africa
Sergipana
Negro
Marinheiro
Um bispo não comum
Não foi mais um
Queria preparar a pasagem de Deus
Na terra de farizeus
E tudo se esbarrou na colonia juliano moreira
No nada
Sobru a arte
De Arthur
Mais um
Na lista dos loucos descriminados
Em Sergipe
No Brasil
Arthur Bispo
Um poeta lunatico
Da louca arte do povono
No mundo dos loucos sabios
terça-feira, 24 de março de 2009
questão da água
ÁGUA, UM BEM PRECIOSO
22 de Março – Dia Internacional da ÁguaOs presidentes de todo o mundo, quando se reuniram na ECO-92, no Rio de Janeiro, concluíram que a água deveria ser valorizada como um metal precioso.O Brasil concentra 15% da água doce do mundo, que equivale a 50% da América do Sul. 68% desta água estão na Região Amazônica, 16% no Centro-Oeste, 7% no Sul, 6% no Sudeste e 3% no Nordeste.Esta distribuição dos recursos hídricos aliada ao mau uso e à dificuldade técnica e econômica de trazê-la da Região Norte para o resto do país ameaçam o seu abastecimento, que já atinge a Região Nordeste e os grandes centros urbanos do país. Por falta de regras para o setor de água e saneamento, capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e até Manaus já enfrentam problemas, que poderão acabar em racionamento.Outro problema que coloca em risco a abastecimento de água amanhã é o desperdício. Enquanto a CEDAE, entidade responsável pelo abastecimento na cidade do Rio de Janeiro, desperdiça, em torno, de 50% da água tratada, em Cingapura o desperdício está em torno de 10%. O desperdício individual também é muito grande em nosso país.O problema ultrapassa as fronteiras do país, pois apenas 0,007% de toda a água do planeta é acessível ao ser humano (Dados da OMS – Organização Mundial da Saúde). Assim, em diversas regiões do planeta já foram adotadas medidas de racionalização do uso da água.
PESQUISA
1 - A conscientização é mais importante do que o preço para o uso racional da água?Sim: 95.56%Não: 4.44%
2 - Você acha que deve mudar o seu comportamento com relação ao uso da água?Sim: 84.44%Não: 15.56%
3 - No meio em que você vive é racional o uso da água? Sim: 37.78%Não: 62.22%
4 - As escolas estão conscientizando seus alunos sobre a importância da água e da preservação do meio ambiente?Sim: 35.56%Não: 64.44%
5 - A revitalização das bacias hidrográficas é muito importante. Os rios sergipanos estão sendo tratados?Sim: 11.11%Não: 88.89%
6 - Você acha que as casas que estão sendo construídas ou reformadas deveriam ser obrigadas a ter descargas com volume menor de água e um sistema de reutilização da água?Sim: 91.11%Não: 8.89%
7 - Evitar o risco da falta de água depende de cada um de nós?Sim: 95.56%Não: 4.44%
22 de Março – Dia Internacional da ÁguaOs presidentes de todo o mundo, quando se reuniram na ECO-92, no Rio de Janeiro, concluíram que a água deveria ser valorizada como um metal precioso.O Brasil concentra 15% da água doce do mundo, que equivale a 50% da América do Sul. 68% desta água estão na Região Amazônica, 16% no Centro-Oeste, 7% no Sul, 6% no Sudeste e 3% no Nordeste.Esta distribuição dos recursos hídricos aliada ao mau uso e à dificuldade técnica e econômica de trazê-la da Região Norte para o resto do país ameaçam o seu abastecimento, que já atinge a Região Nordeste e os grandes centros urbanos do país. Por falta de regras para o setor de água e saneamento, capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e até Manaus já enfrentam problemas, que poderão acabar em racionamento.Outro problema que coloca em risco a abastecimento de água amanhã é o desperdício. Enquanto a CEDAE, entidade responsável pelo abastecimento na cidade do Rio de Janeiro, desperdiça, em torno, de 50% da água tratada, em Cingapura o desperdício está em torno de 10%. O desperdício individual também é muito grande em nosso país.O problema ultrapassa as fronteiras do país, pois apenas 0,007% de toda a água do planeta é acessível ao ser humano (Dados da OMS – Organização Mundial da Saúde). Assim, em diversas regiões do planeta já foram adotadas medidas de racionalização do uso da água.
PESQUISA
1 - A conscientização é mais importante do que o preço para o uso racional da água?Sim: 95.56%Não: 4.44%
2 - Você acha que deve mudar o seu comportamento com relação ao uso da água?Sim: 84.44%Não: 15.56%
3 - No meio em que você vive é racional o uso da água? Sim: 37.78%Não: 62.22%
4 - As escolas estão conscientizando seus alunos sobre a importância da água e da preservação do meio ambiente?Sim: 35.56%Não: 64.44%
5 - A revitalização das bacias hidrográficas é muito importante. Os rios sergipanos estão sendo tratados?Sim: 11.11%Não: 88.89%
6 - Você acha que as casas que estão sendo construídas ou reformadas deveriam ser obrigadas a ter descargas com volume menor de água e um sistema de reutilização da água?Sim: 91.11%Não: 8.89%
7 - Evitar o risco da falta de água depende de cada um de nós?Sim: 95.56%Não: 4.44%
sábado, 21 de março de 2009
Pegada de Carbono
Pegada de Carbono
Página 1 de 3
Pegada de carbono é a medida do impacto das atividades humanas sobre as emissões de gases do efeito estufa, ou seja, condiz com a quantidade de dióxido de carbono equivalente liberada na realização de cada atividade.O ciclo de vida de um produto pode ser usado como exemplo. Durante a fabricação, várias etapas liberam gases do efeito estufa, como a extração e o transporte das matérias-primas, a energia utilizada, o transporte do próprio produto, a estocagem (pode incluir câmaras frias) e finalmente a disposição (em lixões, aterros sanitários ou incineradores).Saiba como agir para reduzir sua pegada de carbonoUma das iniciativas mais eficazes para reduzir a pegada de carbono é diminuir a dependência de combustíveis fósseis que, quando queimados, emitem toneladas de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. Outro fator importante é a economia de energia elétrica. Além de reduzir os custos com a conta de luz no fim do mês, essa ação colabora com os esforços globais de mitigação dos impactos do desenvolvimento humano sobre os recursos naturais. Acompanhe nas próximas páginas algumas sugestões de como reduzir a pegada de carbono nas atividades diárias.*
Na rua
Em casa
No trabalho
Na vida pessoal
Página 1 de 3
Pegada de carbono é a medida do impacto das atividades humanas sobre as emissões de gases do efeito estufa, ou seja, condiz com a quantidade de dióxido de carbono equivalente liberada na realização de cada atividade.O ciclo de vida de um produto pode ser usado como exemplo. Durante a fabricação, várias etapas liberam gases do efeito estufa, como a extração e o transporte das matérias-primas, a energia utilizada, o transporte do próprio produto, a estocagem (pode incluir câmaras frias) e finalmente a disposição (em lixões, aterros sanitários ou incineradores).Saiba como agir para reduzir sua pegada de carbonoUma das iniciativas mais eficazes para reduzir a pegada de carbono é diminuir a dependência de combustíveis fósseis que, quando queimados, emitem toneladas de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. Outro fator importante é a economia de energia elétrica. Além de reduzir os custos com a conta de luz no fim do mês, essa ação colabora com os esforços globais de mitigação dos impactos do desenvolvimento humano sobre os recursos naturais. Acompanhe nas próximas páginas algumas sugestões de como reduzir a pegada de carbono nas atividades diárias.*
Na rua
Em casa
No trabalho
Na vida pessoal
Efeito Estufa
Efeito Estufa
O enorme alarde provocado pela divulgação do último relatório do IPCC, em 2007, tem causado muita dúvida entre as pessoas. A mais comum é culpar o efeito estufa por essas alterações climáticas.O efeito estufa, no entanto, é um fenômeno natural essencial para permitir a vida no planeta. A camada de gases que envolve a Terra é responsável por mantê-la aquecida. Sem ela, o planeta seria coberta de gelo. Para entendê-lo, basta imaginar uma estufa de plantas, comuns em jardins botânicos. Neste caso da estufa, o vidro que mantém a temperatura funciona como os gases do efeito estufa.A Terra é naturalmente protegida por uma camada de gases – formada por nitrogênio (aprox. 78%), oxigênio (aprox. 21%) vapor d’agua (1%), dióxido de carbono (aprox. 0,04%) e outros gases em menor quantidade - que faz com que o planeta se mantenha aquecido e habitável.
Essa camada de gases funciona como uma redoma, impedindo que boa parte da radiação solar seja refletida de volta para o espaço. Ao reter o calor na superfície da Terra, o efeito estufa mantém a temperatura em cerca de 16ºC - nem muito quente, nem muito frio, permitindo o desenvolvimento da vida humana.
Sem essa barreira, a superfície da Terra seria coberta de gelo, com uma temperatura média em torno de – 17ºC.
Desde a revolução industrial a concentração na atmosfera dos gases causadores do efeito estufa tem aumentado e, nos útlimos anos, este ritmo tem sido acelerado. Segundo cientistas do Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC), a principal causa deste aumento é a queima de combustíveis fósseis utilizados para gerar energia e para a produção de bens de consumo.
No Brasil, estas emissões estão amplamente ligadas ao desmatamento, principalmente da Floresta Amazônica. Outras fontes antrópicas de gases do efeito estufa são:
- Insumos utilizados na agricultura (alta concentração de nitrogênio)
- Dejetos suínos, processo digestivo de ruminantes (ex:gado), plantações de arroz (fonte de metano)
- Produção de gases refrigerantes (HFCs)Por Sabrina Domingos, atualizado em outubro de 2008
O enorme alarde provocado pela divulgação do último relatório do IPCC, em 2007, tem causado muita dúvida entre as pessoas. A mais comum é culpar o efeito estufa por essas alterações climáticas.O efeito estufa, no entanto, é um fenômeno natural essencial para permitir a vida no planeta. A camada de gases que envolve a Terra é responsável por mantê-la aquecida. Sem ela, o planeta seria coberta de gelo. Para entendê-lo, basta imaginar uma estufa de plantas, comuns em jardins botânicos. Neste caso da estufa, o vidro que mantém a temperatura funciona como os gases do efeito estufa.A Terra é naturalmente protegida por uma camada de gases – formada por nitrogênio (aprox. 78%), oxigênio (aprox. 21%) vapor d’agua (1%), dióxido de carbono (aprox. 0,04%) e outros gases em menor quantidade - que faz com que o planeta se mantenha aquecido e habitável.
Essa camada de gases funciona como uma redoma, impedindo que boa parte da radiação solar seja refletida de volta para o espaço. Ao reter o calor na superfície da Terra, o efeito estufa mantém a temperatura em cerca de 16ºC - nem muito quente, nem muito frio, permitindo o desenvolvimento da vida humana.
Sem essa barreira, a superfície da Terra seria coberta de gelo, com uma temperatura média em torno de – 17ºC.
Desde a revolução industrial a concentração na atmosfera dos gases causadores do efeito estufa tem aumentado e, nos útlimos anos, este ritmo tem sido acelerado. Segundo cientistas do Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC), a principal causa deste aumento é a queima de combustíveis fósseis utilizados para gerar energia e para a produção de bens de consumo.
No Brasil, estas emissões estão amplamente ligadas ao desmatamento, principalmente da Floresta Amazônica. Outras fontes antrópicas de gases do efeito estufa são:
- Insumos utilizados na agricultura (alta concentração de nitrogênio)
- Dejetos suínos, processo digestivo de ruminantes (ex:gado), plantações de arroz (fonte de metano)
- Produção de gases refrigerantes (HFCs)Por Sabrina Domingos, atualizado em outubro de 2008
sobre o mopec
Sobre o MOPEC
Somos uma ONG Sócio ambiental brasileira, sediada em Aracaju SE, com atuação nas áreas de Educação ambiental, formação, mobilização social e comunicação sobre as novas tecnologias com bases ambientalmente sustentáveis e antenada com as políticas publicas que pensam nas atuais e nas gerações futuras. Nosso objetivo é conscientizar preparar a sociedade sobre os novos desafios sócio-ambientais do novo milênio propondo inovações sociais e tecnológicas que ajudem a reduzir os impactos antropicos sobre a biosfera. Acreditamos que a informação é o ponto de partida para alcançar um modelo de vida menos destruidor e mais racional na utilização dos recursos naturais e com mais ética na relação com a natureza, da qual todos fazem parte. Por isso, em 1990 demos início a uma concepção de mobilização de amigos e companheiros na criação do MOPEC , um veículo eco social especializado nos temas de organização social na busca do desenvolvimento sustentável, visando a mitigação das mudanças climáticas, educação ambiental e formação sobre os problemas sócio-ambientais. Hoje o MOPEC é referência nacional e local, conhecido pela forma como aborda as questões ambientais e disseminação da informação.As inovação tecnológica é outra importante ferramenta para resolver algumas questões como abordar as limitações ambientais do planeta principalmente sobre a problemática do aquecimento global e a crescente demanda por recursos naturais. Pensando nisso, decidimos investir em ações de formação e mobilização social com oficinas ambientais e sobre a problemática do desenvolvimento sustentável, principalmente em comunidades ambientalmente vulneráveis. Este trabalho é realizado em parceria com entidades locais e nacionais a exemplo da RMA, Rede de ONGs da Mata Atlântica, universidades e organizações populares. Atuando dessa forma, esperamos colaborar com a construção de mundo que prepare um futuro mais equilibrado para o nosso Planeta.
Somos uma ONG Sócio ambiental brasileira, sediada em Aracaju SE, com atuação nas áreas de Educação ambiental, formação, mobilização social e comunicação sobre as novas tecnologias com bases ambientalmente sustentáveis e antenada com as políticas publicas que pensam nas atuais e nas gerações futuras. Nosso objetivo é conscientizar preparar a sociedade sobre os novos desafios sócio-ambientais do novo milênio propondo inovações sociais e tecnológicas que ajudem a reduzir os impactos antropicos sobre a biosfera. Acreditamos que a informação é o ponto de partida para alcançar um modelo de vida menos destruidor e mais racional na utilização dos recursos naturais e com mais ética na relação com a natureza, da qual todos fazem parte. Por isso, em 1990 demos início a uma concepção de mobilização de amigos e companheiros na criação do MOPEC , um veículo eco social especializado nos temas de organização social na busca do desenvolvimento sustentável, visando a mitigação das mudanças climáticas, educação ambiental e formação sobre os problemas sócio-ambientais. Hoje o MOPEC é referência nacional e local, conhecido pela forma como aborda as questões ambientais e disseminação da informação.As inovação tecnológica é outra importante ferramenta para resolver algumas questões como abordar as limitações ambientais do planeta principalmente sobre a problemática do aquecimento global e a crescente demanda por recursos naturais. Pensando nisso, decidimos investir em ações de formação e mobilização social com oficinas ambientais e sobre a problemática do desenvolvimento sustentável, principalmente em comunidades ambientalmente vulneráveis. Este trabalho é realizado em parceria com entidades locais e nacionais a exemplo da RMA, Rede de ONGs da Mata Atlântica, universidades e organizações populares. Atuando dessa forma, esperamos colaborar com a construção de mundo que prepare um futuro mais equilibrado para o nosso Planeta.
a cidade ilegal
Cidades
Em algum momento no decorrer de 2007 e, pela primeira vez na historia da humanidade, o número de pessoas vivendo em cidades ultrapassou o das que vivem em zonas rurais. Em 2030, a população urbana será o dobro da que vive na área rural. Os novos recordes virão acompanhados de um grande desafio – tornar este crescimento sustentável para não deixá-lo se transformar em uma sentença de morte para o planeta Terra. “Quanto tempo ainda temos para começar a agir?”, é o que questiona o presidente emérito do Conselho de Diretores do Instituto do Clima do Reino Unido, Sir Crispin Tickell. Em 1950, quando a população urbana era de apenas 30%, o total de emissões globais de CO2 correspondia a um bilhão de metros cúbicos. Hoje são sete bilhões. “Nós falharemos se não atacarmos o problema agora e nos adaptarmos às mudanças climáticas”, afirma o diretor do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), Rajendra K. Pachauri.Em 2015, segundo previsões das Nações Unidas, 36 megalópoles terão mais de oito milhões de habitantes. Duas destas estarão na África, uma nos países Árabes, 22 na Ásia, três na Europa, seis na América Latina e Caribe e duas na América do Norte.Cidade IlegalUma das grandes críticas ao planejamento urbano moderno é a representação ideológica da cidade com a exclusão urbanística de uma gigantesca área de ocupação ilegal do solo urbano. Para a arquiteta e urbanista Ermínia Maricato, o urbanismo brasileiro não tem comprometimento com a realidade concreta, “mas com uma ordem que diz respeito a uma parte da cidade, apenas”.No artigo “As idéias fora do lugar e o lugar fora das idéias”(publicado no livro A cidade do pensamento único: desmanchando consensos), Ermínia afirma que as idéias do planejamento e regulação urbanística são aplicadas a uma parcela da sociedade reafirmando e reproduzindo desigualdades e privilégios. “Para a cidade ilegal não há planos, nem ordem. Aliás ela não é conhecida em suas dimensões e características. Trata-se de um lugar fora das idéias”, define.Entre as conseqüências de planejar o crescimento das cidades a partir desta visão estão a insustentabilidade ambiental, a falta de relações democráticas e igualitárias, os prejuízos para a qualidade de vida urbana e a exclusão da cidadania. “A segregação territorial e todos os corolários que a acompanham – falta de saneamento ambiental, riscos de desmoronamentos, riscos de enchentes, violência – estão a ele vinculados”, explica Ermínia.A urbanista ressalta que este processo político e econômico construiu uma das sociedades mais desiguais do mundo e que “teve no planejamento urbano modernista/funcionalista, importante instrumento de dominação ideológica: ele contribuiu para ocultar a cidade real e para a formação de um mercado imobiliário restrito e especulativo.”Sugestão de Leitura“A cidade do pensamento único: desmanchando consensos” – Otília Arantes, Carlos Vainer e Ermínia MaricatoPor Paula Scheidt, CarbonoBrasil
Em algum momento no decorrer de 2007 e, pela primeira vez na historia da humanidade, o número de pessoas vivendo em cidades ultrapassou o das que vivem em zonas rurais. Em 2030, a população urbana será o dobro da que vive na área rural. Os novos recordes virão acompanhados de um grande desafio – tornar este crescimento sustentável para não deixá-lo se transformar em uma sentença de morte para o planeta Terra. “Quanto tempo ainda temos para começar a agir?”, é o que questiona o presidente emérito do Conselho de Diretores do Instituto do Clima do Reino Unido, Sir Crispin Tickell. Em 1950, quando a população urbana era de apenas 30%, o total de emissões globais de CO2 correspondia a um bilhão de metros cúbicos. Hoje são sete bilhões. “Nós falharemos se não atacarmos o problema agora e nos adaptarmos às mudanças climáticas”, afirma o diretor do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), Rajendra K. Pachauri.Em 2015, segundo previsões das Nações Unidas, 36 megalópoles terão mais de oito milhões de habitantes. Duas destas estarão na África, uma nos países Árabes, 22 na Ásia, três na Europa, seis na América Latina e Caribe e duas na América do Norte.Cidade IlegalUma das grandes críticas ao planejamento urbano moderno é a representação ideológica da cidade com a exclusão urbanística de uma gigantesca área de ocupação ilegal do solo urbano. Para a arquiteta e urbanista Ermínia Maricato, o urbanismo brasileiro não tem comprometimento com a realidade concreta, “mas com uma ordem que diz respeito a uma parte da cidade, apenas”.No artigo “As idéias fora do lugar e o lugar fora das idéias”(publicado no livro A cidade do pensamento único: desmanchando consensos), Ermínia afirma que as idéias do planejamento e regulação urbanística são aplicadas a uma parcela da sociedade reafirmando e reproduzindo desigualdades e privilégios. “Para a cidade ilegal não há planos, nem ordem. Aliás ela não é conhecida em suas dimensões e características. Trata-se de um lugar fora das idéias”, define.Entre as conseqüências de planejar o crescimento das cidades a partir desta visão estão a insustentabilidade ambiental, a falta de relações democráticas e igualitárias, os prejuízos para a qualidade de vida urbana e a exclusão da cidadania. “A segregação territorial e todos os corolários que a acompanham – falta de saneamento ambiental, riscos de desmoronamentos, riscos de enchentes, violência – estão a ele vinculados”, explica Ermínia.A urbanista ressalta que este processo político e econômico construiu uma das sociedades mais desiguais do mundo e que “teve no planejamento urbano modernista/funcionalista, importante instrumento de dominação ideológica: ele contribuiu para ocultar a cidade real e para a formação de um mercado imobiliário restrito e especulativo.”Sugestão de Leitura“A cidade do pensamento único: desmanchando consensos” – Otília Arantes, Carlos Vainer e Ermínia MaricatoPor Paula Scheidt, CarbonoBrasil
sexta-feira, 20 de março de 2009
Cominidades Macrobenicas de praias de Sergipe
COMUNIDADES MACROBÊNTICAS EM PRAIAS ARENOSAS DE
SERGIPE
C.R.P. Guimarães; I.C. Lemos Jr.; D.L.S. Mariano; C.F. Santos & A.R. Menezes.
Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Biologia, Núcleo de Ecossistemas Costeiros.Campus
Universitário Prof. José Aloísio de Campos, Bairro Rosa Elze, 49.100-000 São Cristóvão/SE.
INTRODUÇÃO
As praias arenosas oceânicas apresentam-se como
sistemas dinâmicos, de transição entre o continente
e o oceano, constantemente retrabalhados por
processos eólicos, biológicos e hidráulicos que
alteram a sua morfologia. Diversas definições são
utilizadas para descrever o ecossistema praial e,
neste trabalho, praias foram definidas como
depósitos de sedimentos arenosos inconsolidados
sobre a zona costeira, dominado primariamente por
ondas e limitado na terra, pelos níveis máximos de
ação de ondas de tempestade e no mar, pela região
onde cessa a ocorrência de transporte efetivo de
sedimento de fundo por ondas (Short, 1993).
Em Sergipe, a região costeira tem 168Km de
extensão e apresenta a paisagem dominante
esculpida na Bacia Sedimentar Sergipe/Alagoas,
unidade geológica recoberta pelos sedimentos
terciários do grupo Barreiras e pelos sedimentos
quaternários de origem marinha, fluvial e eólica
que formam a planície litorânea. Suas praias
arenosas são expostas ao mar aberto e estão
divididas em 4 setores determinados pela
desembocadura dos rios que cortam o estado. Com
exceção do litoral norte de Sergipe que delimita a
reserva de Santa Isabel, nas demais praias se
desenvolvem atividades turísticas, comerciais e
industriais. Justifica-se então o monitoramento
dessas regiões para o estabelecimento de políticas
de uso e gerenciamento.
Não se preserva aquilo que não se conhece. É
urgente, então, a necessidade de inventários e
trabalhos ecológicos para saber quem são as
comunidades animais que se encontram nestes
ambientes e como elas reagem aos parâmetros
ambientais que condicionam a dinâmica costeira.
OBJETIVO
·Determinar a composição da macrofauna bêntica
de praias arenosas de Sergipe;
Caracterizar os padrões de distribuição espaciais
desta fauna;
MATERIAL E MÉTODOS
Telergipe, é uma praia urbana localizada entre a
desembocadura dos rios Sergipe e Vaza-Barris
(11°02’27'’S e 37°05’07'’W) e foi amostrada em fev./
2006. As amostragens foram realizadas durante a
baixa mar de sizígia, desde um ponto fixo no
supralitoral até a profundidade de 1m da coluna
d’água no infralitoral. As estações do médiolitoral
foram determinadas com distância fixa de 10m
entre as estações e as do infralitoral pela
profundidade da coluna d’água (10, 50 e 100cm).
Em cada estação foi coletado sedimento com um
cilíndro de PVC de 5cm de diâmetro enterrado a
10cm de profundidade para a determinação da
granulometria e dos teores de matéria orgânica e
carbonato de cálcio. Os parâmetros biológicos foram
coletados em triplicata em cada uma das estações
com um cilindro de PVC de 25cm de diâmetro
enterrado a 30cm de profundidade. Ainda em
campo, o material biológico coletado foi lavado e
colocado em sacos plásticos contendo formol 10%
e rosa-de-bengala. Em laboratório as amostras
biológicas foram lavadas em peneiras de 500
micras, depositadas em frascos contendo álcool 70%
e posteriormente triadas sob microscópio
estereoscópico e identificados conforme os
procedimentos taxonômicos usuais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram determinados 30 táxons e um total de 12.982
espécimens na macrofauna bêntica. O grupo
dominante foi Mollusca com 78,6% da fauna,
seguido pelos Crustacea com 16,7% e os Polychaeta
com 2,5%. O somatório dos demais grupos atingiu
2,2% da fauna. McLachlan (1990) relata serem os
crustáceos os organismos mais capazes de colonizar
as praias reflectivas, dinâmicas, de granulometria
grosseira, enquanto que os moluscos têm menor
Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil,
23 a 28 de Setembro de 2007, Caxambu - MG 2
sucesso nestes
2
sucesso nestes ambientes e os poliquetos são os
menos capazes de ocupá-los. Os Mollusca
caracterizam a praia como intermediária. O gênero
responsável pela dominância dos Mollusca foi
Donax representado por juvenis de D. gemulla e
D. variabilis. Houve aumento crescente no número
de táxons do médiolitoral superior ao infralitoral.
No médiolitoral superior a riqueza variou entre 1
e 4 táxons/estação, no médiolitoral médio entre 4
e 5, no médiolitoral inferior entre 6 e 9 e no
infralitoral entre 12 e 19. Foram encontrados 17
táxons no médiolitoral e 23 no infralitoral; dez
táxons foram comuns aos ambientes, 7 foram
encontrados apenas no médiolitoral e 13 apenas
no infralitoral. Dentre os Crustacea os Peracarida
(Amphipoda) foram dominantes e dentre os
Polychaeta destacou-se Pisionidens indica.
A diversidade, que mede o grau de complexidade
da estrutura da comunidade, de maneira geral, foi
crescente em direção ao infralitoral. Foram
encontrados valores baixos na maioria das estações
do médiolitoral superior (<1bits/ind) e em níveis
intermediários nas demais regiões (<3bits/ind e
>1bits/ind). Entretanto, a análise geral do
médiolitoral mostrou uma diversidade maior
(1,98bits/ind.) que a encontrada no infralitoral
(1,75bits/ind.). A dominância foi alta para a praia,
neste período de verão.
A análise de agrupamento, para dados de presença/
ausência (coef = 0,80) permitiu a formação de 3
grupos. O grupamento 1, envolvendo o médiolitoral
superior; o grupamento 2, envolvendo o
médiolitoral médio e inferior além da 1ª estação do
infralitoral e o grupamento 3 envolvendo as 2
outras estações do infralitoral.
