terça-feira, 20 de outubro de 2009

Sobre o solo da mata atlântica

A Mata Atlântica localiza-se sobre uma imensa cadeia de montanhas, ao longo da costa brasileira, na qual o substrato dominante compreende rochas cristalinas. As montanhas mais antigas estendem-se em áreas da Serra do mar e foram formadas por atividades tectônicas no Período Ordoviciano da Era Paleozóica. Morros arredondados são formados por grandes blocos, normalmente, de rochas graníticas (magmáticas). Rochas calcárias, vulneráveis à dissolução química, formam cavernas e as formadas por quartzitos sobressaem-se na paisagem, como é o caso do Morro do Jaraguá, em São Paulo.
O solo, em geral, é bastante raso, com pH ácido, pouco ventilado, sempre úmido e extremamente pobre, recebendo pouca luz, devido à absorção dos raios solares pelo estrato arbóreo. A umidade e a presença de grande quantidade de matéria orgânica (serrapilheira) tornam o solo favorável à ação de microorganismos decompositores (fungos e bactérias) que possibilitam o aproveitamento dos nutrientes e sais minerais pelos vegetais.
O solo raso e encharcado é favorável ao desbarrancamento e à erosão, eventos bastante comuns na floresta atlântica. O ciclo de deslizamentos e de erosões nas partes mais altas e a deposição de material nas partes baixas, promove a renovação do solo, desnudando as encostas, formando clareiras e dando espaço para o início de novas associações. A vegetação de grande porte, apensar do solo ser raso, consegue sustentar-se porque possuem raízes tabulares e raízes escora, paralelas ao solo e intrincadas, formando uma espécie de "manta de raízes".
Alguns animais (minhocas, coleópteros, entre outros) desenvolvem atividades que resultam no revolver do solo, facilitando a absorção de água e sais minerais, além de auxiliar na formação do húmus, material rico em nutrientes.

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