terça-feira, 7 de abril de 2009

Sede dágua - Lizaldo Vieira

Sede d água -- por - Lizaldo Vieira
Inda dizem tempo bom
Sol quente no horizonte
Ceu azul
Abrir a torneira
Usar o banheiro
É nada fácil
Com nada d´agua
Nem um pingo pra remédio
Nem um gole
Num calor de rachar
Vê-se logo que o inferno não fica distante
Coexiste ao lado
Falta d’água
Falta o regado
Falta o BOCADO
Falta a vida
Que água irriga
Que enche o pote
Barriga vazia
Como jiboiá
Se água falta
Experiência dramática
Que o nordeste esbanja
Ninguém se comove
Com esse drama
O gado geme
O homem morre
A terra escalda
O riacho racha
E o bode cospe fogo
A vida morre
Fica a pergunta
Quem nos acode
Quem nos socorre
Dessa desgraça
Quem nos removerá
Dessa farsa milenar
Insistentemente anunciada

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