Os sedimentos apresentaram constituição
tipicamente quartzosa. A granulometria variou de
areias muito finas a finas e os teores de matéria
orgânica e carbonato de cálcio foram baixos (ambos
<1%), indicando um aporte de MO para as praias
relativamente pobre se comparados com os obtidos
no interior de estuários e regiões de plataforma
continental. Snelgrove e Butman (1994), analisando
a relação animal-sedimento, afirmam que não
existem evidências diretas de que o tamanho do
grão do sedimento seja, por si só, um bom descritor
da macrofauna bêntica. A análise destes
componentes do sedimento pelas estações não
evidenciou relação com a distribuição da fauna,
sugerindo que outros parâmetros devam ser
investigados.
Em termos nacionais, é prioritário o destaque que
deve ser dado ao reconhecimento da diversidade
em vários níveis. Isso é muito relevante, uma vez
que o Brasil está entre as 12 nações detentoras de
70% da biodiversidade do planeta (IBGE, 2004).
CONCLUSÃO
A praia da Telergipe apresentou 12.982 indivíduos
distribuídos em 30 taxons com índices de
diversidade médios. Predominaram os Mollusca,
com dominância do gênero Donax seguido pelos
Crustacea e Polychaeta. A riqueza e diversidade
foram crescentes em direção ao infralitoral. O
entendimento da dinâmica praial exigiria um
acompanhamento mais sistemático tanto das
informações bióticas como abióticas. Entretanto,
as informações obtidas contribuíram para o
entendimento do comportamento de verão da fauna
que habita esta região.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
McLachlan, A. 1990. The macrobenthic
communities. In BROWN, A. C. &
McLACHLAN, A. Ecology of sandy shores.
Elsevier, Amsterdam, 121-143 p.
Snelgrove, P.V.R.; Butman, C.A. 1994. Animalsediment
relationships revisited: cause versus
effect. Oceanogr. Mar. Biol. A. ver., 32: 111-177.
Short, A.D. 1993. Beaches of the New South Wales
coast- a guide to their nature, characteristics,
surf and safety. Sidney: Australian Beach S
SERGIPE
C.R.P. Guimarães; I.C. Lemos Jr.; D.L.S. Mariano; C.F. Santos & A.R. Menezes.
Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Biologia, Núcleo de Ecossistemas Costeiros.Campus
Universitário Prof. José Aloísio de Campos, Bairro Rosa Elze, 49.100-000 São Cristóvão/SE.
INTRODUÇÃO
As praias arenosas oceânicas apresentam-se como
sistemas dinâmicos, de transição entre o continente
e o oceano, constantemente retrabalhados por
processos eólicos, biológicos e hidráulicos que
alteram a sua morfologia. Diversas definições são
utilizadas para descrever o ecossistema praial e,
neste trabalho, praias foram definidas como
depósitos de sedimentos arenosos inconsolidados
sobre a zona costeira, dominado primariamente por
ondas e limitado na terra, pelos níveis máximos de
ação de ondas de tempestade e no mar, pela região
onde cessa a ocorrência de transporte efetivo de
sedimento de fundo por ondas (Short, 1993).
Em Sergipe, a região costeira tem 168Km de
extensão e apresenta a paisagem dominante
esculpida na Bacia Sedimentar Sergipe/Alagoas,
unidade geológica recoberta pelos sedimentos
terciários do grupo Barreiras e pelos sedimentos
quaternários de origem marinha, fluvial e eólica
que formam a planície litorânea. Suas praias
arenosas são expostas ao mar aberto e estão
divididas em 4 setores determinados pela
desembocadura dos rios que cortam o estado. Com
exceção do litoral norte de Sergipe que delimita a
reserva de Santa Isabel, nas demais praias se
desenvolvem atividades turísticas, comerciais e
industriais. Justifica-se então o monitoramento
dessas regiões para o estabelecimento de políticas
de uso e gerenciamento.
Não se preserva aquilo que não se conhece. É
urgente, então, a necessidade de inventários e
trabalhos ecológicos para saber quem são as
comunidades animais que se encontram nestes
ambientes e como elas reagem aos parâmetros
ambientais que condicionam a dinâmica costeira.
OBJETIVO
·Determinar a composição da macrofauna bêntica
de praias arenosas de Sergipe;
Caracterizar os padrões de distribuição espaciais
desta fauna;
MATERIAL E MÉTODOS
Telergipe, é uma praia urbana localizada entre a
desembocadura dos rios Sergipe e Vaza-Barris
(11°02’27'’S e 37°05’07'’W) e foi amostrada em fev./
2006. As amostragens foram realizadas durante a
baixa mar de sizígia, desde um ponto fixo no
supralitoral até a profundidade de 1m da coluna
d’água no infralitoral. As estações do médiolitoral
foram determinadas com distância fixa de 10m
entre as estações e as do infralitoral pela
profundidade da coluna d’água (10, 50 e 100cm).
Em cada estação foi coletado sedimento com um
cilíndro de PVC de 5cm de diâmetro enterrado a
10cm de profundidade para a determinação da
granulometria e dos teores de matéria orgânica e
carbonato de cálcio. Os parâmetros biológicos foram
coletados em triplicata em cada uma das estações
com um cilindro de PVC de 25cm de diâmetro
enterrado a 30cm de profundidade. Ainda em
campo, o material biológico coletado foi lavado e
colocado em sacos plásticos contendo formol 10%
e rosa-de-bengala. Em laboratório as amostras
biológicas foram lavadas em peneiras de 500
micras, depositadas em frascos contendo álcool 70%
e posteriormente triadas sob microscópio
estereoscópico e identificados conforme os
procedimentos taxonômicos usuais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram determinados 30 táxons e um total de 12.982
espécimens na macrofauna bêntica. O grupo
dominante foi Mollusca com 78,6% da fauna,
seguido pelos Crustacea com 16,7% e os Polychaeta
com 2,5%. O somatório dos demais grupos atingiu
2,2% da fauna. McLachlan (1990) relata serem os
crustáceos os organismos mais capazes de colonizar
as praias reflectivas, dinâmicas, de granulometria
grosseira, enquanto que os moluscos têm menor
Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil,
23 a 28 de Setembro de 2007, Caxambu - MG 2
sucesso nestes
2
sucesso nestes ambientes e os poliquetos são os
menos capazes de ocupá-los. Os Mollusca
caracterizam a praia como intermediária. O gênero
responsável pela dominância dos Mollusca foi
Donax representado por juvenis de D. gemulla e
D. variabilis. Houve aumento crescente no número
de táxons do médiolitoral superior ao infralitoral.
No médiolitoral superior a riqueza variou entre 1
e 4 táxons/estação, no médiolitoral médio entre 4
e 5, no médiolitoral inferior entre 6 e 9 e no
infralitoral entre 12 e 19. Foram encontrados 17
táxons no médiolitoral e 23 no infralitoral; dez
táxons foram comuns aos ambientes, 7 foram
encontrados apenas no médiolitoral e 13 apenas
no infralitoral. Dentre os Crustacea os Peracarida
(Amphipoda) foram dominantes e dentre os
Polychaeta destacou-se Pisionidens indica.
A diversidade, que mede o grau de complexidade
da estrutura da comunidade, de maneira geral, foi
crescente em direção ao infralitoral. Foram
encontrados valores baixos na maioria das estações
do médiolitoral superior (<1bits/ind) e em níveis
intermediários nas demais regiões (<3bits/ind e
>1bits/ind). Entretanto, a análise geral do
médiolitoral mostrou uma diversidade maior
(1,98bits/ind.) que a encontrada no infralitoral
(1,75bits/ind.). A dominância foi alta para a praia,
neste período de verão.
A análise de agrupamento, para dados de presença/
ausência (coef = 0,80) permitiu a formação de 3
grupos. O grupamento 1, envolvendo o médiolitoral
superior; o grupamento 2, envolvendo o
médiolitoral médio e inferior além da 1ª estação do
infralitoral e o grupamento 3 envolvendo as 2
outras estações do infralitoral.
Os sedimentos apresentaram constituição
tipicamente quartzosa. A granulometria variou de
areias muito finas a finas e os teores de matéria
orgânica e carbonato de cálcio foram baixos (ambos
<1%), indicando um aporte de MO para as praias
relativamente pobre se comparados com os obtidos
no interior de estuários e regiões de plataforma
continental. Snelgrove e Butman (1994), analisando
a relação animal-sedimento, afirmam que não
existem evidências diretas de que o tamanho do
grão do sedimento seja, por si só, um bom descritor
da macrofauna bêntica. A análise destes
componentes do sedimento pelas estações não
evidenciou relação com a distribuição da fauna,
sugerindo que outros parâmetros devam ser
investigados.
Em termos nacionais, é prioritário o destaque que
deve ser dado ao reconhecimento da diversidade
em vários níveis. Isso é muito relevante, uma vez
que o Brasil está entre as 12 nações detentoras de
70% da biodiversidade do planeta (IBGE, 2004).
CONCLUSÃO
A praia da Telergipe apresentou 12.982 indivíduos
distribuídos em 30 taxons com índices de
diversidade médios. Predominaram os Mollusca,
com dominância do gênero Donax seguido pelos
Crustacea e Polychaeta. A riqueza e diversidade
foram crescentes em direção ao infralitoral. O
entendimento da dinâmica praial exigiria um
acompanhamento mais sistemático tanto das
informações bióticas como abióticas. Entretanto,
as informações obtidas contribuíram para o
entendimento do comportamento de verão da fauna
que habita esta região.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
McLachlan, A. 1990. The macrobenthic
communities. In BROWN, A. C. &
McLACHLAN, A. Ecology of sandy shores.
Elsevier, Amsterdam, 121-143 p.
Snelgrove, P.V.R.; Butman, C.A. 1994. Animalsediment
relationships revisited: cause versus
effect. Oceanogr. Mar. Biol. A. ver., 32: 111-177.
Short, A.D. 1993. Beaches of the New South Wales
coast- a guide to their nature, characteristics,
surf and safety. Sidney: Australian Beach S
Sobre o Guigó de Sergipe
O primta ou macaco guig6-de-sergipe para a ciência - guigó-de-coimbra,Callicebuscoimbrai,cuja ocorrência acontece em algumas poucas áreas de fragmentos da floresta atlântica do Estado de Sergipe e norte da Bahia. Ameaçado trata-se de uma espécie estremamente ameaçada de
extinção, e considerada uma das dez espécies que consta da lista vermelha do IBAMA ENTRE AS MAIS AMEAÇADAS de extinção do planeta.
A proteção da Mata Atlântica de Sergipe, ajudará a reverter o processo de ameaça na qual a espécie se encontra. A necessidade urgente de interfervensão com garantias ambientais das poucas comunidades existentes no Estado de Sergipe, depende da mobilização dos vários setores da sociedade que devem ser convocados e mobilizados para o envolvimento na luta pela proteção e preservação da espécie e de suas áreas de ocorrência. É preciso envolver as comunidades das áreas adjacentes das matas, lideranças comunitárias,políticas, embinetalistas e cientistas e estudantes do Estado, para a implantação de uma ampla divulgação e informação
sobre a existencia da espécie no solo sergipano, bem como será necessário um projeto de proteção da Mata Atlântica, em Sergipe, habit escolhido pelo animal. será també, necessário formar um amplo leque de em´prarios comprometidos com a preservação das áreas particulares onde a acontece a existencia do guigó.
extinção, e considerada uma das dez espécies que consta da lista vermelha do IBAMA ENTRE AS MAIS AMEAÇADAS de extinção do planeta.
A proteção da Mata Atlântica de Sergipe, ajudará a reverter o processo de ameaça na qual a espécie se encontra. A necessidade urgente de interfervensão com garantias ambientais das poucas comunidades existentes no Estado de Sergipe, depende da mobilização dos vários setores da sociedade que devem ser convocados e mobilizados para o envolvimento na luta pela proteção e preservação da espécie e de suas áreas de ocorrência. É preciso envolver as comunidades das áreas adjacentes das matas, lideranças comunitárias,políticas, embinetalistas e cientistas e estudantes do Estado, para a implantação de uma ampla divulgação e informação
sobre a existencia da espécie no solo sergipano, bem como será necessário um projeto de proteção da Mata Atlântica, em Sergipe, habit escolhido pelo animal. será també, necessário formar um amplo leque de em´prarios comprometidos com a preservação das áreas particulares onde a acontece a existencia do guigó.
Lizaldo na COP 8
Guigó e Mata Atlântica em SE são temas de debate em conferência
A situação do macaco Guigó e da Mata Atlântica em Sergipe será debatida dentro da programação da 8ª Conferência das Partes da Convenção da Diversidade Biológica, (COP-8), realizada em Curitiba (PR), no período de 25 a 31 de março. O ambientalista e membro da Rede Nacional Mata Atlântica, Lizaldo Vieira, viajará para a capital paranaense dia 24, a fim de participar dos grupos temáticos da Rede de ONG's da Mata Atlântica. Ele apresentará a situação do macaco Guigó, prestes a entrar na lista entre as 10 espécies em extinção do mundo. Na oportunidade, será lançado o livro "Mata Atlântica - Uma Rede pela Floresta", que abordará a diversidade do bioma, variedade e pluralidade das populações que abrange os 17 estados onde a Mata Atlântica está presente, inclusive Sergipe. Conforme Lizaldo Vieira, o macaco Guigó foi descoberto recentemente, mas está prestes a entrar em extinção, por conta da devastação da Mata Atlântica, habitat natural do primata. Como forma de alertar as autoridades nacionais para o problema, o ambientalista levará o tema para a Conferência, a fim de que medidas efetivas sejam tomadas. "Nossa tarefa é representar Sergipe e chamar atenção das autoridades para que a Mata Atlântica não seja riscada do nosso mapa, como conseqüência, as espécies que dela tiram o sustento", afirmou.Há representações do macaco Guigó somente em pontos da foz do Rio São Francisco e em Indiaroba, além de uma região na Bahia. O biólogo Marcelo Cardoso de Souza vem estudando o macaco há seis anos, depois que em 1999 o Guigó foi descoberta por dois pesquisadores estrangeiros, mas pouco se sabe sobre os costumes do macaco. "Se não fizermos nada, estaremos colocando em risco tanto a Mata Atlântica como a população do macaco no Estado", completou.Habitat natural devastado - O Ibama lançou esse mês um projeto em defesa do macaco, porém o habitat natural, a Mata Atlântica, ainda vem sendo devastada. Em uma área estadual de 22.050,40 km², apenas 5.750 km² são cobertos por ecossistemas de Mata Atlântica, compreendendo uma faixa litorânea de 40 km² (litoral/ interior), desde a foz do São Francisco até a região de Mangue Seco, na Bahia. As principais representações da Mata Atlântica estão presentes na Mata do Junco (município de Capela) e Mata do Crasto (município de Santa Luzia do Itanhi), embora, remanescentes da mata possam ser encontradas em Pirambu, Itabaiana, Estância, Itaporanga e Pacatuba.Mesmo com a presença de reminiscência da mata, os locais mais representativos do Estado não possuem proteção e vêm sendo constantemente degradados através da retirada de lenha para serem utilizadas nas padarias, especulações imobiliárias, assentamentos rurais, despejos de dejetos nos rios e desmatamento para dar lugar à pastagem. "Estamos chegando numa situação preocupante, num estado primitivo. Infelizmente o controle é muito difícil, mas existem saídas, a exemplo de criação de unidades de preservação permanente", destacou Lizaldo Vieira, coordenador geral do Movimento Popular Ecológico de Sergipe e membro da coordenação Nacional da Rede Mata Atlântica.Ele destacou que no litoral Norte a principal causa de devastação das áreas remanescentes da Mata Atlântica é por conta da criação de gado. Já no litoral Sul, a especulação imobiliária é apontada como o principal agente devastador. Lizaldo Vieira observou ainda que o manguezal é o principal ecossistema integrante da Mata Atlântica no Estado, por conseguinte, é o que mais sofre com a ação do homem, principalmente na Grande Aracaju. "A Mata do Junco, em Capela, está inserida numa região de conflito que fica difícil preservar. Existe lá um acampamento do Movimento Sem-Terra. Em Aracaju o problema é imobiliário, como no litoral Sul", destacou.
A situação do macaco Guigó e da Mata Atlântica em Sergipe será debatida dentro da programação da 8ª Conferência das Partes da Convenção da Diversidade Biológica, (COP-8), realizada em Curitiba (PR), no período de 25 a 31 de março. O ambientalista e membro da Rede Nacional Mata Atlântica, Lizaldo Vieira, viajará para a capital paranaense dia 24, a fim de participar dos grupos temáticos da Rede de ONG's da Mata Atlântica. Ele apresentará a situação do macaco Guigó, prestes a entrar na lista entre as 10 espécies em extinção do mundo. Na oportunidade, será lançado o livro "Mata Atlântica - Uma Rede pela Floresta", que abordará a diversidade do bioma, variedade e pluralidade das populações que abrange os 17 estados onde a Mata Atlântica está presente, inclusive Sergipe. Conforme Lizaldo Vieira, o macaco Guigó foi descoberto recentemente, mas está prestes a entrar em extinção, por conta da devastação da Mata Atlântica, habitat natural do primata. Como forma de alertar as autoridades nacionais para o problema, o ambientalista levará o tema para a Conferência, a fim de que medidas efetivas sejam tomadas. "Nossa tarefa é representar Sergipe e chamar atenção das autoridades para que a Mata Atlântica não seja riscada do nosso mapa, como conseqüência, as espécies que dela tiram o sustento", afirmou.Há representações do macaco Guigó somente em pontos da foz do Rio São Francisco e em Indiaroba, além de uma região na Bahia. O biólogo Marcelo Cardoso de Souza vem estudando o macaco há seis anos, depois que em 1999 o Guigó foi descoberta por dois pesquisadores estrangeiros, mas pouco se sabe sobre os costumes do macaco. "Se não fizermos nada, estaremos colocando em risco tanto a Mata Atlântica como a população do macaco no Estado", completou.Habitat natural devastado - O Ibama lançou esse mês um projeto em defesa do macaco, porém o habitat natural, a Mata Atlântica, ainda vem sendo devastada. Em uma área estadual de 22.050,40 km², apenas 5.750 km² são cobertos por ecossistemas de Mata Atlântica, compreendendo uma faixa litorânea de 40 km² (litoral/ interior), desde a foz do São Francisco até a região de Mangue Seco, na Bahia. As principais representações da Mata Atlântica estão presentes na Mata do Junco (município de Capela) e Mata do Crasto (município de Santa Luzia do Itanhi), embora, remanescentes da mata possam ser encontradas em Pirambu, Itabaiana, Estância, Itaporanga e Pacatuba.Mesmo com a presença de reminiscência da mata, os locais mais representativos do Estado não possuem proteção e vêm sendo constantemente degradados através da retirada de lenha para serem utilizadas nas padarias, especulações imobiliárias, assentamentos rurais, despejos de dejetos nos rios e desmatamento para dar lugar à pastagem. "Estamos chegando numa situação preocupante, num estado primitivo. Infelizmente o controle é muito difícil, mas existem saídas, a exemplo de criação de unidades de preservação permanente", destacou Lizaldo Vieira, coordenador geral do Movimento Popular Ecológico de Sergipe e membro da coordenação Nacional da Rede Mata Atlântica.Ele destacou que no litoral Norte a principal causa de devastação das áreas remanescentes da Mata Atlântica é por conta da criação de gado. Já no litoral Sul, a especulação imobiliária é apontada como o principal agente devastador. Lizaldo Vieira observou ainda que o manguezal é o principal ecossistema integrante da Mata Atlântica no Estado, por conseguinte, é o que mais sofre com a ação do homem, principalmente na Grande Aracaju. "A Mata do Junco, em Capela, está inserida numa região de conflito que fica difícil preservar. Existe lá um acampamento do Movimento Sem-Terra. Em Aracaju o problema é imobiliário, como no litoral Sul", destacou.
sexta-feira, 13 de março de 2009
Gestão ambiental
GESTÃO AMBIENTAL
ApresentaçãoO preparo do gestor da área ambiental para lidar com as novas temáticas e tecnologias em Gestão Ambiental, desenvolvida com a intenção de formar profissionais qualificados e capaesz de adaptar-se as novas situações, compreendendo e propondo soluções para os problemas ambientais. Assim, acessar a concepção das novas demandas ecos sociais em Gestão Ambiental está assentada no princípio de que a formação de recursos humanos com estas características, somente se faz através de um modelo pedagógico que oportunize ao profissional atuar na gestão ambiental de instituições públicas e privadas.
ObjetivosFormar profissionais com competência para desenvolver atividades de:• Análise Ambiental; • Saneamento Ambiental;• Monitoramento Ambiental;• Planejamento Ambiental;Formar profissionais com compromisso social, valores éticos de disciplina, respeito, liberdade e seriedade, sintonizados com o mundo do trabalho.
Perfil do egresso O perfil do egresso do curso preconiza um profissional qualificado, crítico, criativo, com habilidades em relações humanas, e com capacidade de adaptação a novas situações. Um profissional habilitado a compreender, tomar decisões e propor soluções sobre os problemas ambientais.
Corpo docenteO corpo docente do curso é composto por profissionais altamente qualificados (especialistas, mestres e doutores), que atuam em diferentes âmbitos do ensino, pesquisa e extensão, participando de projetos sociais e culturais voltados para desenvolvimento sustentável, conservação e preservação ambiental, assim como em projetos e consultorias na área de meio ambiente.
Campos e Modo de Atuação
O profissional formado em Gestão Ambiental está capacitado a atuar nos diversos espaços em que sejam necessárias ações ambientais, tanto em instituições públicas quanto em empresas privadas e no terceiro setor. Suas atividades incluem, por exemplo, a concepção de projetos de sustentabilidade social, ambiental e econômica, a implementação de pesquisas para gerar outras formas de manejo ambiental, a execução de ações interdisciplinares e o gerenciamento de serviços de bem-estar social, bem como a avaliação de projetos voltados às questões sócio-ambientais da atualidade.
ApresentaçãoO preparo do gestor da área ambiental para lidar com as novas temáticas e tecnologias em Gestão Ambiental, desenvolvida com a intenção de formar profissionais qualificados e capaesz de adaptar-se as novas situações, compreendendo e propondo soluções para os problemas ambientais. Assim, acessar a concepção das novas demandas ecos sociais em Gestão Ambiental está assentada no princípio de que a formação de recursos humanos com estas características, somente se faz através de um modelo pedagógico que oportunize ao profissional atuar na gestão ambiental de instituições públicas e privadas.
ObjetivosFormar profissionais com competência para desenvolver atividades de:• Análise Ambiental; • Saneamento Ambiental;• Monitoramento Ambiental;• Planejamento Ambiental;Formar profissionais com compromisso social, valores éticos de disciplina, respeito, liberdade e seriedade, sintonizados com o mundo do trabalho.
Perfil do egresso O perfil do egresso do curso preconiza um profissional qualificado, crítico, criativo, com habilidades em relações humanas, e com capacidade de adaptação a novas situações. Um profissional habilitado a compreender, tomar decisões e propor soluções sobre os problemas ambientais.
Corpo docenteO corpo docente do curso é composto por profissionais altamente qualificados (especialistas, mestres e doutores), que atuam em diferentes âmbitos do ensino, pesquisa e extensão, participando de projetos sociais e culturais voltados para desenvolvimento sustentável, conservação e preservação ambiental, assim como em projetos e consultorias na área de meio ambiente.
Campos e Modo de Atuação
O profissional formado em Gestão Ambiental está capacitado a atuar nos diversos espaços em que sejam necessárias ações ambientais, tanto em instituições públicas quanto em empresas privadas e no terceiro setor. Suas atividades incluem, por exemplo, a concepção de projetos de sustentabilidade social, ambiental e econômica, a implementação de pesquisas para gerar outras formas de manejo ambiental, a execução de ações interdisciplinares e o gerenciamento de serviços de bem-estar social, bem como a avaliação de projetos voltados às questões sócio-ambientais da atualidade.
quinta-feira, 12 de março de 2009
projeto ambiental
IDENTIFICAÇÃO
Nome: “Projeto Meio Ambiente e Qualidade de Vida “
Autor: Lizaldo Vieira
Linha Temática: Educação Ambiental no Contexto Atua.
Qualidade de Vida dos Recursos Naturais; Meio Ambiente; o Lzaer;A Saúde; A Cidadania.OLocal de execução:
Comunidades locais de Sergipe e áreas de influência (Bairros do Município de Aracaju
Duração 12 mezes
Projeto – Meio Ambiente e Qualidade de Vida
(1ª Fase): 12 mesesPúblico-alvo: alunos, professores e comunidades locais do território sergipano afetadas sócio-ambientalmente problemas seus amigos e parentes.2. APRESENTAÇÃOO projeto + VIDA COM MAIS QUALIDADE DE VIDA” pretende fundamentalmente despertar nas pessoas um sentimento de responsabilidade universal, uma noção ampla sobre bem comum que o mundo moderno demonstra conhecer muito pouco. A participação nas diversas atividades do projeto irá auxiliar os envolvidos a desenvolverem capacidade suficiente para cumprirem seu papel de cidadania na sociedade e identificarem-se como peça-chave na busca por um equilíbrio ecológico compatível com a presença da espécie humana na Terra. Assim, todos terão a oportunidade de adquirirem uma boa qualidade de vida.A mudança de pensamento e, conseqüentemente, de atitudes dependem não só do conhecimento adquirido, mas da habilidade e da vontade para colocar este conhecimento em prática. Nesse sentido devem ser desenvolvidas atividades que irão trabalhar muito com a sensibilidade e com a emoção que há muito são utilizadas para estimular a curiosidade e o interesse pelo aprendizado e valorização do conhecimento e saberes locais. A partir desta receptividade aguçada, a transmissão das informações e conceitos teóricos será facilitada.Por se tratar de um assunto amplo, complexo e que repercute em grandes discussões, projetos na área de Meio Ambiente precisam ser planejados e executados de forma muito peculiar, com ações direcionadas e adequadas ao público-alvo, de forma que os resultados alcançados sejam promissores e significativos. Diante isso, a utilização de recursos acessíveis e linguagem de fácil entendimento somados à técnicas de contextualização e interdisciplinaridade são estratégias exclusivas que o projeto “ VIDA”LOCAL vem a apresentar. Além disso, o enfoque que será dado à questão da melhoria da qualidade de vida de cada indivíduo usando uma estratégia eficiente para cativar o público-alvo, que caracteristicamente preza por uma vida natural, porem correndo riscos graves.Esta é uma iniciativa que requer urgência nas ações e união de esforços para evitar que as condições do meio ambiente ultrapassem os limites sustentáveis – o que já está sendo constatado e anunciado. Entretanto, é um projeto inovador que poderá ser adaptado e executado em outras localidades alem fronteiras e em outros tipos de localidades onde os conceitos sobre meio ambiente geralmente não são incorporados às atividades rotineiras, mas que deveriam ser.Resumo:O projeto “+ Vida No Loca” é um projeto de Educação Ambiental que visa o envolvimento e engajamento de um número cada vez maior de pessoas na luta pela preservação da vida como um todo. Serão realizadas atividades de sensibilização, informação e mobilização. Inicialmente, o projeto irá atingir as comunidades mais vulneráveis do ponto de vista sócio-ambiental, direta ou indiretamente, dependendo do seu grau de participação nas atividades desenvolvidas que compreendem palestras, dinâmicas de grupo, gincanas,passeios ecológicos, apresentação de vídeos e peça teatral além de ações de campo e com reuniões com professores e alunos, distribuição de cartazes, cartilhas e revistas,limpeza de areais afetadas, plantio de mudas e troca de experiências pessoais. Foram estabelecidas 12 metas a serem cumpridas durante os primeiros 12 meses de execução do projeto (Fase 1). Cada meta alcançada será um indicador de avaliação geral do projeto e dos resultados obtidos, onde serão identificados parâmetros quantitativos e qualitativos. A partir dos resultados obtidos durante esta primeira fase de execução do projeto “+ Vida”, dar-se-á prosseguimento para o planejamento e execução da
Fase 2 que consistirá basicamente no mesmo projeto com alguns aprimoramentos e alterações caso necessário.OBJETIVOSObjetivo/GeralIntegrar a Educação Ambiental no cotidiano da comunidade contribuindo para a consolidação de uma consciência ecológica a todos que a habitam a localidade, incentivando-os e capacitando-os a adotarem posturas ambientais adequadas que promovam a melhoria da qualidade de vida das pessoas e das condições ambientais.3.1 Objetivos Específicos
Ampliar o repertório de conhecimentos básicos do público-alvo sobre meio ambiente;
Demonstrar a importância dos serviços ecológicos para o equilíbrio ambiental, inclusive e principalmente para a vida humana;
Apresentar os principais problemas ambientais que estão afetando o local, e estado, o Brasil e no mundo nos dias de hoje, dando enfoque especial para os problemas regionais e locais;
Enfatizar a necessidade de cada cidadão em contribuir e demonstrar o seu papel de cidadão na defesa e preservação dos recursos naturais;
Estimular a adoção de atitudes cotidianas adequadas para evitar a exploração excessiva e o desperdício dos recursos naturais como água e florestas;
Discutir e atentar o público-alvo sobre problemas ambientais da comunidade local;
Incentivar os educadores e educandos a serem propagadores de conhecimentos e de práticas sustentáveis em relação ao Meio Ambiente, em sua família, na escola e na comunidade;
Auxiliar na formação de cidadãos éticos e conscientes, responsáveis e atuantes no meio sócio-ambiental, levando-os a identificarem-se como agentes fundamentais de mudança para uma sociedade mais justa e sustentável.
JUSTIFICATIVAQuanto mais pessoas engajarem-se na defesa do ambiente, maior será a possibilidade de mudança do atual quadro de degradação ambiental. Atualmente, a falta de pessoas com este perfil é principalmente devido ao desconhecimento sobre as causas e efeitos de suas próprias ações e de como ou que fazer para contribuir.A busca de informações, conceitos e princípios sobre meio ambiente está, em geral, vinculada a pessoas que estudam ou trabalham na área ambiental ou que sofre as conseqüências deste.A profissão e modo de vida estão de alguma forma condicionados, como as populações tradicionais. Desta forma, não basta que a Educação Ambiental seja trabalhada apenas na escola e esquecendo do entorno,é preciso realizar eventos ecológicos e celebrativos no meio científico. É preciso que o acesso à informação seja mais abrangente, profundo e contínuo, pois cada indivíduo exerce influência significativa no rumo dos acontecimentos. Embora o local de execução do projeto seja potencialmente um espaço onde se encontram determinadas condições para adquirir qualidade de vida, estas condições não podem se limitar apenas a uma determinada área, um ponto da cidade. Além disso, qualidade de vida envolve muitos aspectos, não só condicionamento físico. De nada adianta a prática de esportes se esta não for acompanhada de uma alimentação saudável, por exemplo. É igualmente infrutífero freqüentar um espaço que proporciona momentos de lazer e saúde se, ao sair dali, os benefícios adquiridos forem malogrados por poluição, doenças, má qualidade ou falta de água e de alimentos, estresse e outros problemas oriundos da degradação do meio ambiente e das dificuldades enfrentadas pela sociedade.Diante destas considerações, o projeto “+ Vida” irá dedicar-se intensamente para contornar estas situações, uma vez que a divulgação de informações sobre como alcançar uma sadia qualidade de vida global – partindo do indivíduo – será uma constante nos espaços da academia.5. CARACTERÍSTICAS DO PROJETO5.1 CenárioEste projeto irá se desenvolver nas dependências e entorno de áreas esportivas e de lazer da comunidade que está localizada nas comunidades locais do Estado de SERGIPE. Trata-se de uma academia que oferece diferentes modalidades de treinamento esportivo, com aulas de musculação, hidroginástica, artes marciais, yôga, ginástica localizada e natação, dentre outras. Sua estrutura física conta com lanchonete, amplo estacionamento, sauna, piscinas térmicas, banheiros e áreas específicas para o desenvolvimento de cada atividade esportiva. A academia também mantém uma parceria com uma escola de mergulho que oferece cursos de diferentes níveis deste esporte.O espaço é considerado pelos administradores e equipe de professores como um verdadeiro “Centro de Qualidade de Vida”, pois proporciona a todos um ótimo ambiente físico, social, de saúde e bem estar. Além disso, há uma preocupação constante e crescente com a situação da comunidade, o mopec procura sempre manter seus serviços e estruturas operacionais adequadas, como a garantia de qualificação dos professores, equipamentos em ótimo estado e relações humanas harmônicas.O principal problema ambiental associado a este local é a inexistência de programas que estimulem a adoção de atitudes favoráveis à preservação do meio ambiente. Como exemplo, nota-se que considerável quantidade de resíduos é gerada nas dependências da academia. Existem coletores apropriados, mas estes só estão disponíveis na área da cantina e não há um acompanhamento do descarte ou incentivos pra uma separação eficaz. O desperdício de água também poderá ser minimizado.Público-alvo:A população que convive com freqüência no local e que tem características bastante variadas, inclusive em relação à sua faixa etária, que abrange todas as fases de vida de um indivíduo: bebês, crianças, adolescentes, adultos e terceira idade. São pessoas de diferentes classes sociais e que atuam em áreas profissionais diversas. O fato de freqüentar as áreas de riscos endêmicos ou prática atividades em constante contato com o meio ambiente afetado do ponto de vista ambiental, podendo caracterizar-se como o público-alvo num grupo de pessoas que procura finalidades muito diferentes, mas pode-se dizer que, para a maioria, a principal delas é a de obter uma vida mais saudável ambientalmente.Os beneficiários diretos do projeto serão todos dos alunos que freqüentam a escola, desde as crianças até os indivíduos da terceira idade. Os alunos da capoeira serão envolvidos de forma particular, pois além de participarem das atividades comuns a todos os alunos, estarão engajados em determinadas ações que fazem parte da execução de etapas posteriores associadas ao projeto.Serão beneficiadas indiretamente todas as pessoas que têm alguma relação com os alunos além de outras, que poderão ser incluídas no projeto ao longo de seu desenvolvimento, principalmente por iniciativas desenvolvidas pelo próprio público-alvo.5.3 MetodologiaO projeto irá dedicar muita atenção a um grupo restrito de pessoas e de uma maneira muito intensa. Isto por que, ao invés de procurar diversos pontos que seriam o alvo de diferentes ações e buscando atingir um grande número de pessoas em um curto espaço de tempo, o projeto terá início em um local específico (a academia Aquacenter Batel). Aos poucos, outros pontos do entorno serão atingidos – sempre tendo aquele ponto como referência – e irá abranger progressivamente mais e mais pessoas. A idéia central desta metodologia é o que acontece com as vibrações em um lago após um estímulo físico (fig.1).Antes do início da execução, propriamente dito, das atividades com o público-alvo, será feito um diagnóstico sócio-ambiental da academia como um todo, para verificar as rotinas, a estrutura física, os espaços disponíveis para as atividades e os valores percebidos e já incorporados por cada indivíduo. Para este diagnóstico serão utilizados dois recursos: observação in loco e aplicação de questionários. Um questionário será direcionado a uma amostra significativa do público-alvo para identificar o seu nível de conhecimento e interesse em relação a diferentes questões ambientais. Este questionário também irá abrir um espaço para sugestões de temas a serem abordados, onde as maiores demandas serão incorporadas nas atividades do projeto.Sendo o público-alvo escolhido para este projeto extremamente diverso, serão realizadas diferentes atividades, adequadas para lidar com cada público. Com as crianças, por exemplo, serão realizadas dinâmicas, brincadeiras e apresentação de teatro infantil. Já com os adultos, palestras interativas e educativas e leitura e interpretação de textos e cartazes são as principais atividades desenvolvidas. Outros exemplos de atividades do projeto são: debates, apresentação de vídeos, gincanas, leitura de revistas. Este projeto é colaborativo. Assim, outras atividades poderão ser desenvolvidas ao longo de sua execução, pois neste período, a equipe executora e o público-alvo irão trocar experiências, informações e idéias que potencialmente irão resultar em novas parcerias e subprojetos.O tipo de estabelecimento no qual este projeto será realizado faz com que o tempo e a atenção dos alunos, bem como os espaços disponíveis, sejam relativamente restritos para integrar atividades de Educação Ambiental da forma convencional. Muitos alunos e professores podem dispor de um tempo adicional para atividades não esportivas, mas outros podem ter motivos diversos que dificultem ou até impossibilitem esta participação. Para superar estes e outros desafios, foram desenvolvidas algumas estratégias de trabalho.Estratégia 1. Cada modalidade esportiva é realizada em uma determinada área dentro da academia e em cada uma delas as atividades de Educação Ambiental serão desenvolvidas de uma forma específica:
Área de Musculação
Para os alunos que praticam musculação, as aulas sempre consistem de 3 etapas fundamentais (em ordem variada): alongamento, exercícios aeróbicos e séries de repetições de exercícios com pesos. Durante o alongamento os alunos poderão ler as informações disponíveis em cartazes fixados nas paredes da sala, que estarão distribuídos também em outras dependências da academia. Durante os exercícios aeróbicos, os alunos poderão ora ler revistas, quando estiverem na bicicleta (apoiando a revista no colo ou no próprio aparelho), ora assistir televisão, se eles estiverem na esteira, stepper ou elíptico (nestes aparelhos é praticamente inviável ler devido à forma de sua utilização). Durante os exercícios de musculação propriamente ditos, nenhuma atividade de Educação Ambiental será realizada.Serão escolhidos durante cada mês, por meio de votação dos próprios alunos, professores e funcionários, 7 dias exclusivos para a realização de atividades de Educação Ambiental paralelas às atividades de musculação. Nesta área da academia e durante os dias escolhidos – que poderá ser um dia seguido do outro, ou seja, durante uma semana corrida – estarão disponíveis respectivamente para leitura e para visualização na televisão, somente artigos e programas que tratam sobre questões relacionadas ao meio ambiente.As revistas e os programas de televisão serão disponibilizados por parceiros na forma de doação ou empréstimo. Tanto revistas especializadas como revistas convencionais que têm sessões exclusivas para assuntos ambientais serão úteis para o projeto. O mesmo vale para programas de mídia. Serão úteis quaisquer revistas e programas datados a partir do ano 2000. Os artigos de revistas serão organizados em uma pasta com capa e índice, respectivamente para conservar o material e facilitar a leitura.
Área das piscinas
Esta área é muito úmida, portanto, nenhum material impresso será utilizado para as atividades do projeto. Entretanto, desenvolveram-se algumas estratégias para divulgar conceitos e informações sobre as questões ambientais. Assim como na área de musculação, estas atividades serão desenvolvidas em apenas 7 dias durante cada mês, também escolhidos pelos próprios alunos e professores. A seguir uma breve descrição destas estratégias:1. Nas aulas de natação serão dedicados 5 minutos de cada aula para uma reflexão sobre questões ambientais: O professor irá ler durante este tempo, textos e frases que tratam sobre meio ambiente e Educação Ambiental. Pode ser parte de uma notícia, um conto, uma frase sensibilizadora ou informações básicas em geral.2. Dinâmicas de sensibilização serão realizadas com as crianças dentro e fora da piscina.3. As aulas de hidroginástica são sempre acompanhadas de músicas. Nos dias determinados, as músicas utilizadas durante as aulas serão músicas que falam sobre meio ambiente ou valores humanos importantes de serem trabalhados para que as pessoas formem uma consciência ética. A letra e o significado das músicas serão disponibilizados na recepção para aqueles interessados. Posteriormente, a equipe executora entrará em contato com os alunos para que estes apresentem suas conclusões sobre as atividades que participaram.
Área das Artes Marciais
Nesta área não há problemas em fixar cartazes, porém, é uma área que tem pouco espaço físico. Desta forma, serão fixados por determinado período, no máximo dois cartazes educativos e uma reportagem ou artigo por vez.É nesta área que se encontra parte do público-alvo que será envolvido com um trabalho diferenciado: os alunos da capoeira. Porém, as atividades desenvolvidas nesta área também serão restritas devido ao fato de que antes e após as aulas desta modalidade esportiva são realizadas outras, como de Yôga e Karatê. Desta forma, o trabalho a ser desenvolvido com os alunos da capoeira será um projeto paralelo (Estratégia 4).
Áreas comuns
Compreendem os vestiários masculinos e femininos, a área da cantina, os corredores entre os diversos setores da academia, o hall de entrada, as salas de ginástica e de reunião e o estacionamento. As palestras e os debates serão realizados nas salas de reunião. Já a peça teatral será apresentada no estacionamento e a gincana irá se desenvolver em todas as áreas da academia em um dia determinado. As dinâmicas de sensibilização serão realizadas nas áreas comuns conforme a necessidade e a demanda. Por exemplo, a dinâmica para as crianças com enfoque do tema “Água” será desenvolvida na área das piscinas.Estratégia 2. As palestras, a peça teatral, as dinâmicas e os debates serão gratuitos, como forma de incentivar os alunos a participarem. Será sugerido que os alunos doem alimentos, roupas e/ou brinquedos para o projeto, que posteriormente serão distribuídos em um evento específico para instituições carentes. Esta parte social do projeto lhe dá um caráter de importância fundamental, pois coloca em pauta valores como solidariedade, respeito à diversidade e inclusão social.Estratégia 3. Todas as atividades serão baseadas nas principais necessidades apresentadas pelo público-alvo, identificadas no diagnóstico concebido na fase inicial de execução do projeto. Conforme as atividades forem se desenvolvendo, um diagnóstico semelhante será feito para avaliar a receptividade e aproveitamento do projeto, onde os envolvidos poderão expor suas críticas e sugestões.Uma vez que a população que freqüenta o local onde o projeto será desenvolvido preza por uma vida mais saudável, todas as “chamadas” para as atividades farão relação com a questão da saúde e da qualidade de vida das pessoas, estimulando-as a participarem para que elas possam alcançar esta qualidade de vida de uma forma cooperativa com seus semelhantes e de forma mais facilitada.Estratégia 4. Os alunos da capoeira serão envolvidos de uma forma diferente dos demais. As atividades desenvolvidas com este público-alvo serão extendidas para um período e local extra-academia. Isto por que a capoeira é uma manifestação cultural que apresenta características peculiares. Basicamente, o professor e os alunos fazem parte de um grupo, com identidade própria e que não se limita a apenas um local da cidade para as atividades, existindo uma rede de locais onde o grupo atua. Desta forma algumas ações de Educação Ambiental serão aplicadas às comunidades que este grupo atende de forma experimental. Entretanto, algumas ações serão contabilizadas como parte integrante deste projeto, mesmo se executadas fora das dependências da academia.Estratégia 5. O projeto “+ Vida” irá trabalhar muito com valores humanos e espirituais, além dos ambientais. Pessoas como Ghandi, Osho, Jung e Dalai Lama (dentre os mais conhecidos) deram contribuições muito importantes neste sentido e muitas de suas idéias serão transmitidas para o público-alvo com muito vigor durante a execução do projeto.Estratégia 6. Informar sobre as ameaças que o Planeta está sujeito é fundamental para alertar as pessoas do que pode vir a acontecer se não mudarmos urgentemente nosso modo de vida atual. Por outro lado, carregar a mente das pessoas somente e com muitas informações tristes sobre a destruição da Terra pode levá-las ao conformismo e, conseqüentemente, ao não agir. Desta forma procurar-se-á divulgar inúmeras notícias positivas, como a apresentação de casos de sucesso que resultaram em benefícios recíprocos para o homem e para a natureza por meio do estabelecimento de relações mais harmônicas.5.4 MetasA seguir estão descritas (não nesta ordem) as metas estabelecidas para um período de dez meses. Cada meta corresponde à medida essencial para cumprir com os objetivos propostos e para monitorar e avaliar as atividades desenvolvidas e mensurar os resultados obtidos.Meta 1 - Ministrar duas palestras para 20 pessoas, com duração de 30 minutos;Meta 2 - Apresentar uma peça teatral, com duração de cerca de 30 minutos para 20 crianças na faixa etária de 05 a 12 anos, enfocando a questão ambiental;Meta 3 - Promover uma gincana “esportivo-ambiental” para 20 alunos com idade a partir dos 05 anos.Meta 4 - Distribuir 12 cartazes (1 a cada 15 dias) informando sobre diversas questões ambientais como, por exemplo, a enorme variedade de organismos vivos existentes na Terra e sua importância particular no ecossistema global; a relação existente entre determinada atividade humana e toda a cadeia de recursos naturais necessários para que tal atividade possa ser realizada, etc.Meta 5 - Distribuir 50 cartilhas que explicam sobre as principais necessidades humanas indispensáveis para que cada pessoa tenha uma qualidade de vida confortável, informando também dados do Brasil e de outros países que demonstram que nem todo mundo tem as mesmas condições de vida e que, por isso, devemos dar valor ao que conquistamos.Meta 6 - Divulgar mensalmente: notícias, reportagens ou artigo (como, por exemplo, a apresentação de casos de sucesso de determinada solução ambiental) atualizados de 05 temas ambientais que estejam refletindo na diminuição ou melhoria da qualidade de vida das pessoas.Meta 7 - Promover 05 debates, cada um enfocando um tema ambiental (meta anterior) e contando com a presença de até 20 alunos, professores e/ou funcionários.Meta 8 - Realizar 06 dinâmicas de sensibilização, uma em cada mês, com 05 crianças, 05 jovens e 10 adultos (alunos, professores e funcionários).Meta 9 - Fixar cartazes em locais estratégicos indicando que atitudes devem ser tomadas em determinadas situações como, por exemplo: “Evite o desperdício de água”, nos banheiros; “Separe o lixo reciclável”, próximo de lixeiras e outros explicando os benefícios oriundos destas ações.Meta 10 - De acordo com datas comemorativas do calendário, especialmente as de cunho ecológico, fixar cartazes apresentando cada data e informações sobre elas. Difundir frases sensibilizadoras ao longo de cada mês;Meta 11 - Divulgar os principais resultados alcançados pelo projeto, tanto na própria academia como em meios externos (mídia), sendo uma forma de incentivo à participação contínua de todos os alunos;Meta 12 - Desenvolver um espaço de Educação Ambiental na página de Internet da academia, onde cada aluno poderá contribuir na sua construção. Informações básicas sobre as temáticas ambientais, divulgação de eventos externos relacionados à área ambiental e esportiva, troca de experiências entre alunos, professores e funcionários e referências (bibliográficas e da Internet) para aprofundamento dos temas são alguns dos itens que irão compor esta página.5.5 Recursos
Recursos Humanos
Para a execução das atividades do projeto serão necessários:- 1 Coordenador-geral- 1 responsável técnico- 2 auxiliares técnicos / voluntários- 1 palestrante
Recursos Materiais
A seguir estão listados todos os recursos materiais previstos para a execução do projeto, de acordo com a finalidade:1. Elaboração de cartazes: cartolina branca (50 unidades); cartolina colorida (50 unidades - cores variadas); lápis preto (10 unidades); régua (05 unidades); estilete (02 unidades); caneta hidrográfica colorida (05 conjuntos); tesoura (02 unidades); cola branca (05 unidades); estojo de lápis de cor colorido (05 unidades); fita-crepe (05 unidades); apontador de lápis (03 unidades); caixa com alfinetes/tachinhas (02 unidades); quadro de aviso (cortiça ou e.v.a) (05 unidades) 2. Palestras, Oficinas e outras atividades: papel branco tamanho A4 (2 pacotes de 500 unidades); caneta esferográfica azul (10 unidades); caneta esferográfica preta (10 unidades); caneta esferográfica vermelha (10 unidades); borracha branca (05 unidades); corretivo líquido (05 unidades); blocos de anotação 15 folhas (50 unidades); caderno pequeno 50 folhas (3 unidades); lousa verde (01 unidade); caixa de giz para lousa branco (01 unidade); caixa de giz para lousa colorido (01 unidade); prancheta (05 unidades); transparência manual (20 unidades); transparência para copiadora (30 unidades); caneta retro projetor preta (02 unidades); caneta retro projetor vermelha (02 unidades); caneta retro projetor azul (02 unidades); massa para modelar colorida (10 caixas); tinta pintura a dedo colorida (10 caixas); luvas descartáveis (01 caixa com 50 unidades).3. Outros recursos: revelação para fotos das atividades (120 unidades); disquete (10 unidades); CD-R (20 unidades); CD-RW (2 unidades); pasta com elástico de plástico (05 unidades); fichário (01 unidade); plásticos para fichário (50 unidades); etiqueta adesiva branca (30 unidades); grampeador (01 unidade); caixa de grampo para grampeador (01 unidade); caixa de clipes (01 unidade); cartucho para impressora preto (02 unidades); cartucho para impressora colorido (02 unidades); crachá (5 unidades); faixa de mensagem (03 unidades); barbante (2 unidades); estojo para lápis (2 unidades) ; sacos plásticos para lixo cor azul (05 pacotes com 50 unidades).5.6 OrçamentoCustos previstos para o primeiro período de execução do projeto (10 meses).Recursos Valor (R$)Humanos 4.300Materiais 1.600Total 5.9005.7 CronogramaAção Meses / Trimestre1º 2º 3º 4ºElaboração do Projeto Busca de Parceiros Planejamento das atividades junto aos parceiros Formação e capacitação da equipe executora Diagnóstico Sócio-Ambiental Meta 1 Meta 2 Meta 3 Meta 4 Meta 5 Meta 6 Meta 7 Meta 8 Meta 9 Meta 10 Meta 11 Meta 12 Avaliação do projeto 6. REFERENCIAL TEÓRICOEsta breve apresentação que segue irá oferecer ao leitor uma oportunidade de conhecer a teoria básica do projeto e ter acesso às principais informações que serão transmitidas. O referencial teórico é de extrema importância, pois é a partir dele que os resultados esperados poderão ser alcançados, uma vez que se trata de um projeto de Educação Ambiental. Porém, optou-se por descrevê-lo como último item deste documento para deixá-lo livre na escolha do momento mais oportuno para esta leitura.A degradação do meio ambiente é causada especialmente por comportamentos inconseqüentes, ingênuos ou negligentes das pessoas, refletindo em conseqüências também a elas mesmas, uma vez que tudo o que existe na sociedade humana foi produzido a partir de recursos naturais. Se acontecer de um ou outro recurso não estar mais disponível na natureza, muitas atividades humanas estarão comprometidas, inclusive oferecendo um risco ainda maior se tratar de um recurso vital, como a água.O artigo 225 da Constituição da República de 1988 declara bravamente: “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida”. Lamentavelmente este direito não está sendo respeitado. Primeiro por que as condições em que o meio ambiente se encontra atualmente não chegam nem próximo deste equilíbrio preconizado por esta Lei. Segundo, por que os recursos do meio não são acessíveis proporcionalmente a todo o “povo”, gerando também um desequilíbrio social.Para que este direito possa ser efetivamente conquistado deverá haver consenso geral de toda a população, inclusive e principalmente entre seus líderes e representantes, de que este equilíbrio ecológico é indispensável para a sadia qualidade de vida e não somente essencial. Esta consciência, porém, depende da conquista de outro direito, o da Educação para todos.Recentemente – mais precisamente no ano 2000 – a ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou na Declaração do Milênio os ODMs – Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, simpaticamente denominados “8 jeitos de mudar o mundo”. São metas a serem cumpridas por todos os países signatários até 2015 para promover a sobrevivência humana a longo prazo, ou seja, sua sustentabilidade. Dentre estas metas estão justamente a “Educação Básica de Qualidade para Todos” e o “Respeito ao Meio Ambiente”.Novamente a realidade entra em conflito com o que foi determinado. 7 anos se passaram e as ameaças à vida no planeta aparentemente estão aumentando. Ações concretas dos governos e da sociedade deveriam estar ocorrendo a todo vapor, com entusiasmo e otimismo. Mas poucas iniciativas têm surtido efeitos significativos. A velocidade e a intensidade das transformações causadas no ambiente pelo homem são quase que incontroláveis. É preciso um esforço conjunto e uma mudança radical nos padrões de vida da sociedade moderna, especialmente no consumo de bens materiais e na ideologia sobre qualidade de vida.O conceito sobre qualidade de vida é um tanto polêmico. Devido à existência destes padrões que foram sendo estabelecidos na sociedade ocidental, qualidade de vida pode ser definido como “um estado em que todas ou grande parte das necessidades humanas são alcançadas: saúde; alimentação; água; educação; moradia; segurança; saneamento básico; vestuário; transporte; trabalho; cultura; lazer”. Desconsiderando o modo de vida de inúmeras culturas, este conceito é bastante aceito. O erro está na maneira, ou seja, na qualidade e na quantidade em que estas necessidades são desejadas. Muitas pessoas lutam entre si não apenas pela sobrevivência natural de sua espécie, mas por outros ideais, notadamente poder, dinheiro, bens materiais, beleza e conforto excessivos. Assim, este modelo de sociedade está se auto-destruindo pois está acabando com a única fonte de recursos necessários à sua sobrevivência: o meio ambiente.Qualidade de vida, portanto, depende da qualidade do meio em que vivemos, seja ele natural – florestas, oceanos, campos etc. – ou “artificial”, ou seja, aquele criado pelo homem – as cidades. Existe quantidade suficiente de recursos para todos os homens, mas uns usufruem mais do que outros, deixando estes últimos com quase nada.Voltemos a falar sobre o direito mencionado no artigo 225 da Constituição. Assim como este, outros direitos não se compram ou são adquiridos, eles devem ser conquistados. O poder aquisitivo de alguns não os faz ter mais direito que outros. Mas, infelizmente, na sociedade humana, o dinheiro torna-os capazes de comprar mais recursos e satisfazer melhor as suas necessidades do que aqueles que têm pouco ou nenhum. Porém, estas pessoas devem ter em mente que um dia seu dinheiro não vai ser suficiente para comprar outro mundo para se viver.Ter direitos implica também em exercer deveres. Não se pode atribuir responsabilidades somente a outrem. Vivemos em sociedade e inseridos em um meio que, não fosse as habilidades que o homem conquistou durante sua evolução, estaríamos sujeito às suas leis mais elementares. Estamos conectados uns aos outros e a todos os componentes do ambiente de uma forma muito intensa. Não podemos esquecer disto. Tudo o que fazemos reflete no próximo e, algum dia, refletirá em nós mesmos. A recíproca também é verdadeira: tudo o que deixamos de fazer impede a mudança, pois nada melhora sozinho, todos devem contribuir.Não são somente os deveres estipulados por lei que devem ser cumpridos, mas também todos aqueles indispensáveis para que possamos viver em sociedade, os chamados princípios éticos. E quando se fala em ética, deve-se pensar principalmente em pessoas conscientes e responsáveis por seus atos, inclusive em relação às questões ambientais. Sem isso, é impossível criar uma sociedade justa, fraterna e ecologicamente equilibrada.O conhecimento é fundamental para formar cidadãos éticos. Muitas pessoas fazem errado por que não sabem qual é o certo a fazer. Conforme já citado, o acesso à informação é muito limitado. A mídia, principalmente a TV e os jornais impressos, oferecem algumas matérias e programas que tratam destas questões, mas a maioria das pessoas não se interessa muito e não dá a devida atenção às informações divulgadas. Por outro lado, algumas informações são apresentadas de forma distorcida, inadequada ou insuficiente, não permitindo que uma consciência individual e coletiva seja desenvolvida.Muitas pessoas até sabem dos problemas ambientais e se preocupam com o futuro, mas não fazem nada para contribuir efetivamente. Quando existem campanhas, por exemplo, elas até aderem às causas, mas depois de algum tempo esquecem. Provavelmente as campanhas não atingiram profundamente a consciência das pessoas, ou seja, talvez em algum ponto elas perceberam que deveriam contribuir, mas não sentiram a real necessidade de se engajarem para sempre nesta ou naquela questão, não se comoveram com o problema todo.A Educação Ambiental é um instrumento fundamental para a mudança de valores e práticas sociais. Ela é capaz de incorporar inúmeros conceitos de forma transdisciplinar, isto é, envolvendo todas as áreas do conhecimento. A Eco-pedagogia, como também pode ser chamada, permite transformar o ponto de vista das pessoas, auxiliando-as a desenvolverem uma melhor concepção sobre meio ambiente e levá-las a ajustarem suas relações com a natureza e com a sociedade, agindo de acordo com os pressupostos da ecologia e da cidadania.Assim como outras áreas da Educação, a Educação Ambiental deverá ser mais valorizada e praticada em todos os setores da sociedade. É com ela que iremos instituir a tão sonhada sustentabilidade.
Nome: “Projeto Meio Ambiente e Qualidade de Vida “
Autor: Lizaldo Vieira
Linha Temática: Educação Ambiental no Contexto Atua.
Qualidade de Vida dos Recursos Naturais; Meio Ambiente; o Lzaer;A Saúde; A Cidadania.OLocal de execução:
Comunidades locais de Sergipe e áreas de influência (Bairros do Município de Aracaju
Duração 12 mezes
Projeto – Meio Ambiente e Qualidade de Vida
(1ª Fase): 12 mesesPúblico-alvo: alunos, professores e comunidades locais do território sergipano afetadas sócio-ambientalmente problemas seus amigos e parentes.2. APRESENTAÇÃOO projeto + VIDA COM MAIS QUALIDADE DE VIDA” pretende fundamentalmente despertar nas pessoas um sentimento de responsabilidade universal, uma noção ampla sobre bem comum que o mundo moderno demonstra conhecer muito pouco. A participação nas diversas atividades do projeto irá auxiliar os envolvidos a desenvolverem capacidade suficiente para cumprirem seu papel de cidadania na sociedade e identificarem-se como peça-chave na busca por um equilíbrio ecológico compatível com a presença da espécie humana na Terra. Assim, todos terão a oportunidade de adquirirem uma boa qualidade de vida.A mudança de pensamento e, conseqüentemente, de atitudes dependem não só do conhecimento adquirido, mas da habilidade e da vontade para colocar este conhecimento em prática. Nesse sentido devem ser desenvolvidas atividades que irão trabalhar muito com a sensibilidade e com a emoção que há muito são utilizadas para estimular a curiosidade e o interesse pelo aprendizado e valorização do conhecimento e saberes locais. A partir desta receptividade aguçada, a transmissão das informações e conceitos teóricos será facilitada.Por se tratar de um assunto amplo, complexo e que repercute em grandes discussões, projetos na área de Meio Ambiente precisam ser planejados e executados de forma muito peculiar, com ações direcionadas e adequadas ao público-alvo, de forma que os resultados alcançados sejam promissores e significativos. Diante isso, a utilização de recursos acessíveis e linguagem de fácil entendimento somados à técnicas de contextualização e interdisciplinaridade são estratégias exclusivas que o projeto “ VIDA”LOCAL vem a apresentar. Além disso, o enfoque que será dado à questão da melhoria da qualidade de vida de cada indivíduo usando uma estratégia eficiente para cativar o público-alvo, que caracteristicamente preza por uma vida natural, porem correndo riscos graves.Esta é uma iniciativa que requer urgência nas ações e união de esforços para evitar que as condições do meio ambiente ultrapassem os limites sustentáveis – o que já está sendo constatado e anunciado. Entretanto, é um projeto inovador que poderá ser adaptado e executado em outras localidades alem fronteiras e em outros tipos de localidades onde os conceitos sobre meio ambiente geralmente não são incorporados às atividades rotineiras, mas que deveriam ser.Resumo:O projeto “+ Vida No Loca” é um projeto de Educação Ambiental que visa o envolvimento e engajamento de um número cada vez maior de pessoas na luta pela preservação da vida como um todo. Serão realizadas atividades de sensibilização, informação e mobilização. Inicialmente, o projeto irá atingir as comunidades mais vulneráveis do ponto de vista sócio-ambiental, direta ou indiretamente, dependendo do seu grau de participação nas atividades desenvolvidas que compreendem palestras, dinâmicas de grupo, gincanas,passeios ecológicos, apresentação de vídeos e peça teatral além de ações de campo e com reuniões com professores e alunos, distribuição de cartazes, cartilhas e revistas,limpeza de areais afetadas, plantio de mudas e troca de experiências pessoais. Foram estabelecidas 12 metas a serem cumpridas durante os primeiros 12 meses de execução do projeto (Fase 1). Cada meta alcançada será um indicador de avaliação geral do projeto e dos resultados obtidos, onde serão identificados parâmetros quantitativos e qualitativos. A partir dos resultados obtidos durante esta primeira fase de execução do projeto “+ Vida”, dar-se-á prosseguimento para o planejamento e execução da
Fase 2 que consistirá basicamente no mesmo projeto com alguns aprimoramentos e alterações caso necessário.OBJETIVOSObjetivo/GeralIntegrar a Educação Ambiental no cotidiano da comunidade contribuindo para a consolidação de uma consciência ecológica a todos que a habitam a localidade, incentivando-os e capacitando-os a adotarem posturas ambientais adequadas que promovam a melhoria da qualidade de vida das pessoas e das condições ambientais.3.1 Objetivos Específicos
Ampliar o repertório de conhecimentos básicos do público-alvo sobre meio ambiente;
Demonstrar a importância dos serviços ecológicos para o equilíbrio ambiental, inclusive e principalmente para a vida humana;
Apresentar os principais problemas ambientais que estão afetando o local, e estado, o Brasil e no mundo nos dias de hoje, dando enfoque especial para os problemas regionais e locais;
Enfatizar a necessidade de cada cidadão em contribuir e demonstrar o seu papel de cidadão na defesa e preservação dos recursos naturais;
Estimular a adoção de atitudes cotidianas adequadas para evitar a exploração excessiva e o desperdício dos recursos naturais como água e florestas;
Discutir e atentar o público-alvo sobre problemas ambientais da comunidade local;
Incentivar os educadores e educandos a serem propagadores de conhecimentos e de práticas sustentáveis em relação ao Meio Ambiente, em sua família, na escola e na comunidade;
Auxiliar na formação de cidadãos éticos e conscientes, responsáveis e atuantes no meio sócio-ambiental, levando-os a identificarem-se como agentes fundamentais de mudança para uma sociedade mais justa e sustentável.
JUSTIFICATIVAQuanto mais pessoas engajarem-se na defesa do ambiente, maior será a possibilidade de mudança do atual quadro de degradação ambiental. Atualmente, a falta de pessoas com este perfil é principalmente devido ao desconhecimento sobre as causas e efeitos de suas próprias ações e de como ou que fazer para contribuir.A busca de informações, conceitos e princípios sobre meio ambiente está, em geral, vinculada a pessoas que estudam ou trabalham na área ambiental ou que sofre as conseqüências deste.A profissão e modo de vida estão de alguma forma condicionados, como as populações tradicionais. Desta forma, não basta que a Educação Ambiental seja trabalhada apenas na escola e esquecendo do entorno,é preciso realizar eventos ecológicos e celebrativos no meio científico. É preciso que o acesso à informação seja mais abrangente, profundo e contínuo, pois cada indivíduo exerce influência significativa no rumo dos acontecimentos. Embora o local de execução do projeto seja potencialmente um espaço onde se encontram determinadas condições para adquirir qualidade de vida, estas condições não podem se limitar apenas a uma determinada área, um ponto da cidade. Além disso, qualidade de vida envolve muitos aspectos, não só condicionamento físico. De nada adianta a prática de esportes se esta não for acompanhada de uma alimentação saudável, por exemplo. É igualmente infrutífero freqüentar um espaço que proporciona momentos de lazer e saúde se, ao sair dali, os benefícios adquiridos forem malogrados por poluição, doenças, má qualidade ou falta de água e de alimentos, estresse e outros problemas oriundos da degradação do meio ambiente e das dificuldades enfrentadas pela sociedade.Diante destas considerações, o projeto “+ Vida” irá dedicar-se intensamente para contornar estas situações, uma vez que a divulgação de informações sobre como alcançar uma sadia qualidade de vida global – partindo do indivíduo – será uma constante nos espaços da academia.5. CARACTERÍSTICAS DO PROJETO5.1 CenárioEste projeto irá se desenvolver nas dependências e entorno de áreas esportivas e de lazer da comunidade que está localizada nas comunidades locais do Estado de SERGIPE. Trata-se de uma academia que oferece diferentes modalidades de treinamento esportivo, com aulas de musculação, hidroginástica, artes marciais, yôga, ginástica localizada e natação, dentre outras. Sua estrutura física conta com lanchonete, amplo estacionamento, sauna, piscinas térmicas, banheiros e áreas específicas para o desenvolvimento de cada atividade esportiva. A academia também mantém uma parceria com uma escola de mergulho que oferece cursos de diferentes níveis deste esporte.O espaço é considerado pelos administradores e equipe de professores como um verdadeiro “Centro de Qualidade de Vida”, pois proporciona a todos um ótimo ambiente físico, social, de saúde e bem estar. Além disso, há uma preocupação constante e crescente com a situação da comunidade, o mopec procura sempre manter seus serviços e estruturas operacionais adequadas, como a garantia de qualificação dos professores, equipamentos em ótimo estado e relações humanas harmônicas.O principal problema ambiental associado a este local é a inexistência de programas que estimulem a adoção de atitudes favoráveis à preservação do meio ambiente. Como exemplo, nota-se que considerável quantidade de resíduos é gerada nas dependências da academia. Existem coletores apropriados, mas estes só estão disponíveis na área da cantina e não há um acompanhamento do descarte ou incentivos pra uma separação eficaz. O desperdício de água também poderá ser minimizado.Público-alvo:A população que convive com freqüência no local e que tem características bastante variadas, inclusive em relação à sua faixa etária, que abrange todas as fases de vida de um indivíduo: bebês, crianças, adolescentes, adultos e terceira idade. São pessoas de diferentes classes sociais e que atuam em áreas profissionais diversas. O fato de freqüentar as áreas de riscos endêmicos ou prática atividades em constante contato com o meio ambiente afetado do ponto de vista ambiental, podendo caracterizar-se como o público-alvo num grupo de pessoas que procura finalidades muito diferentes, mas pode-se dizer que, para a maioria, a principal delas é a de obter uma vida mais saudável ambientalmente.Os beneficiários diretos do projeto serão todos dos alunos que freqüentam a escola, desde as crianças até os indivíduos da terceira idade. Os alunos da capoeira serão envolvidos de forma particular, pois além de participarem das atividades comuns a todos os alunos, estarão engajados em determinadas ações que fazem parte da execução de etapas posteriores associadas ao projeto.Serão beneficiadas indiretamente todas as pessoas que têm alguma relação com os alunos além de outras, que poderão ser incluídas no projeto ao longo de seu desenvolvimento, principalmente por iniciativas desenvolvidas pelo próprio público-alvo.5.3 MetodologiaO projeto irá dedicar muita atenção a um grupo restrito de pessoas e de uma maneira muito intensa. Isto por que, ao invés de procurar diversos pontos que seriam o alvo de diferentes ações e buscando atingir um grande número de pessoas em um curto espaço de tempo, o projeto terá início em um local específico (a academia Aquacenter Batel). Aos poucos, outros pontos do entorno serão atingidos – sempre tendo aquele ponto como referência – e irá abranger progressivamente mais e mais pessoas. A idéia central desta metodologia é o que acontece com as vibrações em um lago após um estímulo físico (fig.1).Antes do início da execução, propriamente dito, das atividades com o público-alvo, será feito um diagnóstico sócio-ambiental da academia como um todo, para verificar as rotinas, a estrutura física, os espaços disponíveis para as atividades e os valores percebidos e já incorporados por cada indivíduo. Para este diagnóstico serão utilizados dois recursos: observação in loco e aplicação de questionários. Um questionário será direcionado a uma amostra significativa do público-alvo para identificar o seu nível de conhecimento e interesse em relação a diferentes questões ambientais. Este questionário também irá abrir um espaço para sugestões de temas a serem abordados, onde as maiores demandas serão incorporadas nas atividades do projeto.Sendo o público-alvo escolhido para este projeto extremamente diverso, serão realizadas diferentes atividades, adequadas para lidar com cada público. Com as crianças, por exemplo, serão realizadas dinâmicas, brincadeiras e apresentação de teatro infantil. Já com os adultos, palestras interativas e educativas e leitura e interpretação de textos e cartazes são as principais atividades desenvolvidas. Outros exemplos de atividades do projeto são: debates, apresentação de vídeos, gincanas, leitura de revistas. Este projeto é colaborativo. Assim, outras atividades poderão ser desenvolvidas ao longo de sua execução, pois neste período, a equipe executora e o público-alvo irão trocar experiências, informações e idéias que potencialmente irão resultar em novas parcerias e subprojetos.O tipo de estabelecimento no qual este projeto será realizado faz com que o tempo e a atenção dos alunos, bem como os espaços disponíveis, sejam relativamente restritos para integrar atividades de Educação Ambiental da forma convencional. Muitos alunos e professores podem dispor de um tempo adicional para atividades não esportivas, mas outros podem ter motivos diversos que dificultem ou até impossibilitem esta participação. Para superar estes e outros desafios, foram desenvolvidas algumas estratégias de trabalho.Estratégia 1. Cada modalidade esportiva é realizada em uma determinada área dentro da academia e em cada uma delas as atividades de Educação Ambiental serão desenvolvidas de uma forma específica:
Área de Musculação
Para os alunos que praticam musculação, as aulas sempre consistem de 3 etapas fundamentais (em ordem variada): alongamento, exercícios aeróbicos e séries de repetições de exercícios com pesos. Durante o alongamento os alunos poderão ler as informações disponíveis em cartazes fixados nas paredes da sala, que estarão distribuídos também em outras dependências da academia. Durante os exercícios aeróbicos, os alunos poderão ora ler revistas, quando estiverem na bicicleta (apoiando a revista no colo ou no próprio aparelho), ora assistir televisão, se eles estiverem na esteira, stepper ou elíptico (nestes aparelhos é praticamente inviável ler devido à forma de sua utilização). Durante os exercícios de musculação propriamente ditos, nenhuma atividade de Educação Ambiental será realizada.Serão escolhidos durante cada mês, por meio de votação dos próprios alunos, professores e funcionários, 7 dias exclusivos para a realização de atividades de Educação Ambiental paralelas às atividades de musculação. Nesta área da academia e durante os dias escolhidos – que poderá ser um dia seguido do outro, ou seja, durante uma semana corrida – estarão disponíveis respectivamente para leitura e para visualização na televisão, somente artigos e programas que tratam sobre questões relacionadas ao meio ambiente.As revistas e os programas de televisão serão disponibilizados por parceiros na forma de doação ou empréstimo. Tanto revistas especializadas como revistas convencionais que têm sessões exclusivas para assuntos ambientais serão úteis para o projeto. O mesmo vale para programas de mídia. Serão úteis quaisquer revistas e programas datados a partir do ano 2000. Os artigos de revistas serão organizados em uma pasta com capa e índice, respectivamente para conservar o material e facilitar a leitura.
Área das piscinas
Esta área é muito úmida, portanto, nenhum material impresso será utilizado para as atividades do projeto. Entretanto, desenvolveram-se algumas estratégias para divulgar conceitos e informações sobre as questões ambientais. Assim como na área de musculação, estas atividades serão desenvolvidas em apenas 7 dias durante cada mês, também escolhidos pelos próprios alunos e professores. A seguir uma breve descrição destas estratégias:1. Nas aulas de natação serão dedicados 5 minutos de cada aula para uma reflexão sobre questões ambientais: O professor irá ler durante este tempo, textos e frases que tratam sobre meio ambiente e Educação Ambiental. Pode ser parte de uma notícia, um conto, uma frase sensibilizadora ou informações básicas em geral.2. Dinâmicas de sensibilização serão realizadas com as crianças dentro e fora da piscina.3. As aulas de hidroginástica são sempre acompanhadas de músicas. Nos dias determinados, as músicas utilizadas durante as aulas serão músicas que falam sobre meio ambiente ou valores humanos importantes de serem trabalhados para que as pessoas formem uma consciência ética. A letra e o significado das músicas serão disponibilizados na recepção para aqueles interessados. Posteriormente, a equipe executora entrará em contato com os alunos para que estes apresentem suas conclusões sobre as atividades que participaram.
Área das Artes Marciais
Nesta área não há problemas em fixar cartazes, porém, é uma área que tem pouco espaço físico. Desta forma, serão fixados por determinado período, no máximo dois cartazes educativos e uma reportagem ou artigo por vez.É nesta área que se encontra parte do público-alvo que será envolvido com um trabalho diferenciado: os alunos da capoeira. Porém, as atividades desenvolvidas nesta área também serão restritas devido ao fato de que antes e após as aulas desta modalidade esportiva são realizadas outras, como de Yôga e Karatê. Desta forma, o trabalho a ser desenvolvido com os alunos da capoeira será um projeto paralelo (Estratégia 4).
Áreas comuns
Compreendem os vestiários masculinos e femininos, a área da cantina, os corredores entre os diversos setores da academia, o hall de entrada, as salas de ginástica e de reunião e o estacionamento. As palestras e os debates serão realizados nas salas de reunião. Já a peça teatral será apresentada no estacionamento e a gincana irá se desenvolver em todas as áreas da academia em um dia determinado. As dinâmicas de sensibilização serão realizadas nas áreas comuns conforme a necessidade e a demanda. Por exemplo, a dinâmica para as crianças com enfoque do tema “Água” será desenvolvida na área das piscinas.Estratégia 2. As palestras, a peça teatral, as dinâmicas e os debates serão gratuitos, como forma de incentivar os alunos a participarem. Será sugerido que os alunos doem alimentos, roupas e/ou brinquedos para o projeto, que posteriormente serão distribuídos em um evento específico para instituições carentes. Esta parte social do projeto lhe dá um caráter de importância fundamental, pois coloca em pauta valores como solidariedade, respeito à diversidade e inclusão social.Estratégia 3. Todas as atividades serão baseadas nas principais necessidades apresentadas pelo público-alvo, identificadas no diagnóstico concebido na fase inicial de execução do projeto. Conforme as atividades forem se desenvolvendo, um diagnóstico semelhante será feito para avaliar a receptividade e aproveitamento do projeto, onde os envolvidos poderão expor suas críticas e sugestões.Uma vez que a população que freqüenta o local onde o projeto será desenvolvido preza por uma vida mais saudável, todas as “chamadas” para as atividades farão relação com a questão da saúde e da qualidade de vida das pessoas, estimulando-as a participarem para que elas possam alcançar esta qualidade de vida de uma forma cooperativa com seus semelhantes e de forma mais facilitada.Estratégia 4. Os alunos da capoeira serão envolvidos de uma forma diferente dos demais. As atividades desenvolvidas com este público-alvo serão extendidas para um período e local extra-academia. Isto por que a capoeira é uma manifestação cultural que apresenta características peculiares. Basicamente, o professor e os alunos fazem parte de um grupo, com identidade própria e que não se limita a apenas um local da cidade para as atividades, existindo uma rede de locais onde o grupo atua. Desta forma algumas ações de Educação Ambiental serão aplicadas às comunidades que este grupo atende de forma experimental. Entretanto, algumas ações serão contabilizadas como parte integrante deste projeto, mesmo se executadas fora das dependências da academia.Estratégia 5. O projeto “+ Vida” irá trabalhar muito com valores humanos e espirituais, além dos ambientais. Pessoas como Ghandi, Osho, Jung e Dalai Lama (dentre os mais conhecidos) deram contribuições muito importantes neste sentido e muitas de suas idéias serão transmitidas para o público-alvo com muito vigor durante a execução do projeto.Estratégia 6. Informar sobre as ameaças que o Planeta está sujeito é fundamental para alertar as pessoas do que pode vir a acontecer se não mudarmos urgentemente nosso modo de vida atual. Por outro lado, carregar a mente das pessoas somente e com muitas informações tristes sobre a destruição da Terra pode levá-las ao conformismo e, conseqüentemente, ao não agir. Desta forma procurar-se-á divulgar inúmeras notícias positivas, como a apresentação de casos de sucesso que resultaram em benefícios recíprocos para o homem e para a natureza por meio do estabelecimento de relações mais harmônicas.5.4 MetasA seguir estão descritas (não nesta ordem) as metas estabelecidas para um período de dez meses. Cada meta corresponde à medida essencial para cumprir com os objetivos propostos e para monitorar e avaliar as atividades desenvolvidas e mensurar os resultados obtidos.Meta 1 - Ministrar duas palestras para 20 pessoas, com duração de 30 minutos;Meta 2 - Apresentar uma peça teatral, com duração de cerca de 30 minutos para 20 crianças na faixa etária de 05 a 12 anos, enfocando a questão ambiental;Meta 3 - Promover uma gincana “esportivo-ambiental” para 20 alunos com idade a partir dos 05 anos.Meta 4 - Distribuir 12 cartazes (1 a cada 15 dias) informando sobre diversas questões ambientais como, por exemplo, a enorme variedade de organismos vivos existentes na Terra e sua importância particular no ecossistema global; a relação existente entre determinada atividade humana e toda a cadeia de recursos naturais necessários para que tal atividade possa ser realizada, etc.Meta 5 - Distribuir 50 cartilhas que explicam sobre as principais necessidades humanas indispensáveis para que cada pessoa tenha uma qualidade de vida confortável, informando também dados do Brasil e de outros países que demonstram que nem todo mundo tem as mesmas condições de vida e que, por isso, devemos dar valor ao que conquistamos.Meta 6 - Divulgar mensalmente: notícias, reportagens ou artigo (como, por exemplo, a apresentação de casos de sucesso de determinada solução ambiental) atualizados de 05 temas ambientais que estejam refletindo na diminuição ou melhoria da qualidade de vida das pessoas.Meta 7 - Promover 05 debates, cada um enfocando um tema ambiental (meta anterior) e contando com a presença de até 20 alunos, professores e/ou funcionários.Meta 8 - Realizar 06 dinâmicas de sensibilização, uma em cada mês, com 05 crianças, 05 jovens e 10 adultos (alunos, professores e funcionários).Meta 9 - Fixar cartazes em locais estratégicos indicando que atitudes devem ser tomadas em determinadas situações como, por exemplo: “Evite o desperdício de água”, nos banheiros; “Separe o lixo reciclável”, próximo de lixeiras e outros explicando os benefícios oriundos destas ações.Meta 10 - De acordo com datas comemorativas do calendário, especialmente as de cunho ecológico, fixar cartazes apresentando cada data e informações sobre elas. Difundir frases sensibilizadoras ao longo de cada mês;Meta 11 - Divulgar os principais resultados alcançados pelo projeto, tanto na própria academia como em meios externos (mídia), sendo uma forma de incentivo à participação contínua de todos os alunos;Meta 12 - Desenvolver um espaço de Educação Ambiental na página de Internet da academia, onde cada aluno poderá contribuir na sua construção. Informações básicas sobre as temáticas ambientais, divulgação de eventos externos relacionados à área ambiental e esportiva, troca de experiências entre alunos, professores e funcionários e referências (bibliográficas e da Internet) para aprofundamento dos temas são alguns dos itens que irão compor esta página.5.5 Recursos
Recursos Humanos
Para a execução das atividades do projeto serão necessários:- 1 Coordenador-geral- 1 responsável técnico- 2 auxiliares técnicos / voluntários- 1 palestrante
Recursos Materiais
A seguir estão listados todos os recursos materiais previstos para a execução do projeto, de acordo com a finalidade:1. Elaboração de cartazes: cartolina branca (50 unidades); cartolina colorida (50 unidades - cores variadas); lápis preto (10 unidades); régua (05 unidades); estilete (02 unidades); caneta hidrográfica colorida (05 conjuntos); tesoura (02 unidades); cola branca (05 unidades); estojo de lápis de cor colorido (05 unidades); fita-crepe (05 unidades); apontador de lápis (03 unidades); caixa com alfinetes/tachinhas (02 unidades); quadro de aviso (cortiça ou e.v.a) (05 unidades) 2. Palestras, Oficinas e outras atividades: papel branco tamanho A4 (2 pacotes de 500 unidades); caneta esferográfica azul (10 unidades); caneta esferográfica preta (10 unidades); caneta esferográfica vermelha (10 unidades); borracha branca (05 unidades); corretivo líquido (05 unidades); blocos de anotação 15 folhas (50 unidades); caderno pequeno 50 folhas (3 unidades); lousa verde (01 unidade); caixa de giz para lousa branco (01 unidade); caixa de giz para lousa colorido (01 unidade); prancheta (05 unidades); transparência manual (20 unidades); transparência para copiadora (30 unidades); caneta retro projetor preta (02 unidades); caneta retro projetor vermelha (02 unidades); caneta retro projetor azul (02 unidades); massa para modelar colorida (10 caixas); tinta pintura a dedo colorida (10 caixas); luvas descartáveis (01 caixa com 50 unidades).3. Outros recursos: revelação para fotos das atividades (120 unidades); disquete (10 unidades); CD-R (20 unidades); CD-RW (2 unidades); pasta com elástico de plástico (05 unidades); fichário (01 unidade); plásticos para fichário (50 unidades); etiqueta adesiva branca (30 unidades); grampeador (01 unidade); caixa de grampo para grampeador (01 unidade); caixa de clipes (01 unidade); cartucho para impressora preto (02 unidades); cartucho para impressora colorido (02 unidades); crachá (5 unidades); faixa de mensagem (03 unidades); barbante (2 unidades); estojo para lápis (2 unidades) ; sacos plásticos para lixo cor azul (05 pacotes com 50 unidades).5.6 OrçamentoCustos previstos para o primeiro período de execução do projeto (10 meses).Recursos Valor (R$)Humanos 4.300Materiais 1.600Total 5.9005.7 CronogramaAção Meses / Trimestre1º 2º 3º 4ºElaboração do Projeto Busca de Parceiros Planejamento das atividades junto aos parceiros Formação e capacitação da equipe executora Diagnóstico Sócio-Ambiental Meta 1 Meta 2 Meta 3 Meta 4 Meta 5 Meta 6 Meta 7 Meta 8 Meta 9 Meta 10 Meta 11 Meta 12 Avaliação do projeto 6. REFERENCIAL TEÓRICOEsta breve apresentação que segue irá oferecer ao leitor uma oportunidade de conhecer a teoria básica do projeto e ter acesso às principais informações que serão transmitidas. O referencial teórico é de extrema importância, pois é a partir dele que os resultados esperados poderão ser alcançados, uma vez que se trata de um projeto de Educação Ambiental. Porém, optou-se por descrevê-lo como último item deste documento para deixá-lo livre na escolha do momento mais oportuno para esta leitura.A degradação do meio ambiente é causada especialmente por comportamentos inconseqüentes, ingênuos ou negligentes das pessoas, refletindo em conseqüências também a elas mesmas, uma vez que tudo o que existe na sociedade humana foi produzido a partir de recursos naturais. Se acontecer de um ou outro recurso não estar mais disponível na natureza, muitas atividades humanas estarão comprometidas, inclusive oferecendo um risco ainda maior se tratar de um recurso vital, como a água.O artigo 225 da Constituição da República de 1988 declara bravamente: “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida”. Lamentavelmente este direito não está sendo respeitado. Primeiro por que as condições em que o meio ambiente se encontra atualmente não chegam nem próximo deste equilíbrio preconizado por esta Lei. Segundo, por que os recursos do meio não são acessíveis proporcionalmente a todo o “povo”, gerando também um desequilíbrio social.Para que este direito possa ser efetivamente conquistado deverá haver consenso geral de toda a população, inclusive e principalmente entre seus líderes e representantes, de que este equilíbrio ecológico é indispensável para a sadia qualidade de vida e não somente essencial. Esta consciência, porém, depende da conquista de outro direito, o da Educação para todos.Recentemente – mais precisamente no ano 2000 – a ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou na Declaração do Milênio os ODMs – Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, simpaticamente denominados “8 jeitos de mudar o mundo”. São metas a serem cumpridas por todos os países signatários até 2015 para promover a sobrevivência humana a longo prazo, ou seja, sua sustentabilidade. Dentre estas metas estão justamente a “Educação Básica de Qualidade para Todos” e o “Respeito ao Meio Ambiente”.Novamente a realidade entra em conflito com o que foi determinado. 7 anos se passaram e as ameaças à vida no planeta aparentemente estão aumentando. Ações concretas dos governos e da sociedade deveriam estar ocorrendo a todo vapor, com entusiasmo e otimismo. Mas poucas iniciativas têm surtido efeitos significativos. A velocidade e a intensidade das transformações causadas no ambiente pelo homem são quase que incontroláveis. É preciso um esforço conjunto e uma mudança radical nos padrões de vida da sociedade moderna, especialmente no consumo de bens materiais e na ideologia sobre qualidade de vida.O conceito sobre qualidade de vida é um tanto polêmico. Devido à existência destes padrões que foram sendo estabelecidos na sociedade ocidental, qualidade de vida pode ser definido como “um estado em que todas ou grande parte das necessidades humanas são alcançadas: saúde; alimentação; água; educação; moradia; segurança; saneamento básico; vestuário; transporte; trabalho; cultura; lazer”. Desconsiderando o modo de vida de inúmeras culturas, este conceito é bastante aceito. O erro está na maneira, ou seja, na qualidade e na quantidade em que estas necessidades são desejadas. Muitas pessoas lutam entre si não apenas pela sobrevivência natural de sua espécie, mas por outros ideais, notadamente poder, dinheiro, bens materiais, beleza e conforto excessivos. Assim, este modelo de sociedade está se auto-destruindo pois está acabando com a única fonte de recursos necessários à sua sobrevivência: o meio ambiente.Qualidade de vida, portanto, depende da qualidade do meio em que vivemos, seja ele natural – florestas, oceanos, campos etc. – ou “artificial”, ou seja, aquele criado pelo homem – as cidades. Existe quantidade suficiente de recursos para todos os homens, mas uns usufruem mais do que outros, deixando estes últimos com quase nada.Voltemos a falar sobre o direito mencionado no artigo 225 da Constituição. Assim como este, outros direitos não se compram ou são adquiridos, eles devem ser conquistados. O poder aquisitivo de alguns não os faz ter mais direito que outros. Mas, infelizmente, na sociedade humana, o dinheiro torna-os capazes de comprar mais recursos e satisfazer melhor as suas necessidades do que aqueles que têm pouco ou nenhum. Porém, estas pessoas devem ter em mente que um dia seu dinheiro não vai ser suficiente para comprar outro mundo para se viver.Ter direitos implica também em exercer deveres. Não se pode atribuir responsabilidades somente a outrem. Vivemos em sociedade e inseridos em um meio que, não fosse as habilidades que o homem conquistou durante sua evolução, estaríamos sujeito às suas leis mais elementares. Estamos conectados uns aos outros e a todos os componentes do ambiente de uma forma muito intensa. Não podemos esquecer disto. Tudo o que fazemos reflete no próximo e, algum dia, refletirá em nós mesmos. A recíproca também é verdadeira: tudo o que deixamos de fazer impede a mudança, pois nada melhora sozinho, todos devem contribuir.Não são somente os deveres estipulados por lei que devem ser cumpridos, mas também todos aqueles indispensáveis para que possamos viver em sociedade, os chamados princípios éticos. E quando se fala em ética, deve-se pensar principalmente em pessoas conscientes e responsáveis por seus atos, inclusive em relação às questões ambientais. Sem isso, é impossível criar uma sociedade justa, fraterna e ecologicamente equilibrada.O conhecimento é fundamental para formar cidadãos éticos. Muitas pessoas fazem errado por que não sabem qual é o certo a fazer. Conforme já citado, o acesso à informação é muito limitado. A mídia, principalmente a TV e os jornais impressos, oferecem algumas matérias e programas que tratam destas questões, mas a maioria das pessoas não se interessa muito e não dá a devida atenção às informações divulgadas. Por outro lado, algumas informações são apresentadas de forma distorcida, inadequada ou insuficiente, não permitindo que uma consciência individual e coletiva seja desenvolvida.Muitas pessoas até sabem dos problemas ambientais e se preocupam com o futuro, mas não fazem nada para contribuir efetivamente. Quando existem campanhas, por exemplo, elas até aderem às causas, mas depois de algum tempo esquecem. Provavelmente as campanhas não atingiram profundamente a consciência das pessoas, ou seja, talvez em algum ponto elas perceberam que deveriam contribuir, mas não sentiram a real necessidade de se engajarem para sempre nesta ou naquela questão, não se comoveram com o problema todo.A Educação Ambiental é um instrumento fundamental para a mudança de valores e práticas sociais. Ela é capaz de incorporar inúmeros conceitos de forma transdisciplinar, isto é, envolvendo todas as áreas do conhecimento. A Eco-pedagogia, como também pode ser chamada, permite transformar o ponto de vista das pessoas, auxiliando-as a desenvolverem uma melhor concepção sobre meio ambiente e levá-las a ajustarem suas relações com a natureza e com a sociedade, agindo de acordo com os pressupostos da ecologia e da cidadania.Assim como outras áreas da Educação, a Educação Ambiental deverá ser mais valorizada e praticada em todos os setores da sociedade. É com ela que iremos instituir a tão sonhada sustentabilidade.
quarta-feira, 11 de março de 2009
Poema Velho Chico
Velho Chico Lizaldo Vieira - em-03/03/1994
Meu velho Chico
Chico bonito
Chico aflito
Chico sofrido
Chico erosão
Chico solução
Mesmo poluído
Rio ferido
Ê mundão d'agua bom
Quem dera um dia.
Chico vida
Chico alegria
Com tanta água
Diluída em nada
Matasse a sede desse sertão
Ê vidão
Pudesse num grito
Desses aflitos
Mudar esse rito de desilusão
Preferia São Francisco
Aos corruptos
E políticos
No comando da nação
Ê...mundão d'agua bom
Chico bonito
Chico aflito
Chico soluçaõ
Meu velho Chico
Chico bonito
Chico aflito
Chico sofrido
Chico erosão
Chico solução
Mesmo poluído
Rio ferido
Ê mundão d'agua bom
Quem dera um dia.
Chico vida
Chico alegria
Com tanta água
Diluída em nada
Matasse a sede desse sertão
Ê vidão
Pudesse num grito
Desses aflitos
Mudar esse rito de desilusão
Preferia São Francisco
Aos corruptos
E políticos
No comando da nação
Ê...mundão d'agua bom
Chico bonito
Chico aflito
Chico soluçaõ
Poema Velho Chico
Velho Chico Lizaldo Vieira
em-03/03/1994
Meu velho Chico
Chico bonito
Chico aflito
Chico sofrido
Chico erosão
Mesmo poluído
Ê mundão d'agua bom.
Quem dera um dia.
Chico vida
Chico alegria
Com tanta água
Diluída em nada
Matasse a sede desse sertão.
Ê vidão
Pudesse num grito
Desses aflitos
Mudar esse rito de desilusão.
Preferia São Francisco
Aos corruptos
E políticos
No comando da nação
Ê...mundão d'agua bom.
em-03/03/1994
Meu velho Chico
Chico bonito
Chico aflito
Chico sofrido
Chico erosão
Mesmo poluído
Ê mundão d'agua bom.
Quem dera um dia.
Chico vida
Chico alegria
Com tanta água
Diluída em nada
Matasse a sede desse sertão.
Ê vidão
Pudesse num grito
Desses aflitos
Mudar esse rito de desilusão.
Preferia São Francisco
Aos corruptos
E políticos
No comando da nação
Ê...mundão d'agua bom.
terça-feira, 10 de março de 2009
Velho Chico
Velho chico - Lizaldo Vieira
Tão bonito xocó 30.03.94
Tão sofrido
Ê riosão
Ê mundão d água bomes
Pudesse tanta água
Diluida em nada
Matar a sede desse sertão
Preferia São Francisco
Ao inves de politico
E corruptos
No comando da nação
Ê...
Mundão d água bom..
Tão bonito xocó 30.03.94
Tão sofrido
Ê riosão
Ê mundão d água bomes
Pudesse tanta água
Diluida em nada
Matar a sede desse sertão
Preferia São Francisco
Ao inves de politico
E corruptos
No comando da nação
Ê...
Mundão d água bom..
sexta-feira, 6 de março de 2009
sobre os cinco reinos
A MATA
UMA CASA DE TODOS OS SERES
ATENÇÃO;
VOCÊ ESTÁ ENTRANDO NUMA CASA, DE MUITOS MORADOSRES.
AQUI TÊM TODO TIPO DE INQUILINO, COMO MUITAS MANIAS, ATOS, GESTOS E COSTUMES.
ESSA É MUITO DIVERSIFICADA. TEM MORADOR COM QUE ANDA, VOA,
CORRE, PULA NADA E RASTEJA; GRITA, PIA, ASSOVIA SILVA, TAGARELA.
POR AQUI TEM ELEMENTOS DE TODAS AS FORMAS E ESPECIES.
TEM PUBLICO DE TODOS OS REINOS:
Reino Monera
eres vivos unicelulares, com células procariontes, autotróficos ( capazes de fazer a fotossíntese e produzir o seu próprio alimento) ou heterotróficos ( não fazem a fotossíntese e se alimentam de outros seres vivos).
Exemplos: Bactérias e Algas Azuis ( ou Cianobactérias).
Reino Protista
Seres vivos unicelulares, com células eucariontes, podem ser autoróficos ou heterotróficos.
Exemplos: Amebas e Paramércio
Reino dos Fungos (ou Fungi)
Seres vivos unicelulares ou pluricelulares, com células eucariontes. Todos são heterotróficos. Exemplos: Cogumelos e leveduras
Reino Vegetal
Seres com células eucariontes, pluricelulares e autotróficos. Exemplos: Musgo, samambaia e margarida.
Reino Animal
Seres vivos pluricelulares, com células eucariontes e heterotróficos. Exemplos: Homem, elefante, barata, …
Pense na menor das bactérias até a maior das baleias. Pense no camelo que vive no deserto e o crocodilo que vive nos alagados. As bactérias, baléias, o camelo e o crocodilo são seres vivos bem diferentes. E esses seres vivos podem ser “arrumados em grupos”.
Foi isso que os cientistas fizeram, com a finalidade de estudar melhor esses seres vivos. Classificaram todos os bichos, plantas, bactérias, algas, cogumelos,… em grupos.
Vamos entender isso melhor?
É muito difícil estudar isoladamente todos os seres vivos conhecidos na Terra. Saber como eles são, onde se abrigam, como se reproduzem, por exemplo, não é uma tarefa fácil.
Na tentativa de entender melhor a evolução dos grupos de seres vivos e suas relações de parentesco, os cientistas fazem a sua classificação. Classificar é agrupar, formar grupos, obedecendo a determinados critérios. Exemplos: Grupo dos macacos (macaco-aranha, sagüi, bugio, etc.); Grupo dos pássaros (curió, canário, pardal, beija-flor, etc.); Grupo dos cães (pequinês, yorkshire terrier, perdigueiro, pastor alemão, etc).
Espécie:
Espécie é um conjunto de seres vivos muito semelhantes e que, ao cruzarem, geram descendentes férteis. Para cada espécie existe um nome científico. Por exemplo: para a espécie do tigre é Panthera tigris. Os nomes científicos foram criados para facilitar a identificação dos espécimes.
Espécies mais aparentadas entre si do que com quaisquer outras formam um gênero.
Os cães ( Canis familiaris) e os lobos ( Canis lupus) são parentes próximos e também muito semelhantes. Assim, todos esses animais foram classificados no gênero Canis.
Categorias taxionômicas
Os seres vivos foram assim classificados em categorias, como se fossem caixas arrumadasuma dentro da outra. Na “caixa” menor temos a espécie - que é nossa unidade de classificação. E na maior das “caixas” temos o Reino .
Então, a classificação acontece assim:
Gêneros podem ser agrupados e formar uma família
O conjunto de gêneros mais aparentados entre si do que com quaisquer outros forma a família. Assim, o cão (Canis familiaris) e animais aparentados a ele, como, por exemplo, o lobo (Canis lupus) e a raposa (Vulpes vulpes) fazem parte da família dos canídeos (Canidae).
Famílias podem ser agrupadas e formar uma ordem
O conjunto de famílias mais aparentadas entre si forma uma ordem. Assim o cão, o lobo e a raposa (da família dos canídeos) e o tigre (da família dos felídeos - Felidae) fazem parte da ordem dos carnívoros (Carnivora).
Esses animais tem várias semelhanças e normalmente se nutrem apenas de carne - daí o nome da ordem. Mas os ursos fazem parte da ordem carnívora e também se alimentam de mel e de frutas e o cão doméstico, come também outros tipos de alimento, além de carne.
Ordens podem ser agrupadas e formar uma classe
Um conjunto de ordens mais aparentadas entre si forma uma classe. Assim a raposa (da ordem dos carnívoros), o rato (da ordem dos roedores - Rodentia), o macaco e os seres humanos (da ordem dos primatas - Primates) e o coelho (da ordem dos lagomorfos - Lagomorpha) fazem parte da classe dos mamíferos - Mammalia).
A característica mais marcante dessa classe é a presença de glândulas mamárias, que nas fêmeas são desenvolvidas e produzem o leite que alimenta os filhotes.
Classes podem ser agrupadas e formar um filo
O conjunto de classes mais aparentadas entre si forma um filo. Assim, o boi (da classe dos mamíferos), a galinha (da classe das Aves - Aves), a tainha (da classe dos peixes - Osteichthyes), o sapo (da classe dos anfíbios - Amphibia) e a cobra (da classe dos répteis - Reptilia) fazem parte do filo dos cordados (Chordata).
Esses animais são semelhantes porque possuem, na fase de embrião, uma estrutura chamada notocorda, com função de sustentação. A notocorda pode desaparecer ou não. Nos animais que possuem vértebras (vertebrados), como os seres humanos, a notocorda desaparece durante o desenvolvimento embrionário. Em seu lugar forma-se a coluna vertebral.
Filos podem ser agrupados e formar um reino
O conjunto de filos mais aparentados entre si forma um reino. Assim, o filo dos cordados e todos os outros filos de animais formam o reino dos animais (Animalia).
Os animais são semelhantes porque são pluricelulares, heterotróficos e tem tecidos especializados.
UMA CASA DE TODOS OS SERES
ATENÇÃO;
VOCÊ ESTÁ ENTRANDO NUMA CASA, DE MUITOS MORADOSRES.
AQUI TÊM TODO TIPO DE INQUILINO, COMO MUITAS MANIAS, ATOS, GESTOS E COSTUMES.
ESSA É MUITO DIVERSIFICADA. TEM MORADOR COM QUE ANDA, VOA,
CORRE, PULA NADA E RASTEJA; GRITA, PIA, ASSOVIA SILVA, TAGARELA.
POR AQUI TEM ELEMENTOS DE TODAS AS FORMAS E ESPECIES.
TEM PUBLICO DE TODOS OS REINOS:
Reino Monera
eres vivos unicelulares, com células procariontes, autotróficos ( capazes de fazer a fotossíntese e produzir o seu próprio alimento) ou heterotróficos ( não fazem a fotossíntese e se alimentam de outros seres vivos).
Exemplos: Bactérias e Algas Azuis ( ou Cianobactérias).
Reino Protista
Seres vivos unicelulares, com células eucariontes, podem ser autoróficos ou heterotróficos.
Exemplos: Amebas e Paramércio
Reino dos Fungos (ou Fungi)
Seres vivos unicelulares ou pluricelulares, com células eucariontes. Todos são heterotróficos. Exemplos: Cogumelos e leveduras
Reino Vegetal
Seres com células eucariontes, pluricelulares e autotróficos. Exemplos: Musgo, samambaia e margarida.
Reino Animal
Seres vivos pluricelulares, com células eucariontes e heterotróficos. Exemplos: Homem, elefante, barata, …
Pense na menor das bactérias até a maior das baleias. Pense no camelo que vive no deserto e o crocodilo que vive nos alagados. As bactérias, baléias, o camelo e o crocodilo são seres vivos bem diferentes. E esses seres vivos podem ser “arrumados em grupos”.
Foi isso que os cientistas fizeram, com a finalidade de estudar melhor esses seres vivos. Classificaram todos os bichos, plantas, bactérias, algas, cogumelos,… em grupos.
Vamos entender isso melhor?
É muito difícil estudar isoladamente todos os seres vivos conhecidos na Terra. Saber como eles são, onde se abrigam, como se reproduzem, por exemplo, não é uma tarefa fácil.
Na tentativa de entender melhor a evolução dos grupos de seres vivos e suas relações de parentesco, os cientistas fazem a sua classificação. Classificar é agrupar, formar grupos, obedecendo a determinados critérios. Exemplos: Grupo dos macacos (macaco-aranha, sagüi, bugio, etc.); Grupo dos pássaros (curió, canário, pardal, beija-flor, etc.); Grupo dos cães (pequinês, yorkshire terrier, perdigueiro, pastor alemão, etc).
Espécie:
Espécie é um conjunto de seres vivos muito semelhantes e que, ao cruzarem, geram descendentes férteis. Para cada espécie existe um nome científico. Por exemplo: para a espécie do tigre é Panthera tigris. Os nomes científicos foram criados para facilitar a identificação dos espécimes.
Espécies mais aparentadas entre si do que com quaisquer outras formam um gênero.
Os cães ( Canis familiaris) e os lobos ( Canis lupus) são parentes próximos e também muito semelhantes. Assim, todos esses animais foram classificados no gênero Canis.
Categorias taxionômicas
Os seres vivos foram assim classificados em categorias, como se fossem caixas arrumadasuma dentro da outra. Na “caixa” menor temos a espécie - que é nossa unidade de classificação. E na maior das “caixas” temos o Reino .
Então, a classificação acontece assim:
Gêneros podem ser agrupados e formar uma família
O conjunto de gêneros mais aparentados entre si do que com quaisquer outros forma a família. Assim, o cão (Canis familiaris) e animais aparentados a ele, como, por exemplo, o lobo (Canis lupus) e a raposa (Vulpes vulpes) fazem parte da família dos canídeos (Canidae).
Famílias podem ser agrupadas e formar uma ordem
O conjunto de famílias mais aparentadas entre si forma uma ordem. Assim o cão, o lobo e a raposa (da família dos canídeos) e o tigre (da família dos felídeos - Felidae) fazem parte da ordem dos carnívoros (Carnivora).
Esses animais tem várias semelhanças e normalmente se nutrem apenas de carne - daí o nome da ordem. Mas os ursos fazem parte da ordem carnívora e também se alimentam de mel e de frutas e o cão doméstico, come também outros tipos de alimento, além de carne.
Ordens podem ser agrupadas e formar uma classe
Um conjunto de ordens mais aparentadas entre si forma uma classe. Assim a raposa (da ordem dos carnívoros), o rato (da ordem dos roedores - Rodentia), o macaco e os seres humanos (da ordem dos primatas - Primates) e o coelho (da ordem dos lagomorfos - Lagomorpha) fazem parte da classe dos mamíferos - Mammalia).
A característica mais marcante dessa classe é a presença de glândulas mamárias, que nas fêmeas são desenvolvidas e produzem o leite que alimenta os filhotes.
Classes podem ser agrupadas e formar um filo
O conjunto de classes mais aparentadas entre si forma um filo. Assim, o boi (da classe dos mamíferos), a galinha (da classe das Aves - Aves), a tainha (da classe dos peixes - Osteichthyes), o sapo (da classe dos anfíbios - Amphibia) e a cobra (da classe dos répteis - Reptilia) fazem parte do filo dos cordados (Chordata).
Esses animais são semelhantes porque possuem, na fase de embrião, uma estrutura chamada notocorda, com função de sustentação. A notocorda pode desaparecer ou não. Nos animais que possuem vértebras (vertebrados), como os seres humanos, a notocorda desaparece durante o desenvolvimento embrionário. Em seu lugar forma-se a coluna vertebral.
Filos podem ser agrupados e formar um reino
O conjunto de filos mais aparentados entre si forma um reino. Assim, o filo dos cordados e todos os outros filos de animais formam o reino dos animais (Animalia).
Os animais são semelhantes porque são pluricelulares, heterotróficos e tem tecidos especializados.
quinta-feira, 5 de março de 2009
ECONOMIA DA ECOLOGIA
Economia ecológica
Autoria: Roberta Celestino Ferreira
No final dos anos 60 e anos 70, a emergência dos movimentos ambientalistas fez dos recursos naturais, da energia e do ambiente em geral um tema de importância econômica, social e política, o qual pode ser chamado Questão Ambiental. Esta trouxe a crítica ao modelo de desenvolvimento econômico vigente, apontando para um conflito, senão uma possível incompatibilidade, entre crescimento econômico e preservação dos recursos ambientais, e que tal conflito, em última instância traria limites à continuidade do próprio crescimento econômico. Assim, a crítica ambientalista, surgida inicialmente nos meios científicos e ambientalistas, vai progressivamente adentrando o campo da ciência econômica, dado ser o funcionamento do sistema econômico o objeto central da crítica.
Neste processo, é de grande destaque o impacto do Clube de Roma, com a publicação de "The Limits to Growth", o Relatório Meadows, de 1972. Tal trabalho aponta para um cenário catastrófico de impossibilidade de perpetuação do crescimento econômico devido à exaustão dos recursos ambientais por ele acarretada, levantando assim à proposta de um crescimento econômico "zero". O debate passa então a polarizar-se entre esta posição de "crescimento zero" - conhecida por "neo-malthusiana" - e posições desenvolvimentistas de "direito ao crescimento" (defendida pelo países do terceiro mundo), indo desaguar na Conferência da UNCED em Estocolmo em 1972.
Nesta, como terceira-via, desenvolve-se a tese do Ecodesenvolvimento, segundo a qual desenvolvimento econômico e preservação ambiental não são incompatíveis, mas, ao contrário, são interdependentes para um efetivo desenvolvimento. Esta tese vem a desenvolver-se na proposição do Desenvolvimento Sustentável, que adquire sua forma mais consolidada no Relatório Brundtland de 1987, segundo a qual o Desenvolvimento deve ser entendido pela eficiência econômica, equilíbrio ambiental e também pela eqüidade social. De um modo geral, Desenvolvimento Sustentável hoje é ponto de passagem obrigatória no debate econômico, representando o ponto maior da penetração da Questão Ambiental na Economia. Nesta crítica ambientalista do final dos anos 60 e anos 70, que colocou a Questão Ambiental e do Desenvolvimento Sustentável na ordem do dia da agenda inclusive do mainstream econômico, está justamente a raiz do que veio posteriormente a constituir-se enquanto a Economia Ecológica. Esta crítica ambientalista origina-se no terreno das ciências físicas e biológicas, onde a partir de diferentes disciplinas e especialidades relacionadas às questões ambientais, ecológicas e energéticas veio-se progressivamente ao longo do tempo desenvolvendo análises do funcionamento do sistema econômico e das inter-relações entre este e o sistema ambiental. Afora o impacto de "The Limits to Growth", alguns trabalhos clássicos e seminais, tanto de economistas quanto não-economistas, surgem no período, promovendo forte impacto nos meios acadêmicos e ambientalistas, como "The Entropy Law and the Economic Process" (1971), de Nicholas Georgescu-Roegen, entre outros, provendo uma linha de raciocínio crítico ao atual processo de crescimento econômico com base nos princípios e conceitos biofísicos ambientais e ecológicos envolvidos, o que levou naturalmente a que estes princípios entrassem na discussão em torno da própria natureza do processo econômico e de suas relações com os recursos ambientais, constituindo um campo próprio de análise do sistema econômico, apoiado em conceitos e ferramentas biofísico-ecológicos, denominado "bioeconomics", o qual veio produzindo abordagens e resultados diferenciados e divergentes dos encontrados pelas teorias econômicas convencionais.
Esta abordagem "bioeconômica" veio posteriormente a consolidar-se enquanto a base da hoje denominada Economia Ecológica. A Economia Ecológica funda-se no princípio de que o funcionamento do sistema econômico, considerado nas escalas temporal e espacial mais amplas, deve ser compreendido tendo-se em vista as condições do mundo biofísico sobre o qual este se realiza, uma vez que é deste que derivam a energia e matérias-prima para o próprio funcionamento da economia. Uma vez que o processo econômico é um processo também físico, as relações físicas não podem deixar de fazer parte da análise do sistema econômico, o que a tornaria incompleta. Com isso, a natureza do problema envolve elementos tanto econômicos quanto biofísicos. Por sinal, o descaso ou pouca relevância atribuída aos atributos biofísicos da economia nos modelos da economia convencional veio sendo assim um principal ponto de crítica e motivação da Economia Ecológica.
A Economia Ecológica conforma-se assim a partir deste reconhecimento maior da importância da conexão entre o sistema econômico e o ambiente natural, e decorrentemente carrega o propósito de integrarem-se analiticamente os componentes do sistema econômico com os do sistema ambiental, procurando-se assim compreender seu funcionamento comum. Deste modo, distinguindo-se tanto da "economia convencional" quanto da "ecologia convencional", a Economia Ecológica define-se assim enquanto um campo transdisciplinar o qual busca a integração entre as disciplinas da economia e ecologia, e demais disciplinas correlacionadas, para uma análise integrada dos dois sistemas.
Neste sentido, a Economia Ecológica não rejeita os conceitos e instrumentos da "economia convencional" e da "ecologia convencional", e irá utilizá-los sempre que estes se fizerem necessários, mas reconhece a insuficiência destes para o propósito de uma análise integrada, apontando para a necessidade do desenvolvimento de novos conceitos e instrumentos. Deste modo, por ser um campo pluralista transdisciplinar, na Economia Ecológica encontram-se divergentes abordagens, ora se aproximando mais da economia, ora mais da ecologia. Para o entendimento do funcionamento do sistema econômico e de suas relações com os recursos ambientais, é fundamental a compreensão de seus fluxos e balanços materiais e energéticos, o que coloca em posição de importância central os princípios biofísicos, especialmente os princípios termodinâmicos - Lei da Conservação e Lei de Entropia.
Outro aspecto está em que, em seu esforço de compatibilização entre economia e ecologia, a questão que se coloca para a Economia Ecológica está justamente na busca da determinação da sustentabilidade desta interação, delineando-se as condições de estabilidade das diversas funções ecológicas, particularmente a capacidade do ambiente em oferecer recursos naturais para o funcionamento do sistema econômico e em absorver seus rejeitos, ou seja, delineando-se em que medida as restrições ambientais podem ou não constituir efetivamente limites ao crescimento econômico. A Economia Ecológica não adota nenhuma posição a priori quanto a existência ou não de limites ambientais ao crescimento econômico, adotando sim uma posição de "ceticismo prudente", a qual busca justamente delimitar as escalas em que as restrições ambientais podem constituir limites efetivos às atividades econômicas. Um outro aspecto de reconhecimento geral está em que, justamente pela complexidade da interação entre economia e ambiente e pela busca da sustentabilidade desta interação para a eqüidade com as gerações futuras, a Economia Ecológica entende ser insuficiente o tratamento das questões ambientais apenas pela internalização das "externalidades" tal como definidas pela economia neoclássica.
A Economia Ecológica entende que na interação entre o sistema econômico e o ambiente há relações fundamentais cujos "valores" não são possíveis de ser apreendidos a partir da "precificação" pelas preferências dos indivíduos, tais como as trocas materiais e energéticas entre a economia e o ambiente, como a importância da biodiversidade para a estabilidade biogeoquímica global e para utilização direta pelo homem, ou como as assimetrias sociais na utilização dos recursos ambientais, tanto entre diferentes nações e diferentes camadas das populações em uma mesma geração quanto entre as gerações atuais e as futuras.
Enfim, a Economia Ecológica é um campo disciplinar ainda relativamente bastante novo, que vem encontrado um desenvolvimento bastante rápido e intenso, abrindo vários caminhos de investigação e buscando amadurecer e consolidar sua estrutura analítica teórica e seus instrumentos e ferramentas. Contudo, este é um esforço que demanda ainda muito trabalho e cooperação daqueles que, não apenas na comunidade acadêmica, mas também nas instituições gestoras de políticas, nas organizações não-governamentais e no meio empresarial, nos níveis local, regional, nacional e internacional, dediquem-se à busca de uma equação de Sustentabilidade no desenvolvimento econômico com o meio-ambiente.
A autora é Graduada em Bacharelado em Turismo pela Faculdade Piauiense - FAP, pós-graduanda em Projetos Turísticos pela Universidade Gama Filho.
Autoria: Roberta Celestino Ferreira
No final dos anos 60 e anos 70, a emergência dos movimentos ambientalistas fez dos recursos naturais, da energia e do ambiente em geral um tema de importância econômica, social e política, o qual pode ser chamado Questão Ambiental. Esta trouxe a crítica ao modelo de desenvolvimento econômico vigente, apontando para um conflito, senão uma possível incompatibilidade, entre crescimento econômico e preservação dos recursos ambientais, e que tal conflito, em última instância traria limites à continuidade do próprio crescimento econômico. Assim, a crítica ambientalista, surgida inicialmente nos meios científicos e ambientalistas, vai progressivamente adentrando o campo da ciência econômica, dado ser o funcionamento do sistema econômico o objeto central da crítica.
Neste processo, é de grande destaque o impacto do Clube de Roma, com a publicação de "The Limits to Growth", o Relatório Meadows, de 1972. Tal trabalho aponta para um cenário catastrófico de impossibilidade de perpetuação do crescimento econômico devido à exaustão dos recursos ambientais por ele acarretada, levantando assim à proposta de um crescimento econômico "zero". O debate passa então a polarizar-se entre esta posição de "crescimento zero" - conhecida por "neo-malthusiana" - e posições desenvolvimentistas de "direito ao crescimento" (defendida pelo países do terceiro mundo), indo desaguar na Conferência da UNCED em Estocolmo em 1972.
Nesta, como terceira-via, desenvolve-se a tese do Ecodesenvolvimento, segundo a qual desenvolvimento econômico e preservação ambiental não são incompatíveis, mas, ao contrário, são interdependentes para um efetivo desenvolvimento. Esta tese vem a desenvolver-se na proposição do Desenvolvimento Sustentável, que adquire sua forma mais consolidada no Relatório Brundtland de 1987, segundo a qual o Desenvolvimento deve ser entendido pela eficiência econômica, equilíbrio ambiental e também pela eqüidade social. De um modo geral, Desenvolvimento Sustentável hoje é ponto de passagem obrigatória no debate econômico, representando o ponto maior da penetração da Questão Ambiental na Economia. Nesta crítica ambientalista do final dos anos 60 e anos 70, que colocou a Questão Ambiental e do Desenvolvimento Sustentável na ordem do dia da agenda inclusive do mainstream econômico, está justamente a raiz do que veio posteriormente a constituir-se enquanto a Economia Ecológica. Esta crítica ambientalista origina-se no terreno das ciências físicas e biológicas, onde a partir de diferentes disciplinas e especialidades relacionadas às questões ambientais, ecológicas e energéticas veio-se progressivamente ao longo do tempo desenvolvendo análises do funcionamento do sistema econômico e das inter-relações entre este e o sistema ambiental. Afora o impacto de "The Limits to Growth", alguns trabalhos clássicos e seminais, tanto de economistas quanto não-economistas, surgem no período, promovendo forte impacto nos meios acadêmicos e ambientalistas, como "The Entropy Law and the Economic Process" (1971), de Nicholas Georgescu-Roegen, entre outros, provendo uma linha de raciocínio crítico ao atual processo de crescimento econômico com base nos princípios e conceitos biofísicos ambientais e ecológicos envolvidos, o que levou naturalmente a que estes princípios entrassem na discussão em torno da própria natureza do processo econômico e de suas relações com os recursos ambientais, constituindo um campo próprio de análise do sistema econômico, apoiado em conceitos e ferramentas biofísico-ecológicos, denominado "bioeconomics", o qual veio produzindo abordagens e resultados diferenciados e divergentes dos encontrados pelas teorias econômicas convencionais.
Esta abordagem "bioeconômica" veio posteriormente a consolidar-se enquanto a base da hoje denominada Economia Ecológica. A Economia Ecológica funda-se no princípio de que o funcionamento do sistema econômico, considerado nas escalas temporal e espacial mais amplas, deve ser compreendido tendo-se em vista as condições do mundo biofísico sobre o qual este se realiza, uma vez que é deste que derivam a energia e matérias-prima para o próprio funcionamento da economia. Uma vez que o processo econômico é um processo também físico, as relações físicas não podem deixar de fazer parte da análise do sistema econômico, o que a tornaria incompleta. Com isso, a natureza do problema envolve elementos tanto econômicos quanto biofísicos. Por sinal, o descaso ou pouca relevância atribuída aos atributos biofísicos da economia nos modelos da economia convencional veio sendo assim um principal ponto de crítica e motivação da Economia Ecológica.
A Economia Ecológica conforma-se assim a partir deste reconhecimento maior da importância da conexão entre o sistema econômico e o ambiente natural, e decorrentemente carrega o propósito de integrarem-se analiticamente os componentes do sistema econômico com os do sistema ambiental, procurando-se assim compreender seu funcionamento comum. Deste modo, distinguindo-se tanto da "economia convencional" quanto da "ecologia convencional", a Economia Ecológica define-se assim enquanto um campo transdisciplinar o qual busca a integração entre as disciplinas da economia e ecologia, e demais disciplinas correlacionadas, para uma análise integrada dos dois sistemas.
Neste sentido, a Economia Ecológica não rejeita os conceitos e instrumentos da "economia convencional" e da "ecologia convencional", e irá utilizá-los sempre que estes se fizerem necessários, mas reconhece a insuficiência destes para o propósito de uma análise integrada, apontando para a necessidade do desenvolvimento de novos conceitos e instrumentos. Deste modo, por ser um campo pluralista transdisciplinar, na Economia Ecológica encontram-se divergentes abordagens, ora se aproximando mais da economia, ora mais da ecologia. Para o entendimento do funcionamento do sistema econômico e de suas relações com os recursos ambientais, é fundamental a compreensão de seus fluxos e balanços materiais e energéticos, o que coloca em posição de importância central os princípios biofísicos, especialmente os princípios termodinâmicos - Lei da Conservação e Lei de Entropia.
Outro aspecto está em que, em seu esforço de compatibilização entre economia e ecologia, a questão que se coloca para a Economia Ecológica está justamente na busca da determinação da sustentabilidade desta interação, delineando-se as condições de estabilidade das diversas funções ecológicas, particularmente a capacidade do ambiente em oferecer recursos naturais para o funcionamento do sistema econômico e em absorver seus rejeitos, ou seja, delineando-se em que medida as restrições ambientais podem ou não constituir efetivamente limites ao crescimento econômico. A Economia Ecológica não adota nenhuma posição a priori quanto a existência ou não de limites ambientais ao crescimento econômico, adotando sim uma posição de "ceticismo prudente", a qual busca justamente delimitar as escalas em que as restrições ambientais podem constituir limites efetivos às atividades econômicas. Um outro aspecto de reconhecimento geral está em que, justamente pela complexidade da interação entre economia e ambiente e pela busca da sustentabilidade desta interação para a eqüidade com as gerações futuras, a Economia Ecológica entende ser insuficiente o tratamento das questões ambientais apenas pela internalização das "externalidades" tal como definidas pela economia neoclássica.
A Economia Ecológica entende que na interação entre o sistema econômico e o ambiente há relações fundamentais cujos "valores" não são possíveis de ser apreendidos a partir da "precificação" pelas preferências dos indivíduos, tais como as trocas materiais e energéticas entre a economia e o ambiente, como a importância da biodiversidade para a estabilidade biogeoquímica global e para utilização direta pelo homem, ou como as assimetrias sociais na utilização dos recursos ambientais, tanto entre diferentes nações e diferentes camadas das populações em uma mesma geração quanto entre as gerações atuais e as futuras.
Enfim, a Economia Ecológica é um campo disciplinar ainda relativamente bastante novo, que vem encontrado um desenvolvimento bastante rápido e intenso, abrindo vários caminhos de investigação e buscando amadurecer e consolidar sua estrutura analítica teórica e seus instrumentos e ferramentas. Contudo, este é um esforço que demanda ainda muito trabalho e cooperação daqueles que, não apenas na comunidade acadêmica, mas também nas instituições gestoras de políticas, nas organizações não-governamentais e no meio empresarial, nos níveis local, regional, nacional e internacional, dediquem-se à busca de uma equação de Sustentabilidade no desenvolvimento econômico com o meio-ambiente.
A autora é Graduada em Bacharelado em Turismo pela Faculdade Piauiense - FAP, pós-graduanda em Projetos Turísticos pela Universidade Gama Filho.
sobre o necrochorume de cemiterios
Necrochorume de cemiterios contamina a água do sub-solo
A questão envolve substâncias liberadas por matérias em decomposição. Quase todos os cemitérios públicos podem apresentar problemas hidrogeoambientais, ou seja, contaminação das águas subterrâneas (lençóis freáticos) pelo necrochorume, líquido eliminado pelos corpos no primeiro ano do sepultamento.
O sinal de alerta tem sido dado pelo geólogo paulista Lezíro Marques Silva, que pesquisa o assunto desde 1970. Para sua pesquisa o professor percorreu 600 cemitérios municipais e particulares em todo o Brasil, encontrando um quadro no mínimo preocupante: “Em cerca de 75% dos cemitérios públicos há problemas de contaminação e, nos particulares, o índice é de 25%”, afirma, complementando que não registrou qualquer preocupação das autoridades com essa questão.
Os cemitérios percorridos em diversos estados apresentaram problemas de infiltrações hidrogeoambientais. Em meio aos problemas mais comuns constata-se a presença de túmulos malfeitos, com alvenaria rejuntada de forma inadequada e manutenção precária: “Essas deficiências, aliadas à má localização, podem fazer dos cemitérios fontes altamente poluidoras das águas subterrâneas”, alerta.
Segundo o pesquisador, o cadáver de um adulto, pesando em média 70 quilos, produz cerca de 30 litros de necrochorume em seu processo de decomposição. Esse líquido é composto por 60% de água, 30% de sais minerais e 10% de substâncias orgânicas, entre as quais algumas bastante tóxicas, como a putrefina e a cadaverina: um meio ideas para a proliferação de substâncias responsáveis pela transmissão de doenças infecto-cotagiosas, entre elas a hepatite e a poliomielite.
Em razão dessas características peculiares, esses microorganismos podem proliferar num raio superior a 400 metros do cemitério. Lezíro Silva explica que o necrochorume é facilmente absorvido pela água e, por isso, a contaminação é problemática, principalmente, nos locais onde o abastecimento se dá por poços ou cisternas: “Além da contaminação, a má localização dos cemitérios é outro fator de dificuldade, pois o estado inalterado de alguns corpos – a exemplo da ocorrência de fenômenos como a saponificação (o corpo não se decompõe), nos locais onde o terreno é úmido, e a mumificação, em locais de solo arenoso – obrigam à expansão da área o que ganha contorno dramático nas grandes cidades.
A questão envolve substâncias liberadas por matérias em decomposição. Quase todos os cemitérios públicos podem apresentar problemas hidrogeoambientais, ou seja, contaminação das águas subterrâneas (lençóis freáticos) pelo necrochorume, líquido eliminado pelos corpos no primeiro ano do sepultamento.
O sinal de alerta tem sido dado pelo geólogo paulista Lezíro Marques Silva, que pesquisa o assunto desde 1970. Para sua pesquisa o professor percorreu 600 cemitérios municipais e particulares em todo o Brasil, encontrando um quadro no mínimo preocupante: “Em cerca de 75% dos cemitérios públicos há problemas de contaminação e, nos particulares, o índice é de 25%”, afirma, complementando que não registrou qualquer preocupação das autoridades com essa questão.
Os cemitérios percorridos em diversos estados apresentaram problemas de infiltrações hidrogeoambientais. Em meio aos problemas mais comuns constata-se a presença de túmulos malfeitos, com alvenaria rejuntada de forma inadequada e manutenção precária: “Essas deficiências, aliadas à má localização, podem fazer dos cemitérios fontes altamente poluidoras das águas subterrâneas”, alerta.
Segundo o pesquisador, o cadáver de um adulto, pesando em média 70 quilos, produz cerca de 30 litros de necrochorume em seu processo de decomposição. Esse líquido é composto por 60% de água, 30% de sais minerais e 10% de substâncias orgânicas, entre as quais algumas bastante tóxicas, como a putrefina e a cadaverina: um meio ideas para a proliferação de substâncias responsáveis pela transmissão de doenças infecto-cotagiosas, entre elas a hepatite e a poliomielite.
Em razão dessas características peculiares, esses microorganismos podem proliferar num raio superior a 400 metros do cemitério. Lezíro Silva explica que o necrochorume é facilmente absorvido pela água e, por isso, a contaminação é problemática, principalmente, nos locais onde o abastecimento se dá por poços ou cisternas: “Além da contaminação, a má localização dos cemitérios é outro fator de dificuldade, pois o estado inalterado de alguns corpos – a exemplo da ocorrência de fenômenos como a saponificação (o corpo não se decompõe), nos locais onde o terreno é úmido, e a mumificação, em locais de solo arenoso – obrigam à expansão da área o que ganha contorno dramático nas grandes cidades.
sobre gestão ambiental
Sistema de Gestão Ambiental - impressões e reflexões
Autora: Maria Lúcia de Azevedo Santos
O futuro significa o repositório ilimitado de possibilidades. Por isso é imprevisível. Algumas delas se concretizam no presente e escorrem para o passado. Outras permanecem no mundo do possível e do virtual, e retornam ao vácuo quântico cheio de possibilidades. - Leonardo Boff
INTRODUÇÃO
A representação de que a implantação de um SGA (Sistema de Gestão Ambiental) como uma moderna ferramenta de gestão no sentido da melhoria dos processos industriais e organizacionais em geral, com vistas à otimização de serviços e produtos para atender demandas internacionais de consumo e melhorar a utilização de recursos naturais, bem como preservar o ambiente, merece algumas reflexões. A fim de iniciarmos nesse debate, trazemos aqui algumas questões iniciais. Até que ponto podemos verificar, de fato, possibilidade de vínculo entre melhorias de processos industriais ou empresariais e a preservação do ambiente natural e social a partir da implantação de um SGA? O que está faltando? O que precisa ser revisto?
Os dados apresentados na Conferência Sustentabilidade em Biocombustíveis, promovida pelo IEA - USP em 11/04/2008 apresentam situações preocupantes quanto ao futuro energético no mundo. Uma delas é quanto a utilização de certos recursos que, até bem pouco tempo, eram tratados como alimentos e hoje são tratados como fontes de energia. Como é o caso da cana e da soja para ficar apenas no Brasil. É preciso lembrar o que a monocultura fez nesse país durante os últimos séculos, desde a sua implantação. Porém, é impossível pensar em monocultura, desvinculada dos três pilares econômico-sociais que integram a nossa formação: escravidão-latifúndio-monocultura. Uma de suas características como modelo é o de ser o maior entrave ao desenvolvimento e à sustentabilidade de milhões de cidadãos, constituindo as bases econômico-sociais das nossas disparidades e contribuindo para gerar nesse país 0,5% dos extremamente ricos que controlam e fazem/aplicam as leis.
Outros dados apresentados pelos conferencistas preveem que o uso da terra no Brasil está assim determinado: 3 milhões de hec para produção de álcool, com perspectivas próximas de se chegar aos 7 milhões de hec., isso significa 1/3 do território nacional. Acrescente-se aí soja, pastagens, produção de alimentos, cidades, pessoas. O que teremos?
O solo, como um elemento chave nesse modelo, sempre esteve sob tutela do Estado e dos grandes fazendeiros e empresas que historicamente o apropriaram. Com um modelo de Estado paternalista, a única instituição perene que há nesse país chama-se latifúndio.
Partindo desses três aspectos estruturais, com raízes histórico-sociais-culturais em nossa formação é que iremos refletir as reais possibilidades de implementação de um SGA, como possibilidade de vínculo entre melhoria de processos industriais, organizacionais e a preservação do ambiente natural e social, considerando para esta análise a aplicação de alguns de seus instrumentos no contexto da história social e administrativa do Brasil.
Chamamos a atenção também para a noção de ambiente que aqui será relacionada à noção de organismo vivo que a este é necessariamente complementar, concordando com Roncayolo (1986), o ambiente é o conjunto de fatores ecológicos que exercem uma influência direta e significativa na vida dos organismos. Esse mesmo autor define um dos princípios gerais das relações de um organismo no ambiente:
"As relações que um organismo mantém com o ambiente são contínuas e indissociáveis: um organismo não pode furtar-se um só instante à ação do ambiente, o que não significa que cada fator atue ininterruptamente, dado que os fatores mais importantes são muitas vezes periódicos intermitentes."
Então, a expressão ambiente natural e social não pode ser entendida separadamente, e é semelhante a ecossistema, por considerar que as relações são específicas, no sentido em que as diferentes espécies não são sensíveis aos mesmos fatores, ou não possuem os mesmos limiares de sensibilidade. E ao mesmo tempo, essas relações são recíprocas: o organismo modifica o meio físico que o cerca e as condições de vida de outras espécies e é por ele(s) modificado. E, exatamente a existência desta reciprocidade que está na base dos equilíbrios naturais, com a variedade dos fatores ambientais (fatores aleatórios) e sua desigual importância, conforme os grupos de seres vivos considerados, é que deve ser priorizada quando se tratar de recuperar ou preservar o ambiente, ou seja, o ecossistema.
I - REVISITANDO O CONTEÚDO
Os estudos realizados no curso deixam transparecer que os SGA existem para prover às organizações formas de gerenciar todos os seus aspectos e impactos ambientais mais significativos. E para sua implementação inicial se prevê a identificação e priorização desses aspectos e impactos, desenhando, em seguida um sistema que busca melhoria contínua, baseado no controle e/ou mitigação desses impactos.
Segundo a Norma NBR 14001, o SGA é definido como a parte de sistema de gestão da organização que inclui estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental de uma determinada organização. Os SGA colaboram assim, no planejamento das atividades de uma determinada organização visando ou eliminando os impactos ao ambiente por meio de ações preventivas ou medidas mitigadoras. Os SGA não são obrigatórios, contudo o comércio internacional vem exigindo cada vez mais a certificação formal dos fornecedores e a implantação de um SGA irá facilitar a obtenção dessa certificação pela organização.
A fim de se institucionalizar a função GA (Gestão Ambiental) em uma organização, é necessário a esta preencher alguns requisitos, tais como:
Definir uma política ambiental (PA) e garantir compromissos com um SGA;
Formular um plano que satisfaça e realiza sua PA;
Desenvolver entre seus membros e parceiros conscientização, participação, capacitação e mecanismos de suportes necessários com objetivos e metas a cumprir;
Monitorar, mensurar e avaliar seu desempenho ambiental e implementar medidas destinadas a sua otimização constante;
Inspecionar e avaliar continuamente cada fase ou procedimento do seu SGA.
Esses requisitos pressupõem que cada indivíduo, ente, pessoas física ou jurídica vinculada a esta organização na implantação de um SGA deverá fazer sua parte como responsável direto ou indiretamente com as atividades de preservação ambiental. Nesse sentido, os SGA demandam equipes multidisciplinares e requerem o envolvimento completo da alta administração, dos funcionários diretos, dos analistas internos e externos, dos fornecedores, clientes, público prioritário, equipe técnica multidisciplinar, etc no ótimo desenvolvimento dos procedimentos.
Os instrumentos que compõem um SGA objetivam melhorar a qualidade ambiental bem como o processo decisório e são aplicados a todas as fases da empreitada, podendo ser de natureza: preventiva, corretiva, de remediação e pró-ativos, dependendo da fase em que são implementados como requisitos. Destacam-se os seguintes instrumentos:
EIA - Estudos de Impacto Ambiental;
AIA - Avaliação de impactos ambiental e RIMA - relatório de impacto ambiental;
AA - Auditoria Ambiental;
CN - Capital Natural;
CA - Contabilidade Ambiental.
Os SGA acontecem por interferência de normas internacionais e de normas de grandes conglomerados, ou por exigência de clientes. As normas da série ISO 14000 são as mais utilizadas e, em especial a norma ISO14001 abre novos caminhos no mercado internacional. Essas normas são de adesão voluntária e podem ser aplicadas a qualquer tipo ou parte da organização. No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT - credencia as seguintes normas dessa série para orientação dos SGA:
NBR 14001 - fornece as diretrizes para as organizações determinarem as políticas ambientais a serem adotadas, bem como contém os requisitos a serem auditados para fins de certificação/registro e/ ou autodeclaração. Todos os requisitos desta norma aplicam-se a qualquer SGA, mas sua implantação não oferece garantia satisfatória a todos que a utilizam.
NBR 14004 - fornece às organizações as diretrizes para iniciar, manter e aprimorar um SGA e estabelece princípios que servirão de orientação aos responsáveis na execução do seu gerenciamento.
NBR 14010 - estabelece os princípios a serem aplicados nas auditorias e recomenda auditoria baseada em objetivos definidos.
NBR 14011 - estabelece os procedimentos que conduzirão os trabalhos de auditoria em todos os tipos de organização.
NBR 14012 - estabelece os requisitos da qualificação do auditor e sua experiência profissional.
As normas da série ISO, que tratam do desempenho ambiental mundial, bem como o Sistema Comunitário de Ecogestão, decorrentes, no Brasil, do regulamento CEE 1836/93 são instrumentos prioritários na orientação da implantação de SGA e se constituem em suportes voluntários de adesão que possibilitam a uma determinada organização evidenciar a credibilidade do seu SGA e do seu desempenho ambiental. Ao promover a concepção, produção, comercialização, utilização de produtos com impacto ambiental reduzido e informar ao consumidor sobre os impactos do produto no ambiente, essas normas se aplicam aos produtos em geral, independentemente de serem locais ou importados. Excluem-se as bebidas, produtos alimentares, farmacêuticos e substâncias perigosas, que têm outros procedimentos.
Outro principal uso das normas ISO é o fornecimento de certificação junto a uma terceira entidade, para a qual a organização se candidata. Para o Sistema Comunitário de Autogestão, o objetivo é candidatar-se ao rótulo ecológico para produtos comercializáveis. Não há exigência internacional para as organizações alcançarem a certificação, mas isso não significa que não há pressão. As empresas associadas à poluição estão entre as principais a buscar a certificação.
Tal certificação tem como característica não preconizar exigências absolutas no sentido do desempenho ambiental, busca antes, um compromisso, consolidado na política ambiental da empresa, de cumprir e estabelecer legislação e regulamentos para atender ao seu contexto, realizando programas de melhorias contínuas. Em relação a isso, as normas da série 14000 são mais completas do que as NBR ISO 9000 para sistema de qualidade. Pois, enquanto os SG (sistemas de gestão) de qualidade tratam das necessidades dos clientes, os SGA atendem às necessidades de vasto conjunto de partes interessadas e às crescentes necessidades da sociedade sobre questões ambientais.
A GA abrange uma vasta gama de questões, inclusive aquelas com implicações estratégicas e competitivas. E para atingir os objetivos ambientais, convém que o SGA estimule às organizações a considerarem a implementação da melhor tecnologia disponível, quando apropriado e economicamente exequível. Um SGA provê ordenamento e consistência para que as organizações abordem suas preocupações ambientais, através da alocação de recursos, definição de responsabilidades e avaliação contínua de práticas, procedimentos e processos. Daí que é essencial para capacitar uma organização, antecipar e atender a seus objetivos ambientais e assegurar o contínuo cumprimento das exigências nacionais e/ou internacionais as seguintes recomendações:
O planejamento da GA integrado ao planejamento estratégico da organização;
Plano estratégico dinâmico e revisado regularmente para refletir as modificações dos objetivos e metas das organizações;
Conhecimentos e habilidades necessárias identificadas e consideradas na seleção, recrutamento, treinamento, desenvolvimento de habilidades e educação contínua do pessoal;
Auditorias do SGA periódicas para determinar a conformidade de sistema no qual foi planejado e para verificar se vem sendo adequadamente implementado e mantido;
O responsável pela auditoria, a realize de forma objetiva e impessoal.
Nesse contexto a GA organizacional tem se tornado fator de competitividade entre as organizações quando se trata de abocanhar as melhores fatias impostas pelo mercado. Por conseguinte, os SGA vem se tornando um instrumento importantíssimo de cunho ativador dessa competição.
II - SGA E OS DILEMAS NA SUA IMPLEMENTAÇÃO NO CONTEXTO HISTÓRICO DA ADMINISTRAÇÃO NACIONAL
Pelo exposto acima na breve síntese do que se estudou durante o curso de Gestão Ambiental, percebe-se que estamos diante de pelo menos dois dilemas quando se trata de implementação de um SGA em organizações brasileiras e/ ou no Brasil. Inicialmente, um dilema teórico-metodológico no qual se percebe uma confusão na aplicação de pelo menos dois importantes instrumentos de controle e a realidade onde se inserem: a auditoria e o licenciamento ambientais. A não consideração destes instrumentos como inseridos em um processo histórico administrativo, contextualizado política e socialmente no Brasil, pode trazer equívocos na proposição e implantação de um SGA.
Ao mesmo tempo, um dilema político-social aí inerente, desconsidera aspectos de contradições sócio-político-históricas na prática de implementação desses instrumentos. Daí, como garantir sua efetividade/eficácia? Como se prever a interação com outros atores sociais e comunitários e como buscar essa participação? Como estabelecer uma educação ambiental interativa, eqüitativa, participativa, popular e pública nesse contexto?
Sem a pretensão aqui de dar respostas a todas essas e a outras questões, até por que elas não se dão, se constroem em espaços mais amplos, e demandam outros estudos, outras parcerias, iremos levantar alguns aspectos sócio-históricos, nos quais se enraízam essas questões na esperança de contribuir para ampliar o debate.
Inicialmente, vamos pensar na dinâmica teórico-metodológicos como uma das faces desses dilemas, levando em conta como está dada a proposta de implantação da Auditoria e do Licenciamento ambiental nas organizações percebendo estes elementos no contexto maior da história administrativa do Brasil, a fim de mobilizar aí outras implicações e vínculos.
Em seguida, iremos refletir, como outra face dos dilemas, a emergência das questões ambientais no contexto contemporâneo das reformas do Estado Moderno, considerando como marco referencial a crise do petróleo em 1973 e a Conferência de Estocolmo de 1972. Tentaremos analisar como o Estado Nacional e sua face técnico-burocrática vai se contrapondo às necessidades em se garantir a vida, os ecossistemas, as sociedades, ora se eximindo de responsabilidades, ora tentando estabelecer outros pactos, em especial com uma elite corporativa-financeira e contribuindo para gestar paradigmas econômicos que tem no consumismo e na competitividade duas perigosas armadilhas tanto polítca quanto social ecessidadesemar socluças marchinhas eleitoreirasdominadoresa apropriaçactos. ora negando tais.
Finalmente, trazemos uma breve reflexão sobre a ética como um possível retorno do cidadão ao debate na sociedade, a fim de repensarmos novas possibilidades para um SGA verdadeiro e justo socialmente.
2.1 - Dilema teórico-metodológico - a contextualização de alguns instrumentos de controle de GA
Há um entendimento de que para se fazer auditoria basta "seguir um roteiro assim como qualquer outra auditoria" (Denise Paske, txt virtual, mod. IV) . Ou seja, as normas estão aí, as legislações estão dadas, agora é "seguir o roteiro". Não estou levantando questão de negatividade quanto ao cumprimento da lei. Não é isso. Estaria sendo leviana, se assim o fizesse. Acredito e defendo que as leis tem que ser cumpridas e bem aplicadas. Mas, só isso não basta. Apenas fazer e aplicar leis; não é suficiente. Até porque, no Brasil, sabemos que a velocidade com que as leis são feitas e aplicadas pode ser secular.
No que se refere ao licenciamento, há também o entendimento de que se trata de mais um processo técnico-administrativo, ou dependente de política pública, mas é preciso considerar esse procedimento extremamente técnico-burocrático inserido em nossa cultura patrimonialista secular, na qual a apropriação da coisa pública em benefício de grupos privados é que prevalece.
O sistema de licenciamento das atividades poluidoras - SLAP - que diz respeito ao licenciamento ambiental a partir do controle das atividades poluidoras, instituído pelo Decreto 1633/77 e depois aperfeiçoadas na Lei Federal 6938/81 que inseriu o licenciamento dentre os instrumentos de Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA - portanto uma política pública, tem o mesmo caráter de lei pela lei e é ainda uma orientação confusa, intimidadora e excessivamente técnico-burocrática uma vez que, existe e quase nunca é mencionada sua obrigatoriedade em todo o território nacional.
Temos de um lado o "seguir a lei pela lei", o tecnicismo-burocrático e de outro um contexto cultural onde prevalece a apropriação da coisa pública como contextualização para a implementação dos principais instrumentos de controle dos SGA, bem como de políticas públicas ambientais. O que nos parece estranho nesse modelo é o fato de não se fazer uma reflexão acerca dessa relação e de suas falhas como modelo teórico-metodológico, tendo em vista principalmente o contexto da história da administração brasileira, no qual se inserem esses instrumentos.
O que representam de fato esses instrumentos nesse contexto? O que é a legislação ambiental no Brasil, a quem está de fato beneficiando? Para que e para quem está servindo? Como e por que as empresas são, em geral, beneficiadas em se tratando de impunidades? São questões que vão se somando e que precisam ser respondidas pelos profissionais, organizações da sociedade civil e órgãos competentes.
Não há como negar que a CF (Constituição Federal) de 1988 mudou profundamente o sistema de competências ambientais, principalmente colocando-o como sendo legislado em três planos: federal, estadual e municipal. Segundo Machado (1996, cap 1) no que se refere às novas competências dos estados, estas são referentes a produção e consumo; responsabilidades por danos ambientais; criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; procedimentos em matéria processual: assistência jurídica e defensoria pública, com finalidade de amparar e patrocinar pessoas e associações na proteção do ambiente, do consumidor e do patrimônio cultural. Essa Constituição demonstra que, pela primeira vez no país, conseguimos construir algo bem mais próximo das reais necessidades sociais, com um pouco mais de amplitude democrática e responsabilidades públicas.
Entretanto, nossas raízes histórico-culturais são bem mais profundas do que a década de 80. A proposta dessa reflexão não é justificar nossas mazelas e impropriedades na condução das questões ambientais, espero ter esclarecido qual é esta na introdução deste artigo.
Na história administrativa brasileira percebe-se alguns fatores fundantes e decisivos. Um deles é o modelo de administração implantado pelos portugueses e que seguiu tendo pouquíssimas críticas e modificações por parte da elite nacional nos anos que se seguiram. Tal modelo, baseado no tripé: escravidão-latifúndio-monocultura ensinou-nos muitas de nossas distorções culturais, contribui para muitos dos nossos entraves na educação e gerou estagnação político-administrativo. Outro fator, decorrente deste, é a racionalização do trabalho e a eficiência, como modelo administrativo norte-americano implantado no início do século XX pelas primeiras reformas políticas para aumento da produtividade e que não sofre grandes modificações nas décadas seguintes
Durante cerca de 300 anos fomos colônia extrativista de Portugal, depois por quase 100 anos fomos colônia consumista da Inglaterra e nos últimos decênios da nossa história, seguimos sendo colônia extrativista e consumista da Europa e dos EUA. Nesse contexto de dominação, formou-se uma elite nacional tão exploradora e colonizadora política e economicamente quanto pouco diferente das elites externas e seus projetos dominadores. Assim, o modelo de Estado e a cultura de administração pública implantada desde os portugueses, se baseiam na apropriação daquilo que é público pelo privado. Ou, como diz Martins (mímeo): "A administração pública e o Estado brasileiro foram fundados sob a influência de um etos fortemente patrimonialista, presente na herança cultural lusitana".
E esse etos ainda se faz presente na maneira de se elaborar as leis, na forma como pensamos nossos sistemas políticos, educacionais, de saúde, de gestão ambiental, etc. Haja vista a busca da excelência burocrática na administração pública que está culturalmente associada com a exclusão na política. Haja vista todas as formas de exclusão que conhecemos nesse país.
Segundo Faoro (1984) no Brasil português a burocracia se tornou o ideal da vadiagem paga, na qual prevalecia o paternalismo e o nepotismo, cujos critérios de seleção oscilavam entre o status, o parentesco e o favoritismo. Ou seja, tudo o que presenciamos hoje pouco mais de 500 anos depois nas relações internas e externas das atuais instituições públicas, privatizadas ao som de marchinhas eleitoreiras.
A trajetória iniciada no governo de Vargas de modernização da administração pública brasileira e a tentativa de substituir o modelo patrimonialista pelo burocrático, pouco alterou as bases desse etos. Tentou-se consolidar uma burocracia, racionalizando-se funcionalmente a adiminstração à revelia da política e à custa da democracia. O que restou ao final, foi a dicotomia entre política e administração.
O Estado forte implantado no período de ditadura militar ratificou a racionalidade funcional do governo Vargas, acrescida de uma tecnoestrutura de sustentação do regime autoritário, cujo viés consistia em: planejamento econômico e crescimento desordenado da burocracia governamental indireta. Permanecendo a influência patrimonialista tecnocrática.
No momento da redemocratização, nos anos 80, o patrimonialismo deu lugar ao modelo político-corporativo, baseado nas alianças partidárias, revelando nossos resquícios mais antigos na prática fisiológica em busca de recursos e influencia sobre a administração pública.
Sabendo que as políticas públicas de GA devem ter como objetivo não somente a gestão de recursos para a proteção ambiental, mas principalmente servir de orientação na solução de conflitos, e de fato trazer soluções que beneficiem o coletivo da sociedade envolvida e a conservação dos recursos, poderíamos refazer nossas questões. Passaríamos a perguntar, considerando nossa história administrativa, na qual de um lado temos um sincretismo burocrático-patrimonialista e de outro uma modernização dissociativa, onde a construção democrática é obstaculizada pela política, e a ética da apropriação da coisa pública e do Estado doravante se manifestam. Como pensar um SGA, em que seus instrumentos de controle, a auditoria e o licenciamento sejam realmente imparciais, éticos e eficazes ao ecossistema? Ou será que teremos que mudar as perguntas: Qual auditoria e licenciamento ambiental se querem? A quem irá beneficiar e para que?
2.2 - Dilema político-social - paradigma ambiental e reforma do Estado, que pacto é esse?
É oportuno observarmos que a emergência do paradigma ambiental e socialmente insustentável coincide com as primeiras conferências de reforma administrativa do Estado Nacional, sob a égide das Nações Unidas. Foi a partir da crise do petróleo em 1973 que entrou em xeque o modelo de Estado técnico-burocrático até então conhecido no mundo.
Um ano antes, em 1972, havia sido realizada a Conferência das Nações Unidas sobre o Homem e o Meio Ambiente, em Estocolmo (Suécia). Foi um encontro entre chefes de Estado para debater as questões sobre o meio ambiente e o desenvolvimento.
O alerta ao mundo se deu assim em meio a medos de perda do poder pelas nações ricas e a oportunidades de se emergir pelas nações pobres. O traço comum entre ricos e pobres, nesse contexto, é que em nenhum dos lados a sociedade, os cidadãos foram, sequer, ouvidos. A crise econômica mundial a partir dos anos 70, serviu assim mais para detonar do que para alertar o mundo quanto aos riscos de esgotamentos dos recursos naturais não renováveis. Pois a corrida competitiva que se desenrolou a partie daí colocou, nos últimos anos, outras questões mais urgentes para os governantes do mundo inteiro se preocuparem. No começo dos anos 80 a discussão desenvolvimento X meio ambiente ganhou outros atores sociais, como movimentos e organizações da sociedade civil. E uma série de ações estatais são apresentadas ao mundo a partir daí. Em 1983, a Assembléia Geral da ONU indicou a então primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, para presidir uma comissão encarregada de estudar esse tema. Em 1987, foi publicado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CMMAD) da ONU um estudo denominado Nosso Futuro Comum, mais conhecido como Relatório Brundtland, que defende o crescimento para todos e busca um equilíbrio entre as posições antagônicas surgidas na Estocolmo-72. Tentando conciliar o desenvolvimento e a preservação do meio ambiente, surgindo pela primeira vez a concepção de desenvolvimento sustentável.
Na Conferência Rio-92, quando foi aprovada a Agenda21, estabelecendo um pacto pela mudança do padrão de desenvolvimento global para o século XXI, consolida-se também a idéia de que o desenvolvimento e a conservação do meio ambiente devem constituir um binômio indissolúvel que promova ruptura no modelo de crescimento econômico.
Ao mesmo tempo, a reforma do Estado Moderno e do seu instrumento tecnicista-burocrático, a administração pública, tornou-se um dos principais temas nesse mesmo contexto, onde grandes conglomerados financeiros passam a ser seu porta-voz, realizando, às avessas, aquilo que havia sido considerado sua missão primordial durante séculos: controlar e equanimizar as instituições, corroborando para o bem estar coletivo.
Na visão de Fernando Abrucio (mímeo) isso significou que mundialmente esfacelava-se um Estado que tinha três dimensões: econômica keynesiana, social welfare state e administrativa burocrático weberiano. Portanto, um modelo de Estado excessivamente burocrático não apenas na economia, como também na política e nas questões sociais. Ao mesmo tempo, a esta revisão do papel do Estado, passará a vigorar também a urgência de um novo pacto econômico-político-social, no e para o qual está em jogo a sobrevivência no e do planeta, bem como dos diferentes ecossistemas.Esse vazio logo passou a ser ocupado pelas grandes corporações econômicas, que colaboraram para iniciar as primeiras críticas à não transparência e ineficiência da burocracia pública.
Na década de 80, as contínuas críticas quanto aos problemas da falta de preparação gerencial do civil service, da excessiva hierarquização, da falta de contato entre os burocratas e a comunidade que serviam contribuíram para fortalecer ainda mais os detentores do poder mundial: o FMI e o BM. O enfraquecimento dos governos somado ao aumento de poder dos grandes grupos financeiros resultou na perda de parcela significativa do poder dos Estados de ditar políticas econômicas.
Ironicamente, uma das corporações defensoras do discurso do desenvolvimento sustentável é o Banco Mundial (BM), que em 1997, anunciou medidas urgentes apontando para o desenvolvimento sustentável com equilíbrio entre tecnologia e ambiente, de maneira a preservar a qualidade de vida e o bem estar da sociedade como um todo, levando em conta sustentabilidade futura e justiça social. Entretanto, do discurso à prática traçou-se um longo caminho cheio de atropelos e interesses divergentes, e, em geral, quem perdeu foram os povos, os governos e a sociedade como um todo. Os EUA foram o palco preferencial da maioria dessas críticas ao modelo administrativo público vigente. E não por acaso, como solução, surgiram importantes instrumentos de gestão orçamentária, tornando as finanças públicas mais vinculadas a objetivos do que a regras rígidas do serviço público. Durante ainda os anos 80, o maior ataque veio em função do clima intelectual e político reinante e do esfacelamento do aparato estatal estruturado no pós-guerra. Nesse processo, estavam dadas as bases para implantação do modelo gerencial importado da iniciativa privada, que passa a ser o fio condutor das reformas. A Grã-Bretanha foi o laboratório dessas técnicas gerenciais aplicadas ao setor público. Mas, tanto nos EUA quanto na Grã-Bretanha a republicanização do poder público tornou-se bandeira social, exigida por seus cidadãos.
A dupla face do discurso do desmonte político-administrativo fica assim revelada, mostrando o quanto esse é enganoso e perigoso.
No Brasil, não é necessário dizer todos os desastres gerados por esse modelo gerencial e o discurso do desmonte, citaremos alguns: o desemprego, a privatização de importantes serviços e empresas públicas, a corrida consumista como panis et circense da população em geral, a desqualificação dos serviços públicos, dentre eles a educação, a saúde, e outros que já eram questionáveis, a desqualificação profissional, o aumento da pobreza, da violência e da injustiça social.
No modelo gerencial os funcionários públicos dependem de avaliação dos clientes para obter avanço profissional e manter seus empregos. O problema da equidade na prestação dos serviços públicos, pode se agravar no caso de competição entre organizações sociais. Bem como, obstáculos geográficos e financeiros se tornam cada vez mais difíceis de se transpor.
Passamos a viver, de fato, uma era de escassez de recursos, onde uma lógica fiscal se preocupa em controlar os imputs e outputs desse sistema e outra lógica gerencial busca aumento de eficiência e efetividade para atingirem objetivos e obter melhores outputs. Lembra-nos um cãozinho correndo atrás de seu próprio rabo.
Ora, podemos perguntar: como a gestão ambiental se insere nessa lógica, principalmente tendo a norma ISO14001 como atestado básico? O que vem a ser um SGA nesse contexto? Que compromissos não estão sendo assumidos, de fato? Por quê? A quem serve a não obrigatoriedade de um SGA? Até quando o comércio dará a tônica das discussões nessa área? E a Carta da Terra? Ou os compromissos do milênio, por que não estão no debate? Qual GA está se institucionalizando?
A urgência em se refletir o modelo de SGA, tendo em vista o exposto acima se faz no sentido de pensar como inserir esses elementos no debate, sem deixar de fora a reflexão do atual modelo sincretista burocrático-patrimonialista da administração pública brasileira aliada a uma modernização internacionalmente dissociativa onde a construção democrática é impedida pela política e onde imperam as leis do mercado. Como implementar as políticas sociais de educação ambiental e "sustentabilidade da vida" e dos recursos naturais como partes integrantes de um SGA? E ainda, como solucionar conflitos ambientais, que não são poucos, tendo em vista justiça e equidade social como garantias de eficácia para um SGA? Finalmente, como pensar em um SGA participativo, integrado, ético-responsável, socialmente justo, tanto no seu planejamento, quanto nos procedimentos, práticas e processos?
III- CONSIDERAÇÕES FINAIS
O que se percebe nessa dupla face do discurso econômico, é que se de um lado parece progressista e humano, ao se dizer preocupado com o futuro da humanidade. De outro lado, realiza aquilo que é de sua natureza fazer: competição, injustiça social, depredação de recursos, etc, encoberto sob o véu da ineficiência do poder público. Enquanto sociedade organizada, movimentos sociais comprometidos com outra lógica de desenvolvimento humanamente sustentável é preciso não se iludir na implementação desses instrumentos e de suas políticas ou programas e buscar formas mais inovadoras de pensar, articulando os muitos problemas ecológico-sociais, tendo como referência maior a terra e a comunidade de vida, construindo outros paradigmas de responsabilidades coletivas e do cuidado com os seres, como afirma Boff (2008.)
A empresa que não vê outro papel a não ser bons resultados, boa imagem, bons lucros não consegue realizar verdadeiramente a necessidade de preservar os ecossistemas e a vida e sua real responsabilidade social se traduz na condução dos negócios da organização. Ser ético significa pensar e agir de acordo com a idéia de bem. Portanto, concorrência, injustiça social, violência, segregação de todo tipo aproveitamento das melhores oportunidades, competitividade, clientes cada vez mais exigentes e menos pacientes são realidades incompatíveis com ser ou pensar em ser ético. A ética determina que se aja com honestidade e sinceridade. É uma rigorosa avaliação sobre o que é o bem e o que é o mal. A ética questiona e teoriza sobre o que é justo e apropriado ao agir humano para a realização do bem, propondo caminhos para a realização do homem como ser racional. No âmbito da ética, a sede de responsabilidade pelos atos está na consciência, isso não quer dizer que os atos não possam ser avaliados. Sendo assim, não é suficiente criarmos códigos, convenções, relatórios, sistemas é preciso que se instale uma cultura ética dentro das organizações. É urgente Implementar uma "pedagogia da ética" com reflexos no respeito à dignidade dos participantes do processo produtivo, sem restrições.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educação Ambiental: a formação do sujeito ecológico. São Paulo: Cortez, 2004.
MACHADO,Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 7ªed. São Paulo: Malheiros Editores, 1998.
SILVA, Francisco Teixeira da. História das Paisagens. In: CARDOSO, Ciro Flamarion e VAINFAS, Ronaldo. Domínios da História.Rio de Janeiro: Campos, 1997.
ABRUCIO, Fernando L. Os Avanços e Dilemas do modelo pós-burocrático: a reforma da administração à luz da experiência internacional recente - mímeo.
__________________. Reforma do Estado e a Administração Pública Gerencial. Mímeo
MARTINS, Humberto Falcão. A Ética do Patrimonialismo e a Modernização da Administração Pública Brasileira. EBAP/FGV-DF. Mímeo.
DUPAS, Gilberto. A Lógica Econômica e a Revisão do Welfare State: a urgência de um novo pacto. Mímeo.
BOFF, Leonardo. Homem: satã ou anjo bom? Rio de Janeiro: Record. 2008.
Autora: Maria Lúcia de Azevedo Santos
O futuro significa o repositório ilimitado de possibilidades. Por isso é imprevisível. Algumas delas se concretizam no presente e escorrem para o passado. Outras permanecem no mundo do possível e do virtual, e retornam ao vácuo quântico cheio de possibilidades. - Leonardo Boff
INTRODUÇÃO
A representação de que a implantação de um SGA (Sistema de Gestão Ambiental) como uma moderna ferramenta de gestão no sentido da melhoria dos processos industriais e organizacionais em geral, com vistas à otimização de serviços e produtos para atender demandas internacionais de consumo e melhorar a utilização de recursos naturais, bem como preservar o ambiente, merece algumas reflexões. A fim de iniciarmos nesse debate, trazemos aqui algumas questões iniciais. Até que ponto podemos verificar, de fato, possibilidade de vínculo entre melhorias de processos industriais ou empresariais e a preservação do ambiente natural e social a partir da implantação de um SGA? O que está faltando? O que precisa ser revisto?
Os dados apresentados na Conferência Sustentabilidade em Biocombustíveis, promovida pelo IEA - USP em 11/04/2008 apresentam situações preocupantes quanto ao futuro energético no mundo. Uma delas é quanto a utilização de certos recursos que, até bem pouco tempo, eram tratados como alimentos e hoje são tratados como fontes de energia. Como é o caso da cana e da soja para ficar apenas no Brasil. É preciso lembrar o que a monocultura fez nesse país durante os últimos séculos, desde a sua implantação. Porém, é impossível pensar em monocultura, desvinculada dos três pilares econômico-sociais que integram a nossa formação: escravidão-latifúndio-monocultura. Uma de suas características como modelo é o de ser o maior entrave ao desenvolvimento e à sustentabilidade de milhões de cidadãos, constituindo as bases econômico-sociais das nossas disparidades e contribuindo para gerar nesse país 0,5% dos extremamente ricos que controlam e fazem/aplicam as leis.
Outros dados apresentados pelos conferencistas preveem que o uso da terra no Brasil está assim determinado: 3 milhões de hec para produção de álcool, com perspectivas próximas de se chegar aos 7 milhões de hec., isso significa 1/3 do território nacional. Acrescente-se aí soja, pastagens, produção de alimentos, cidades, pessoas. O que teremos?
O solo, como um elemento chave nesse modelo, sempre esteve sob tutela do Estado e dos grandes fazendeiros e empresas que historicamente o apropriaram. Com um modelo de Estado paternalista, a única instituição perene que há nesse país chama-se latifúndio.
Partindo desses três aspectos estruturais, com raízes histórico-sociais-culturais em nossa formação é que iremos refletir as reais possibilidades de implementação de um SGA, como possibilidade de vínculo entre melhoria de processos industriais, organizacionais e a preservação do ambiente natural e social, considerando para esta análise a aplicação de alguns de seus instrumentos no contexto da história social e administrativa do Brasil.
Chamamos a atenção também para a noção de ambiente que aqui será relacionada à noção de organismo vivo que a este é necessariamente complementar, concordando com Roncayolo (1986), o ambiente é o conjunto de fatores ecológicos que exercem uma influência direta e significativa na vida dos organismos. Esse mesmo autor define um dos princípios gerais das relações de um organismo no ambiente:
"As relações que um organismo mantém com o ambiente são contínuas e indissociáveis: um organismo não pode furtar-se um só instante à ação do ambiente, o que não significa que cada fator atue ininterruptamente, dado que os fatores mais importantes são muitas vezes periódicos intermitentes."
Então, a expressão ambiente natural e social não pode ser entendida separadamente, e é semelhante a ecossistema, por considerar que as relações são específicas, no sentido em que as diferentes espécies não são sensíveis aos mesmos fatores, ou não possuem os mesmos limiares de sensibilidade. E ao mesmo tempo, essas relações são recíprocas: o organismo modifica o meio físico que o cerca e as condições de vida de outras espécies e é por ele(s) modificado. E, exatamente a existência desta reciprocidade que está na base dos equilíbrios naturais, com a variedade dos fatores ambientais (fatores aleatórios) e sua desigual importância, conforme os grupos de seres vivos considerados, é que deve ser priorizada quando se tratar de recuperar ou preservar o ambiente, ou seja, o ecossistema.
I - REVISITANDO O CONTEÚDO
Os estudos realizados no curso deixam transparecer que os SGA existem para prover às organizações formas de gerenciar todos os seus aspectos e impactos ambientais mais significativos. E para sua implementação inicial se prevê a identificação e priorização desses aspectos e impactos, desenhando, em seguida um sistema que busca melhoria contínua, baseado no controle e/ou mitigação desses impactos.
Segundo a Norma NBR 14001, o SGA é definido como a parte de sistema de gestão da organização que inclui estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental de uma determinada organização. Os SGA colaboram assim, no planejamento das atividades de uma determinada organização visando ou eliminando os impactos ao ambiente por meio de ações preventivas ou medidas mitigadoras. Os SGA não são obrigatórios, contudo o comércio internacional vem exigindo cada vez mais a certificação formal dos fornecedores e a implantação de um SGA irá facilitar a obtenção dessa certificação pela organização.
A fim de se institucionalizar a função GA (Gestão Ambiental) em uma organização, é necessário a esta preencher alguns requisitos, tais como:
Definir uma política ambiental (PA) e garantir compromissos com um SGA;
Formular um plano que satisfaça e realiza sua PA;
Desenvolver entre seus membros e parceiros conscientização, participação, capacitação e mecanismos de suportes necessários com objetivos e metas a cumprir;
Monitorar, mensurar e avaliar seu desempenho ambiental e implementar medidas destinadas a sua otimização constante;
Inspecionar e avaliar continuamente cada fase ou procedimento do seu SGA.
Esses requisitos pressupõem que cada indivíduo, ente, pessoas física ou jurídica vinculada a esta organização na implantação de um SGA deverá fazer sua parte como responsável direto ou indiretamente com as atividades de preservação ambiental. Nesse sentido, os SGA demandam equipes multidisciplinares e requerem o envolvimento completo da alta administração, dos funcionários diretos, dos analistas internos e externos, dos fornecedores, clientes, público prioritário, equipe técnica multidisciplinar, etc no ótimo desenvolvimento dos procedimentos.
Os instrumentos que compõem um SGA objetivam melhorar a qualidade ambiental bem como o processo decisório e são aplicados a todas as fases da empreitada, podendo ser de natureza: preventiva, corretiva, de remediação e pró-ativos, dependendo da fase em que são implementados como requisitos. Destacam-se os seguintes instrumentos:
EIA - Estudos de Impacto Ambiental;
AIA - Avaliação de impactos ambiental e RIMA - relatório de impacto ambiental;
AA - Auditoria Ambiental;
CN - Capital Natural;
CA - Contabilidade Ambiental.
Os SGA acontecem por interferência de normas internacionais e de normas de grandes conglomerados, ou por exigência de clientes. As normas da série ISO 14000 são as mais utilizadas e, em especial a norma ISO14001 abre novos caminhos no mercado internacional. Essas normas são de adesão voluntária e podem ser aplicadas a qualquer tipo ou parte da organização. No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT - credencia as seguintes normas dessa série para orientação dos SGA:
NBR 14001 - fornece as diretrizes para as organizações determinarem as políticas ambientais a serem adotadas, bem como contém os requisitos a serem auditados para fins de certificação/registro e/ ou autodeclaração. Todos os requisitos desta norma aplicam-se a qualquer SGA, mas sua implantação não oferece garantia satisfatória a todos que a utilizam.
NBR 14004 - fornece às organizações as diretrizes para iniciar, manter e aprimorar um SGA e estabelece princípios que servirão de orientação aos responsáveis na execução do seu gerenciamento.
NBR 14010 - estabelece os princípios a serem aplicados nas auditorias e recomenda auditoria baseada em objetivos definidos.
NBR 14011 - estabelece os procedimentos que conduzirão os trabalhos de auditoria em todos os tipos de organização.
NBR 14012 - estabelece os requisitos da qualificação do auditor e sua experiência profissional.
As normas da série ISO, que tratam do desempenho ambiental mundial, bem como o Sistema Comunitário de Ecogestão, decorrentes, no Brasil, do regulamento CEE 1836/93 são instrumentos prioritários na orientação da implantação de SGA e se constituem em suportes voluntários de adesão que possibilitam a uma determinada organização evidenciar a credibilidade do seu SGA e do seu desempenho ambiental. Ao promover a concepção, produção, comercialização, utilização de produtos com impacto ambiental reduzido e informar ao consumidor sobre os impactos do produto no ambiente, essas normas se aplicam aos produtos em geral, independentemente de serem locais ou importados. Excluem-se as bebidas, produtos alimentares, farmacêuticos e substâncias perigosas, que têm outros procedimentos.
Outro principal uso das normas ISO é o fornecimento de certificação junto a uma terceira entidade, para a qual a organização se candidata. Para o Sistema Comunitário de Autogestão, o objetivo é candidatar-se ao rótulo ecológico para produtos comercializáveis. Não há exigência internacional para as organizações alcançarem a certificação, mas isso não significa que não há pressão. As empresas associadas à poluição estão entre as principais a buscar a certificação.
Tal certificação tem como característica não preconizar exigências absolutas no sentido do desempenho ambiental, busca antes, um compromisso, consolidado na política ambiental da empresa, de cumprir e estabelecer legislação e regulamentos para atender ao seu contexto, realizando programas de melhorias contínuas. Em relação a isso, as normas da série 14000 são mais completas do que as NBR ISO 9000 para sistema de qualidade. Pois, enquanto os SG (sistemas de gestão) de qualidade tratam das necessidades dos clientes, os SGA atendem às necessidades de vasto conjunto de partes interessadas e às crescentes necessidades da sociedade sobre questões ambientais.
A GA abrange uma vasta gama de questões, inclusive aquelas com implicações estratégicas e competitivas. E para atingir os objetivos ambientais, convém que o SGA estimule às organizações a considerarem a implementação da melhor tecnologia disponível, quando apropriado e economicamente exequível. Um SGA provê ordenamento e consistência para que as organizações abordem suas preocupações ambientais, através da alocação de recursos, definição de responsabilidades e avaliação contínua de práticas, procedimentos e processos. Daí que é essencial para capacitar uma organização, antecipar e atender a seus objetivos ambientais e assegurar o contínuo cumprimento das exigências nacionais e/ou internacionais as seguintes recomendações:
O planejamento da GA integrado ao planejamento estratégico da organização;
Plano estratégico dinâmico e revisado regularmente para refletir as modificações dos objetivos e metas das organizações;
Conhecimentos e habilidades necessárias identificadas e consideradas na seleção, recrutamento, treinamento, desenvolvimento de habilidades e educação contínua do pessoal;
Auditorias do SGA periódicas para determinar a conformidade de sistema no qual foi planejado e para verificar se vem sendo adequadamente implementado e mantido;
O responsável pela auditoria, a realize de forma objetiva e impessoal.
Nesse contexto a GA organizacional tem se tornado fator de competitividade entre as organizações quando se trata de abocanhar as melhores fatias impostas pelo mercado. Por conseguinte, os SGA vem se tornando um instrumento importantíssimo de cunho ativador dessa competição.
II - SGA E OS DILEMAS NA SUA IMPLEMENTAÇÃO NO CONTEXTO HISTÓRICO DA ADMINISTRAÇÃO NACIONAL
Pelo exposto acima na breve síntese do que se estudou durante o curso de Gestão Ambiental, percebe-se que estamos diante de pelo menos dois dilemas quando se trata de implementação de um SGA em organizações brasileiras e/ ou no Brasil. Inicialmente, um dilema teórico-metodológico no qual se percebe uma confusão na aplicação de pelo menos dois importantes instrumentos de controle e a realidade onde se inserem: a auditoria e o licenciamento ambientais. A não consideração destes instrumentos como inseridos em um processo histórico administrativo, contextualizado política e socialmente no Brasil, pode trazer equívocos na proposição e implantação de um SGA.
Ao mesmo tempo, um dilema político-social aí inerente, desconsidera aspectos de contradições sócio-político-históricas na prática de implementação desses instrumentos. Daí, como garantir sua efetividade/eficácia? Como se prever a interação com outros atores sociais e comunitários e como buscar essa participação? Como estabelecer uma educação ambiental interativa, eqüitativa, participativa, popular e pública nesse contexto?
Sem a pretensão aqui de dar respostas a todas essas e a outras questões, até por que elas não se dão, se constroem em espaços mais amplos, e demandam outros estudos, outras parcerias, iremos levantar alguns aspectos sócio-históricos, nos quais se enraízam essas questões na esperança de contribuir para ampliar o debate.
Inicialmente, vamos pensar na dinâmica teórico-metodológicos como uma das faces desses dilemas, levando em conta como está dada a proposta de implantação da Auditoria e do Licenciamento ambiental nas organizações percebendo estes elementos no contexto maior da história administrativa do Brasil, a fim de mobilizar aí outras implicações e vínculos.
Em seguida, iremos refletir, como outra face dos dilemas, a emergência das questões ambientais no contexto contemporâneo das reformas do Estado Moderno, considerando como marco referencial a crise do petróleo em 1973 e a Conferência de Estocolmo de 1972. Tentaremos analisar como o Estado Nacional e sua face técnico-burocrática vai se contrapondo às necessidades em se garantir a vida, os ecossistemas, as sociedades, ora se eximindo de responsabilidades, ora tentando estabelecer outros pactos, em especial com uma elite corporativa-financeira e contribuindo para gestar paradigmas econômicos que tem no consumismo e na competitividade duas perigosas armadilhas tanto polítca quanto social ecessidadesemar socluças marchinhas eleitoreirasdominadoresa apropriaçactos. ora negando tais.
Finalmente, trazemos uma breve reflexão sobre a ética como um possível retorno do cidadão ao debate na sociedade, a fim de repensarmos novas possibilidades para um SGA verdadeiro e justo socialmente.
2.1 - Dilema teórico-metodológico - a contextualização de alguns instrumentos de controle de GA
Há um entendimento de que para se fazer auditoria basta "seguir um roteiro assim como qualquer outra auditoria" (Denise Paske, txt virtual, mod. IV) . Ou seja, as normas estão aí, as legislações estão dadas, agora é "seguir o roteiro". Não estou levantando questão de negatividade quanto ao cumprimento da lei. Não é isso. Estaria sendo leviana, se assim o fizesse. Acredito e defendo que as leis tem que ser cumpridas e bem aplicadas. Mas, só isso não basta. Apenas fazer e aplicar leis; não é suficiente. Até porque, no Brasil, sabemos que a velocidade com que as leis são feitas e aplicadas pode ser secular.
No que se refere ao licenciamento, há também o entendimento de que se trata de mais um processo técnico-administrativo, ou dependente de política pública, mas é preciso considerar esse procedimento extremamente técnico-burocrático inserido em nossa cultura patrimonialista secular, na qual a apropriação da coisa pública em benefício de grupos privados é que prevalece.
O sistema de licenciamento das atividades poluidoras - SLAP - que diz respeito ao licenciamento ambiental a partir do controle das atividades poluidoras, instituído pelo Decreto 1633/77 e depois aperfeiçoadas na Lei Federal 6938/81 que inseriu o licenciamento dentre os instrumentos de Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA - portanto uma política pública, tem o mesmo caráter de lei pela lei e é ainda uma orientação confusa, intimidadora e excessivamente técnico-burocrática uma vez que, existe e quase nunca é mencionada sua obrigatoriedade em todo o território nacional.
Temos de um lado o "seguir a lei pela lei", o tecnicismo-burocrático e de outro um contexto cultural onde prevalece a apropriação da coisa pública como contextualização para a implementação dos principais instrumentos de controle dos SGA, bem como de políticas públicas ambientais. O que nos parece estranho nesse modelo é o fato de não se fazer uma reflexão acerca dessa relação e de suas falhas como modelo teórico-metodológico, tendo em vista principalmente o contexto da história da administração brasileira, no qual se inserem esses instrumentos.
O que representam de fato esses instrumentos nesse contexto? O que é a legislação ambiental no Brasil, a quem está de fato beneficiando? Para que e para quem está servindo? Como e por que as empresas são, em geral, beneficiadas em se tratando de impunidades? São questões que vão se somando e que precisam ser respondidas pelos profissionais, organizações da sociedade civil e órgãos competentes.
Não há como negar que a CF (Constituição Federal) de 1988 mudou profundamente o sistema de competências ambientais, principalmente colocando-o como sendo legislado em três planos: federal, estadual e municipal. Segundo Machado (1996, cap 1) no que se refere às novas competências dos estados, estas são referentes a produção e consumo; responsabilidades por danos ambientais; criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; procedimentos em matéria processual: assistência jurídica e defensoria pública, com finalidade de amparar e patrocinar pessoas e associações na proteção do ambiente, do consumidor e do patrimônio cultural. Essa Constituição demonstra que, pela primeira vez no país, conseguimos construir algo bem mais próximo das reais necessidades sociais, com um pouco mais de amplitude democrática e responsabilidades públicas.
Entretanto, nossas raízes histórico-culturais são bem mais profundas do que a década de 80. A proposta dessa reflexão não é justificar nossas mazelas e impropriedades na condução das questões ambientais, espero ter esclarecido qual é esta na introdução deste artigo.
Na história administrativa brasileira percebe-se alguns fatores fundantes e decisivos. Um deles é o modelo de administração implantado pelos portugueses e que seguiu tendo pouquíssimas críticas e modificações por parte da elite nacional nos anos que se seguiram. Tal modelo, baseado no tripé: escravidão-latifúndio-monocultura ensinou-nos muitas de nossas distorções culturais, contribui para muitos dos nossos entraves na educação e gerou estagnação político-administrativo. Outro fator, decorrente deste, é a racionalização do trabalho e a eficiência, como modelo administrativo norte-americano implantado no início do século XX pelas primeiras reformas políticas para aumento da produtividade e que não sofre grandes modificações nas décadas seguintes
Durante cerca de 300 anos fomos colônia extrativista de Portugal, depois por quase 100 anos fomos colônia consumista da Inglaterra e nos últimos decênios da nossa história, seguimos sendo colônia extrativista e consumista da Europa e dos EUA. Nesse contexto de dominação, formou-se uma elite nacional tão exploradora e colonizadora política e economicamente quanto pouco diferente das elites externas e seus projetos dominadores. Assim, o modelo de Estado e a cultura de administração pública implantada desde os portugueses, se baseiam na apropriação daquilo que é público pelo privado. Ou, como diz Martins (mímeo): "A administração pública e o Estado brasileiro foram fundados sob a influência de um etos fortemente patrimonialista, presente na herança cultural lusitana".
E esse etos ainda se faz presente na maneira de se elaborar as leis, na forma como pensamos nossos sistemas políticos, educacionais, de saúde, de gestão ambiental, etc. Haja vista a busca da excelência burocrática na administração pública que está culturalmente associada com a exclusão na política. Haja vista todas as formas de exclusão que conhecemos nesse país.
Segundo Faoro (1984) no Brasil português a burocracia se tornou o ideal da vadiagem paga, na qual prevalecia o paternalismo e o nepotismo, cujos critérios de seleção oscilavam entre o status, o parentesco e o favoritismo. Ou seja, tudo o que presenciamos hoje pouco mais de 500 anos depois nas relações internas e externas das atuais instituições públicas, privatizadas ao som de marchinhas eleitoreiras.
A trajetória iniciada no governo de Vargas de modernização da administração pública brasileira e a tentativa de substituir o modelo patrimonialista pelo burocrático, pouco alterou as bases desse etos. Tentou-se consolidar uma burocracia, racionalizando-se funcionalmente a adiminstração à revelia da política e à custa da democracia. O que restou ao final, foi a dicotomia entre política e administração.
O Estado forte implantado no período de ditadura militar ratificou a racionalidade funcional do governo Vargas, acrescida de uma tecnoestrutura de sustentação do regime autoritário, cujo viés consistia em: planejamento econômico e crescimento desordenado da burocracia governamental indireta. Permanecendo a influência patrimonialista tecnocrática.
No momento da redemocratização, nos anos 80, o patrimonialismo deu lugar ao modelo político-corporativo, baseado nas alianças partidárias, revelando nossos resquícios mais antigos na prática fisiológica em busca de recursos e influencia sobre a administração pública.
Sabendo que as políticas públicas de GA devem ter como objetivo não somente a gestão de recursos para a proteção ambiental, mas principalmente servir de orientação na solução de conflitos, e de fato trazer soluções que beneficiem o coletivo da sociedade envolvida e a conservação dos recursos, poderíamos refazer nossas questões. Passaríamos a perguntar, considerando nossa história administrativa, na qual de um lado temos um sincretismo burocrático-patrimonialista e de outro uma modernização dissociativa, onde a construção democrática é obstaculizada pela política, e a ética da apropriação da coisa pública e do Estado doravante se manifestam. Como pensar um SGA, em que seus instrumentos de controle, a auditoria e o licenciamento sejam realmente imparciais, éticos e eficazes ao ecossistema? Ou será que teremos que mudar as perguntas: Qual auditoria e licenciamento ambiental se querem? A quem irá beneficiar e para que?
2.2 - Dilema político-social - paradigma ambiental e reforma do Estado, que pacto é esse?
É oportuno observarmos que a emergência do paradigma ambiental e socialmente insustentável coincide com as primeiras conferências de reforma administrativa do Estado Nacional, sob a égide das Nações Unidas. Foi a partir da crise do petróleo em 1973 que entrou em xeque o modelo de Estado técnico-burocrático até então conhecido no mundo.
Um ano antes, em 1972, havia sido realizada a Conferência das Nações Unidas sobre o Homem e o Meio Ambiente, em Estocolmo (Suécia). Foi um encontro entre chefes de Estado para debater as questões sobre o meio ambiente e o desenvolvimento.
O alerta ao mundo se deu assim em meio a medos de perda do poder pelas nações ricas e a oportunidades de se emergir pelas nações pobres. O traço comum entre ricos e pobres, nesse contexto, é que em nenhum dos lados a sociedade, os cidadãos foram, sequer, ouvidos. A crise econômica mundial a partir dos anos 70, serviu assim mais para detonar do que para alertar o mundo quanto aos riscos de esgotamentos dos recursos naturais não renováveis. Pois a corrida competitiva que se desenrolou a partie daí colocou, nos últimos anos, outras questões mais urgentes para os governantes do mundo inteiro se preocuparem. No começo dos anos 80 a discussão desenvolvimento X meio ambiente ganhou outros atores sociais, como movimentos e organizações da sociedade civil. E uma série de ações estatais são apresentadas ao mundo a partir daí. Em 1983, a Assembléia Geral da ONU indicou a então primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, para presidir uma comissão encarregada de estudar esse tema. Em 1987, foi publicado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CMMAD) da ONU um estudo denominado Nosso Futuro Comum, mais conhecido como Relatório Brundtland, que defende o crescimento para todos e busca um equilíbrio entre as posições antagônicas surgidas na Estocolmo-72. Tentando conciliar o desenvolvimento e a preservação do meio ambiente, surgindo pela primeira vez a concepção de desenvolvimento sustentável.
Na Conferência Rio-92, quando foi aprovada a Agenda21, estabelecendo um pacto pela mudança do padrão de desenvolvimento global para o século XXI, consolida-se também a idéia de que o desenvolvimento e a conservação do meio ambiente devem constituir um binômio indissolúvel que promova ruptura no modelo de crescimento econômico.
Ao mesmo tempo, a reforma do Estado Moderno e do seu instrumento tecnicista-burocrático, a administração pública, tornou-se um dos principais temas nesse mesmo contexto, onde grandes conglomerados financeiros passam a ser seu porta-voz, realizando, às avessas, aquilo que havia sido considerado sua missão primordial durante séculos: controlar e equanimizar as instituições, corroborando para o bem estar coletivo.
Na visão de Fernando Abrucio (mímeo) isso significou que mundialmente esfacelava-se um Estado que tinha três dimensões: econômica keynesiana, social welfare state e administrativa burocrático weberiano. Portanto, um modelo de Estado excessivamente burocrático não apenas na economia, como também na política e nas questões sociais. Ao mesmo tempo, a esta revisão do papel do Estado, passará a vigorar também a urgência de um novo pacto econômico-político-social, no e para o qual está em jogo a sobrevivência no e do planeta, bem como dos diferentes ecossistemas.Esse vazio logo passou a ser ocupado pelas grandes corporações econômicas, que colaboraram para iniciar as primeiras críticas à não transparência e ineficiência da burocracia pública.
Na década de 80, as contínuas críticas quanto aos problemas da falta de preparação gerencial do civil service, da excessiva hierarquização, da falta de contato entre os burocratas e a comunidade que serviam contribuíram para fortalecer ainda mais os detentores do poder mundial: o FMI e o BM. O enfraquecimento dos governos somado ao aumento de poder dos grandes grupos financeiros resultou na perda de parcela significativa do poder dos Estados de ditar políticas econômicas.
Ironicamente, uma das corporações defensoras do discurso do desenvolvimento sustentável é o Banco Mundial (BM), que em 1997, anunciou medidas urgentes apontando para o desenvolvimento sustentável com equilíbrio entre tecnologia e ambiente, de maneira a preservar a qualidade de vida e o bem estar da sociedade como um todo, levando em conta sustentabilidade futura e justiça social. Entretanto, do discurso à prática traçou-se um longo caminho cheio de atropelos e interesses divergentes, e, em geral, quem perdeu foram os povos, os governos e a sociedade como um todo. Os EUA foram o palco preferencial da maioria dessas críticas ao modelo administrativo público vigente. E não por acaso, como solução, surgiram importantes instrumentos de gestão orçamentária, tornando as finanças públicas mais vinculadas a objetivos do que a regras rígidas do serviço público. Durante ainda os anos 80, o maior ataque veio em função do clima intelectual e político reinante e do esfacelamento do aparato estatal estruturado no pós-guerra. Nesse processo, estavam dadas as bases para implantação do modelo gerencial importado da iniciativa privada, que passa a ser o fio condutor das reformas. A Grã-Bretanha foi o laboratório dessas técnicas gerenciais aplicadas ao setor público. Mas, tanto nos EUA quanto na Grã-Bretanha a republicanização do poder público tornou-se bandeira social, exigida por seus cidadãos.
A dupla face do discurso do desmonte político-administrativo fica assim revelada, mostrando o quanto esse é enganoso e perigoso.
No Brasil, não é necessário dizer todos os desastres gerados por esse modelo gerencial e o discurso do desmonte, citaremos alguns: o desemprego, a privatização de importantes serviços e empresas públicas, a corrida consumista como panis et circense da população em geral, a desqualificação dos serviços públicos, dentre eles a educação, a saúde, e outros que já eram questionáveis, a desqualificação profissional, o aumento da pobreza, da violência e da injustiça social.
No modelo gerencial os funcionários públicos dependem de avaliação dos clientes para obter avanço profissional e manter seus empregos. O problema da equidade na prestação dos serviços públicos, pode se agravar no caso de competição entre organizações sociais. Bem como, obstáculos geográficos e financeiros se tornam cada vez mais difíceis de se transpor.
Passamos a viver, de fato, uma era de escassez de recursos, onde uma lógica fiscal se preocupa em controlar os imputs e outputs desse sistema e outra lógica gerencial busca aumento de eficiência e efetividade para atingirem objetivos e obter melhores outputs. Lembra-nos um cãozinho correndo atrás de seu próprio rabo.
Ora, podemos perguntar: como a gestão ambiental se insere nessa lógica, principalmente tendo a norma ISO14001 como atestado básico? O que vem a ser um SGA nesse contexto? Que compromissos não estão sendo assumidos, de fato? Por quê? A quem serve a não obrigatoriedade de um SGA? Até quando o comércio dará a tônica das discussões nessa área? E a Carta da Terra? Ou os compromissos do milênio, por que não estão no debate? Qual GA está se institucionalizando?
A urgência em se refletir o modelo de SGA, tendo em vista o exposto acima se faz no sentido de pensar como inserir esses elementos no debate, sem deixar de fora a reflexão do atual modelo sincretista burocrático-patrimonialista da administração pública brasileira aliada a uma modernização internacionalmente dissociativa onde a construção democrática é impedida pela política e onde imperam as leis do mercado. Como implementar as políticas sociais de educação ambiental e "sustentabilidade da vida" e dos recursos naturais como partes integrantes de um SGA? E ainda, como solucionar conflitos ambientais, que não são poucos, tendo em vista justiça e equidade social como garantias de eficácia para um SGA? Finalmente, como pensar em um SGA participativo, integrado, ético-responsável, socialmente justo, tanto no seu planejamento, quanto nos procedimentos, práticas e processos?
III- CONSIDERAÇÕES FINAIS
O que se percebe nessa dupla face do discurso econômico, é que se de um lado parece progressista e humano, ao se dizer preocupado com o futuro da humanidade. De outro lado, realiza aquilo que é de sua natureza fazer: competição, injustiça social, depredação de recursos, etc, encoberto sob o véu da ineficiência do poder público. Enquanto sociedade organizada, movimentos sociais comprometidos com outra lógica de desenvolvimento humanamente sustentável é preciso não se iludir na implementação desses instrumentos e de suas políticas ou programas e buscar formas mais inovadoras de pensar, articulando os muitos problemas ecológico-sociais, tendo como referência maior a terra e a comunidade de vida, construindo outros paradigmas de responsabilidades coletivas e do cuidado com os seres, como afirma Boff (2008.)
A empresa que não vê outro papel a não ser bons resultados, boa imagem, bons lucros não consegue realizar verdadeiramente a necessidade de preservar os ecossistemas e a vida e sua real responsabilidade social se traduz na condução dos negócios da organização. Ser ético significa pensar e agir de acordo com a idéia de bem. Portanto, concorrência, injustiça social, violência, segregação de todo tipo aproveitamento das melhores oportunidades, competitividade, clientes cada vez mais exigentes e menos pacientes são realidades incompatíveis com ser ou pensar em ser ético. A ética determina que se aja com honestidade e sinceridade. É uma rigorosa avaliação sobre o que é o bem e o que é o mal. A ética questiona e teoriza sobre o que é justo e apropriado ao agir humano para a realização do bem, propondo caminhos para a realização do homem como ser racional. No âmbito da ética, a sede de responsabilidade pelos atos está na consciência, isso não quer dizer que os atos não possam ser avaliados. Sendo assim, não é suficiente criarmos códigos, convenções, relatórios, sistemas é preciso que se instale uma cultura ética dentro das organizações. É urgente Implementar uma "pedagogia da ética" com reflexos no respeito à dignidade dos participantes do processo produtivo, sem restrições.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educação Ambiental: a formação do sujeito ecológico. São Paulo: Cortez, 2004.
MACHADO,Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 7ªed. São Paulo: Malheiros Editores, 1998.
SILVA, Francisco Teixeira da. História das Paisagens. In: CARDOSO, Ciro Flamarion e VAINFAS, Ronaldo. Domínios da História.Rio de Janeiro: Campos, 1997.
ABRUCIO, Fernando L. Os Avanços e Dilemas do modelo pós-burocrático: a reforma da administração à luz da experiência internacional recente - mímeo.
__________________. Reforma do Estado e a Administração Pública Gerencial. Mímeo
MARTINS, Humberto Falcão. A Ética do Patrimonialismo e a Modernização da Administração Pública Brasileira. EBAP/FGV-DF. Mímeo.
DUPAS, Gilberto. A Lógica Econômica e a Revisão do Welfare State: a urgência de um novo pacto. Mímeo.
BOFF, Leonardo. Homem: satã ou anjo bom? Rio de Janeiro: Record. 2008.
Assinar:
Postagens (Atom)